Ano: 2019

Washington Post e a saga de Bolsonaro, o vassalo jeca traído por Trump

E o velho dito popular se repete. Bolsonaro passou este ano dizendo-se namorado de Trump e, quando Trump descobriu, terminou o namoro.

Ernesto Araújo, o bobo da corte bolsonarista, disse que Bolsonaro, o bobo da corte americana tinha um relacionamento tão íntimo e fiel com Trump que causava inveja ao mundo. Por isso as críticas de chefes de Estados europeus pelo crime ambiental provocado por Bolsonaro no dia do fogo na Amazônia.

Está aí agora esse tijolo na testa de Bolsonaro arremessado por Trump, ao vivo e a cores, do jeitinho que os dois gostam, no twitter, como quem mandasse um recado ao lacaio brasileiro por um formato de comunicação que o nosso Trump rococó imitou, mostrando o nível de originalidade nenhuma que tem esse governo Brasileiro formado por imbecis fascistas.

A questão nem é a traição de Trump, como foca o Whasington Post, que mostra que Bolsonaro é só mais que o Trump trai sem cerimônia, em nome dos interesses dos EUA e de sua reeleição.

O problema de Bolsonaro se difere dos demais líderes mundiais por sua servidão espontânea que, antes mesmo de começar o governar o país, anunciou que seguiria Trump, levando a embaixada brasileira em Israel para Jerusalém, o que provocou uma reação imediata de países árabes que mantêm uma relação comercial extremamente importante com o Brasil.

O capacho tropical de Trump foi mais longe, muito mais longe, aceitou todas as imposições americanas em troca de nada. Sem dizer que conseguiu um problema diplomático tão sério com a China, logo nos primeiros dias de seu governo, que obrigou o jornal estatal chinês a produzir um editorial alertando Bolsonaro do perigo que o Brasil corria de perder seu maior comprador internacional, numa escrita dura, direta e objetiva.

Lógico que Bolsonaro voltou atrás e não por acaso, é a China que está salvando as exportações brasileiras, já que o Brasil continua no vermelho quando se compara à balança comercial dos EUA e de Israel, revelando que a diplomacia brasileira é um verdadeiro desastre. Bolsonaro Vive provocando crises internacionais e remendando com super bonder.

O Whasington Post toca num ponto central, que são os bolsonaristas, os súditos do “mito” que já tinham visto Bolsonaro bancando o adolescente nos corredores da ONU, esperando Trump por uma hora, como uma tiete dos Menudos, conseguindo longos 17 segundos com ele e uma foto que simbolizou bem o rastejante presidente brasileiro sendo humilhado diante dos olhos do mundo.

Whasington Post

“Uma traição bastante forte ‘: Bolsonaro se junta a outros líderes ao saber que um bom relacionamento pessoal com Trump tem seus limites”

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro aprendeu da maneira mais difícil na segunda-feira o que muitos outros líderes descobriram antes dele: um bom relacionamento pessoal com o presidente Trump tem seus limites.

Bolsonaro e os diplomatas de seu país em Washington foram flagrados depois que Trump publicou um par de tweets de manhã cedo anunciando tarifas punitivas sobre as importações de aço e alumínio do Brasil e da Argentina, outro país com o qual Trump já havia desfrutado de boas relações.

É o tipo de chicotada política que outros líderes mundiais também sentiram. O presidente sul-coreano Moon Jae-in, que apostou sua fortuna política em colaborações estreitas com Trump nas negociações nucleares com a Coréia do Norte, agora enfrenta as exigências do presidente de que Seul aumente seus pagamentos em cinco vezes para apoiar as tropas dos EUA estacionadas na Península Coreana.

O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe cortejou Trump incansavelmente, com quase quatro dezenas de reuniões e telefonemas e uma elaborada visita de Estado a Tóquio na primavera. Mas Tóquio não foi poupada das tarifas de aço no início do mandato de Trump, e Trump contradisse Abe durante o verão ao recusar declarar os testes de mísseis de curto alcance da Coréia do Norte uma violação das resoluções da ONU.

Para Bolsonaro, um líder de extrema direita que modelou sua campanha depois da de Trump e procurou agressivamente se agraciar com a Casa Branca, as tarifas representaram uma verificação embaraçosa da realidade em sua estratégia de apostar na política externa de seu governo em grande parte na boa química pessoal com um presidente que anseia por validação – mas que vê virtualmente todos os relacionamentos como transacionais e, potencialmente, descartáveis.

“Este é um presidente que desenvolverá relacionamentos íntimos, mas que não será necessariamente totalmente fiel a esses relacionamentos íntimos”, disse Fernando Cutz, especialista do Hemisfério Ocidental no Grupo Cohen que atuou no Conselho de Segurança Nacional sob o comando de Trump e do presidente Barack Obama . “Eu não acho que o Brasil entendeu isso, mas talvez eles entendam agora. Acho que foi uma surpresa muito grande para o sistema político do Brasil e seu povo. Eles realmente veem Bolsonaro como um amigo próximo do presidente. Isso vai parecer uma traição muito forte. ”

As missivas do presidente no Twitter, que também acusaram as duas nações sul-americanas de desvalorizarem suas moedas, fizeram o Ministério das Relações Exteriores do Brasil se esforçar para alcançar autoridades da Casa Branca e mitigar os danos. Os funcionários da embaixada em Washington entraram em contato freneticamente com o Departamento de Estado, enquanto Bolsonaro sugeriu que ele tentaria ligar diretamente para Trump. “Eu tenho um canal aberto com ele”, disse Bolsonaro a repórteres em Brasília.

.No entanto, não estava claro se eles receberiam respostas rápidas. Dentro da administração de Trump, várias autoridades americanas de alto nível em várias agências governamentais também foram pegas de surpresa pelos tweets do presidente, segundo duas pessoas familiarizadas com o assunto que falaram sob condição de anonimato para discutir deliberações privadas.

As ações punitivas de Trump no Brasil e na Argentina ocorreram poucas horas antes de ele partir de Washington para uma reunião da OTAN em Londres, onde aliados dos EUA estavam se preparando para um presidente mercurial que os repreendia rotineiramente por não gastar o suficiente em defesa mútua e os perturbava, sugerindo que a aliança era desatualizado.

Para Trump, “o que tem precedência é o que é bom para ele pessoalmente e o que aumenta seu poder”, disse Michael Shifter, presidente do Diálogo Interamericano. Ele apontou para o presidente colombiano Iván Duque, que teve uma primeira reunião calorosa com Trump em fevereiro, apenas para ser criticado um mês depois pelo presidente em resposta às drogas ilegais contrabandeadas para os Estados Unidos.

Duque “não fez nada por nós”, declarou Trump.

“De repente, Trump decide fazer algo, presumivelmente para seu próprio benefício político”, disse Shifter. “Um a um, os presidentes latino-americanos estão aprendendo que ser um aliado próximo de Trump não compensa e você não pode confiar que vai receber tratamento favorável”.

Especialistas em política externa reconheceram que nenhum presidente dos EUA baseou suas decisões apenas em relacionamentos pessoais em questões geopolíticas maiores. Mas Trump há muito coloca uma ênfase primordial na lealdade pessoal a ele, forçando colegas líderes a uma escolha desconfortável sobre qual tom tomar ao lidar com seu governo.

Alguns líderes, incluindo o presidente francês Emmanuel Macron, a chanceler alemã Angela Merkel e o ex-presidente mexicano Enrique Peña Nieto, às vezes chegaram a um tom de confronto sobre as demandas de Trump, provocando respostas iradas. Outros, incluindo Abe e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, deram elogios a Trump e ligaram suas administrações estreitamente às dele.

Mas talvez nenhum tenha sido tão abertamente bajulador quanto Bolsonaro, que ganhou o apelido de “ Trump dos trópicos ” durante uma campanha em que ele imitou a retórica impetuosa de Trump a caminho de uma vitória perturbada. Trump ficou tão apaixonado que foi o primeiro líder mundial a dar os parabéns depois que Bolsonaro venceu a eleição.

Em uma reunião bilateral calorosa na Casa Branca na primavera passada, Trump prometeu apoiar os esforços do Brasil para se tornar um membro pleno da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Então Trump chocou os brasileiros e seus próprios assessores ao sugerir que o Brasil se tornasse membro da OTAN, uma organização reservada às nações do Atlântico Norte.

Brasil cai em ranking mundial de ciências, matemática e leitura e fica entre 20 piores colocados

Num país em que a burrice passou a ser sinônimo de status , essa notícia não poderia ser mais coerente.

Isso seria fatal.

A educação, a ciência e o pensamento foram as áreas prioritárias do desmonte ideológico dos golpistas.

O país perdeu posições na principal avaliação da educação básica no mundo, o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), com possibilidade concreta de piora acentuada nos próximos três anos se Bolsonaro seguir à frente do governo Brasileiro.

Alguma dúvida? Nenhuma!

Os resultados, divulgados hoje pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), são da edição de 2018 do exame e nem dizem respeito à gestão de Bolsonaro que assumiu a Presidência em 2019.

Quando o resultado de 2019 chegar, veremos a tragédia intelectual que o país foi jogado pela escória neoliberal.

Em comparação com os dados de 2015, a última versão antes desta, quando foram avaliados 70 países e territórios, o Brasil caiu da 63ª para a 67ª colocação em ciências.

Nessa disciplina, o país supera apenas países como Cazaquistão e Bósnia e Herzegovina, ficando para trás de Uruguai, Chile e Tailândia, por exemplo.

Já em matemática, o país desceu do 66º para o 71º posto, ficando à frente apenas de Argentina, Indonésia, Arábia Saudita, Marrocos, Kosovo, Panamá, Filipinas e República Dominicana.

Em leitura, o país passou da 59ª para a 58ª posição, ficando atrás de países como México e Romênia.

Em um país em que a classe dominante inculta como é, assumiu a ignorância como estratégia de poder, uma nação em que a suposta classe média tradicional que, por um ódio doentio, elegeu o conhecimento como seu pior inimigo, a tendência é o Brasil se transformar no campeão mundial do analfabetismo real e funcional.

Mas a Bolsa seguirá dando lucros estratosféricos aos rentistas e aos bancos, batendo recorde sobre recorde de ganhos com a agiotagem corrente no país, enquanto a polícia brasileira mata cada vez mais estudantes, jovens e adolescentes em favelas, por serem favelados, com o aplauso do presidente da república, Bolsonaro, e do ministro da justiça, Sergio Moro.

Tudo isso é o resultado de um golpe dado em Dilma por homens velhos, brancos e ricos de uma oligarquia quatrocentona, decadente e escravocrata que sempre sonhou devolver o país à velha república.

 

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

O excludente de ilicitude de Moro é para defender Higienópolis contra Paraisópolis, mas a mídia não fala.

A mídia fez uma enorme cobertura da chacina promovida pela PM de São Paulo em Paraisópolis onde nove jovens foram mortos porque frequentavam o baile funk.

O aumento exponencial da violência policial no Brasil está diretamente associado a duas coisas: o discurso miliciano de Bolsonaro e o excludente de ilicitude de Moro.

Tudo indica que há uma instrução superior na grande mídia que garante a Moro o silêncio sobre seu nome como um dos promotores dessa tragédia brasileira, quando, na verdade, todos sabem que o seu excludente de ilicitude, que é extremamente elitista, tem como objetivo defender os ricos contra os pobres.

Não há nenhuma dúvida de que jamais essa licença para matar que Moro quer do Congresso jamais será usada em Higienópolis. Isso é consensual e é um dado central para entender as questões do preconceito, do racismo e da discriminação que essa cláusula do pacote anticrime produzirá. Daí a afinidade das classes economicamente dominantes com esse pacote que, na verdade, deveria se chamar pró-crime.

A questão é maior com o problema que se tornou insolúvel, porque, com a mídia protegendo Moro como quem protege um estepe de Bolsonaro, num eventual impeachment ou mesmo para a eleição de 2022 ou mais ainda para não fortalecer o discurso de Lula, a mídia subtrai qualquer menção a Moro no meio dessa verdadeira algazarra institucional que o país vive.

Moro nada falou sobre o faniquito de Paulo Guedes ameaçando os brasileiros com o AI5. A mídia nada falou do silêncio obsequioso do Ministro da Justiça sobre esse descalabro. O mesmo pode-se dizer da atuação da mídia em relação à chacina de Paraisópolis que, com razão, culpou Bolsonaro e Dória, além da PM, mas deixou de fora o Ministro da Justiça e Segurança Pública.

Como não foi incomodado por ninguém da grande mídia e, sabendo que jamais será, Moro se fechou em copas sobre o massacre de Paraisópolis que ceifou a vida de noves jovens. Ou seja, tanto a mídia quanto Moro fizeram o mesmo cálculo quando, na realidade, a situação no Brasil se tornou insustentável para os mais pobres, sobretudo para os negros, depois que Bolsonaro assumiu o poder e Moro propagandeia sua licença para matar como se fosse beber um suco gelado na beira do mar.

O resultado em vidas perdidas não importa para Moro e, muito menos, para a mídia. O importante é preservar a imagem do ex-juiz, porque ele se transformou na principal peça de um quebra-cabeças político montado pela direita para continuar no poder.

Estamos diante de um impasse ou das meias verdades absolutas em que o modelo que promove desgraças é frontalmente criticado sem trazer, na verdade, o grande responsável por ele. Afinal de contas, o importante em qualquer circunstância é proteger Higienópolis de Paraisópolis num eventual governo petista, principalmente se contar com a volta de Lula à Presidência.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Paraisópolis: racismo, demofobia, aporofobia! E Moro quer licença pra matar

Reinaldo Azevedo

A tragédia havida na favela de Paraisópolis, em São Paulo, com nove mortos, tem de ser chamada por aquilo que é: um massacre. E com autoria definida: a Polícia Militar. Até que não venham a público os responsáveis por aquele desastre, com a punição cabível, as mortes têm de ser postas, sim, na conta da instituição — e, por consequência, do governo do Estado, cujo titular é João Doria, do PSDB. E que se note: isso é o que pode fazer um destacamento despreparado da Polícia sem ter a excludente de ilicitude defendida por Sergio Moro, o santo. Imaginem se ou quando houver licença clara para matar.

Ainda que fosse verdade que policiais militares perseguiam bandidos que os teriam recebido a tiros, nada justifica a forma como se deu a operação. Não é preciso ser um grande especialista para perceber que a reação estaria estupidamente errada. E isso me leva a afirmar sem receio de ser apressado: é tal o disparate que qualquer pessoa razoável tem o dever de desconfiar da versão. A PM de São Paulo não é assim tão primitiva do ponto de vista técnico. Ocorre que é preciso tomar cuidado com o primitivismo moral e ético destes dias.

A forma como se deu o cerco aos participantes do baile funk, o fato de os PMs encurralarem os presentes ao evento, o acantonamento de vítimas em becos e vielas, debaixo do porrete… Tudo aponta para uma operação deliberada contra o baile funk. Esses bailes estão longe de ser eventos de adoração da lei, da ordem e do estado de direito. Mas cabe a pergunta: se as autoridades acham que crimes se cometem ali, estes devem ser combatidos por um Estado criminoso, assassino?

Essa é a lógica que tem justificado desde sempre a tortura no Brasil — que nunca cessou contra os pobres e os presos comuns — e que levou a República, em dois períodos, a mandar para o pau de arara os desafetos do regime: refiro-me, claro, ao Estado Novo e à ditadura militar.

É asqueroso. Aqui e no mundo, vídeos são exibidos com cenas explícitas de espancamento, antecedidos de uma advertência: “Atenção! O vídeo a seguir contém imagens agressivas”. E quem protagoniza a agressividade não são traficantes, assaltantes, bandidos… Não! Os atores da barbárie são homens que vestem o uniforme da PM e que deveriam ser reconhecidos pelos pobres como a “democracia de farda”. Afinal, “policial também é povo”, não é mesmo?

Não se trata de tomar a ação criminosa de um destacamento da PM como sinônimo do trabalho da corporação. Policiais salvam centenas de vidas todos os dias. A seu modo, também trazem à vida. São muitos os partos — sim, partos! — realizados por policiais. Há quase 100 mil homens e mulheres nas ruas se expondo a riscos variados. É verdade: atos que poderiam ser chamados de heroicos não chegam à imprensa.

Mas essa é a natureza de um dos entes que detêm o “monopólio do uso legítimo da violência”, para citar não um troglodita, mas Max Weber. Essa violência só é aceitável se dirigida contra aqueles que solapam, então, as bases desse Estado. E, ainda assim, há de ser exercida segundo critérios. E o uso proporcional dessa força é um dos pilares da legitimidade.

Cabe a pergunta: que crimes cometeram moças e rapazes, encurralados, que imploravam para não apanhar? Ou a PM pune exemplarmente aqueles que mancham a reputação da corporação ou estará sendo mais do que conivente com a barbárie: as nove mortes levarão a sua assinatura.

É uma obrigação moral chamar as coisas pelo nome que têm. Sérgio Nascimento de Camargo, o novo presidente da Fundação Palmares, certamente tachará de “mimimi” de militante esquerdista a lembrança de que a esmagadora maioria da população de Paraisópolis é negra. O homem que, sendo negro, vê aspectos positivos na escravidão não consegue estabelecer um nexo entre a servidão e a cor da pele dos que moram em favelas, habitam os presídios e povoam as covas rasas dos cemitérios.

Camargo não entendeu o que quis dizer o branco e abolicionista Joaquim Nabuco quando escreveu em “Minha Formação” que “a escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil”. Mais terrivelmente triste e patético: se e quando conhecermos os policiais que protagonizaram a barbárie, é grande a chance de que sejam eles também não-brancos.

Uma onda de demofobia e aporofobia — repulsa ao povo e aos pobres — tomou o país. E ameaça virar política de Estado. Quando Sérgio Moro e Jair Bolsonaro falam em “excludente de ilicitude”, pedem licença para que as forças de segurança possam matar sem receio nem perigo. Matar quem? Os pobres de tão pretos e os pretos de tão pobres.

 

 

*Reinaldo Azevedo/Uol

 

Vídeo: Sem qualquer motivo, policiais da Brigada Militar agridem covardemente dois jovens em Pelotas

No Brasil, sobretudo com o governo atual, para que cenas como as do vídeo abaixo aconteçam, não é preciso cometer qualquer ilícito, para tanto, basta que seja pobre e, principalmente que tenha a pele bem escura ou levemente escura. Pronto, o direito de ir e vir estará cerceado.

As imagens foram gravadas na sexta-feira, dia 29 de novembro, por uma câmera de segurança. Os jovens param por ordem dos policiais e são agredidos covardemente. Com a repercussão do caso, a Brigada Militar afastou os dois agressores, que serão ouvidos em inquérito.

Um já prestou depoimento. Da PM de São Paulo à Brigada no Rio Grande do Sul, passando pela PM do Rio de Janeiro, esse tipo de ação tem se tornado rotineiro. Pelo menos esta é a percepção.

Difícil não associar a violência policial ao incentivo que Bolsonaro e Moro dão à ação militar sem controle, inclusive com a obsessão deles de ampliar o alcance da excludente de ilicitude, para que possam matar sem risco de punição.

https://www.facebook.com/fernandapsol/videos/559406171512574/

 

 

*Com informações do DCM

Áudio: Deputado do PSL diz que Bolsonaro “tomará impeachment”

“Eu vou só dizer uma coisa pra ti: o Bolsonaro vai tomar um impeachment. Escuta o que eu tô te dizendo”, afirma o deputado Nereu Crispim, presidente do PSL do Rio Grande do Sul em conversa vazada.

Em gravação obtida pela colunista Rosane de Oliveira, do jornal Zero Hora do Rio Grande do Sul, o presidente do PSL do estado, o deputado federal Nereu Crispim, afirma que Jair Bolsonaro “vai tomar um impeachment”.

De acordo com o áudio, Crispim conversa com uma interlocutora a quem chama de Rose e diz que, se houve alguma irregularidade nas contas da legenda, Bolsonaro deveria ter o mandato cassado.

“Eu conheço o Bivar. E se houve alguma coisa lá errada, tem que cassar é o mandato do Bolsonaro, porque o partido tava com ele, não era com o Bivar, antes”, disse Crispim na conversa.

Em outro trecho, o deputado diz: “Eu vou só dizer uma coisa pra ti: o Bolsonaro vai tomar um impeachment. Escuta o que eu tô te dizendo”.

A interlocutora alerta Crispim sobre buscas envolvendo Luciano Bivar, presidente nacional da legenda. O deputado classifica como “retaliação” de Bolsonaro.

Bivar foi alvo de buscas em 15 de outubro, em operação que investiga o uso de candidaturas laranjas em Pernambuco, estado de Bivar. O resultado dessa busca foi o indiciamento dele e de outras três candidatas nas última sexta-feira (29).

Em entrevista, Crispim disse que pediu apuração da polícia sobre o vazamento, mas não negou nem confirmou o conteúdo da gravação. “Isso (veracidade) a Justiça vai decidir”.

“Eu apoio o presidente Bolsonaro, quem me elegeu foi ele. Isso (vazamento) a polícia e a Justiça vão resolver. Se fosse verdade, é uma interceptação telefônica ilegal. Se não, estão botando essa imagem com o interesse de me difamar e desmoralizar”, declarou.

Ouça o áudio

 

 

*Com informações do 247

Vídeo: Governo Bolsonaro chama John Lennon de satanista

Depois de transformar o porteiro do condomínio Vivendas da Barra de testemunha a réu, dizer que Leonardo DiCaprio financiou as queimadas na Amazônia, que a escravidão no Brasil foi boa para os negros, agora o governo Bolsonaro vem com uma nova teoria da conspiração através do novo presidente da Funarte – Fundação Nacional da Arte.

O inacreditável maestro Dante Mantovani, não foi econômico em seus delírios, dizendo que o Rock leva ao aborto e que John Lennon com aquela cara de bom moço fez pacto com o coisa ruim.

Fico pensando o que os roqueiros brasileiros que santificam Bolsonaro como Roger do Ultraje a Rigor vão dizer dessa declaração entre outras insanidades ditas pelo maestro fascista.

Lembrando que Roger, hoje, apoiou textualmente em seu twitter a chacina promovida pela PM de Dória em Paraisópolis, em que nove jovens e adolescentes foram assassinados durante o baile funk.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Relação comercial de Lula e Dilma com a China e as bilionárias reservas deixadas pelos petistas, salvam Bolsonaro

Que ironia!

Segundo o Infomoney, na manhã desta segunda-feira (2), Donald Trump, presidente dos EUA, surpreendeu novamente no Twitter ao dizer que vai retomar, de imediato, a imposição de tarifas a importações de aço e alumínio do Brasil e da Argentina, inaugurando uma nota etapa da guerra comercial.

A sua justificativa é de que ambos os países “vêm promovendo maciça desvalorização” de suas moedas, “o que não é bom” para produtores agrícolas americanos.

Assim, no pré-market da bolsa de Nova York, os American Depositary Receipts (ADRs) da Gerdau (GGBR4) chegaram a cair 3%, antes da abertura da bolsa brasileira.

O movimento se estendeu na abertura, com os ativos GGBR4 chegando a ter queda de 2,18%.

Contudo, os papéis da companhia, assim como de outras siderúrgicas, passaram de queda para ganhos, com o anúncio sendo compensado pelos dados positivos vindos da China e também com os investidores digerindo o real impacto do anúncio feito pelo presidente americano.

Já o dólar, segundo a antipetista Folha, subiu e foi a R$ 4,257 com declaração de Trump e o Banco Central interveio.

A Folha só não disse que a intervenção foi feita pelo Banco Central com uma extraordinária monta em reservas internacionais deixadas por Lula e Dilma.

Para Mourão, o Partido comunista Chinês é que nos salvará das garras de Trump por quem Bolsonaro tem amor platônico

Mourão disse hoje, pela manhã, logo depois de Trump anunciar a retaliação, aumentando as tarifas do aço brasileiro, que o Brasil não está desvalorizando o real de forma artificial como acusa Trump.

Segundo Mourão, isso é fruto da tensão geopolítica que estamos vivendo, que gera protecionismo e é anticíclica em relação à globalização.

Comentando o conflito comercial entre Estados Unidos e China, Mourão falou que o conflito entre eles gera oportunidades para países como o Brasil e leva a reações como a de Trump.

EUA e China passam por um choque tecnológico, comercial, mas é também uma disputa de poder”, afirmou Mourão.

“Óbvio que isso abre oportunidades a países como nós, que precisamos dinamizar exportações, de financiamento, de infraestrutura, de construção, e os chineses estão dispostos a financiar” comenta o vice-presidente.

Trocando em miúdos, em português claro e fluente, o que Mourão disse é que, se depender de Trump, o Brasil está morto e que a China comunista é que vai salvar o governo anticomunista e americanófilo de Bolsonaro.

Com isso, a China dá uma calça arriada nos EUA dentro do Brasil e um cala boca panaca nos bolsominions trumpistas, como Olavo de Carvalho.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

Jamil Chade: Amadora, diplomacia brasileira é duramente golpeada por Trump

Numa mensagem em seu twitter nesta manhã de segunda-feira, Donald Trump escreveu o que praticamente todos sabem: na Casa Branca, “America First” significa exatamente o que o slogan diz. Primeiro, defendemos os nossos interesses e qualquer aliança tem de estar disposta a entender que serve aos nossos objetivos.

Só o governo brasileiro e a nova chancelaria brasileira pareciam não querer acreditar. Ou entender, o que é mais grave.

Numa resposta à desvalorização do real, que torna as exportações agrícolas mais competitivas e podem afetar os produtores dos EUA, o governo americano anunciou a imposição de tarifas sobre a siderurgia brasileira.

Uma retaliação ilegal e que repete com o Brasil o mesmo comportamento que Washington vem mantendo com a China.

Mas a decisão vai muito além dos metais. Ela golpeia o centro da política externa de Bolsonaro, que fez questão de anunciar sua admiração pelo presidente americano e, ao longo dos meses, repetiu como estava sendo tratado como um aliado especial pelo chefe do Salão Oval.

Um primeiro sinal claro do “desencanto” ocorreu quando o governo americano mandou uma carta oficial para OCDE para apontar quais países teriam preferências para aderir à instituição, sem citar o nome do Brasil.

O governo Bolsonaro, nos bastidores, pediu explicações. Mas, oficialmente, os dois “parceiros” reiteraram que aquela carta não era importante e que o que interessava era o compromisso público de Trump com a adesão do país, o que jamais se transformou em realidade.

Um segundo desencanto veio quando o governo brasileiro não conseguiu obter as autorizações para voltar a exportar carne bovina ao mercado americano.

Agora, quase um ano depois de assumir a diplomacia brasileira, a realidade é que a nova decisão de Trump deixa o chanceler Ernesto Araújo numa enorme saia-justa.

Em fóruns internacionais, a aliança entre o Brasil e os EUA já afastou o país do bloco das economias em desenvolvimento.

Na OMC, o Brasil sequer conseguiu eleger um de seus quadros mais qualificados para presidir uma negociação. Motivo: a instrumentalização feita pela Índia da existência da relação carnal entre Bolsonaro e Trump.

Também na OMC, o Brasil indicou que abandonaria certos privilégios que tinha como país em desenvolvimento, além de abrir seu mercado para o trigo americano.

Em política externa, não existem amigos. Apenas interesses. Tampouco há espaço para declarações de amor – muito menos num segundo encontro.

Em 2017, Ernesto Araújo publicou nos Cadernos de Política Exterior do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI), uma defesa das políticas de Donald Trump e seu papel em “salvar” o Ocidente.

“Só quem ainda leva a sério a história do Ocidente, só quem continua sendo ator e não mero espectador, são os norte?americanos, ou pelo menos alguns norte?americanos.

Hoje, é muito mais fácil encontrar um ocidentalista convicto no Kansas ou em Idaho do que em Paris ou Berlim”, escreveu.

Um ano depois de comandar o Itamaraty, ou ele entende que Trump apenas tem o interesse de salvar seu mandato, ou está na hora de buscar uma função em algum think-tank financiado pelos ultra-conservadores americanos.

Quanto ao presidente Bolsonaro, um admirador convicto da Ditadura Militar, ele poderia passar mais seu tempo estudando o fato de que nem seus generais de cabeceira se entregaram aos EUA e, ouso dizer, não bateram continência à bandeira americana.

 

 

*Jamil Chade/Uol