Mês: novembro 2020

MPRJ diz que Flávio Bolsonaro aumentou patrimônio de forma ‘sorrateira’ e com desvio de recursos públicos

Documento indica que o parlamentar tem ‘predileção pelo uso de dinheiro em espécie’. Procuradores afirmam ainda que constataram inexistência de comprovação material das operações declaradas ao fisco. Senador nega irregularidades.

A denúncia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro contra o senador Flávio Bolsonaro diz que o parlamentar tem “predileção pelo uso de dinheiro em espécie” e integrou ao seu patrimônio valores ilícitos de forma “sorrateira”, vindos de desvio de recursos públicos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

O MP informou esta semana que denunciou à Justiça Flávio Bolsonaro, o ex-assessor Fabrício Queiroz e mais 15 investigados por organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita no esquema das rachadinhas – quando funcionários devolvem parte dos salários para o parlamentar. Flávio Bolsonaro nega as acusações.

O procurador Ricardo Martins, que assina o documento encaminhado à Justiça, afirma que o denunciado “fazia pouquíssimo uso de serviços bancários como cartões de crédito e débito”. Num período de 36 meses, entre 2007 e 2009, o filho do presidente Jair Bolsonaro gastou pouco mais de R$ 7 mil com faturas de cartão de crédito, em uma média mensal de R$ 195.

No mesmo período, afirma o procurador, Flávio fez vários investimentos vindos de “fontes estranhas”. Pagou, em dinheiro vivo, R$ 90 mil em uma corretora de ações. Perdeu o dinheiro e ainda ficou com uma dívida de mais R$15,5 mil.

Segundo a denúncia, Flávio comprou ainda 12 salas comerciais em condomínio na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, e desembolsou R$ 262 mil no mesmo período. Segundo o MP, “os extratos bancários do ex-Deputado não registraram nenhum débito que fosse compatível com as datas e valores dos recebimentos informados pelas imobiliárias”.

O procurador conclui que 65% das despesas para a aquisição das salas comerciais no ano de 2008 foram quitadas com cheques de terceiros e depósitos em espécie, ao passo que o percentual restante foi pago mediante boletos bancários que não foram debitados na conta do parlamentar”.

Segundo os investigadores, o MP teve dificuldade em apurar tais transações. Por isso, pede agora à Justiça que, “diante das reiteradas omissões da imobiliária em atender integralmente às requisições do Ministério Público ao longo da investigação”, haja uma ordem judicial para que a empresa informe, em 10 dias, a identificação de cheques de terceiros usados para pagar as salas comerciais.

O MP destaca que as declarações de Flávio Bolsonaro à Receita Federal registram no ano calendário de 2008 a contratação de empréstimos com familiares e assessores parlamentares de seus familiares, somando R$ 230 mil.

O procurador observa que tais empréstimos poderiam, “em tese, justificar pelo menos parte dos pagamentos do empreendimento imobiliário”.

Os investigadores, no entanto, afirmam não encontraram movimentações bancárias para lastrear tais empréstimos. O MP afirma que há “inexistência de comprovação material das operações declaradas ao Fisco”. E aponta que, “não consta qualquer crédito correspondente aos empréstimos na conta bancária do ex-deputado”. E, também segundo o MP, Flávio quitou os empréstimos no ano seguinte, também em espécie.

O MP diz que fez cruzamentos de dados de todas as movimentações financeiras de Flávio e de sua esposa, Fernanda Bolsonaro, mapeando todas as entradas e saídas de dinheiro. Entre 2010 e 2014, por exemplo, houve um “saldo a descoberto no valor de R$ 977.611,26, correspondente à estimativa de parte do enriquecimento ilícito” do casal nesse período.

 

*Com informações do G1

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Exclusivo: Lista do TCU tem políticos milionários que receberam auxílio emergencial; veja a lista

Tribunal cruzou dados do TSE com lista dos que receberam ajuda para a Covid-19 em todo o país.

O TCU (Tribunal de Contas da União) divulgará nesta sexta-feira (6), em seu site, as listas de candidatos a cargos eletivos que receberam bolsa-família ou o auxílio emergencial da Covid-19 e que declararam patrimônio acima de R$ 300 mil.

A coluna teve acesso exclusivo à lista do auxílio emergencial [ver abaixo].

Os nomes serão publicados no site do TCU em duas listas separadas: uma delas terá 10 mil candidatos que têm patrimônio entre R$ 300 mil e R$ 1 milhão. A outra trará 1.300 que declararam mais de R$ 1 milhão.

A decisão de divulgar os nomes foi do ministro do TCU Bruno Dantas.

Há casos, por exemplo, como o de Elias João Neto, candidato a vereador em Cândido Mota (SP), que declarou patrimônio de R$ 11 milhões _R$ 10 milhões em três fazendas e R$ 950 mil em “dinheiro em espécie”.

Ele está na lista de beneficiários do auxílio emergencial, segundo o TCU, tendo recebido já R$ 1.200.

Um outro exemplo é o de Leandro Adilson Romero, candidato a vice-prefeito de Álvares Florence (SP) pelo DEM. Ele declarou patrimônio de R$ 10,2 milhões –entre eles estão 50% de cotas de uma empresa, terrenos e R$ 80 mil em “dinheiro em espécie”.

Segundo o TCU, Leandro recebeu R$ 600 de auxílio emergencial.

No cidade de Machado, também em Minas Gerais, o candidato Lúcio do Café (PSDB-MG) declarou R$ 3.100.000,00 em bens, sendo o quinhão de R$ 2,5 mi correspondente a um imóvel rural. Ele recebeu, segundo o TCU, R$ 600 em auxílio emergencial.​

Na lista há também casos que indicam erros formais dos candidatos na hora de declarar o patrimônio. Em seu despacho, Bruno Dantas chama a atenção para a possível ocorrência desses erros, lembrando que as declarações de bens à Justiça Eleitoral são feitas pelos próprios concorrentes.

O candidato a vereador Elizeu Candido Garcia (PSL-MG), que se apresenta em Ipatinga como Elizeu do Uber (PSL-MG), declarou R$ 314.103.990,00 em bens e recebeu R$ 1.800 em auxílio emergencial.

Em um dos ítens de sua prestação de contas, porém, ele lista um prédio residencial de R$ 314 mil, valor mais próximo do mercado da cidade –o que indica que se equivocou na hora de declarar o total de seus bens. Elizeu, no entanto, também faria parte da lista, que inclui políticos com bens acima de R$ 300 mil.

O candidato a vereador Haidan de Araújo, que concorre em Espírito Santo do Pinhal (SP) pelo Republicanos, declarou que tem uma Parati, e atribuiu ao carro o valor de R$ 13 milhões, num evidente equívoco.

A maior parte dos nomes, no entanto, tem bens declarados entre R$ 300 mil e R$ 10 milhões, em valores compatíveis com os de mercado.

Veja, no link abaixo, a íntegra da lista de candidatos com patrimônio superior a R$ 300 mil que receberam o auxílio emergencial da Covid-19:​

https://drive.google.com/file/d/1cEG_I7AQRikWIqOfdYs039YrMTTkicaW/view

*Monica Bergamo/Folha

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China lança primeiro satélite com tecnologia ‘6G’ no mundo

Satélite testará comunicação na frequência dos Terahertz, essencial para a próxima geração de redes de telefonia móvel.

A China colocou em órbita nesta sexta-feira (6) o primeiro satélite com ‘tecnologia 6G’ do mundo. Operado pela Universidade de Ciência Eletrônica e Tecnologia da China (UESTC), em Chengdu, na província de Sichuan, ele tem como principal objetivo sensoreamento remoto do solo, com foco em áreas como construção urbana, agricultura e monitoramento florestal, e foi lançado a bordo de um foguete Longa Marcha 6 junto com 10 satélites de monitoramento terrestre NuSat, operados pela empresa argentina Satellogic.

O satélite também testará comunicação em uma faixa de frequências que é considerada crucial para a próxima geração da tecnologia móvel, a 6G. Ele é equipado com um um transmissor e receptor capaz de comunicação na faixa de frequência dos Terahertz, e servirá como uma plataforma de testes para aplicação da tecnologia no espaço. Esta faixa de frequências é cobiçada para a tecnologia 6G pois tem como vantagens uma abundância de espectro e alta taxa de transmissão.

Dificuldades no uso prático

Entretanto, comunicação na faixa dos Terahertz apresenta desafios como baixo alcance e a dificuldade de atravessar obstáculos, como construções. São os mesmos problemas que afligem as atuais redes 5G na faixa de frequências conhecida como “millimeter wave”.

Empresas chinesas como Huawei e MediaTek já trabalham no desenvolvimento da tecnologia necessária para as redes 6G. A Samsung espera que ela começará a ser oferecida comercialmente em 2028 e chegará aos consumidores em larga escala em 2030, com velocidades de download de até 1.000 gigabits por segundo.

 

*Com informações do Olhar Digital

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Negros foram decisivos para virada histórica de Biden na Georgia

Estado que tradicionalmente vota pelo partido republicano, de Trump, é palco de protestos antirracistas desde junho.

A mobilização negra é considerada determinante para a virada histórica de Joe Biden (Partido Democrata) contra Donald Trump (Partido Republicano) no estado da Georgia, Sudeste dos EUA. O candidato da oposição passou à frente na contagem com quase 99% das urnas apuradas, e está cada vez mais perto de ser eleito o 46º presidente do país. Ainda com a apuração em andamento, o secretário de Estado da Georgia, Brad Raffensperger, afirmou que haverá recontagem no estado por conta da margem reduzida de votos entre os candidatos.

O Partido Democrata não vence as eleições presidenciais na Georgia há 28 anos – a última vez foi com Bill Clinton, em 1992. Das últimas 12 eleições, os republicanos venceram nove. Se a virada apertada se confirmar, Biden chegará a 280 delegados, dez a mais que o necessário para assumir a Casa Branca.

Nos chamados “estados-chave” da corrida presidencial estadunidense, a Georgia é o que tem a maior porcentagem de eleitores negros: 32,6%, quase 20 pontos percentuais a mais que a média nacional.

Parte dessa estatística pode ser atribuída ao projeto New Georgia, articulado por líderes políticos como Stacey Abrams, candidata negra e democrata a governadora em 2018. Nos últimos dois anos, a iniciativa foi responsável por garantir o registro eleitoral de 800 mil cidadãos, em sua maioria negros, que eram excluídos das votações anteriores no estado por problemas com a documentação.

Abrams não foi eleita governadora por uma diferença de 2% dos votos, e é apontada como favorita nas eleições de 2022. Nos EUA, o voto não é obrigatório, e o carro-chefe de suas campanhas é justamente estimular que a população negra exerça seu direito nas urnas.

Questão racial

Com perfil rural e conservador, a Georgia tem sua história atravessada pela escravidão e pelo racismo. Até a década de 1960, havia segregação racial em todas as escolas – brancos e negros jamais estudavam juntos.

Segundo o Censo dos EUA de 2018, 31,6% da população é negra ou afro-americana, e cerca de 58,3% são brancos. A parcela de negros na Georgia cresceu 15,4% desde 2010, especialmente nos subúrbios das grandes cidades o que intensificou os conflitos raciais e as mobilizações antirracistas.

Este ano, em que a violência policial contra negros se tornou um dos principais temas da campanha, o estado também foi palco de protestos. Os mais intensos foram desencadeados pelo assassinato de um homem negro, Rayshard Brooks, durante uma abordagem policial no dia 12 de junho no estacionamento de uma lanchonete na capital Atlanta.

O episódio ocorreu em meio à comoção nacional pelo assassinato de outro homem negro, George Floyd, no estado de Minesotta, 17 dias antes.

As mobilizações na Georgia levaram à renúncia da chefe da polícia de Atlanta, Erika Shields, e cinco meses depois são consideradas por analistas locais como a principal explicação para a vitória do Partido Democrata no estado.

O atual presidente, Donald Trump, que critica a “violência do movimento negro” e não adota uma postura de repúdio à brutalidade policial, era um dos principais alvos dos protestos.

 

*Com informações do Brasil de Fato

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Uribe e Trump: Uma identificação tão perversa quanto tóxica

O uribismo foi fundamental na articulação da extrema direita do continente em torno de Trump, e hoje nenhum país contesta a posição incondicional da Colômbia.

Em outubro, quando um juiz libertou o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, Trump vibrou parabenizando-o e chamando-o de herói e aliado na luta contra castro-chavismo. Dois meses antes, o vice-presidente Pence havia pedido sua libertação, depois de falar com o atual presidente Iván Duque, afilhado político de Uribe.

Esta semana foi conhecida a intervenção aberta do partido uribista Centro Democrático e do embaixador Pacho Santos na campanha eleitoral na Flórida. Goldberg, o embaixador dos Estados Unidos na Colômbia, chamou a atenção para o assunto. Foi ele mesmo quem engendrou um golpe militar fracassado na Bolívia, em 2008, quando representava aquele país. Que ironia! Como se os Estados Unidos não estivessem intervindo e dando ordens na Colômbia por mais de um século, as quais são obedecidas por nossos dirigentes quase sempre sem objeções.

No entanto, há uma notícia que não podemos deixar passar. A estreita relação entre Trump e Uribe, que mal se conhecem, parte de uma identificação plena de ambos com a ideologia e a agenda do fascista de extrema-direita, fortalecida em todo o mundo graças ao magnata.

É uma agenda que se adapta a cada caso. A de Trump tem sido marcada pelo insulto, pela ameaça e pela guerra, diante do diálogo e da negociação para resolver conflitos; pela xenofobia, supremacia branca e racismo; valores patriarcais e cultura machista, desprezo pela diversidade e fanatismo religioso; exclusão social, prioridade das empresas privadas e familiares; desprezo pelas instituições nacionais e globais e manipulação de seus seguidores, recorrendo à gestão dos instintos primários.

Outra característica distintiva é seu desprezo pela ciência. Como o maior porta-voz dos negadores das mudanças climáticas, ele tirou o país da conferência do clima e reverteu o que Obama fez a respeito. Seu desprezo pela pandemia e pelos mais vulneráveis %u20B%u20Bfez dos Estados Unidos o país com mais infecções e mortes. Contra várias vozes, incluindo a do Papa Francisco, ele reforçou as sanções penais unilaterais contra Irã, Cuba e Venezuela.

Seus aliados colombianos compartilham essa agenda e fazem o mesmo. Uribe é o principal inimigo da paz; despreza o império da lei e concentra cada vez mais poder. Como grande proprietário de terras, ele e seus correligionários estabeleceram laços obscuros com organizações mafiosas.

Ele despreza os indígenas e os camponeses; estigmatiza os líderes sociais, em um país onde isso basta para matá-los. Suas façanhas não param por aí, pois os crimes e massacres deste ano são sem precedentes. As empresas privadas e familiares à custa do Estado também não lhe são estranhas: ele adora o setor financeiro.

Na região, nenhum país hoje contesta a posição incondicional da Colômbia contra Trump. Alguns exemplos:

Em primeiro lugar, para intensificar a campanha de cerco e agressão contra a Venezuela, Trump promoveu o chamado Grupo de Lima, que vem se tornando ineficiente, mas ainda está vivo. Esta estratégia, que inclui a presença ilegal de tropas estadunidenses em território colombiano, visa derrubar Nicolás Maduro, se apropriar dos recursos do país vizinho, gerar uma guerra na fronteira e golpear com força o maltratado Acordo de Paz colombianos.

Em segundo lugar, Trump aumentou o bloqueio à Cuba, revertendo assim a reaproximação política e diplomática empreendida pelo governo Obama (e Biden), mediado pelo Papa. Na tarefa de isolamento de Cuba, a Colômbia também o apoiou, chegando a pedir que Washington incluísse a ilha em sua lista de terroristas, por se recusar a extraditar membros do ELN (Exército de Libertação Nacional) que estão em seu território, em uma ação que seria contra o direito internacional.

Em terceiro lugar, Duque apoiou Trump em suas mudanças regressivas no sistema interamericano. A reeleição do malfadado Luis Almagro como secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), contra a maioria dos países, foi arquitetada pelos Estados Unidos e secundada pela Colômbia e pelo Brasil. Situação semelhante ocorreu com a eleição para o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), com a eleição do norte-americano Mauricio Claver-Carone, ex-assessor do presidente Trump.

A CIDH (Comissão Interamericana dos Direitos Humanos), foi enfraquecida. Almagro, com a cumplicidade da Colômbia, não ratificou seu secretário executivo, o brasileiro Paulo Abrão, o que foi denunciado como “um sério atentado contra sua autonomia e independência”. Na 50ª Assembleia da OEA, na semana passada, o embaixador colombiano, monsenhor Alejandro Ordóñez, se pronunciou contra os direitos das pessoas LGBT e contra o reconhecimento da diversidade das mulheres.

Assim, o uribismo tem sido fundamental na articulação e fortalecimento da extrema-direita do continente em torno de Trump. Com isso, Duque conseguiu romper o apoio que o Acordo de Havana tinha na região, que atende a sua estratégia nacional de descrédito e desmantelamento. Para isso, não para de atacar os Juizados Especiais de Paz, como fazem também os Estados Unidos.

Por tudo isso, o resultado das eleições dos Estados Unidos deve preocupar a Colômbia. Apesar de concordarem com uma visão imperial e com a preocupação com o desafio global colocado pela China, Trump e Biden não representam a mesma coisa. O que a vitória do candidato democrata garantiria para o país? Nada menos que uma derrota para a extrema-direita fascista e seus amigos, e melhores condições para a luta por mudanças reais. Bolívia e Chile mostraram o caminho.

*Publicado originalmente em ‘Las 2 Orillas’ | Tradução de Victor Farinelli/Via Carta Maior

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O traíra Bolsonaro, agora, chuta Trump como um cachorro morto

Todo brasileiro sabe que a principal característica de Bolsonaro é a traição. E não foi diferente agora em que Trump está fragorosamente sendo derrotado por Biden, dizendo que Trump não é tão importante assim, que importante é Deus, ou seja, já avisando que o próximo a ser traído por ele, é o próprio Deus.

O sujeito não vale nada. São incontáveis os números de traições que ele acumula como traíra número um da nação. Bolsonaro nunca teve amigos, apenas filhos, governa com e para eles. É o clã acima de tudo e acima de todos.

Agora, não pretende mais se comprometer com o falido Trump e, sem qualquer disfarce, já o jogou aos leões, mesmo antes da eleição americana bater o martelo da vitória de Biden.

A principal característica do bajulador é essa de Bolsonaro, falso e desleal, trai sem o menor escrúpulo quem tinha nele alguém confiável.

Um falsificador capaz de montar uma farsa, como a da facada, é fingido o suficiente para se tornar um infiel para aqueles que o traidor bajulava.

E foi exatamente isso que Bolsonaro fez, nesta sexta-feira, em discurso oficial contra Trump.

*Carlos Henrique Machado Freitas

*Foto destaque: ALan Santos

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Alemanha ataca “show” de Trump; Europa detecta risco de violência nos EUA

O tom desafiador de Donald Trump em sua última declaração à imprensa e as acusações falsas de corrupção e fraude na apuração de votos levam governos estrangeiros a temer pela eclosão da violência nos EUA.

“Os Estados Unidos são mais do que um show de um homem só”, disse o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, abandonando a tradição de não se envolver em assuntos domésticos eleitorais dos EUA.”

“Aqueles que continuam a acrescentar combustível ao fogo na situação atual estão agindo de forma irresponsável”, denunciou. Para ele, “os perdedores decentes são mais importantes para o funcionamento da democracia do que os vencedores brilhantes”.

Um dia antes, o Ministério da Defesa da Alemanha já havia alertado para o risco de uma “crise constitucional” e uma situação “explosiva”.

Membros do corpo diplomático europeu indicaram ainda que foram alertados por serviços de inteligência sobre o risco de violência. A informação também chegou ao Itamaraty, em Brasília.

O tom incendiário ainda foi promovido pelo ex-conselheiro de Trump, Steve Bannon. O Twitter suspendeu permanentemente sua conta depois que Bannon afirmou que Anthony Fauci deveria ser decapitado. Num vídeo, ele ainda repetiu a narrativa de Trump de que ele venceu a eleição, algo que os números oficiais negam.

Mediadores que estiveram em contato com a família de Trump na Casa Branca nos últimos dias acreditam que o risco de violência é ainda real, ainda que a dimensão possa ser bem menor do que havia sido previsto.

Na esperança de evitar uma crise constitucional e social, negociadores que tradicionalmente foram enviados para buscar acordos de paz com governos estrangeiros estiveram focados em evitar que seu próprio país entrasse em colapso.

Uma missão internacional de observadores também constatou o risco de que o comportamento de Trump ameace o processo. O grupo de mais de 100 especialistas foi enviado pela OSCE para acompanhar o pleito nos EUA e considerou o comportamento do presidente de “abuso de poder”.

“Os ingredientes para a agitação social estão presentes”

Antes mesmo da eleição, entidades já tinham feito alertas de que um cenário de violência poderia ocorrer. O International Crisis Group, por exemplo, indicou que “os ingredientes para a agitação estão presentes”.

“O eleitorado é polarizado, ambos os lados enquadram os riscos como existenciais, os atores violentos podem interromper o processo e é possível uma contestação prolongada. A retórica muitas vezes incendiária do Presidente Donald Trump sugere que ele irá mais provavelmente aumentar do que acalmar as tensões”, indicou o grupo, dias antes da votação.

“Além das implicações para qualquer americano apanhado pela agitação, a eleição será um prenúncio de que suas instituições podem guiar os EUA com segurança através de um período de mudanças sócio-políticas. Caso contrário, o país mais poderoso do mundo poderá enfrentar um período de instabilidade crescente e uma credibilidade cada vez menor no exterior”, alertou.

Para o grupo, a história americana e a situação atual precisam ser levadas em conta. “Os Estados Unidos tem visto escravidão, guerra civil, linchamentos, conflitos trabalhistas e a limpeza étnica dos povos indígenas. As feridas desses legados nunca sararam completamente. O país está inundado de armas de fogo, tem níveis de homicídios por armas inigualáveis por qualquer outro país de alta renda e é o lar de um movimento de supremacia branca que, como discutido abaixo, está crescendo em virulência”, alertou.

“A injustiça racial, a desigualdade econômica e a brutalidade policial são fontes crônicas de tensão, que periodicamente se transformam em manifestações pacíficas em larga escala e, às vezes, em tumultos civis”, disse.

Já o Instituto Brookings apontou que o FBI e as empresas de mídia social estão “todos em alerta, tentando identificar indivíduos potencialmente violentos”.

Segundo a análise, se a violência for limitada, a aplicação da lei pode impedi-la de se transformar numa bola de neve. “A maior incerteza, infelizmente, é o próprio Presidente dos Estados Unidos. Ele tem o poder de aliviar a ameaça ou de exacerbar a polarização”, previa o grupo, dias antes do pleito.

 

*Jamil Chade/Uol

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Biden está com a mão na taça e Bolsonaro com a mão na brocha

Trump fracassou miseravelmente.

Vai se confirmando que nesta quinta-feira (05), Trump fez um discurso de derrotado, só faltou imitar o bolsonarista Constantino chorando por perder o emprego.

Dentro da cultura americana, Trump entrou para a galeria dos fracassados, dos perdedores, por não conseguir se reeleger, e daí não sai nunca mais. Erra quem acredita que ele deixará legado com o suposto trumpismo resiliente.

A contagem de votos ainda não acabou, mas, perdendo na Georgia, como está, Trump só tem uma saída, apelar para Moro prometendo a ele a pasta da Justiça em troca da prisão de Biden.

A ascensão da estrema direita, ancorada pela vitória de Trump, há quatro anos, não terá sobrevida capaz de abrir novas picadas, nem com todas as milícias digitais entrando em ação.

Trump foi moralmente desancado. Não foi uma derrota qualquer. Se ele conquistou a presidência dos EUA numa guerra digital, criando rebanho na base do sentimento belicoso, o coronavírus colocou uma faca em sua nuca, o que fez com que a campanha de Biden transformasse Trump em um mero boi de corte.

O esperto quis se criar na pandemia, alimentando-a como o suposto pretexto de salvar a economia, arrastou mais de 240 mil norte-americanos para a morte, deixando para o povo uma luta solitária contra o vírus, imaginando que asseguraria sua vitória se certificasse o carimbo de vírus chinês nas redes sociais.

A atitude clássica de um perdedor bandoleiro vista ontem no discurso de Trump, mereceu a censura de três das maiores redes de TVs americanas. Por mais bagunçada que seja a apuração de votos pelo sistema americano, Trump, ao contrário de somar votos contra a democracia, produziu atritos fortes até mesmo dentro do partido Republicano.

O fundamentalismo de laboratório tem seus limites, até porque aqui não se fala de polos em que, na vitória de um, bombardeia-se a essência da própria democracia norte-americana, por mais erros e defeitos que ela possa ter.

Dentro do sistema dos EUA, a democracia serve, como sempre serviu, a quem de fato tem poder na arena estadunidense.

Trump foi ingênuo ao tentar fazer ataque institucional à democracia, pois gerou uma reação graúda contra ele, e isso lhe jogará num pântano ainda mais lodoso.

No Brasil, onde Bolsonaro herdou o lado mais grotesco do bufão americano, os reflexos não serão pequenos. Com a queda de Trump, o chão de Bolsonaro desaparece. Todo o seu percurso foi milimetricamente copiado, ao menos naquilo que ele acredita ser uma cópia de Trump, mesmo que os resultados da economia no Brasil, com Bolsonaro, fossem diametralmente opostos aos dos EUA.

Trump agiu durante quatro anos como um ultranacionalista, e Bolsonaro, como um ultraentreguista. Por isso os dois se davam bem, pois, juntos, sempre somaram forças para benefício dos EUA em detrimento do Brasil.

Por isso, a derrota de Trump significa uma fatura amarga e automática para Bolsonaro, até porque, depois de Trump, somente Bolsonaro matou mais gente por Covid-19 no mundo e, consequentemente, terá o mesmo destino de seu ídolo.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Presidente eleito da Bolívia sofre ataque com dinamite, mas sai ileso

Segundo o MAS, manifestantes deixaram explosivos em gabinete durante reunião de dirigentes em La Paz.

La Paz/AFP – O presidente eleito da Bolívia, Luis Arce, foi alvo de um ataque com dinamites na noite desta quinta-feira (5), mas não ficou ferido, disse um porta-voz do partido MAS (Movimento Ao Socialismo) à imprensa local.

De acordo com a agremiação, um grupo de manifestantes deixou os explosivos em frente a um escritório de campanha em La Paz enquanto acontecia uma reunião de dirigentes da qual Arce participava.

O porta-voz do MAS, Sebastián Michel, disse que a explosão ocorreu na porta da casa e que ninguém ficou ferido. A polícia investiga o caso.

“Estamos muito preocupados com o que está acontecendo. Sentimos que estamos à mercê de nós mesmos, totalmente desprotegidos e ninguém nos dá a garantia necessária para a segurança de nossa autoridade”, disse Michel em entrevista a meios de comunicação locais.

Segundo o porta-voz, o presidente eleito ainda não conta com escolta das forças de segurança. Michel lamentou a existência de “grupos radicalizados” que ameaçam a propriedade e a vida das pessoas.

A posse de Arce está prevista para acontecer no domingo (8). Sua vitória nas eleições de outubro sinalizou um retorno à normalidade democrática quase um ano depois de o presidente Evo Morales renunciar, pressionado por protestos populares e pelas Forças Armadas.

Jeanine Añez, que assumiu a Presidência da Bolívia dois dias depois da renúncia de Evo, fez seu último pronunciamento à nação nesta quinta-feira (5).

“Parto feliz por ver que o convívio democrático avançou e amadurece na Bolívia. Há divergências de ideias, visões e interesses, mas ambos os lados sabem que o caminho para resolver essas diferenças é a democracia”, disse, em um discurso transmitido pela TV.

“Parto com a alegria de saber que entrego um sistema que respeita o voto popular, a lei e a liberdade política.”

Na região de Santa Cruz, reduto da direita boliviana, lideranças civis iniciaram uma greve de dois dias contra Arce. De acordo com Fernando Larach, um dos cabeças do movimento, a principal pauta dos grevistas é a exigência de uma auditoria no processo que elegeu o novo presidente.

Ex-ministro da Economia no governo de Evo, Arce venceu com mais de 55,2% dos votos, derrotando o ex-presidente Carlos Mesa, de centro-esquerda, que obteve 28,9% e o representante da ultradireita Luis Fernando Camacho, que é de Santa Cruz e recebeu 14% dos votos.

De acordo com imagens de emissoras bolivianas, havia nesta quinta alguns povoados na região em que estradas foram bloqueadas com pedaços de madeira, pneus e entulho. Em outras localidades do entorno, porém, não houve grande adesão à greve.

Desde a semana passada, Santa Cruz, a cidade mais populosa da Bolívia, tornou-se palco de protestos ocasionais contra Arce, convocados por um conglomerado de grupos civis e empresários de direita.

Os manifestantes pedem auditoria das eleições e rejeitam a polêmica decisão do Congresso, controlado pelo MAS, de reduzir o quórum necessário para aprovar determinados projetos, confirmar a promoção de generais e nomear embaixadores.

Os grupos de Santa Cruz ameaçam estender os protestos a La Paz, mas aliados de Arce preveem que as tensões devem diminuir até o domingo.

​”Nos declaramos em estado de emergência para resguardar a paz, para que não haja confronto entre irmãos nos dias de transição de poder”, disse Juan Carlos Huarachi, líder da Central Obrera Boliviana (COB), uma das principais centrais sindicais do país

 

*Com informações da Folha

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Assistimos ao vivo como morrem as democracias

Assistimos nesta noite de quinta-feira como morrem as democracias. Ao tomar a palavra, Donald Trump fez um dos maiores ataques contra o sistema eleitoral americano. E o fez ao vivo, transmitido para todo o mundo.

Acusando o processo de corrupto e denunciando uma suposta fraude, o presidente minou um dos pilares de um sistema que é alvo de um consenso de séculos nos EUA. Sem apresentar provas, Trump usou palavras como “violência”, distribuiu ódio, desconfiança e alimentou uma base radical que pode representar uma ameaça à estabilidade social.

A coluna obteve informações de que, nos últimos dias, mediadores entraram em contato com a cúpula da Casa Branca para pedir “calma” e alertar sobre os riscos de confrontos armados caso o presidente adotasse um tom de ameaça e incendiário.

Mas Trump ignorou o apelo. O poder é a meta, mesmo que isso represente um abalo irreversível à confiança de parte da popular em relação ao sistema. Ao subjugar as instituições aos seus desejos, ele abre uma nova era na história das democracias ocidentais.

E deve servir como um alerta a todos os países que, hoje, são governados por líderes que se dizem democratas. Mas que, obviamente, não estão dispostos a ser derrotados pelos mesmos sistemas que os elegeram ao cargo.

Acusações de fraude estão na cartilha dos charlatães e são usadas sempre que a vontade popular se mostra mais forte que seus ímpetos autoritários. O que dizer de um líder sul-americano que serve de caixa de ressonância para as acusações de Trump e, se não bastasse, orgulhosamente faz apologia a ditadores que se recusaram a deixar o poder e torturadores?

O regime democrático implica que todos estejam de acordo com as regras do jogo e que a oposição seja vista como legítima.

Ao se recusar a aceitar as regras, Trump rompe com um pacto fundamental na história recente do Ocidente. Trump, que é apontado pelo chanceler Ernesto Araújo como o “único que pode salvar o Ocidente”, acaba de golpear essa civilização em seu coração.

 

*Jamil Chade/Uol

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