Ano: 2020

Bolsonaro acelera deterioração do Brasil

El País faz uma análise de um ano de governo Bolsonaro em que ele tenta trazer um dos pontos dessa tragédia em seu ataque a democracia.

Lógico que a coisa nesse governo é ainda muito pior.

Inflação, recessão, desemprego em massa, precarização, bicos, endividamento do povo e quebradeira de empresas.

Nenhuma pasta do ministério de Bolsonaro funciona. Os ministros são escancaradamente incompetentes. Então, o resultado não poderia ser outro.

O desastre está 100% garantido.

A direita nunca teve projeto para o Brasil e sim contra. Não seria diferente com Bolsonaro e Moro atuando juntos.

El País: Bolsonaro acelera deterioração da democracia no Brasil

A chegada ao poder no Brasil de Jair Bolsonaro — o primeiro presidente ultradireitista desde o retorno à democracia em 1985 — veio acompanhada de grandes temores por parte de seus adversários e das minorias. O primeiro ano de mandato incluiu confrontos com outros poderes do Estado, ataques à imprensa, à ciência, à história… decisões controvertidas e infinitas polêmicas. O militar reformado, que mantém vivo o discurso de nós contra eles da campanha e é abertamente hostil à esquerda, testou as instituições do Brasil.

O apoio à democracia caiu sete pontos, a 62% desde sua posse, os indiferentes ao formato de Governo aumentam enquanto se mantém em 12% a porcentagem dos que acreditam que em certas circunstâncias a ditadura é melhor, de acordo com a pesquisa do Datafolha divulgada no Ano Novo.

O Congresso, no qual não tem maioria, deteve suas iniciativas legislativas mais radicais como eximir policiais e militares de responsabilidade em tiroteios com bandidos e purgar os livros escolares de esquerdismo. O Supremo também foi uma barreira. Mas em áreas como a política cultural, destruiu tudo aquilo que não bate com sua visão. Os editoriais contra seus instintos autoritários são frequentes.

A ONU ligou os alarmes já em setembro, através de sua alta comissária para os Direitos Humanos, a ex-presidenta Michele Bachelet, que após criticar o aumento de mortos por disparos policiais afirmou: “Nos últimos meses observamos uma redução do espaço cívico e democrático, caracterizado por ataques contra os defensores dos direitos humanos e restrições impostas ao trabalho da sociedade civil”. Bolsonaro respondeu cruelmente ao ofender a memória do pai da chilena, um militar assassinado pela ditadura a quem acusou de comunista.

O último relatório anual sobre a qualidade da democracia no mundo do V-dem, um instituto da Universidade de Gotemburgo, coloca o Brasil no top 30% dos mais democráticos, mas alerta sobre sua guinada à autocracia (e a dos EUA, entre outros). O balanço de 2018, antes de Bolsonaro, já apontava uma deterioração desde os anos conturbados do impeachment da esquerdista Dilma Rousseff.

Ainda que o relatório sobre 2019 só fique pronto em alguns meses, o diretor do V-dem, o professor Staffan I. Lindberg, alerta que, baseado em suas observações, o Brasil vive “uma guinada à autocracia das mais rápidas e intensas do mundo nos últimos anos”.

O que mais preocupa esses acadêmicos, diz por telefone da Suécia, são os esforços do presidente e seu Governo para calar os críticos, sejam adversários políticos, juízes que investigam a corrupção, jornalistas, acadêmicos e membros da sociedade civil. “Foi o que fez (Recep Tayyip) Erdogan quando levou a Turquia da democracia à ditadura, o que faz (Viktor) Orban na Hungria, que está prestes a deixar de ser uma democracia, e exatamente o que (Narendra) Modi faz na Índia”, alerta Lindberg.

Os exemplos são inúmeros. Bolsonaro destituiu o diretor do órgão que realiza a medição oficial do desmatamento na Amazônia, pediu um boicote ao jornal Folha de S.Paulo e às empresas anunciantes, sugeriu que o jornalista norte-americano Glenn Greenwald possa ser preso no Brasil por revelações jornalísticas, em um discurso no Chile elogiou Pinochet e no Paraguai, Stroessner. A lista continua e é longa.

O diretor do V-dem afirma que “Bolsonaro é o presidente com menos restrições (das instituições democráticas) desde o final do regime militar” porque quando assumiu a Presidência as instituições — do Congresso à Promotoria Geral da União — já sofriam um enfraquecimento. De fato, desde 2017 o instituto de análise não considera o Brasil uma democracia liberal, e sim uma democracia eleitoral.

A visão da advogada constitucionalista Vera Chemim é menos sombria. Afirma que o presidente “não significa uma ameaça real à democracia ainda que continue atirando no próprio pé” com polêmicas desnecessárias que podem se tornar contraproducentes para seus interesses porque reforçam a esquerda e ofuscam a ação de seu Governo.

Chemim afirma que “o Estado de direito democrático é suficientemente sólido e relativamente maduro para sobreviver a qualquer tentativa de intervenção político-ideológica que possa desconstruir o regime democrático conquistado a duras penas em 1985” e consagrado na Constituição. Diz que o presidente “não afetou as instituições democráticas ainda que tenha de fato agitado a conjuntura política e jurídica quando se expressa e age de maneira impulsiva e explosiva, alimentando ainda mais a profunda polarização ideológica entre as supostas direita e esquerda”.

Bolsonaro faz referências constantes à necessidade de governar para a maioria e eliminar até o último vestígio de seus antecessores esquerdistas, como frisou dias atrás ao mencionar os livros de texto. Abordou o assunto sem ser perguntado por nenhum dos jornalistas que o esperavam diante de sua residência em Brasília, seu local favorito para se comunicar com a imprensa. “A partir de 2021, todos os livros serão nossos, feitos por nós. Os pais irão adorar. Terão a bandeira na capa. Terão o hino. Hoje, como regra, os livros são um monte de coisas escritas, é preciso suavizar (…) Não pode ser como esse lixo que hoje é a regra”.

O especialista sueco alerta sobre dois assuntos: uma vez calados os críticos e a imprensa, os Governos têm o domínio absoluto da informação. E “não são necessárias mudanças legais para que um país se transforme em uma autocracia eleitoral. Veja a Bielorrússia”.

 

 

*Com informações do El País

O “carnaval de 50 dias” anunciado por Crivella é a maior derrota política que os neopentecostais já amargaram

Muitas bobagens graúdas já foram ditas sobre a maior festa popular do planeta, o carnaval brasileiro.

Os mal-humorados de múltiplas colorações partidárias acham um absurdo em um país com uma desigualdade tão grande o povo ir para as ruas para cantar, dançar, mas sobretudo batucar, sem entender que a festa dos tambores não é sinal de alienação, mas sim de resistência.

Na verdade, o carnaval é o maior ato político promovido pelo povo todos os anos, porque a festa, que acentua as desilusões, pensa e sonha o país mais do que em qualquer outro momento e cura as feridas mais do que qualquer outro remédio.

E não pense que isso significa acomodação, mas sim um direito de um indivíduo dotado de um estado de alma que lhe permite ser alegre, mesmo diante de um desastre social, mesmo não tendo os direitos consagrados no seu dia a dia.

O carnaval, que amplia as dimensões do país para a totalidade da população não é um mistério a ser decifrado, é o povo dobrando as instituições, principalmente as religiosas e as do Estado. As do Estado são aquelas que sonharam com a Veneza tropical, com templos culturais luxuosos para o encontro social da elite como um burgo que separa o Brasil oficial caricato e burlesco do Brasil rico e culturalmente criativo, protagonizado pelo povo, como disse Machado de Assis.

Nesse arranjo institucional vem as religiões oficiais que sempre quiseram suprimir os tambores como forma de calar as manifestações de origem africana num país eurocêntrico, dotado de uma submissão cultural típica dos cabeças colonizadas.

O povo não. O povo seguiu os repiques dos batuques dos negros em manifestações que abarcam todos, hipnotizam todos e magnetizam todos. Os mesmos tambores dos orixás das religiões de matrizes africanas não estão escritos nas partituras, mas na alma de quem toca, impossível de serem decodificados, como disse Pixinguinha a Mário de Andrade, que foi seu informante na pesquisa que desembocou no livro de Mário, “Música de Feitiçaria no Brasil”.

Pois bem, começou hoje na cidade do Rio de Janeiro, a mais carnavalesca capital do mundo, os 50 dias de carnaval, com mais de 300 mil pessoas nas ruas, que. podem apostar, o sucesso será tanto que, no próximo ano, a maioria das cidades brasileiras copiará o feito, seja por questão cultural, seja econômica.

Sim, porque nada produz uma economia cultural maior do que a cultura do povo e nada representa mais a nossa cultura do que o carnaval.

Assim, todo aquele temor que se tinha de um prefeito evangélico que, por questões religiosas, tentou subtrair a festa do povo, cai por terra. Crivella não resistiu aos tambores dos orixás, melhor dizendo, a igreja Universal do Reino de Deus tem força ínfima diante dessa força tradicional que o brasileiro carrega na alma como seu maior orgulho e identidade, porque o Brasil é, antes de qualquer coisa, um país criado em torno de um grande tambor e de um enorme terreiro.

E por mais que a massificação cultural da indústria ou do mercado religioso queira se sobrepor, não tem força nem para o café, que fará para a feijoada do samba.

Os Pontos de Cultura, criados no governo Lula, sacudiram a identidade nacional e os milhares de blocos de rua entraram em erupção.

Crivella teve que se curvar à maior força do povo brasileiro, a cultura popular, o carnaval, aquilo que é genuinamente nacional.

O carnaval de 50 dias anunciado por Crivella, o prefeito pastor, foi a maior derrota política que os neopentecostais brasileiros já amargaram.

E para quem não entendeu:

Quem comanda a maior força política é a nossa cultura, regida pelos tambores dos Orixás!

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

Bolsonaro, o presidente que acredita em Deus, que Deus?

“Hoje temos um presidente que acredita em Deus” disse o chefe do clã Bolsonaro.
 
Esta frase por si só não diz muita coisa ou não diz nada.
 
Deus é uma divindade com várias interpretações e significados. Uns até se chocam com outros.
 
Deus é um conceito de Ser Supremo presente em diversas religiões monoteístas, henoteístas ou politeístas, sendo geralmente definido como o espírito infinito e eterno, criador e preservador do Universo.
 
Se pagarmos pelo lado das religiões, piorou.
 
Bolsonaro é católico-judeu-evangélico. Numa denominação parecida com seu time de coração que é Palmeiras-Flamengo-Vasco. Ou seja, o sujeito é a cara do oportunismo.
 
Dependendo da situação política, ele veste uma camisa diferente ou oposta a que ele vestiu ontem.
 
A coisa começa a complicar porque Bolsonaro disse essa frase, ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que usava uma camiseta com o nome de “Jesus.
 
Michelle, como sabemos, foi a que recebeu o cheque de Queiroz, o miliciano que também tem um cardápio de contravenção, o que não é pouca coisa.
 
Sendo assim, Bolsonaro se coloca como cristão. Certamente, um cristo imaginário que só existe na sua régua “moral”.
 
Alguém imagina Cristo armado até os dentes com fuzis e metralhadoras?
 
Dá para pensar num Cristo que odeia negros, índios e pobres?
 
Algum cristão sério tem em Cristo um ser que era contra a igualdade e fraternidade?
 
Mas o Cristo de Bolsonaro é assim.
 
Um miliciano “divino”. Um líder de grupo de extermínio, um chefe de esquadrão da morte que criou seus filhos a partir de uma certa bíblia particular, na qual a violência, crimes e assassinatos são os principais mandamentos.
 
Então, pergunta-se: essa gente, que cheira religião e apoia esse psicopata, tem esse mesmo Cristo em sua conta? Ou seja, o sujeito é a cara do oportunismo.
*Carlos Henrique Machado Freitas

 

Moro leva invertida de neta de militar que elogiou: “Abominava você”

Herói da FEB morreu aos 101 anos e Moro tentou fazer homenagem e ouviu da neta: “Meu avô, anti-fascista, defensor da Constituição e democrata, ABOMINAVA você”

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, tentou homenagear, através de sua conta do Twitter, neste sábado (11), o herói da Força Expedicionária Brasileira (FEB), Coronel Antônio Alexandrino Correia Lima, que morreu no último dia 3, aos 101 anos, mas se deu mal. A filha do coronel respondeu ao ministro:

“Meu avô, anti-fascista, defensor da Constituição e democrata, ABOMINAVA você, sua afronta ao estado democrático de direito e seu governo, que, entre outros, destrói a cultura e a produção audiovisual. Quem envergonha a FEB – e o Brasil – são vocês!”

https://twitter.com/renatagames/status/1216140561817702400?s=20

 

 

*Com informações da Forum

Pentágono está apreensivo com rápido desenvolvimento da Rússia e da China

De acordo com John Hyten, general da Força Aérea dos Estados Unidos e vice-chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, os EUA devem acompanhar o rápido desenvolvimento da Rússia e da China.

 

“Temos de olhar para a China e para a Rússia e para a velocidade a que se movem”, disse John Hyten.

“A China, em particular, está se movendo incrivelmente rápido. Portanto, temos que nos certificar de que nos desenvolvemos tão rápido ou mais rápido que nossos adversários potenciais”, disse Hyten em uma entrevista divulgada no site do Pentágono.

De acordo com o general, o exército dos EUA “está na frente na maioria dos parâmetros”, no entanto, essa vantagem não terá valor se o inimigo “estiver se desenvolvendo mais rápido”.

Marinheiros iranianos fazem cerimônia de recebida do navio de patrulha russo Yaroslav Mudry durante exercícios navais conjuntos do Irã, Rússia e China. Foto tirada em 27 de dezembro de 2019

Marinheiros iranianos fazem cerimônia de recebida do navio de patrulha russo Yaroslav Mudry durante exercícios navais conjuntos do Irã, Rússia e China. Foto tirada em 27 de dezembro de 2019.

A candidatura de John Hyten ao posto de vice-chefe do Estado‑Maior Conjunto dos EUA foi aprovada pelos senadores em agosto passado. Antes disso, Hyten liderou o Comando Estratégico, que reúne as forças nucleares, defesa antimíssil e forças espaciais.

 

 

*Com informações do Sputnik

Escritório ligado umbilicalmente a Barroso, recebeu R$ 3,67 milhões de empresa que faz gestão do DPVAT

Auditoria nas contas da Seguradora Líder, responsável pela gestão do seguro DPVAT, questionou pagamentos por prestação de serviços para o escritório Barroso Fontelles, Barcellos, Mendonça e Associados. Esse escritório foi constituído em 2013, como sucessor do escritório Luís Roberto Barroso & Associados, do qual o ministro do STF Luís Roberto Barroso era sócio.

De 2009 a 2016, a Líder fez ao escritório 21 pagamentos, totalizando R$ 3,67 milhões. Barroso se desligou ao se tornar ministro da corte, em junho de 2013. Rafael Barroso Fontelles, que dá nome à banca, é sobrinho do ministro.

A auditoria foi realizada pela consultoria KPMG, a pedido da atual gestão da seguradora. A análise dos documentos e processos abarca o período que vai de 2008 a 2017.

Os sócios atuaram na defesa da Líder no STF em duas ADIs (Ação Direta de Inconstitucionalidade) que alteravam regras do DPVAT. A decisão dos julgamentos das duas ADIs foi a favor da Líder.

A KPMG destaca que em 2012, enquanto ainda não havia sido nomeado ministro, o escritório que levava o nome de Barroso recebeu da Líder R$ 100 mil para fazer um parecer contrário à ADI 4.823 como amicus curiae (que participa do processo como parte interessada).

O contrato, diz o relatório, previa pagamento de mais R$ 400 mil em honorários a título de êxito.

A consultoria destacou que em 2014, quando Barroso já era ministro, essa ADI foi declarada improcedente na corte: “Importante destacar que, para a ADI 4.823, não houve julgamento, uma vez que o relator, ministro Luiz Fux, declarou não ter conhecimento da ação direta de inconstitucionalidade. O fato, em todo caso, favoreceu a seguradora Líder”, afirma um dos trechos.

O documento, com cerca de mil páginas, foi obtido pela reportagem da Folha. Parte dele avalia o envolvimento da Líder com o que a KPMG chama de “pessoas politicamente expostas”.

 

 

*Com informações da Forum/Folha

Recorde de genocídios de negros, pobres e crianças nas favelas marca a gestão do super ministro Moro

Se Moro cultuou sua personalidade atropelando a cidadania do Lula, o presidente que terminou o mandato com a maior aprovação da história do país, imagina o que sua gestão no Ministério da Justiça e Segurança Pública não produziu contra os mais pobres que, não por acaso, foram olhados por Lula de uma forma como nunca antes um presidente olhou.

Para Moro, que nada falou sobre os genocídios praticados no Rio pela polícia de Witzel, direito é privilégio de seus aliados. Aos que ele considera inimigos, nem a lei, pior, a lei da milícia, do extermínio e do descaso.

E não falo aqui porque Moro demorou três dias para falar sobre o assassinato da menina Ágatha de oito anos, mas não deixa de ser emblemática a sua preocupação em se posicionar sobre esse crime, muito mais para defender o criminoso do que a vítima, quando usou as redes sociais para, de maneira protocolar, dizer que sentia pela morte da criança, mas que essa morte não poderia servir de justificativa para que o excludente de ilicitude pelo qual ele tem verdadeira tara, não fosse arrancado do projeto anticrime por conta de um episódio que ele, certamente, pelo tom de suas palavras, classifica como tolo.

Moro está obcecado pela licença para matar. O fato é que nunca se matou tanto nas favelas e periferias quanto nesse um ano de sua gestão.

Não precisa ser traficante, bandido para morrer na favela com Moro no comando da Segurança Pública, basta que uma criança, um pobre ou um jovem negro, que foram as maiores vítimas, pareçam criminosos aos olhos da polícia e da justiça, pronto, sua sentença está cravada.

Ninguém espera qualquer grau de consciência de um Ministro da Justiça do clã Bolsonaro, seria o mesmo que querer o céu no inferno. Por isso, falar em cidadania, direitos quando a questão da individualidade de Moro está acima de qualquer objetivo, e nisso entram o racismo, o preconceito e a discriminação. A sua figura está numa percepção resumida à própria prática das milícias, isto é, um ministro que admite muito mais que a justiça se faça a partir de um corpo em um determinado lugar do que pela garantia de que a cidadania produz num ambiente de liberdade.

A conclusão a que se pode chegar, em última análise, é que as várias situações de preconceito no Brasil pioraram muito na gestão de Moro na pasta da Justiça e Segurança Pública, revelando que a essência de sua perseguição a Lula está dentro de um modelo cívico que segrega o universo social, universo que marcou o governo do ex-presidente quando, através de vários programas de inclusão social, trouxe os negros e os pobres para o centro do debate e das políticas públicas do Estado.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

Bolívia, Palestina e Irã: sionismo e imperialismo são palavras com o mesmo conteúdo

Pelo mundo ecoa a voz de muitos milhões de iranianos e árabes feridos na sua dignidade: “Yankees, go home!” é o grito de guerra da hora.

A palavra sionismo perdeu o sentido original que qualificava o movimento de judeus em direção a Sion, ou Monte Sião. O local seria a terra de seus ancestrais, território em Jerusalém, onde floresceu a Palestina e que também é berço de outros povos e civilizações.

Israel surgiu no pós-Segunda Guerra pelas mãos dos países vencedores, que redesenharam a geopolítica em todo o Oriente do Mediterrâneo e na Ásia Central. Se consolidou como uma cabeça de praia (ponta avançada) do capitalismo global e se tornou potência bélica e nuclear.

A partir da gestão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu (2009-atual), Israel passou a ser um Estado teocrático sionista e se tornou uma ameaça permanente à paz no mundo. O país se nega a cumprir a resolução da ONU, que prevê a criação de dois Estados — o israelense e o palestino — e segue ocupando áreas palestinas, promovendo um genocídio contra essa população.

Com a evolução do capitalismo global e a consolidação da hegemonia estadunidense, o sionismo passou a atuar como uma inteligência do novo imperialismo em expansão. A grande nação norte-americana parece guiada pelos sionistas.

Por exemplo, o mais poderoso lobby no Congresso dos EUA é o sionista e que se confunde com o poderoso lobby da indústria armamentista. Wall Street, a meca do capital financeiro, é controlada por judeus, sionistas, claro. Lá estão os maiores e poderosos banqueiros planetários, como Lehman Brothers, Rothschild, Mellon, etc…

Influência religiosa

Mesmo a religião nos Estados Unidos, que histórica e hegemonicamente era protestante e anglicana, cedeu lugar ao neopentecostalismo. A antiga ética sofreu uma reviravolta sob a égide da teologia da prosperidade, que nada mais é do que a adoração ao deus dinheiro e está, portanto, intimamente vinculada ao sionismo.

Os fatos comprovam que muito além da coincidência bíblica (os neopentecostais veem Jerusalém como a Terra Santa e os sionistas como Terra Prometida), há confluência de ideologia, negócios bilionários e ocupação de espaço em favor da hegemonia do capital financeiro e dos interesses dos Estados Unidos. Deixa de ser coincidência ao fator religioso quando o objetivo é político e de poder.

Na prática, os templos denominados neopentecostais espalhadas pelo mundo nasceram nos Estados Unidos e atuam como braços desse sionismo de novo tipo, que se confunde com o nazismo naquilo de mais trágico da saga hitlerista: supremacismo racial e genocídio em massa dos desiguais.
Sionismo fora de Israel

Maurício Macri assumiu o poder na Argentina em 2015 para executar um projeto neoliberal a serviço do capital financeiro transnacional. A primeira atitude ao chegar ao governo foi privilegiar as relações com Israel. Visitas recíprocas e amplos acordos de cooperação na área de defesa, principalmente, foram realizados.

Paralelamente, houve, da parte argentina, um alinhamento da política externa aos interesses dos Estados Unidos, o que fez com que o país passasse a condenar governos progressistas, como os de Bolívia e Venezuela.

Na sequência, a Argentina descobre petróleo no sul da Patagônia; os Estados Unidos instalam uma base militar na província de Neuquén; Israel passa a patrulhar a fronteira hídrica entre Argentina, Uruguai, Brasil e Paraguai com barcos fortemente armados, soldados e assessores sionistas.

Interessante que, coincidentemente, a Argentina tem a maior colônia judaica na América do Sul e também é sede de uma poderosa máfia judia. Na prática, com o governo macrista, os interesses do país passaram a ser o mesmo do Estado Sionista.

 

*Paulo Cannabrava Filho/Diálogos do Sul

Irã prende embaixador britânico por ‘incitar’ protestos em Teerã

Autoridades iranianas prenderam por algumas horas o embaixador britânico em Teerã, Rob Macaire, neste sábado (11), segundo o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab.

Segundo publicado pela agência iraniana Tasnim, o diplomata foi detido em frente à universidade Amir Kabir por incitar protestos contra o governo.

Milhares de pessoas foram às ruas da capital iraniana para se manifestar contra a queda de um Boeing 737 em Teerã, que segundo o governo iraniano, foi abatido involuntariamente pelo sistema de defesa antiaéreo do país.

“A prisão de nosso embaixador em Teerã sem base ou explicação é uma flagrante violação da lei internacional”, afirmou Raab em um comunicado, segundo publicado pela agência AFP.

O ministro afirmou ainda que o Irã estava em um “momento de encruzilhada”, e deveria escolher entre “marchar rumo a um status de pária” ou “tomar medidas para diminuir as tensões e se engajar em um caminho diplomático à frente”.

EUA pedem para Irã de desculpar

Os Estados Unidos, por sua vez, pediram para que o Irã se desculpasse pela detenção do embaixador.

A prisão “violou a Convenção de Viena, a qual o regime tem um longo histórico de violação. Pedimos ao regime para que se desculpe formalmente ao Reino Unido por violar seus direitos e para que respeite os direitos de todos os diplomatas”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagous, por meio do Twitter.

Todas as 176 pessoas que estavam a bordo da aeronave, que pertencia a uma companhia ucraniana, morreram, entre elas quatro britânicos. A maioria dos passageiros era iraniana, mas também havia 63 canadenses e outras nacionalidades a bordo, enquanto a tripulação era ucraniana.

Johnson diz que trabalhará ao lado de Canadá e Ucrânia

“Vamos fazer tudo o que podemos para apoiar as famílias das quatro vítimas britânicas, e assegurar que tenham as respostas e o desfecho que merecem”, disse neste sábado o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson.

O chefe de governo afirmou ainda que o Reino Unido trabalhará ao lado do Canadá, Ucrânia e outros parceiros internacionais para garantir “uma investigação transparente” sobre o caso.

 

 

*Com informações do Sputnik

Perigo! Agrotóxicos invadem o Brasil

O governo precisa equilibrar o interesse da indústria com a atuação dos órgãos reguladores, alega especialista, consultado pela Sputnik Brasil.

O número de licenças de defensivos agrícolas registrado em 2019 é o mais expressivo desde 2005, de acordo com monitoramento feito pela Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida, quando começou a série histórica.

Segundo o Greenpeace, desses produtos, 22 contêm ingredientes ativos que têm seu uso proibido na União Europeia. Além disso, 25 constam na lista dos produtos extrema ou altamente tóxicos à saúde humana.

Sob o governo Bolsonaro, o Brasil bateu recorde do número de agrotóxicos liberados, com 467 licenças em 2019.

Segundo a pesquisa da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – 23% dos alimentos analisados têm resíduos de agrotóxicos acima do limite permitido ou proibidos para a cultura.

O governo Bolsonaro afrouxou deliberadamente o controle sobre os agrotóxicos no Brasil? Isso pode repercutir no mercado externo? Quais são os riscos para a saúde da população?

Segundo Carlos Canejo, professor de Engenharia Ambiental na Universidade Veiga de Almeida, é necessário que as regras sobre o uso de agrotóxicos sejam mais rígidas.

“O uso desses agrotóxicos causa uma significativa degradação ambiental. Ele contamina solos, rios, lençol freático. Isso vem a ocorrer porque esses agrotóxicos que são usados durante o processo de irrigação, fazem com que aconteça uma contaminação de todo o sistema de modo contínuo”, alertou o especialista para Sputnik Brasil.

Desse modo, os agrotóxicos afetam uma região muito maior, do que a área, na qual são aplicados.

Por outro lado, o professor destacou que uma fiscalização mais rigorosa deve ser aplicada, uma vez que o uso de substâncias químicas no solo nem sempre é realizado de forma legal.

Canejo destacou que a legislação brasileira “não deve nada” aos países mais desenvolvidos. O problema, segundo ele, está na implementação das leis.

“A grande gama de agrotóxicos disponibilizados pelo mercado dificulta essa fiscalização. E também não temos a segurança sobre o uso humano de muitos desses agrotóxicos”, ponderou o especialista.

Apesar da Anvisa realizar pesquisas sobre a segurança das substâncias químicas utilizadas no cultivo, o avanço da indústria nem sempre é acompanhado pelos órgãos governamentais.

“A gente está sujeito a problemas que devem ser melhor avaliados”, alertou o professor.

Carlos Canejo avalia que, o novo governo, sem entrar em méritos políticos, buscou firmar um acordo para o avanço na “liberação de novas licenças para motivar a indústria”.

“Claro que isso precisa de uma discussão mais ampla”, avaliou o interlocutor da Sputnik Brasil.

A indústria agrícola é muito importante para o país, afirmou o acadêmico. No entanto, o setor precisa de maior regulação.

“A gente opera com agrotóxicos que não foram liberados em outros países…então a gente precisa refletir um pouco”, declarou o entrevistado.

“O grande passivo ambiental acaba ficando no nosso país”, concluiu o pesquisador.

O governo não está medindo os riscos para pode exportar mais, dessa forma. Para o cientista a resposta está na regulação e na implementação das leis já existentes, que são muito mais modernas, do que a prática do mercado.

 

 

*Com informações do Sputnik