Ano: 2020

Bretas treinou nos EUA para assumir a franquia da Lava Jato no Rio

O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, fez um curso em um órgão dos Estados Unidos destinado a treinar juízes estrangeiros pouco antes de assumir os inquéritos e processos da operação “lava jato” no estado fluminense.

De janeiro a março de 2015, Bretas participou, em Washington, do Visiting Foreign Judicial Fellows Program do Federal Judicial Center (FJC). Em currículo que apresentou ao Conselho Nacional de Justiça para se candidatar a uma vaga como juiz federal, ele afirmou que, no programa, teve lições sobre processos de corrupção e lavagem de dinheiro com autoridades norte-americanas.

“A participação no programa objetivou o conhecimento prático do tratamento que as autoridades norte-americanas dão aos processos criminais por corrupção e lavagem de dinheiro, e consistiu em diversas reuniões com representantes de vários setores do Judiciário Federal, do Departamento de Justiça do Governo dos Estados Unidos da América e do Federal Bureau of Investigation (FBI).”

O FJC é uma instituição de pesquisa e educação do Judiciário federal dos EUA. A entidade tem o objetivo de estudar formas de melhorar a Justiça. Porém, suas recomendações não têm força normativa, como as do CNJ. O papel do FJC, segundo seu site, é fornecer informações e educação precisas e objetivas e estimular uma análise completa e sincera de políticas, práticas e procedimentos.

No programa Visiting Fellows, juízes, advogados e acadêmicos de outros países são convidados a fazer pesquisas no FJC por um período de duas semanas a três meses. O intuito é que os participantes conheçam melhor o funcionamento do sistema judicial dos EUA e desenvolvam estudos que possam contribuir com reformas judiciais em suas nações. Para isso, eles obtêm assistência com suas pesquisas e encontros com profissionais do Direito.

O site da entidade destaca que Bretas participou do programa e fez um artigo sobre como o sistema legal dos EUA equilibra as necessidades de aplicação da lei com direitos individuais de privacidade.

Outros participantes estudaram gerenciamento de processos, meios alternativos de resolução de disputas, relações com a imprensa e educação judicial. Até maio de 2020, o FJC já havia recebido 138 pesquisadores de 50 países.

Entre os brasileiros que já passaram pelo curso estão o promotor do Ministério Público de Santa Catarina Affonso Ghizzo Neto e o juiz federal em São Paulo Etiene Martins.

Eventos com EUA
Em sua página no Instagram, Marcelo Bretas divulgou a participação em eventos de diversas entidades dos EUA. Em setembro de 2019, teve uma reunião com o cônsul-geral no Rio, Scott Hamilton.

Quatro meses antes, fez uma palestra sobre o combate contra a corrupção no Brasil na Brazilian-American Chamber of Commerce, em Nova York.

Em abril de 2018, participou de seminário na Faculdade de Direito de Harvard.

“Lava jato” fluminense
Em 28 de julho de 2015, foi deflagrada, pela autodenominada força-tarefa da “lava jato” em Curitiba, operação para apurar supostos desvios na Eletronuclear. Três meses depois, o então ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki determinou o desmembramento do caso, que corria na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, comandada na época pelo juiz Sergio Moro, e a remessa dos autos para a Justiça Federal no Rio.

De acordo com Teori, não havia relação entre os inquéritos instaurados para investigar crimes “em tese” cometidos contra a Eletronuclear e os que tramitam no juízo sobre a “lava jato”, que apura desvios de verba da Petrobras.

Estava formado o braço fluminense da “lava jato”. Após a ação da estatal de energia ser atribuída a Marcelo Bretas, ele visitou a instância curitibana para garantir que sua equipe aplicasse os mesmos métodos que vêm sendo empregados desde o começo da “lava jato”.

“Ajuda” espontânea
Além disso, conforme a ConJur já vem noticiando desde 2018, a força-tarefa da “lava jato” atuou de forma próxima do FBI em muitas etapas da investigações, pedindo auxílio técnico sem passar pelos canais formais e compartilhando mais com os norte-americanos sobre o andamento dos processos do que com as autoridades brasileiras.

Talvez o principal exemplo dessa proximidade seja o da norte-americana Leslie R. Backschies, designada em 2014 para ajudar nas investigações brasileiras. A história foi contada pela Agência Pública, em uma reportagem da série da “vaza jato”. Leslie participou de palestras de procuradores do DoJ e agentes do FBI a integrantes do Ministério Público Federal para ensinar o funcionamento do FCPA.

Atualmente, Leslie comanda a Unidade de Corrupção Internacional do FBI, a mesma que inaugurou um escritório em Miami só para investigar casos de corrupção em países estratégicos na América do Sul. O foco da unidade é a própria especialidade de Leslie: a aplicação do FCPA.

A “vaza jato” também mostrou que os procuradores tentavam driblar o governo brasileiro sempre que possível nos casos de “cooperação” com os Estados Unidos. Em 2015, por exemplo, procuradores ligados ao DoJ e ao FBI fizeram uma visita ao MPF brasileiro, que não foi informada ao Ministério da Justiça, órgão responsável por intermediar a cooperação internacional. Também não passou pelos canais oficiais um pedido de ajuda feito ao FBI para “hackear” os sistemas da Odebrecht quando o material ainda estava na Suíça.

Os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins não sabem dizer por que a “lava jato” quis ajudar o governo dos EUA. Eles ressaltam, contudo, que os norte-americanos destinaram R$ 2,5 bilhões para a constituição de uma fundação que teria a ingerência de membros do Ministério Público que, direta ou indiretamente, atuaram na aplicação da FCPA no Brasil.

O fundo foi alvo de questionamentos no Supremo Tribunal Federal e, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, acabou sendo dividido entre o combate aos incêndios na Amazônia e programas estaduais de enfrentamento à epidemia de Covid-19 no país.

 

*Com informações do Conjur

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Ameaça a quilombolas pode travar acordo espacial EUA-Brasil em Alcântara

A remoção de comunidades quilombolas da região de Alcântara, no Maranhão, voltou a entrar em debate. O objetivo é ampliar o centro espacial que motivou o acordo assinado entre Brasil e EUA no ano passado. Mas, dessa vez, a pressão para que isso não aconteça vem de fora.

Motivados pelo movimento negro brasileiro, congressistas norte-americanos querem impedir a Casa Branca de destinar dinheiro ao projeto caso essas populações sejam removidas.

No começo de outubro, quatro parlamentares democratas enviaram carta ao Congresso dos EUA pedindo proteção às comunidades afrobrasileiras contra retiradas forçadas do local e ataques racistas. O texto foi assinado pelo senador Bernie Sanders e pelos deputados Deb Halaand, Hank Jonhson e Joaquin Castro.

“[Em nenhuma circunstância] os dólares dos contribuintes dos EUA devem ser usados para realocar à força essas centenárias comunidades indígenas e quilombolas”.

Bernie Sanders, Deb Halaand, Hank Jonhson e Joaquin Castro, em carta Eles solicitam que seja incluída na proposta de orçamento da Defesa dos EUA para 2021 a proibição a qualquer tipo de cooperação que resulte na expulsão desses povos de suas terras.

O orçamento destinado à defesa proposto pelo governo de Donald Trump é de quase US$ 750 bilhões (mais de R$ 3 trilhões). Os gastos públicos totais somam US$ 4,8 trilhões.

800 famílias envolvidas

O chamado Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), assinado em março de 2019 pelos governos de Donald Trump e Jair Bolsonaro, prevê que os americanos usem comercialmente a Base de Alcântara. O governo brasileiro estima que o acordo gere investimentos em torno de R$ 1,5 bilhão.

Uma das medidas para que ele saia do papel é a expansão territorial do Centro de Lançamentos de Alcântara (CLA), dos atuais 8 mil hectares para 20 mil. Essa ampliação avançará sobre uma área habitada por cerca de 800 famílias, que vivem na região desde o século 17 —ou seja, há mais de 200 anos.

Em março deste ano, o governo brasileiro publicou resolução que prevê a retirada dos quilombolas e sua transferência para novo território. Segundo o texto, o Ministério da Defesa é o responsável por realocar as famílias em suas novas habitações. A medida foi barrada por uma liminar emitida pela Justiça Federal, mas a decisão não é definitiva.

 

*Com informações do Uol

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Luis Arce a Lula: “Muito obrigado, companheiro Lula. Povo boliviano recuperou a democracia

Ex-presidente Lula parabenizou Luis Arce, eleito presidente da Bolívia em primeiro turno com mais de 52% dos votos.

Uma esperança para nós brasileiros que vivemos o caos.

Lula no twitter:

“Meus parabéns ao povo boliviano, que restabeleceu sua democracia. Parabéns para @LuchoXBolivia e meu amigo @evoespueblo, que depois de um ano difícil podem ver respeitado o voto popular. Que a Bolívia retorne ao caminho do desenvolvimento com inclusão e soberania”.

Arce respondeu:

“Muito obrigado, companheiro @LulaOficial . O vencedor é o povo boliviano que recuperou a democracia e a esperança nas urnas”.

*Da redação

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Não fosse o judiciário vassalo, Lula venceria a eleição de 2018 no 1º turno como Luis Arce na Bolívia

Falamos muito sobre o papel criminoso da Lava Jato a partir de Moro e seus procuradores mambembes, mas nenhum dos seus crimes praticados na operação durante cinco anos ocorreria se o Brasil não tivesse um sistema de justiça tão vassalo quanto o próprio Moro.

O que ocorreu no Brasil com o golpe em Dilma e a prisão de Lula, por mais que na guerra da narrativa o judiciário se coloque como “imparcial”, o que a história já reserva a ele é um lugar quentinho no Olimpo do lixo.

E aqui não se fala somente dos três porquinhos do TRF-4, que produziram uma miséria civilizatória obediente à teocracia curitibana. Todo o judiciário foi amesquinhado, seja do clero do STF, seja da base da natureza bruta da própria Lava Jato comandada por Moro.

Por ora, apenas o romance escrito por Moro, junto com a mídia, já foi picado e moído pela maior parte da sociedade.

A vitória da esquerda na Bolívia com Luis Arce, já no primeiro turno, nos enche de alegria e esperança, pois toda a esquerda latino-americana ganha uma força psicológica para reproduzir esse feito em cada um dos países. No Brasil não é diferente, porém, tudo indica que a direita do Brasil, que é suja por natureza, golpista por excelência, tentará dobrar a aposta com um golpe judicial para impedir que Lula seja candidato e vença a eleição em 2022.

Certamente, a direita se unirá em torno de um único candidato, seja ele Bolsonaro ou Moro, para tentar seguir com o projeto neoliberal que está jogando o país nesse caos.

Mas tudo só poderá ocorrer com uma forma qualquer que tire Lula da disputa. Então, a luta prioritária da esquerda, hoje, é a de devolver a Lula os direitos políticos, pois, diferente disso, teremos uma democracia mais manca do que a de costume e os golpes em Lula e Dilma que tiveram no judiciário um grande acolhimento, se repetirão com alguma variação distinta dos anteriores.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Vídeo: Carlos Bolsonaro pede doações para sua candidatura

Candidato a mais um mandato de vereador no Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos) foi às redes sociais neste domingo (18) para pedir doações a sua campanha eleitoral. O filho do presidente afirma que está “evitando ao máximo” utilizar o fundo partidário e que possui apenas R$ 20 mil arrecadados, dinheiro que teria sido doado por ele e Jair Bolsonaro.

“As pessoas pedem para que a gente não use o fundo partidário nas eleições e, até o momento, estamos evitando ao máximo utilizar esses recursos, mesmo que sejam legais. Infelizmente nós só temos arrecadado até agora, por doações minhas e do meu pai, cerca de R$ 20 mil. Nossa eleição corre risco”, afirma em vídeo.

“Se fosse possível e fosse do desejo dos senhores que nos apoiassem fazendo a doação do que for possível dentro da realidade que todos nós estamos passando”, pede Carlos Bolsonaro. Ele ainda afirma que “quem diz que a eleição já está vencida está minimamente equivocado”.

O filho do presidente alega ainda que a população corre “o risco de eleger pessoas que não estão nem um pouco preocupadas na utilização do fundão ou não e estão utilizando R$ 500 mil, R$ 1 milhão para a campanha desses fundos”.

Para obter as doações, o vereador abriu uma conta no Apoia.org. De acordo com descrição do próprio site, trata-se “uma empresa de financiamento coletivo eleitoral, apartidária e aprovada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral)” e permite doações de campanha via cartão de crédito ou boleto bancário. Até então, 169 pessoas doaram para a campanha do filho do presidente.

 

*Com informações da Forum

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Bolsonaro quer acabar com aumento real de piso salarial de professor

O governo Jair Bolsonaro quer vincular o reajuste do piso salarial dos professores da educação básica à inflação, o que elimina o ganho real garantido pela lei atual. A proposta do governo é alterar a Lei do Piso na regulamentação do Fundeb.

A lei, de 2008, vincula reajuste anual à variação do valor por aluno do Fundeb, o que reflete em aumentos acima da inflação, mas pressiona as contas de estados e municípios. O governo quer que a atualização seja só pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

Caso a regra já valesse, o reajuste em 2019 seria de 4,6%. O último aumento pela Lei foi de 12,84%, quando o piso chegou a R$ 2.886,24.

No Dia do Professor (15), o governo fez propaganda nas redes sociais com este índice como se fosse realização da gestão, apesar de ser lei. “Maior reajuste salarial para professores da educação básica desde 2012”, diz mensagem da Secretaria de Comunicação.

A proposta de Bolsonaro consta em posicionamento do governo, obtido pela Folha, sobre o projeto de regulamentação do Fundeb da Câmara. O fundo direciona à educação básica recursos de uma cesta de impostos acrescidos de complementação da União.

O governo quer que o Congresso vote a regulamentação do Fundeb neste mês para ter tempo de operacionalizar as novas regras. O executivo, entretanto, já trabalha em uma MP (medida provisória) caso o tema não avance até novembro, o que pode corroborar seus entendimentos.

“É uma preocupação do FNDE [Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação]/MEC de forma a viabilizar a operacionalização da distribuição dos recursos do Fundeb”, diz o Ministério da Economia.

Principal mecanismo de financiamento da educação básica, o Fundeb foi ampliado neste ano pelo Congresso. A complementação da União vai saltar dos atuais 10% para 23% até 2026, de modo escalonado —em 2021, passa a 12,5%.

O governo sugere a inclusão de artigo no projeto de regulamentação. “Maior complementação da União e a nova distribuição de recursos elevarão significativamente o valor anual por aluno mínimo recebido, o que impactará o piso em cerca de 15,4% ao ano nos próximos seis anos”, diz justificativa.

O mesmo documento prevê que escolas privadas sem fins lucrativos recebam verbas do Fundeb em toda educação básica (hoje isso é limitado onde há falta de vagas, como na educação infantil e no campo). O governo propõe limite de 15% das matrículas para “vencer a resistência”.

“Como se tratam de etapas com demanda praticamente 100% atendida, e visando vencer a resistência a essa ampliação da destinação para a rede privada, sugere-se restringir a autorização a margens, o que evitaria uma migração das vagas da rede pública para a privada”, diz a justificativa do governo.

A proposta vai ao encontro da pressão de entidades religiosas e filantrópicas e conta com apoio de Bolsonaro e do ministro da Educação, Milton Ribeiro. Também tem forte aderência entre parlamentares.

Questionado, os ministérios da Educação e da Casa Civil não responderam.

A pasta da Economia afirmou, em nota, que o governo “considerou prudente” a proposta em razão da sustentabilidade fiscal e, diz, recebe constantes pedidos de alterações na Lei do Piso. Segundo o ministério, haverá impacto para todas as redes, “quer elas recebam ou não recursos novos”, já em 2022.

A atualização na lei era prevista por parlamentares já na tramitação do Fundeb. Mas há discussões para se chegar a formato que mantenha ganhos reais.

 

*Com informações do Jornal De Brasília

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“Recuperamos a democracia e a esperança”, diz Luis Arce após contagem extraoficial

Jornada eleitoral na Bolívia neste domingo (18) foi marcada por votação pacífica e alta participação cidadã.

“Recuperamos a democracia e a esperança”. Essas foram as primeiras palavras do candidato do Movimento ao Socialismo (MAS), Luís Arce Catacora, após a divulgação da contagem rápida com 95% do padrão eleitoral, realizado pela empresa Unitel.

De acordo com os dados, o candidato, apoiado pelo ex-presidente Evo Morales, venceu as eleições realizadas neste domingo (18) já no primeiro turno. Os dados não são oficiais, mas uma pesquisa de boca de urna.

De acordo com o levantamento, Luís Arce obteve 52,4%; Carlos Mesa, 31,5% e Fernando Camacho, 14,1%.

Desde a Casa do MAS em La Paz, ao lado de apoiadores, Arce saudou os bolivianos e destacou a jornada pacífica realizada no país.

“Vamos governar para todos os bolivianos, vamos construir um governo de unidade nacional”, ressaltou antes de destacar seu compromisso com a retomada do desenvolvimento econômico do país.

Jeanine Añez, que se autoproclamou presidenta do país após o golpe de Estado contra Evo Morales também reconheceu o resultado eleitoral e a tendência demonstrada pela pesquisa de boca de urna.

“Ainda não temos a contagem oficial, mas pelos dados com que contamos, o sr. Arce e o sr. Choquehuanca ganharam a eleição. Felicito aos ganhadores e lhes peço governar pensando na Bolívia e na democracia”.

A demora na divulgação da pesquisa de boca de urna, que historicamente é difundida a partir do fechamento dos centros de votação, gerou indignação em todos os setores do país.

Mais cedo, em conferência de imprensa, o ex-presidente Evo Morales reafirmou a vitória do MAS e pediu que as entidades do país reconheçam o resultado da votação.

De acordo com a lei eleitoral boliviana, para vencer em um primeiro turno, é preciso ter 50% mais 1 dos votos ou ter 40% mais um e abrir dez pontos percentuais em relação ao segundo colocado.

 

*Do Brasil de Fato

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Wall Street Journal: Zuckerberg manda Facebook favorecer sites de direita e prejudicar sites de esquerda

Para nós do Antropofagista, que sentimos na pele essa manipulação do Facebook, não há espanto ou qualquer novidade. Sabemos há algum tempo que isso estava ocorrendo conosco, tal a agressividade da manipulação para tornar nossas postagens no Facebook invisíveis.

Dia desses, um executivo do Facebook saiu da empresa atirando: Thiel relatou que ficou inconformado com a decisão do Facebook de não excluir um vídeo de uma live de Bolsonaro que contrariava a política da própria rede social, que proíbe discurso desumanizador.

No vídeo, gravado em janeiro de 2020, Bolsonaro diz que “cada vez mais, o índio é um ser humano igual a nós“.

Agora, numa ampla reportagem, The Wall Street Journal aponta como as relações políticas do presidente do Facebook com o esquema Trump e a direita têm se aprofundado e como as mudanças de algoritmos têm sido feitas para prejudicar sites e iniciativas progressistas, de esquerda.

Segundo o jornal, o Facebook faz mudanças em seu algoritmo do feed de notícias desde 2017 para reduzir a visibilidade de sites de notícias de esquerda como Mother Jones em sua plataforma. Mark Zuckerberg aprovou pessoalmente os planos.

Segundo a reportagem, Zuckerberg tornou-se “um operador político ativo”. Ele tem jantado com Trump, conversa regularmente com o conselheiro sênior da Casa Branca, Jared Kushner, e pressionou legisladores e autoridades a atacarem rivais como a TikTok e a Apple Inc., “disseram pessoas envolvidas nas discussões”, segundo a reportagem.

Ainda segundo a reportagem, “Zuckerberg mantém uma linha aberta com Kushner, genro do presidente e conselheiro sênior. Os dois às vezes discutem as políticas do Facebook no WhatsApp”.

Zuckerberg chegou a dar uma palestra para executivos do Facebook sobre a necessidade de a empresa entender que “sua base de usuários é mais conservadora e defendeu as decisões de não remover postagens de Trump sobre as quais alguns funcionários argumentam que violam as regras do Facebook”.

Acrescentam os jornalistas: “a posição de Zuckerberg alienou democratas proeminentes e ativistas dos direitos civis e frustrou muitos dentro do Facebook – incluindo, às vezes, a diretora de operações Sheryl Sandberg, dizem pessoas familiarizadas com a dinâmica”.

Há uma crise na relação entre o Partido Democrata e o Facebook por conta das posições de seu presidente: “O gerente de campanha de Biden, no mês passado, enviou ao CEO uma carta, chamando o Facebook de ‘o principal propagador de desinformação do país sobre o processo de votação’” -escreveram os jornalistas do WSJ.

Favorecimento a sites de direita
Diz o WSJ: “Zuckerberg também estabeleceu laços com editoras de direita que impulsionam o engajamento na plataforma, incluindo Ben Shapiro, co-fundador do Daily Wire e apoiador do Trump, dizem pessoas familiarizadas com o assunto. O site de notícias conservador foi denunciado repetidamente pelos verificadores de fatos do Facebook por compartilhar falsidades e distorções. Mas é frequentemente um dos mais populares na plataforma com base nas interações do usuário, de acordo com CrowdTangle, uma ferramenta de análise de propriedade do Facebook.

Zuckerberg convidou Shapiro para jantar em sua casa no ano passado, disseram as pessoas. Embora os dois não sejam amigos, eles às vezes discutem temas políticos e filosóficos.

Algoritmos contra esquerda
“No final de 2017, quando o Facebook ajustou seu algoritmo do feed de notícias para minimizar a presença de notícias políticas, os executivos de política estavam preocupados com o impacto descomunal das mudanças na direita, incluindo o Daily Wire, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. Os engenheiros redesenharam as mudanças pretendidas para que sites de esquerda, como Mother Jones, fossem afetados mais do que o planejado anteriormente, disseram as pessoas. O Sr. Zuckerberg aprovou os planos.

(…) Alguns na esquerda acreditam que Zuckerberg tem sido menos complacente com sites de notícias que promovem uma agenda progressista.

Após o lançamento do Courier Newsroom no ano passado, uma rede de oito sites de notícias locais progressistas que é parcialmente propriedade de uma organização sem fins lucrativos de esquerda com laços estreitos com doadores democratas, Zuckerberg argumentou que o Courier não era um meio de comunicação real, dadas suas conexões políticas, de acordo com pessoas familiarizadas com seus pontos de vista.

A discussão desencadeou uma nova política no Facebook em agosto que limita o alcance de sites apoiados por partidários, bloqueando a inclusão de suas páginas no Facebook News, restringindo seu acesso às plataformas do Facebook Messenger e WhatsApp e reduzindo sua publicidade.

A organização sem fins lucrativos por trás do Courier Newsroom, chamada Acrônimo, criticou a política, dizendo que favorece as fontes conservadoras de notícias.

Zuckerberg também começou a se reunir com grupos progressistas, cujos líderes argumentaram que se ele estava desenvolvendo relacionamentos pessoais com conservadores como Shapiro, ele deveria ouvir o outro lado também. As conversas não correram bem”.

*Com informações do 247

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Evo com 71%: Bolivianos no Brasil não conseguem votar e denunciam fraude: “Foi planejado”

Eleitores criticam falta de transparência e problemas de comunicação; em 2019, Evo Morales fez 71% dos votos no Brasil.

Eleitores bolivianos que vivem no Brasil acusam as autoridades eleitorais de seu país de desrespeitar o direito ao voto. O país andino foi às urnas neste domingo (18) para decidir presidente, vice-presidente, senadores e deputados do Estado Plurinacional, quase um ano após o golpe contra Evo Morales, do partido Movimento ao Socialismo (MAS).

O então presidente fez 71% dos votos entre a comunidade boliviana no Brasil na última eleição, e hoje o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) é comandado por seus opositores.

Cinco locais de votação foram alterados na semana da eleição. O aplicativo Yo Participo, canal de comunicação do Órgão Eleitoral Plurinacional (OEP) com os eleitores, levou mais de três dias para atualizar a informação. Problemas semelhantes foram registrados em países como Chile e Argentina, que possui a maior comunidade boliviana no exterior.

Yolanda Marlene Cortez, delegada do MAS em São Paulo, afirma que “muita gente está se deparando com as portas fechadas” quando se dirige ao local de votação.

“Eu sei que isso foi planejado para confundir a nossa gente. Não liberaram cinco locais de votação, mudaram de endereço, e as pessoas não sabem onde ir para votar”.

Cerca de 4,5 mil eleitores bolivianos no Brasil foram inabilitados em 2020. O motivo informado pelo OEP é genérico e igual para todos: “Cidadão não votante”. No entanto, o Brasil de Fato demonstrou esta semana que a lista também inclui pessoas que votaram nas eleições de 2019.

É o caso de Victor Limache Flores, costureiro, que está há dez anos no Brasil e só na última quinta-feira (18) recebeu a informação via aplicativo de que não ia conseguir exercer seu direito este ano.

“Ano passado eu consegui votar normal, agora não sei o que está acontecendo. Tem muitos compatriotas que estão com a mesma dificuldade. Eu tentei ligar no Consulado, mas ninguém respondeu. Com a organização de última hora não dá para correr atrás. 01:32 Me sinto mal por não exercer meu direito”, relata ele, que ainda tentou comparecer ao local de votação para obter informações e garantir o direito de votar, mas não obteve nenhuma resposta.

O costureiro Julian Mamani Quispe, que está há quatro anos no Brasil, diz que este foi o pleito mais desorganizado do qual participou. “Hoje de manhã, entrei no aplicativo Yo Participo, do órgão eleitoral, e vi que estava [convocado] como jurado eleitoral [mesário]. Mas ninguém tinha me avisado, então não consegui participar porque a ata já tinha sido aberta”, relata. “Essa desorganização é proposital. Aqui fora a fila não anda, e lá dentro está vazio. Falta informação na porta”.

Quispe interpreta as ocorrências desta manhã como fraude eleitoral. “Não sei se você viu, mas tem de dois a três jurados [mesários] em cada mesa. Segundo a lei, teria que ter seis pessoas”, acrescenta.

A costureira Claudia Canque, que está a 11 anos no Brasil, teve que se deslocar para o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (ITSP), localizado no bairro Pari da capital paulista, que acabou englobando os eleitores da Escola Técnica Estadual Carlos de Campos, onde ela votou anteriormente, o que causou aglomeração e confundiu os eleitores.

“Ano passado era mais rápido, agora que juntaram várias escolas está mais cheio e desorganizado”, conta. Ela conseguiu votar porque pôde conferir a mudança a poucos dias após ser informada por uma das rádios da comunidade sobre a necessidade de conferir o aplicativo.

Segundo ela, muitos eleitores que não tiveram acesso a essa informação e foram impedidos de exercer o direito ao voto.

“As vezes você está inscrito de um local, mas mora em outro. Não tem muita informação e na última hora que se sabe onde vota. É nosso direito votar e eleger nosso presidente”, defende.

No ITSP, as filas começaram às 6h da manhã. Mas algumas mesas de votação só abriram às 9h. “As portas fecham às cinco da tarde, e muita gente não vai conseguir votar”, lamenta Cortez.

 

*Com informações do Brasil de Fato

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Jean Wyllys escracha Guga Chacra: é desonesto intelectual e está a serviço dos EUA

É aquela velha história, escreve o que quer e acaba lendo o que não quer.

Foi o que aconteceu com correspondente da Globo nos EUA, Guga Chacra ao criticar setores da esquerda no Brasil e teve uma invertida de Jean Wyllys no Twitter.

O ex-deputado federal Jean Wyllys detonou o jornalista Guga Chacra pelo Twitter neste domingo (18), dizendo que ele trabalha a serviço dos Estados Unidos e chamando-o de ‘desonesto intelectual’.

Chacra havia reclamado de “certos setores da esquerda” por se inspirarem nas “ditaduras de Cuba e Venezuela” em vez de buscarem ser como a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, “uma das mais competentes administradoras do mundo”.

Wyllys então cobrou do jornalista que se inspirasse em um “jornalismo decente, verdadeiramente democrático, livre de fake news e de passada de pano para políticas e atos fascistas de um governo autoritário que vocês mesmos ajudaram a eleger, vocês fazem essa propaganda neoliberal ruim (e cafona!)”.

“A sua escolha em falar de certos setores da esquerda em vez de outros, utilizando Cuba e Venezuela como fontes de mistificação anti-esquerda, permite-me dizer que você integra os setores da imprensa que se prestam à desonestidade intelectual em nome do neoliberalismo e dos EUA. Por favor, estou falando apenas dos setores da imprensa comercial que apoiaram direta ou indiretamente o racista apologista da tortura após perpetrem um golpe contra a presidenta eleita, não de TODA A IMPRENSA!”, escreveu o ex-deputado.

 

*Com informações do 247

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