Ano: 2020

Bolsonaro esvazia comissão contra trabalho infantil

Decreto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recriou a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil (Conaeti), que ele extinguira em 2019, mas excluiu a participação de entidades nacionais, internacionais e da sociedade civil.

Segundo o decreto, de 14 de dezembro, a Conaeti passa a ser uma comissão tripartite, com seis representantes do governo, seis de confederações empresariais e seis de centrais sindicais.

Os representantes do governo serão dos ministérios da Economia; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; da Educação; da Cidadania; da Saúde e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

O texto diz ainda que poderão ser convidados até seis especialistas representantes de outros órgãos, entidades ou organismos internacionais para participarem das reuniões, mas eles não terão direito a voto —na prática, atuarão como observadores.

mbros plenos, com direito a voz e voto, as entidades tinham papel na elaboração, coordenação e avaliação de ações e no monitoramento do Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil.

“Houve um retrocesso social muito grande”, afirmou a procuradora Ana Maria Villa Real, coordenadora nacional da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Coordinfância).

“Sem desmerecer a importância das entidades sindicais, a especificidade da defesa e da promoção dos direitos da criança e do adolescente transcende os interesses que são inerentes às lutas classistas, travadas tradicionalmente entre os sindicais laborais e patronais.”

Desde que a comissão foi extinta, em abril de 2019, até agora, o plano nacional ficou paralisado, diz a procuradora. Nisso, segundo ela, o governo brasileiro descumpriu o artigo 227 da Constituição Federal, que dá prioridade absoluta aos direitos da criança e do adolescente, além das convenções 138 e 182 da OIT, que estabelece a idade mínima do trabalho e proíbe as piores formas de trabalho infantil, respectivamente.

Chamou a atenção ainda o fato de o decreto ter sido publicado às vésperas da virada para 2021 –designado pela ONU como Ano Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil, com vistas a erradicação de todas as formas de trabalho infantil em 2025.

“Essa demora [na recriação da comissão] distanciou o Brasil do alcance dessa meta e também sinalizou que a prevenção e a erradicação do trabalho infantil não são prioridade do Estado brasileiro.”

Segundo o IBGE, de 2016 a 2019, caiu de 2,125 milhões para 1,768 milhão o contingente de 5 a 17 anos no trabalho infantil, uma redução de 357 mil crianças e adolescentes. Ainda são 706 mil os submetidos às piores formas de trabalho.

“O cumprimento da meta [de 2025] torna-se ainda mais improvável devido ao agravamento da crise socioeconômica por causa da pandemia de Covid, pela desestruturação de políticas públicas de prevenção e erradicação do trabalho infantil e da ausência de apoio às famílias em situação vulnerável e pela redução dos recursos financeiros para as ações de fiscalização do trabalho pelo governo federal”, disse Isa Oliveira, secretária executiva do Fnpeti em nota.

“Os efeitos sobre o atual contexto devem ser captados pelas pesquisas de 2020 e 2021.”

“É alarmante, preocupante”, afirmou Carlos Silva, vice-presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), categoria responsável pela fiscalização do trabalho infantil. “Esse cenário de adversidades tão agigantado pela pandemia vai exigir uma resposta de maior articulação do governo brasileiro.”

“É preciso que tenhamos um sistema de fiscalização forte e que existam sistemas e políticas públicas de prevenção, e isso só funciona quando é articulado com todos os representantes de todos os níveis da federação.”

“Essa nova formação da comissão é governista e corporativista, o que compromete o cumprimento das atribuições do órgão. É notório que o governo Bolsonaro não tem interesse na erradicação da exploração do trabalho infantil; o próprio presidente deu declarações em defesa”, afirmou o advogado Ariel de Castro Alves, especialista em direitos da infância e juventude.

Esta não é a primeira mudança em políticas voltadas à criança e ao adolescente do governo Bolsonaro.

Em setembro, o governo recriou a Comissão Intersetorial de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, que ele tinha extinto em 2019, mas retirou suas principais atribuições.

A comissão deixou de ter papel de articulação de políticas públicas para tornar-se órgão de consulta e estudos. Outro retrocesso foi a omissão, em relatório do Disque Direitos Humanos, do encaminhamento dado e das respostas recebidas a denúncias de violações, apontada por reportagem da Folha.

Em nota, o Ministério da Economia afirmou que o enfrentamento adequado ao trabalho infantil “só pode ser alcançado através da ação integrada de diversos órgãos de governo dos mais diferentes níveis (federal, estadual e municipal) e setores (trabalho, educação, assistência social, saúde, entre outros); do sistema de garantia de direitos; de entidades da sociedade civil; do Ministério Público; com apoio, inclusive, de organismos internacionais”.

Mas não explicou por que esses órgãos passaram a ter caráter consultivo, afirmando, por outro lado, que o “tripartismo é a principal forma de diálogo social, princípio fundador da OIT”.

Disse ainda que pediu para as entidades que indiquem especialistas.

 

*Carolina Vila-Nova/Folha

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Bolsonaro fala muito para tentar esconder que, em dois anos, seu governo produziu uma barbárie social no país

Governo Bolsonaro aumentou e muito a desigualdade social no Brasil, aprofundando a tragédia iniciada por Temer depois do golpe em Dilma.

Foi a retomada da velha agenda neoliberal tucana, tanto com Temer quanto Bolsonaro.

O resultado está aí.

Uma obra planejada para segregar milhões de brasileiros que teve maciço e massivo apoio da mídia, judiciário e dos endinheirados, em consonância com os partidos de direita, cujos componentes se uniram densa e espessamente para chegar a essa profunda cicatriz social a que chegamos depois do golpe.

O papel de Bolsonaro nesses dois anos foi o de buscar a sobrevivência jurídica do seu clã e produzir gritarias “ideológicas” para animar seu pasto e, com isso, o nefasto neoliberalismo e os crimes da família passarem de boiada.

Na prática, Bolsonaro já caminhou metade do tempo de seu mandato, deixando até aqui uma devastação ambiental em que milhões de animais silvestres foram mortos na Amazônia e no Pantanal sob seu comando com seus “dias de fogo”

Na pandemia, Bolsonaro já tirou a vida de mais de 190 mil brasileiros com seu negacionismo programado para matar.

Guedes teve todo o tempo e divulgação na mídia esta semana para vender terreno na lua. Não pode fazer balanço da trágica política econômica que empurrou do barranco para o buraco duas dezenas de milhões de brasileiros a miséria absoluta.

Então, o negócio é seguir chutando pra onde o nariz aponta para vender ilusões futuras, já que tirou o retrovisor de seu ministério para não ter que ver a terra arrasada que produziu no país nesses dois anos.

Por tudo isso e muito mais, Bolsonaro berra, gesticula, ataca a esmo para tentar esconder um país jogado nas sombras numa tragédia anunciada.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonaro só chegou ao poder porque mídia e judiciário mudaram os conceitos de moral no Brasil

Nada traduz com mais fidelidade os motivos da chegada de Bolsonaro ao poder do que a ambivalência moral da mídia e do judiciário brasileiro.

Os dois usaram as práticas mais imorais para dar sentimento coletivo de moral às suas próprias imoralidades.

Mídia e judiciário, mutuamente e de forma simultânea, vendem valores morais a partir dos interesses políticos que defendem.

Esses interesses nunca são a favor do povo, mas da elite econômica.

Não é sem motivos que noivos e padrinhos posaram armados em casamento em Goiás. Eles são o exemplo de uma parcela da sociedade que, em nome do amor, comemoram com símbolos de ódio. Eles, certamente, em nome da moral, votaram em um dos políticos mais corruptos e envolvido com os esquemas mais criminosos da história do Brasil.

Mas como um troço desses se deu, principalmente na parcela mais letrada da sociedade?

Como essa gente foi alvo fácil de um pensamento fascista que berra patriotismo enquanto detona o país a mando dos neoliberais?

Bolsonaro na presidência não é acidente, é projeto de poder das classes dominantes. As mesmas que, no Brasil, dominam as redações e o sistema de justiça.

Bolsonaro é literalmente a elite brasileira sem máscaras.

Não é sem motivos que a fome e a miséria não estão de volta ao país.

É essa elite que, através da mídia e do judiciário, naturaliza a barbárie social que está sendo promovida por Guedes e Bolsonaro.

Essa é a “regra de ouro” dos abastados.

A ética da reciprocidade entre pares, entre mídia e elite, entre o judiciário e os donos da terra.

A leitura moral que tanto a mídia quanto o judiciário brasileiros fazem é pelos olhos da nobreza paratatá.

É a “papa-fina da alta sociedade” que dá as cartas da nossa verdadeira constituição, em nome de uma democracia de mercado.

É daí que vem o princípio moral hegemônico no Brasil.

Foi isso que colocou na presidência da República um genocida que matou, em uma semana, mais do que 63 países juntos em toda a pandemia.

A Globo, ontem, deu um gigantesco espaço pra Guedes vender terreno na lua. Isso mostra que, se a direita não tiver candidato, os Marinho vão de Bolsonaro outra vez. Detalhe, com o fiu fiu de Bial.

*Da redação

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Fura-fila da vacina, Fux arrota ética

O velho terrorismo antipetista é a única arma que a direita tem, sobretudo para os cínicos, e Fux é um.

O país acaba de ver Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal, tentando furar a fila da vacina e ainda teve a coragem de dizer que furaria, mas com “delicadeza e ética”.

E o sujeito ainda fala em exemplo da justiça nos casos do “mensalão” e “petrolão”, mostrando o ativismo político do esperto e a cara de pau de falar em ética depois de ser denunciado tentando, na cara dura, dar uma carteirada.

A desculpa do espertão de topete postiço foi: “Nós não podemos parar as instituições fundamentais do Estado”

Que coisa mais comovente!

Que lição cívica do dono da honradez e da integridade!

O camarada é o cúmulo da prepotência e da falta de educação e ainda quer bancar o dicionário das lições morais.

Fux é o prototipo bem feito do judiciário brasileiro.

Vejam que exemplo.

O sujeito, presidente do STF, é pego tentando usar a Lei do Gerson (gosto de levar vantagem em tudo, certo!), faz discurso com cabelos nas ventas, como se fosse a autoridade moral desse país.

E ainda fala que a instituição que ele preside é exemplo de combate à corrupção.

*Da redação

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Roberto Jefferson ameaça STF e mostra como saiu caro para o supremo se aliar a ele na farsa do mensalão

A narrativa de Roberto Jefferson de que o PT criou um “mensalão” deveria provocar risos nos ministros do STF. Mas, pressionado pela direita e, sobretudo pela mídia, o STF acovardou-se e aquela história burlesca e pífia de provas que Jefferson improvisou, ganhou dimensão na mídia tucana e o que era uma peça cômica, transformou-se, dentro do STF, símbolo de combate à corrupção, ou divisor de águas do nosso glorioso judiciário.

Pior, agora, desmoralizado, o STF, que caiu na armadilha da mídia, é ameaçado por Roberto Jefferson. Isso mesmo. Está estampado nas redes e na mídia que Roberto Jefferson, que deu munição de festim para Barbosa condenar e prender José Dirceu e José Genuíno, chama os ministros do STF de “malandros” e que devem ser “colocados para fora na bala”.

Isso é uma clara incitação para que bolsonaristas usem de violência contra o STF. “Temos que entrar lá e colocar para fora na bala, no pescoção, no chute na bunda, aqueles 11 malandros que se fantasiaram de ministros”, disse o corruptaço, dono do PTB.

Dia desses, o ministro Barroso, pavão como é, fez aquele velho culto à personalidade, em entrevista na Globonews, falando maravilhas do STF sobre aquela farsa protagonizada por Roberto Jefferson.

Está aí o resultado da farsa sustentada pelo STF que tanto os ministros quanto Jefferson sabem muito bem que montaram junto com a Globo.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Doria e Covas suspendem gratuidade de transporte público para idosos de 60 a 65 anos de idade em SP

Passe livre nos transportes públicos para pessoas com idade entre 60 e 65 anos, que existia desde 2013 em SP, foi revogado nesta quarta-feira (23). Governo e prefeitura afirmam que mudança ‘acompanha a revisão gradual das políticas voltadas a esta população’.

O governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), e o prefeito da capital, Bruno Covas (PSDB), determinaram nesta quarta-feira (23) o fim da gratuidade nos transportes públicos para quem tem entre 60 e 65 anos. A nova regra passa a valer a partir de 1º de janeiro de 2021. A tarifa ainda será gratuita para pessoas com mais de 65 anos, benefício garantido pela lei federal que instituiu o Estatuto do Idoso.

Em nota, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor disse que lamenta a sanção às pressas da lei que extinguiu a gratuidade no sistema de ônibus de São Paulo dos idosos entre 60 e 65 anos.

Para suspender a gratuidade nos transportes municipais para idosos, Covas revogou uma lei de 2013 que garantia a isenção de pagamento da tarifa nas linhas urbanas de ônibus às pessoas com idade igual ou maior que 60 anos. A revogação da lei 15.912 foi publicada no Diário Oficial do município nesta quarta.

Já Doria revogou nesta quarta-feira um decreto de 2014 que regulamentaria a gratuidade para essas pessoas nos outros meios de transporte, como Metrô, trens da CPTM e os ônibus intermunicipais (EMTU), da Grande São Paulo.

Em nota, o Governo de São Paulo e a Prefeitura de São Paulo admitiram que “adotarão novas medidas para a concessão de gratuidade no sistema de transporte público a partir de 1º de janeiro de 2021” e disseram que a mudança na política de benefícios no transporte de idosos “acompanha a revisão gradual das políticas voltadas a esta população”.

“Para acompanhar o Estatuto do Idoso, será mantida a gratuidade nas passagens dos ônibus municipais e intermunicipais (EMTU), Metrô e CPTM para as pessoas acima de 65 anos de idade. A mudança na gratuidade acompanha a revisão gradual das políticas voltadas a esta população, a exemplo da ampliação da aposentadoria compulsória no serviço público, que passou de 70 para 75 anos, a instituição no Estatuto do Idoso de uma categoria especial de idosos, acima de 80 anos, e a recente Reforma Previdenciária, que além de ampliar o tempo de contribuição fixou idade mínima de 65 anos para aposentadoria para homens e 62 anos para mulheres”, afirma a nota conjunta.

Para o Idec, que defende os direitos do consumidor, a medida é prejudicial porque configura “um ataque ao direito dos usuários e usuárias” e desestimula o uso de transporte coletivo.

“Além disso, a economia será irrisória, pois grande parte dos idosos usar o RG para acessar os ônibus e ficam antes da catraca e em alguns meses o sistema de ônibus de São Paulo vai passar a pagar as concessionárias por custo, e não por passageiro transportado, reduzindo ainda mais o impacto das gratuidades dos idosos. Ou seja, a medida não terá impacto significante para o subsídio, mas impactará profundamente a vida de idosos vulneráveis na cidade”, afirma o Idec.

Projeto do orçamento de SP reduz verba de fundos de idoso

Os vereadores da cidade de São Paulo se reuniram nesta terça-feira (22) para analisar mudanças no projeto da lei orçamentária da capital para 2021, que deve ser votado na quarta-feira (23) na Casa após a sessão desta terça terminar sem acordo.

Alguns fundos municipais, como os do idoso, de desenvolvimento social e de habitação tiveram redução no orçamento. O fundo municipal do Idoso terá corte de 91% nos recursos em comparação com o de 2020, passando de um orçamento de R$ 2,7 bilhões neste ano para R$ 253,6 milhões no próximo.

 

*Com informações do G1

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Suprema carteirada na fila da vacina

Luiz Fux assumiu a presidência do Supremo com uma posse contagiante. Na contramão das recomendações sanitárias, o ministro insistiu numa cerimônia presencial seguida de coquetel. A festa deixou ao menos dez autoridades infectadas com a Covid. Além do homenageado, contraíram o vírus o presidente da Câmara e o procurador-geral da República.

A presidente do Tribunal Superior do Trabalho, que entrou na lista dos contaminados, precisou ser transferida para um hospital em São Paulo. Passou 16 dias internada e teve que receber oxigênio por um cateter. Chocada com o mau exemplo, a professora Ligia Bahia definiu a FuxFest como um “covidário”. “Foi um evento totalmente irresponsável”, resumiu.

Três meses depois da posse, o presidente do Supremo está de volta ao noticiário da pandemia. Ontem ele defendeu o tribunal pela tentativa de furar a fila da vacina. O órgão pediu à Fiocruz que reservasse sete mil doses para imunizar ministros e servidores.

Em documento oficial, o Supremo sustentou que a vacinação vip seria “uma forma de contribuir com o país nesse momento tão crítico”. Questionado, Fux disse não ver nada de errado na carteirada. “Temos de nos preocupar para não pararmos as instituições fundamentais do Estado”, justificou.

O ministro informou que o tribunal fez o pedido “de forma delicada, ética”. Delicadamente, a Fiocruz respondeu que destinará suas vacinas ao Ministério da Saúde, sem atender a “qualquer demanda específica”. As doses serão distribuídas segundo os critérios do Programa Nacional de Imunizações. As regras não mencionam o uso da toga como fator de risco para a Covid.

O Supremo não é a primeira instituição a reivindicar preferência na distribuição da vacina. No início do mês, promotores paulistas pediram que a categoria fosse incluída “em uma das etapas prioritárias” da imunização. Depois foi a vez de o Superior Tribunal de Justiça tentar furar a fila da Fiocruz. A turma do “vacina pouca, meu braço primeiro” nunca admite estar em busca de privilégios. Ontem Fux disse ter uma “preocupação ética” com o assunto.

 

*Bernardo Mello Franco/O Globo

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Justiça Federal impõe mais uma derrota à Lava Jato

A Justiça Federal do Distrito Federal rejeitou a denúncia que a Operação Lava Jato fez contra os ex-ministros Antônio Palocci e Guido Mantega, acusados de terem recebido propina da empreiteira Odebrecht para aprovar medidas provisórias no Congresso Nacional.

Os ex-ministros foram denunciados por corrupção passiva, ativa e lavagem de dinheiro com base no depoimento de delação premiada do empresário Marcelo Odebrecht.

Para o juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, a denúncia apresentada não apresentava elementos que justificassem a abertura de uma ação penal. As informações foram publicadas nesta quarta-feira (23) pelo portal G1.

“A extensa peça acusatória original, cuja narrativa transita no limite tênue da inépcia por não descrever, objetivamente, todas as circunstâncias dos fatos ilícitos, como exige o Código de Processo Penal, imputa aos demais denunciados condutas atípicas e desprovidas de elementos mínimos que lhe deem verossimilhança”, escreveu.

O Ministério Público Federal (MPF) afirmou que, entre 2008 e 2010, Marcelo Odebrecht, Antônio Palocci e Guido Mantega negociaram medidas para permitir a solução de questões tributárias da empreiteira.

Reis Bastos disse que os elementos repassados pelos delatores não poderiam ter sido interpretados como provas.

“Anoto que mensagens eletrônicas trocadas entre os réus colaboradores, bem como planilhas de controle financeiro elaboradas e alimentadas com dados por estes fornecidos equivalem às declarações que prestaram em termo de colaboração, porquanto inoficiosas e produzidas unilateralmente”, afirmou.

O juiz determinou ainda a suspensão do processo dos delatores Marcelo Odebrecht, João Santana e Mônica Moura.

 

*Com informações do Sputnik

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Breno Altman: A falsa escolha de Sofia

Algumas vozes progressistas recorrem ao clássico livro “A Escolha de Sofia”, de William Styron, para definir a disputa pela chefia da Câmara dos Deputados, prevista para fevereiro de 2021. A personagem central da obra, prisioneira em Auschwitz, viu-se diante da opção de salvar apenas um de seus dois filhos, entregando o outro aos braços da morte.

Para setores de esquerda e centro-esquerda, somente seriam possíveis dois caminhos na eleição para o comando da principal Casa parlamentar: apoiar o candidato preferido de Jair Bolsonaro, Arthur Lira (PP-AL), ou Baleia Rossi (MDB-SP), escolhido pela oposição de direita.

A maioria das lideranças propõe sufragar o postulante indicado por Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, para derrotar o Planalto e supostamente garantir um Parlamento menos servil. Essa foi a principal razão aludida por PT, PC do B, PSB e PDT ao decidirem se integrar ao bloco articulado pelo atual comandante da Casa.

Ao contrário de Sofia, enclausurada pelo aparato nazista, aprisionam-se a si próprios os partidos que se conformam com essa dualidade conservadora. Jogam para dentro, não para fora, abdicando de disputar a opinião pública e fazer desse episódio um bom capítulo na acumulação de forças rumo ao que importa, a batalha pelo governo federal.

Mesmo dentro do PT, o principal partido de esquerda, com a maior bancada de deputados, é determinante o peso dos que defendem um papel circunstancialmente auxiliar à agremiação, refutando alternativa fora do pacto com a centro-direita. Insiste-se nessa tese ainda que seja em dois turnos o sistema de eleição para a presidência das Casas parlamentares. Trocando em miúdos: poderia ser apresentada, na primeira volta, uma candidatura do campo progressista, sem comprometer eventual composição, no segundo turno, que derrotasse o bolsonarismo.

O risco seria ficar, em caso de derrota, sem cargos na Mesa Diretora. A grande vantagem estaria em aproveitar as semanas de campanha para defender um programa independente, estruturado sobre três pontos fundamentais: votação da abertura do processo de impedimento contra Jair Bolsonaro, renda mínima emergencial de R$ 600 até junho de 2021 e revogação do teto de gastos, com o fortalecimento do SUS.

Se a esquerda pretende recuperar protagonismo para construir uma alternativa viável de governo que encante as classes trabalhadoras e a juventude, talvez devesse refletir sobre a prioridade de recompor sua identidade política, ideológica e cultural, enfrentando em todos os espaços a aliança estrutural entre neofascistas e neoliberais que domina a República.

Afinal, sem coerência permanente entre narrativa e prática, os discursos contra o golpismo e a crítica ao neoliberalismo, por mais aguerridos que sejam, perdem intensidade e credibilidade, dificultando a ruptura da inércia social sobre a qual viceja a extrema direita e avalizando o suposto caráter democrático da ala moderada do conservadorismo, que chefiou o enterro da Constituição em 2016.

Amarrados a uma falsa escolha, os partidos de esquerda podem deixar escapar a nobre chance de mostrar que são diferentes e capazes de animar o povo na luta por um novo rumo.

*Breno Altman/Folha

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OMS alerta: Nova cepa do coronavírus pode ser perigosa para crianças e adolescentes

Entidade confirmou a existência de estudos certificando que a variante do coronavírus descoberta no Reino Unido tem maior capacidade de manifestar sintomas entre pessoas menores de 30 anos.

A pandemia do coronavírus pode se tornar muito mais preocupante para jovens e crianças a partir da descoberta da nova variante do coronavírus SARS-CoV-2 encontrada no Reino Unido.

Em uma entrevista para o canal Sky News, o epidemiologista David Nabarro afirmou a nova cepa do coronavírus, batizada como VUI-202012/01, pode afetar muito mais pessoas com idades inferiores a 30 anos, incluindo adolescentes e crianças.

Nabarro é um dos seis especialistas enviados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) ao Reino Unido para estudar a nova cepa do coronavírus e suas características. Ele estaria realizando análises junto com a equipe da Universidade de Leeds, comandada pelo professor Mark Harris.

“Há a preocupação muito grandes pelo fato de que esta segunda onda da pandemia no Reino Unido registrou muitos novos casos de covid-19 em escolas e universidades”, comentou Nabarro.

O epidemiologista britânico também afirmou que “esta nova mutação do vírus se realmente está se replicando e se desenvolvendo melhor em crianças e adolescentes, que eram assintomáticos na maioria dos casos da cepa original do SARS-CoV-2”.

O especialista também disse que ainda não há dados capazes de dizer que ela seria mais mortal, apenas que provoca mais casos de covid-19 (ou seja, casos com sintomas) entre pacientes mais jovens.

A nova cepa do coronavírus também é considerada 70% mais contagiosa do que a original, ou seja, se transmite muito mais rapidamente. Razão pela qual esta segunda onda da doença no país tem gerado um número muito mais de novos contágios e de óbitos no Reino Unido, em comparação ao registrado no primeiro semestre de 2020.

 

*Com informações da Forum

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