Ano: 2021

Médicos e cientistas já veem São Paulo em colapso e defendem lockdown

São Paulo vem batendo recordes de casos, mortes e ocupação de UTIs

“Temos uma situação bastante dramática.” O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), reconheceu com estas palavras a gravidade sem precedentes da pandemia no Estado.

A declaração foi feita em uma coletiva de imprensa na quarta-feira (17/3), enquanto São Paulo bate recordes de casos e mortes, vê sua rede de saúde passar de 90% de ocupação e aplica as medidas de isolamento mais rígidas desde o início da crise para tentar evitar uma tragédia ainda maior.

“Não há nenhum Estado no Brasil em situação confortável. Todos estão à beira do colapso”, disse Doria.

No entanto, segundo epidemiologistas e cientistas ouvidos pela BBC News Brasil, o sistema de saúde paulista já colapsou — e a situação vai se agravar ainda mais nos próximos dias.

“Dizer que está à beira do colapso é uma licença poética”, diz Domingos Alves, responsável pelo portal Covid-19 Brasil, que monitora a pandemia, e pelo Laboratório em Inteligência de Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto.

Márcio Sommer Bittencourt, médico do centro de pesquisa clínica e epidemiológica do Hospital Universitário da USP, faz a mesma avaliação.

Ele se baseia nos dados divulgados pelo próprio governo paulista, que apontou que ao menos 280 pessoas estão aguardando por um leito de UTI no Estado.

“Se há lista de espera de pacientes que não conseguem ser internados, alguns deles esperando há dias, não faz sentido dizer que está com 90% de ocupação”, diz Bittencourt. “O sistema de saúde de São Paulo está em colapso, sem dúvida.”

Para a epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), todos os Estados brasileiros já colapsaram.

“Quando fala que está com mais de 90% de leitos de UTI ocupados, não estão contando as cidades que já não têm mais leito, as pessoas que estão esperando por um leito de UTI no pronto atendimento. Se levar isso em conta, já passou de 100%”, diz Maciel.

Recordes de casos e mortes, com UTIs lotadas

São Paulo vem batendo diariamente recordes de pessoas internadas por causa da covid-19 desde o final de fevereiro.

Havia até terça-feira (16/3) 24.992 pacientes hospitalizados, dos quais 10.756 em UTIs e o restante em enfermarias, segundo os dados mais recentes.

É bem mais do que as 6.250 pessoas que estavam internadas em uma UTI no pior momento da primeira onda da pandemia no Estado, em julho do ano passado.

Isso é um reflexo do aumento expressivo de novos casos nas últimas semanas. A média móvel, que leva em consideração os sete dias anteriores, passou de 13 mil pela primeira vez na pandemia na terça-feira e continuou subindo na quarta-feira. Está em 13.472 óbitos diários. Há cerca de um mês, eram cerca de 8,5 mil.

São Paulo também bateu na terça-feira o recorde de óbitos. Foram 679 em 24 horas, o maior índice já registrado. Até então, o recorde era o de sexta-feira (12/3), com 521 mortes.

O Estado também teve sua maior média móvel de óbitos na quarta-feira, com 421 mortes diárias.

Isso elevou o total para 65.519 vítimas fatais. Em nenhum outro Estado brasileiro morreu tanta gente por causa da covid-19. O segundo com mais vítimas é o Rio de Janeiro, com pouco mais da metade dos óbitos em São Paulo (34.586).

‘Tem que fazer lockdown agora’

Desde segunda-feira (15/3), está em vigor no Estado a chamada “fase emergencial” do plano de combate à pandemia de São Paulo entrou em vigor na última segunda-feira (15/3).

Ela foi criada justamente por causa desse agravamento inédito da pandemia — até então, o nível com as medidas mais duras de restrição do plano de combate à pandemia em São Paulo era a “fase vermelha”.

A nova fase prevê um toque de recolher das 20h às 5h, período em que a população deve ficar em casa.

Também foram suspensas as celebrações religiosas e atividades esportivas em grupo. Parques e praias foram fechados, e mesmo setores e serviços que podiam abrir na fase vermelha, como as lojas de material de construção, agora não podem funcionar.

Avenida Paulista vazia

Essas medidas ficarão em vigor até o próximo dia 30, mas, até agora, não surtiram muito efeito sobre a circulação dos paulistas.

O índice de isolamento foi de 44% no Estado e de 43% na capital na terça-feira. Em ambos os casos, houve o aumento de só um ponto percentual em relação a uma semana antes, quando a fase emergencial ainda não estava em vigor. O governo paulista diz que o objetivo é chegar a um índice acima de 50%.

Outro problema é que as novas restrições só vão se refletir nos números da pandemia daqui a duas semanas a um mês. Este é o tempo que especialistas apontam que leva para as medidas levarem a uma queda de casos e mortes.

“Agora que tudo desabou, querem tentar resolver, mas não dá mais tempo. Vai piorar antes de melhorar”, diz Márcio Bittencourt.

O epidemiologista critica a forma como não só o governo paulista, mas o país em geral vem reagindo à pandemia.

“Ficam correndo atrás do vírus e tomando decisões tardias e de curto prazo em vez de pensar em uma estratégia de médio e longo prazo para evitar que piore. Do ponto de vista epidemiológico, vai ser preciso intensificar as medidas de controle ainda mais.”

Era especulado que um anúncio nesta linha fosse feito hoje pelo governo de São Paulo, mas isso não aconteceu.

“Precisamos de algum tempo para observar o impacto das medidas que tomamos e ver se há necessidade de outras medidas”, disse Paulo Menezes, coordenador do centro de contingência da covid-19 de São Paulo, que assessora o governo estadual no combate à pandemia.

Domingos Alves discorda frontalmente dessa decisão. “Querem esperar o quê? O caos? Deviam falar que ainda não é hora para as famílias das pessoas que morreram por falta de leito de UTI. Quanto caos é caos suficiente para eles?”

Alves destaca que, hoje o Estado tem uma média móvel de 2.790 internações por dia por causa da covid-19. “”Já não dá pra prever que o sistema de saúde não vai dar conta disso?”, diz pesquisador, que defende um lockdown, como é chamado o conjunto de medidas mais restritivas de circulação, com o confinamento da população em suas casas durante todo o dia.

“Está na hora de fazer um lockdown completo, não aquela palhaçada de fazer só no final de semana ou alguns dias, tem que ser por no mínimo 15 dias para ter efeito. Só com um lockdown São Paulo vai conseguir reverter essa situação”, afirma o cientista.

Ethel Maciel concorda que será necessário o confinamento. “Vai precisar de lockdown, sem dúvida”, afirma epidemiologista.

“O ideal é que fosse nacional, coordenado pelo governo federal, porque hoje estamos em uma situação em que nenhum Estado está em condição de ajudar o outro. A gente sabe que o governo federal não vai, mas temos que dizer que isso é necessário mesmo assim.”

*Rafael Barifouse/BBC News Brasil

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Partes da França, incluindo Paris, voltam à quarentena para conter terceira onda da Covid-19

Na quarta-feira, país teve o maior aumento de casos diários desde novembro.

O governo francês anunciou nesta quinta-feira a imposição de uma nova quarentena em diversas partes do seu território, incluindo Paris, para tentar frear a terceira onda da Covid-19 na Europa. Na quarta, o país viu o maior aumento de casos desde novembro, com mais de 38 mil pacientes diagnosticados.

As novas medidas, que vão valer já a partir de sábado, afetarão os Altos da França, no Norte do país, e a Île-de-France, onde fica a capital. Dezesseis departamentos serão afetados e ficarão em lockdown por ao menos quatro semanas.

— A progressão da epidemia está se acelerando fortemente. Novas medidas, portanto, devem ser tomadas sem demora — disse o primeiro-ministro Jean Castex, no anúncio das medidas. — Ainda temos dias difíceis pela frente, mas também temos uma perspectiva de mudança, o que nos diz que não só esses esforços são essenciais, mas eles não serão em vão. Apenas negócios essenciais serão autorizados a abrir, incluindo comércios de livros e de música — uma crítica comum dos franceses durante a quarentena no ano passado

Escolas e faculdades funcionarão normalmente, exceto as de ensino médio, que terão apenas 50% das aulas presencialmente. Atividades extracurriculares para menores serão autorizadas.

Serão permitidos deslocamentos num raio de 10 km, sem limites de tempo. Viagens interregionais estão vetadas, exceto por “motivos profissionais e convincentes”..

O Palácio do Eliseu vinha fazendo o possível para evitar uma nova quarentena total e seus impactos econômicos, com medidas como toque de recolher nacional e diversas restrições regionais. O número de casos e a ocupação de leitos hospitalares, contudo, não para de crescer: nesta quinta, segundo o Ministério da Saúde, a quantidade de pacientes na UTI chegou ao seu maior número em 2021, atingindo 4.246.

O governo francês põe a responsabilidade das novas infecções na variante britânica do vírus, mais infecciosa. Segundo autoridades, três a cada quatro novas infecções são da variante britânica.

— Estamos em uma terceira onda em grande parte devido ao surgimento da famosa variante britânica. A situação é claramente grave, e será muito difícil até meados de abril — disse o presidente Emmanuel Macron na noite de quarta, em uma videoconferência com prefeitos.

Em Paris, onde pacientes são realocados para o interior do país para evitar a sobrecarga dos hospitais, a incidência da doença no último dia 14 era de 425 novos casos por 100 mil habitantes — bem acima do “limite de alerta” de 250 casos por 100 mil. A taxa de ocupação hospitalar na capital é de 57 por 100 mil, 20 a mais que a média nacional.

A pressão por novas medidas de contenção aumentou após a França suspender a aplicação de doses da AstraZeneca, na última terça, após relatos pontuais de complicações como edemas e embolias pulmonares. A Organização Mundial de Saúde afirmou que não havia motivos para paralisar a vacinação, mas ao menos 13 nações europeias optaram por esperar uma análise da Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

A agência anunciou nesta quarta, pouco antes da coletiva de Castex, que a vacina é “segura e eficaz” e que, mesmo sem poder descartar neste momento uma correlação com as complicações, os benefícios são superiores aos riscos. Segundo dados da AstraZeneca, em cerca de 17 milhões de doses aplicadas, foram constatados 15 casos de trombose e 22 de embolia pulmonar. A incidência, disse a empresa, é inferior à esperada para a população geral.

*Com informações de O Globo

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Vídeo: Militantes são presos em Brasília e enquadrados na LSN por faixa em que chamavam Bolsonaro de genocida

Quatro militantes do PT, dos quais sabe-se até agora o nome de dois, Rodrigo Pilha e Guilherme Martins, foram presos na Praça dos Três Poderes, na manhã desta quinta-feira (18). Eles estendiam uma faixa com uma charge de Renato Aroeira e os dizeres “Bolsonaro genocida” quando foram presos por policiais.

Os quatro foram levados para a Polícia Federal e enquadrados na Lei de Segurança Nacional. Os deputados Paulo Pimenta (PT-RS), Alencar Santana Braga (PT-SP) e Natália Bonavides (PT-RN) dirigiram-se à sede da PF. Dois advogados do Grupo Prerrogativas foram para lá também.

(Em breve, mais informações)

*Com informações do 247

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A receita do colapso

Como uma cidade distribuiu hidroxicloroquina de graça, flexibilizou isolamento e viu mortes se multiplicarem.

Uma cidade populosa, administrada por um aliado do presidente Jair Bolsonaro, resume a forma como o Brasil vai levando a pandemia do coronavírus. Em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, o prefeito pede isolamento, mas com tantas exceções que elas se tornam a regra. Oferece “tratamento precoce” de graça, mas abandona a promessa de cura quando há vacinas nas quais se agarrar. Faz concessões seguidas a empresários e comerciantes e enfrenta protestos deles mesmos, que querem ainda mais flexibilização. Uberlândia é uma espécie de cidade exemplar da indecisão do poder público diante da pandemia no Brasil. E já se foram 280 mil mortos.

Em julho passado, quatro dias depois de Uberlândia assumir momentaneamente a dianteira de casos de Covid em Minas Gerais, superando até Belo Horizonte, o prefeito da cidade, Odelmo Leão (PP), anunciou um novo protocolo de combate à pandemia: ivermectina e hidroxicloroquina de graça para a população. Em seguida, flexibilizou o decreto de isolamento, liberando feiras livres, lanchonetes e conveniências. O Tribunal de Justiça de Minas mandou Leão recrudescer, enquadrando-o ao plano estadual de enfrentamento da pandemia Minas Consciente, mas a ordem durou pouco. O prefeito recorreu e, em meados de julho, a cidade de 700 mil habitantes bateu a marca de 10 mil infectados – ato contínuo, liberou até shopping center. Duzentas pessoas morreram da doença até aquele mês.

Após oito meses, no dia 2 de março deste ano, o prefeito admitiu que o sistema de saúde de Uberlândia se exauriu. Com 100% dos leitos de UTI ocupados, 184 pacientes esperavam vagas abrirem, e outros já tinham sido transferidos para cidades próximas. “A rede de saúde de Uberlândia colapsou. Friso: colapsou. A situação é caótica. A gente pediu, a gente apelou para que todos compreendessem o momento que vivíamos, para que não chegássemos a essa situação. Infelizmente, muitos não ouviram e duvidaram dessa doença. Hoje a nossa situação é a pior de todas as que vivemos”, afirmou Leão.

Em 4 de março, o presidente Jair Bolsonaro pisou em solo uberlandense com sorriso de orelha a orelha, visível porque não usava máscara. Odelmo Leão, seu “velho amigo de Parlamento”, como Bolsonaro o definiu, o recebeu de braços abertos e N95 no rosto. “Quem fala em tratamento precoce passou a ser criminoso no Brasil”, discursou o presidente a algumas dezenas de apoiadores sem máscara que se amontoavam para vê-lo de perto. “O médico, ele é ensinado, é direito dele, não tendo o medicamento para aquela doença, ele buscar a alternativa”, prosseguiu Bolsonaro.

Na cidade, acontece o oposto do que descreveu o presidente. O Ministério Público Federal conseguiu na Justiça que o médico que não receitar o “tratamento precoce” seja denunciado por pacientes e fique sujeito a multa de 10 mil reais. Não há, por ora, registro de punições judiciais.

O presidente continuou a falar, agora sobre efeitos colaterais econômicos. “Se todo mundo ficar em casa, vai morrer todo mundo de fome.” Os simpatizantes aplaudiram. “O desemprego leva à miséria, à depressão, a uma série de outros problemas, que matam muito mais do que o vírus.” Ele estava no lugar certo.

Em setembro de 2020, depois de atingir pela primeira vez cem dias seguidos com registros de óbitos, Odelmo Leão conseguiu no Supremo Tribunal Federal reabrir bares e restaurantes. Em outubro, o prefeito anunciou a saída da cidade do Minas Consciente, plano de contingência do governo estadual de Romeu Zema (Novo) para enfrentar a pandemia. Quinze dias depois, Uberlândia registrou o recorde de 140 dias consecutivos de óbitos.

Em novembro e dezembro, seguindo tendência nacional, a pandemia arrefeceu em termos relativos ao que acontecera até então. Mas, com a virada do ano, a doença se mostrou mais agressiva inclusive entre grupos que antes não eram considerados de risco. A região de Uberlândia voltou a ser um dos focos mais graves da pandemia em Minas. O número de mortes explodiu. De 27 óbitos registrados em dezembro, o número saltou para 76 em janeiro e 257 em fevereiro, somando ao final do mês passado 1 074 mortes desde o início da pandemia. Em março foram 284 até o dia 12, segundo dados da prefeitura.

Com o esgotamento do sistema de saúde da cidade, em fevereiro, Odelmo Leão baixou medidas para tentar conter o avanço da doença. Proibiu a venda de bebidas alcoólicas das 18h às 5h, fechou shoppings, bares, restaurantes e clubes sociais aos finais de semana – mas os manteve em funcionamento de segunda a sexta. Após quinze dias, precisou ser mais duro e fechou o comércio. Numa entrevista para detalhar as medidas, exclamou mais de uma vez: “Lockdown não!”

No último dia 12, comerciantes voltaram às ruas para protestar, como têm feito desde o início da pandemia. O objetivo é voltar a flexibilizar as atividades.

Desde o agravamento da pandemia em 2021, o prefeito não falou mais em hidroxicloroquina ou “tratamento precoce”. Sua aposta agora é na imunização. Publica fotos de idosos sendo vacinados e faz anúncios de intenção de compra de mais doses. A cidade diz ter aplicado até agora quase 45 mil doses de vacina.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que também minimizou a necessidade de isolamento inicialmente, foi mais enérgico ao reagir às evidências que um ano de pandemia trouxe. Em abril passado, ele criticou prefeitos que impuseram medidas restritivas de circulação. “Nessa crise nós precisamos que o vírus viaje um pouco”, justificou. Em março de 2021, contudo, decretou lockdown no noroeste do estado e no Triângulo Norte, onde fica Uberlândia.

Onda Roxa, como o governador batizou a ação, determina toque de recolher das 20h às 5h, libera somente quem trabalha em serviço essencial para transitar e obriga o uso de máscaras em qualquer espaço público ou privado. O problema é que a Onda Roxa faz parte do plano Minas Consciente, do qual Uberlândia se retirou com ação judicial. Reservadamente, auxiliares de Zema dizem que a cidade adotou medidas tão restritivas quanto as impostas pelo governo estadual, portanto não há prejuízo no combate ao vírus.

“O prefeito está perdido”, resumiu o médico Alair Benedito, professor aposentado da Universidade Federal de Uberlândia. “Não toma as medidas adequadas, porque sofre muita pressão da iniciativa privada e, como recebeu financiamento eleitoral do empresariado local, mantém seus compromissos políticos com esses grupos e as medidas de distanciamento social foram negadas.” Ex-diretor do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, que é referência para Covid na região, Benedito aponta insuficiência da rede de atendimento desde antes da pandemia. “O prefeito tenta achar culpados. Transfere a responsabilidade para o hospital, mas não há número de leitos suficiente, falta estrutura, pessoal e espaço.”

Agora já são 1.371 vidas perdidas na cidade em um ano de pandemia, segundo a Fiocruz, o que confere a Uberlândia uma taxa de 198 mortes por cem mil habitantes. A capital mineira, que adotou medidas mais restritivas, tem média de 115 óbitos por cem mil habitantes. Porto Alegre, que enfrenta o colapso de seu sistema de saúde, registra 185 mortes por cem mil habitantes. No Brasil, a taxa é de 132 óbitos por cem mil habitantes. Todos os leitos de UTI de Uberlândia estão ocupados, demais leitos de emergência idem. Não há médicos, fisioterapeutas, enfermeiros e profissionais da saúde suficientes para a demanda.

“Houve um não reconhecimento da gravidade da pandemia”, diz Juliana Markus, médica do Hospital de Clínicas de Uberlândia, que atua na linha de frente desde o início da pandemia. Além das flexibilizações do isolamento e do surgimento de novas cepas, a médica critica a insistência no tratamento à base de hidroxicloroquina e ivermectina, que não apenas não têm eficácia comprovada para Covid como ainda oferecem risco de efeitos colaterais graves. “As autoridades públicas defenderam o kit profilático, que geram ilusão de que a pessoa que contrair o vírus vai ficar com caso menos grave e por isso pode se expor, uma falsa sensação de segurança”, afirmou. “Não tem embasamento na realidade e contribui para o momento crítico que vivemos.”

No último final de semana, apesar dos alertas de autoridades de saúde pública do mundo todo, uberlandenses foram protestar nas ruas pedindo tratamento precoce e reabertura do comércio, em pleno pico da pandemia.

Em fevereiro deste ano, o prefeito reclamou que a população não colaborava. “Há onze meses nós estamos pedindo apoio, e parece que não há entendimento. Na minha avaliação há falta de consciência coletiva, uma coisa muito grave na nossa sociedade”, criticou.

Mas em julho do ano passado ele cantava vitória. “Se Uberlândia tem os resultados que tem é porque tivemos a responsabilidade de testar a população, adquirimos os remédios necessários, a hidroxicloroquina, que tem a discussão, mas eu já disse que o professor [secretário de saúde municipal] liberou, está em todas as farmácias da nossa rede. É o médico receitar, se não achar no mercado, pode ir à farmácia da prefeitura, que nós vamos fornecer o produto”, comemorou.

Procurada pela Piauí, a prefeitura não esclareceu os critérios que a levaram a flexibilizar o isolamento em diversas ocasiões, nem se ainda recomenda o “tratamento precoce” ou como avalia o comportamento do presidente Bolsonaro diante da gravidade da Covid no país e na cidade.

*Thais Bilenky/Piauí

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Em protesto, delegados federais prometem renunciar a cargos

Em um documento que começa a receber assinaturas nesta quinta-feira (18) e que deverá ser entregue ao diretor-geral do Departamento de Polícia Federal (DPF), Rolando Alexandre de Souza, no dia 28 de março, quando a instituição completará 77 anos, os delegados federais de todo o Brasil colocam à disposição os seus cargos de chefia e anunciam a disposição de “recusar a assumir toda e qualquer função de chefia e/ou comissionada”.

Na carta que deverá contar com a adesão de uma grande quantidade de delegados, os signatários afirmam que no governo de Jair Bolsonaro o DPF e o serviço público em geral sofrem “um desmonte jamais visto com tal intensidade em governos anteriores”.

O movimento busca para a Polícia Federal “um tratamento digno e similar ao dispensado aos militares, membros do poder Judiciário, Ministério Público, Legislativo e outras Instituições correlatas”.

Esse protesto vem sendo idealizado há algum tempo. Mas ganhou força a partir do Projeto de Emenda à Constituição (PEC) nº 32/20 que a pretexto de fazer a Reforma Administrativa retira direitos dos servidores públicos e atinge diretamente a carreira dos policiais federais em geral.

Vinganças políticas

O debate que vinha sendo travado nos bastidores do DPF se corporificou no Ofício Nº 19/2921 da Delegacia de Segurança Privada (DELESP) da Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro (OFÍCIO Nº 19/2021/DELESP/DREX/SR/PF/RJ), tendo à frente o delegado Marcelo de Souza Daemon Guimarães, autor da assinatura eletrônica da carta.

O Ofício relembra que os policiais federais não pararam de trabalhar “um só dia durante a pandemia de coronavírus, diferentemente das outras Instituições envolvidas na persecução criminal”.

Ao falar das medidas implementadas pelo governo federal que estão desmontando a Polícia Federal e o serviço público em geral, destaca que “é dever dos Delegados de Polícia Federal estar ao lado da sociedade contra esse ataque ao Estado Democrático de Direito”.

Eles associam estas medidas contra o DPF a uma vingança “dos grupos políticos afetados” pelo “intenso combate à corrupção e aos desvios de recursos públicos, sem distinções de grupos eleitorais ou econômicos que a Polícia Federal desenvolveu nas últimas décadas”.

Reclamam, por fim, do “aparelhamento das Instituições e servidores militares em detrimento das civis, como se pôde verificar pelo tratamento dispensado nas PECs 06/19, 186/19 e 32/20, as quais sepultam a boa qualidade na prestação dos serviços públicos no país.”

*Marcelo Auler/247

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Juiz suspende pagamentos de empresa investigada por contratar Sergio Moro

Na mira do TCU, Alvarez & Marsal já recebeu R$ 21,2 milhões como administradora judicial da Odebrecht.

O juiz João de Oliveira Rodrigues Filho, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, decidiu suspender os pagamentos da Odebrecht à empresa Alvarez & Marsal, administradora judicial do grupo.

O magistrado tomou a decisão depois que o TCU (Tribunal de Contas da União) passou a investigar a contratação do ex-juiz Sergio Moro para trabalhar na Alvarez & Marsal.

Na visão do Ministério Público junto ao TCU, há um evidente conflito de interesses no fato de Moro ter condenado e ordenado a prisão de acionistas e diretores da Odebrecht, contribuindo para a situação de insolvência da empresa, e agora trabalhar em sua administradora judicial, que disso aufere lucros.

O ex-juiz de Curitiba poderia estar ganhando indiretamente dinheiro do processo de recuperação judicial da construtora depois de ter contribuído para a situação de dificuldade que ela agora atravessa.

O ministro Bruno Dantas, do TCU, considerou a contratação “no mínimo peculiar e constrangedora”. E pediu explicações.

A Alvarez & Marsal já recebeu R$ 21,2 milhões, de julho de 2019 e março deste ano, como administradora judicial da empreiteira.
Estava recebendo, atualmente, R$ 400 mil por mês.

A empresa e Moro já afirmaram que o ex-juiz vai trabalhar na área de compliance da Alvarez & Marsal, sem participação em processos que digam respeito à Odebrecht.

O magistrado da 1ª Vara, no entanto, decidiu suspender os pagamentos por cautela, enquanto o TCU examina a questão.

Os valores serão depositados em uma conta judicial.

Ao determinar a abertura de investigação da contratação de Moro, o ministro Bruno Dantas, do TCU, disse ser necessário afastar a hipótese de o ex-juiz estar sendo remunerado por “informações privilegiadas que possa repassar” sobre processos envolvendo a Odebrecht.

Dantas acatou os argumentos do Ministério Público Federal junto ao TCU que apontaram o eventual conflito de interesses. Segundo o procurador Lucas Rocha Furtado, Moro, em sua atuação na Operação Lava Jato, “pode ter contribuído para a situação de insolvência da empresa”. E agora estaria ganhando dinheiro ao trabalhar em seu processo de recuperação.

*Monica Bergamo/Folha

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Vídeo: Lula pede a Biden que convoque uma reunião do G-20 e garanta uma distribuição justa de vacinas

Lula disse não acreditar no governo Bolsonaro. ‘E, também, não poderia pedir isso para Trump’, acrescentou.

O ex-presidente Lula sugeriu ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que promova uma distribuição justa das vacinas contra a Covid-19. Lula concedeu entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da CNN norte-americana.

Lula afirmou que os Estados Unidos têm mais doses de vacina do que o necessário e, por isso, poderiam doar o excedente a outros países, incluindo o Brasil.

“Uma sugestão que gostaria de fazer ao presidente Biden por meio de seu programa é: é muito importante convocar uma reunião do G-20 com urgência”, disse Lula. “É importante chamar os principais líderes mundiais e colocar em volta da mesa uma só coisa, uma questão: vacina, vacina e vacina”.

“A responsabilidade dos líderes internacionais é enorme, então estou pedindo ao presidente Biden que faça isso, porque não posso. Não acredito em meu governo [Bolsonaro] . E, também, não poderia pedir isso para Trump , mas Biden é um alento para a democracia no mundo”.

Assista:

*Com informações da Carta Capital

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Carta pela suspeição de Moro dirigida ao STF tem assinatura de 60 atores e atrizes

“Conclamamos que o Supremo Tribunal Federal reconheça referidas violações e, consequentemente, acolha plenamente o habeas corpus” que aponta a suspeição de Moro nos processos contra Lula, pede o manifesto.

A carta ao Supremo Tribunal Federal (STF) que pede a declaração da suspeição do ex-juiz Sergio Moro nos processos contra o ex-presidente Lula na Lava Jato, que já contava com o apoio de diversas personalidades políticas e de jornalistas, ganhou agora a assinatura de 60 atores e atrizes.

“Conclamamos que o Supremo Tribunal Federal reconheça referidas violações e, consequentemente, acolha plenamente o habeas corpus” que aponta a suspeição de Moro, pede o manifesto.

Veja quem são os artistas que assinaram:

  • Alessandra Negrini
  • Aline Morais
  • Andrea Beltrão
  • Antonio Grassi
  • Bete Coelho
  • Bruno Garcia da Silva
  • Caio Blanco
  • Camila Márdila
  • Camila Morgado
  • Cristina Mutarelli
  • Cristina Pereira
  • Daniel Dantas
  • Debora Dudoc
  • Denise Fraga
  • Dira Paes
  • Ernesto Piccolo
  • Fábio Assunção
  • Fernando Alves Pinto
  • Gregório Duvivier
  • Guilherme Weber
  • Herson Capri
  • Imara Reis
  • Irandhir Gleriston Santos Pinto
  • Julia Lemmertz
  • Juliana Baroni
  • Letícia Sabatella
  • Lucelia Santos
  • Maeve Jinkings
  • Magali Biff
  • Malu Valle
  • Marcos Breda
  • Maria Ribeiro
  • Michele Malaton
  • Olivia Bygton
  • Orã Figueiredo
  • Osmar Prado
  • Otávio Müller
  • Pally Siqueira
  • Patrícia Pillar
  • Paula Burlamaqui
  • Paulo Betti
  • Renata Bruel
  • Rodrigo Bolzan
  • Rogério Beretta
  • Silvero Pereira
  • Silvia Buarque
  • Soraya Ravenle
  • Tuca Moraes
  • Vera Zimmermann
  • Wagner Moura

Leia a carta:

“Os diálogos trazidos a conhecimento público em resposta a petições da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Supremo Tribunal Federal, nas últimas semanas, demonstram haver reiteradas violações ao devido processo legal, bem como ao dever de imparcialidade da jurisdição e, ainda, dos deveres impostos aos membros do Ministério Público, nas investigações e nas ações penais da operação Lava Jato, em especial àquelas relativas ao ex-presidente. Tais diálogos, examinados pela defesa com autorização judicial expressa, convergem para reforçar graves fatos contidos em habeas corpus trazido a esta Corte em novembro de 2018, com julgamento já iniciado, apontando a suspeição do julgador daquelas ações penais em relação ao ex-presidente Lula.

Todos possuem o direito a um julgamento justo, assim compreendido como aquele conduzido por um juízo ou tribunal independente e imparcial, e por meio da atuação de procuradores comprometidos, tecnicamente, com a função pública desempenhada, o que veda que figurem como advogados privados de acusação. A proibição do exercício de atividade particularista, político-partidária e ideológica consta do artigo 5º, inciso LIV, da Constituição brasileira de 1988; do artigo X da Declaração Universal dos Direitos Humanos; do artigo 14 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos; do artigo 8º do Pacto de San José da Costa Rica; e, dentre outro, dos artigos 40, 54 e 67 do Estatuto de Roma, além dos Princípios de Bangalore de Conduta Judicial e dos Princípios Básicos das Nações Unidas para a Independência do Judiciário.

Com efeito, o processo penal contemporâneo é informado por determinados princípios e regras que, muito além de qualquer formalismo procedimental, é uma decorrência da própria relação que se estabelece entre o Estado e os indivíduos em termos civilizatórios, bem como de tutela de direitos individuais face ao poder de persecução do Estado. Portanto, as violações ao direito a um julgamento justo não implicam em singelos desvios procedimentais, mas em severa lesão à própria democracia constitucional.

Assim considerando, conclamamos, por meio da presente carta, que o Supremo Tribunal Federal reconheça referidas violações e, consequentemente, acolha plenamente o habeas corpus e anule todos os processos relativos a Luiz Inácio Lula da Silva nos quais tenha havido participação dos procuradores da operação Lava Jato e do então juiz Sérgio Moro, garantindo-lhe o direito a um julgamento justo conduzido por procuradores efetivamente públicos e por um juiz imparcial”.

*Com informações do 247

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Em 24 horas, 3.149 mortes provocadas por Bolsonaro. Até quando ele ficará impune?

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde divulgou há pouco mais uma triste e macabra marca da tragédia provocada pelo coronavírus no país. Pela primeira vez desde o início da pandemia, as mortes por Covid-19 superaram a marca dos 3.000 óbitos. Foram 3.149 mortes, pelos dados do conselho.

“Na data de ontem (16/3), a Secretaria Estadual do Rio Grande do Sul não consolidou os dados dentro do horário limite para a atualização do painel pelo Conass. Com isso, não foram contabilizados 9.331 casos e 501 óbitos. Estes registros foram somados aos dados publicados hoje”, informou o Twitter oficial do Conass nesta quarta-feira (17).

Confira os números atualizados no Brasil:

  • 3.149* óbitos nas últimas 24 horas;
  • 99.634 casos confirmados nas últimas 24 horas;
  • 284.775 mortes;
  • 11.693.838 casos confirmados;

Desde que chegou ao país, o novo coronavírus se espalhou rapidamente. Em 16 de junho de 2020, menos de um mês depois de atingir um milhão de casos confirmados de Covid-19, o Brasil registrou mais de dois milhões de infectados. Em 8 de julho, entretanto, um milhão de pessoas já haviam se recuperado da doença. Atualmente, o Brasil é o segundo país com mais mortes registradas pela Covid-19, atrás apenas dos EUA.

*Com informações do Olhar Digital

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com a morte de 3 mil brasileiros por dia, a notícia que corre nas redes é que Bolsonaro passa o dia contando piadas

Entre a avaliação de ótimo e bom de Bolsonaro, o empresariado brasileiro é o que mais se destaca com 55%. Entre ruim e péssimo, o destaque é para pessoas com ensino superior, o que mostra que, além de ganancioso, o empresariado brasileiro é de baixíssimo nível intelectual.

Surpresa? Nenhuma.

O empresariado brasileiro tem como característica a crença em quimera econômica e, por isso apoiou todos os planos “mágicos” que eram verdadeiras maçarocas neoliberais de todos os governos com o mesmo perfil conservador que produziram tragédias econômicas idênticas no Brasil.

Dos governos militares, passando por Sarney, Collor, FHC, depois por Temer e Bolsonaro, todos produziram verdadeiras hecatombes na economia. E se a coisa não foi pior com Temer e Bolsonaro, é por dois motivos, o primeiro é que Lula pagou as dívidas acumuladas com o FMI desde os militares até o governo FHC.

Detalhe, Lula não vendeu uma estatal para fazer isso. A segunda e determinante do que ainda mantém o Brasil sobre suas pernas, é uma confortável poupança de R$ 2 trilhões deixada por Lula e Dilma. Não fosse isso, o Brasil já teria sofrido ataques especulativos como foi com FHC que quebrou o país três vezes em oito anos.

Mas a coisa é muito mais séria do que isso. O que corria antes de boca miúda e, agora, de forma escancarada nas redes, é que o mandatário da nação, simplesmente não trabalha, passa o dia inteiro contando piadas e batendo papo, porque é preguiçoso, indolente e, usando seus próprios termos baixos, é um verdadeiro vagabundo.

Essa notícia vem de dentro do Palácio do Planalto e as fontes são seus próprios assessores.

Por isso, Bolsonaro não sabe nada de economia, de saúde, de vacina, de nada, pois não quer saber e ainda tem raiva de quem sabe e, também por isso, colocou no comando da pasta da economia o maior deixa que eu chuto da história do país, Paulo Guedes, isso mesmo.

Conforme pesquisa do Datafolha divulgada nesta quarta-feira: Cresceu para 56% o número de brasileiros que consideram o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) incapaz de liderar o país. Esses dados foram divulgados no pior momento da pandemia da Covid-19 no país.

Temer e Bolsonaro, juntos, pegaram o governo com o Brasil como a 6ªmaior economia do planeta e simplesmente fizeram o país cair para a 12ª posição.

Quem seria capaz de um feito desse em tão pouco tempo? Somente quem não trabalha. E quem daria mais apoio a uma ameba dessa? Uma parcela da sociedade, ou seja, o empresariado que é a parte mais inculta que, sem uma calculadora na mão, nem tabuada consegue fazer.

Na verdade, é o pessoal mais fácil de enrolar e, por isso, os empresários foram enrolados por todos os governos de direita que, com seus planos mirabolantes, quebraram o país.

Somente isso explica um nulo que passa o dia todo contando piadas enquanto o país assiste estarrecido ao massacre de mais de 3 mil vítimas por dia ter o apoio dos empresários brasileiros que não conseguem enxergar um palmo à frente do nariz, tal o despreparo intelectual dos mesmos.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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