Ano: 2021

Gleisi cobra STF após Bolsonaro dizer à imprensa italiana que Lula era ligado ao narcotráfico

A presidenta nacional do PT condenou as declarações mentirosas de Bolsonaro contra Lula em TV italiana.

A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, reagiu neste domingo (31) à entrevista em que o presidente Jair Bolsonaro difundiu fake news contra o ex-presidente Lula, associando-o ao narcotráfico. A parlamentar cobrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) atue contra o mandatário.

“Isolado, sem preparo e desesperado com aumento de desaprovação popular, Bolsonaro ataca Lula com fake news em entrevista na Italia”, disse Gleisi no Twitter.

“Muito grave. Esse homem não pode continuar mentindo livremente por aí. O STF deve resolver isso no inquérito das Fake News. É urgente!”, completou a parlamentar.

Durante entrevista à rede de TV italiana Sky TG24, Bolsonaro disse que “o chefe do Serviço Secreto da Venezuela, preso faz pouco tempo, disse que Lula recebia dinheiro, e todas as autoridades de esquerda recebiam financiamentos do narcotráfico, fundos enviados também à Espanha”.

A declaração se baseia em um documento anódino, sem qualquer prova, difundido por um jornal de extrema-direita da Espanha que acusa diversas lideranças progressistas internacionais de receber dinheiro do governo da Venezuela.

Desertor do regime chavista e residente na Espanha, Hugo Carvajal – apelidado de “El Pollo” – se juntou à extrema-direita e apoiou publicamente a “autoproclamação” de Juan Guaidó. A carta difundida por ele surgiu como uma forma de evitar extradição para os Estados Unidos, onde poderia enfrentar prisão perpétua. Essa estratégia deu certo e Carvajal seguirá em solo espanhol, após a suspensão da extradição em 22 de outubro.

Nenhuma prova foi apresentada sobre esses supostos financiamentos, mas isso tem sido usado como arma de ultradireitistas para atacar progressistas. Além de Lula, estariam na lista de financiamento Néstor Kirchner (Argentina), Evo Morales (Bolívia), Fernando Lugo, (Paraguai), Ollanta Humala (Peru), Manuel Zelaya, (Honduras), Gustavo Petro, (Colômbia) e Movimento 5 estrelas (Itália)… Uma ação que parece orquestrada por Steve Bannon.

*Com informações da Forum

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Vexame mundial: Bolsonaro não participa nem da foto de líderes do G20

Presidente não participou de passeio dos líderes do G20, que tiraram uma foto jogando moeda na Fontana de Trevi, tradicional ponto turístico de Roma.

O presidente Jair Bolsonaro participou de uma reunião neste domingo (31) com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em Roma, onde participa da cúpula dos líderes das 20 principais economias do planeta, o G20.

Este foi o único encontro com autoridades do dia informado pela Presidência. Segundo afirmou o Planalto no Twitter, o encontro ocorreu “à margem da Cúpula de Líderes do G20”. Não foram divulgados detalhes do encontro.

A agenda oficial de Bolsonaro informa que o presidente participará da sessão de encerramento do encontro do G20 neste domingo, mas não cita reuniões com chefes de estado.

Mesmo com poucos eventos agendados, o presidente não participou pela manhã deste domingo do passeio dos líderes do G20 por Roma, que tiraram uma foto na Fontana de Trevi, conhecido ponto turístico.

Além de Bolsonaro, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também foi um dos ausentes na foto.

Não há informações oficiais sobre a razão de Bolsonaro ter optado em não participar do passeio com os outros líderes do G20.

Agenda esvaziada

A participação de Bolsonaro na reunião do G20 tem sido marcada por uma agenda esvaziada. Chefes de Estado e de governo demonstraram pouco interesse em interagir com Bolsonaro.

Nas conversas informais da cúpula, Bolsonaro preferiu conversar, por exemplo, com o presidente Recep Erdogan, da Turquia, do que com o Olaf Scholz, vitorioso nas últimas eleições legislativas da Alemanha. Ao perceber que havia sido ignorado pelo brasileiro, o alemão foi falar com os primeiros-ministros Boris Johnson, do Reino Unido, Justin Trudeau, do Canadá, e Narendra Modi, da Índia, destacou a Radio France Internationale (RFI).

Na cerimônia de abertura do G20 no sábado, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, cumprimentou muitos chefes de Estado e de governo com um aperto de mão. Porém o anfitrião evitou o presidente Jair Bolsonaro. O distanciamento entre os dois líderes chamou a atenção da imprensa italiana, que destacou que o dirigente brasileiro afirmou categoricamente que “não vai se vacinar contra a Covid-19”.

*Com informações do G1

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O Brasil precisa privatizar o mercado

Não há nada mais urgente nesse país do que acabar com o capitalismo dependente, a pior marca da herança colonial escravocrata do Brasil que ainda segue sendo, de maneira pior, o país dos sobrenomes, da rapinagem, do compadrio, da hegemonia da classe dominante e, consequentemente, da barbárie neoliberal.

Tudo para não desamparar os grandes interesses do mercado. Um Estado, conduzido hegemonicamente pelo mercado, transformando todo o restante da população em um curral dos excluídos. Isso tem que ter um fim.

Essa corja, característica da direita brasileira, colocou no poder um sujeito que representa o que existe de mais podre no país, rejeitado no mundo inteiro. E o que se sabe agora é que ele saiu pela porta dos fundos da embaixada brasileira na Itália, para não ir à reunião do G20.

O Brasil não é feito de mercadoria e não pode ser refém de uma especulação que divide já nas cidades uma segregação socioespacial dos que mandam e dos que não mandam.

Nada é mais caro do que esse secular clientelismo que se confunde com o nosso velho colonialismo que, somado ao fundamentalismo neoliberal e na base do mandonismo, produziu dois golpes no país.

Esse fenômeno seguiu de forma aguda nos governos de FHC e beneficiou seus pares na rapinagem chamada privataria tucana, foi tão violento contra o povo quanto o corrupto, sabotador e golpista, Michel Temer, tão pau mandado do mercado quanto Bolsonaro.

Um Estado de cabresto, totalmente controlado por aves de rapina, como confessou o banqueiro gabola, André Esteves, no seu cercadinho, ao dizer que o presidente da Câmara, Arthur Lira se se aconselha com ele sobre os rumos do país, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Netto, se aconselha com ele para saber que taxa de juros deve ser cobrada.

E para piorar ainda mais, segundo a sua fala, esse mesmo banqueiro vira consultor do STF para saber se deve ou não permitir que os banqueiros assumam o controle do BC, com o mimoso título de “Banco Central Independente”.

Esse caos econômico e social a que novamente assistimos, é padrão do neoliberalismo tropical, porque todos os governos que adotaram a cartilha dessa rapinagem do setor privado no coração do Estado, produziram tragédias e desgraças para a população e a nação, porque, por um único motivo, nenhum deles tem sequer um rabisco de projeto de país.

É uma mera selvageria no uso do Estado, sobretudo no controle de pastas de ministérios e nos próprios cofres públicos para que o Estado se ausente de qualquer responsabilidade em governar o país e transfira oceanos de recursos públicos para grupos empresariais que patrocinam a direita para que o benefício dessa lógica seja canalizado totalmente aos seus interesses.

E essa gente ainda diz que quer a diminuição do Estado, quando, na verdade, quer mais segregação para quem de fato paga a conta, o povo.

E o país? Que se vire e que fique de pernas para o ar, como se encontra agora.

Para essa gente que produz a miséria, pobre não é gente e a constituição é puro enfeite, o que vale é a lei do Gerson, de quem gosta de levar vantagem em tudo.

 

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O jeca: Totalmente ignorado pelos líderes, Bolsonaro fica isolado no G20

Pelas janelas de vidro do suntuoso local escolhido para sediar a cúpula do G20, em Roma, a luz do sol parecia criar um ambiente especial. Nos autofalantes, uma música calma dava um tom de sofisticação. O ambiente com design italiano era de elegância e tinha como objetivo criar uma certa intimidade entre líderes que, juntos, representam 80% da economia do planeta.

Mas, num canto da sala, um homem parecia desconfortável: Jair Bolsonaro.

Segundo Jamil Chade, Uol, num local reservado e de altíssima segurança. Blindados, os líderes tinham naquela área um raro espaço quase confidencial para discutir o futuro do planeta.

E assim parecia ser o caso. Numa rodinha informal, Angela Merkel (Alemanha), Emmanuel Macron (França), Antônio Guterres (ONU) e Ursula van der Leyen (UE) debatiam a maneira que iriam pressionar a comunidade internacional para criar um fundo conjunto para garantir a distribuição de vacinas.

Mas, num canto da sala, um homem parecia sem interlocutores para debater política: Jair Bolsonaro.

Em outras rodinhas informais, a conversa era menos estratégica. Scott Morrison (Austrália), Justin Trudeau (Canadá) e Narendra Modi (Índia) e Boris Johnson (Reino Unido) falavam sobre como a pandemia exigiu uma nova forma de saudar entre as pessoas.

Mas, num canto daquela sala em Roma, um homem parecia sem amigos para conversar: Jair Bolsonaro.

Sobrou ao presidente tentar, sem sucesso, atrair a atenção dos garçons

Também existia espaço para conversas no pé do ouvido. Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, puxou Van der Leyen para
debater o futuro da agência de Saúde. Mark Rutte, da Holanda, também fez questão de buscar seus principais aliados para conversas individuais.

Cada um deles, ao entrar no local e antes da cúpula oficial começar, encontrava rapidamente um velho amigo, um aliado ou um parceiro comercial. Quando o brasileiro chegou, não teve opção: cruzou o salão e foi diretamente para uma mesa onde garçons serviam um café. Nesse trajeto, não foi cumprimentado por ninguém, não parou para apertos de mão.

Com um dos garçons, puxou conversa: “Todo mundo italiano aí?”. Sem graça, o senhor que servia apenas fez um gesto positivo com a cabeça.

Bolsonaro não desistia e falou de suas origens italianas. Mas não conseguia atrair a atenção dos garçons. Começou então a fazer uma piada com a final entre Brasil e Itália, na Copa de 1970. Ninguém entendeu.

O brasileiro então se virou para o restante do salão e se deparou com um cenário de grupos que falavam entusiasmadamente sobre assuntos dos mais diversos. Ele, porém, permaneceu por longos minutos sozinho, apenas apontando o dedo para aqueles que ele achava reconhecer.

Quando um de seus seguranças se aproximou, Bolsonaro brincou e, em plena Itália, lançou mais comentário por conta da aparência do profissional: “máfia”.

Seus assessores foram atrás de amigos. E encontraram um deles: Tayyip Erdogan, presidente da Turquia e acusado de um desmonte da democracia. Antes de se aproximar ao turco, Bolsonaro lançou aos seus auxiliares: “me ajuda ai”.

A conversa, repleta de mentiras por parte do brasileiro, durou apenas alguns poucos minutos, sem gerar um só sorriso por parte do líder turco. Bolsonaro não perguntou como estava a Turquia, não falou das relações bilaterais e nem fez propostas para salvar o mundo.

Poucos instantes depois, outro líder que estava na roda e que foi ignorado pelo brasileiro decidiu virar as costas e falar com outro grupo. Era Olaf Scholz, o provável novo chanceler da Alemanha.

 

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Por que o Brasil é uma eterna republiqueta de merda?

Esse país que tem uma elite de merda, que não passa de uma fração de 1% da população, criou uma imprensa de merda, um sistema de justiça de merda, empresários e banqueiros de merda, com um pensamento institucional de cultura de merda, uma classe média que adora ser penico de todas essas merdas, será sempre uma republiqueta de merda.

Bolsonaro é apenas o fruto dessa escumalha.

Bolsonaro é somente fruto de uma colcha de retalhos de interesses de um país que está predestinado a possuir o título planetário de civilização de merda.

Não foi sem motivos que Machado de Assis foi preciso na hora de consagrar a existência dessa escumalha e todas as engrenagens cruéis que dão a essa gente voz de comando no país oficial, “o país oficial, esse é caricato e burlesco”.

Bolsonaro é apenas a apoteose grosseira de todos os arrivismos hipócritas dessa República bananeira. Isso é uma doença da natureza da nossa elite econômica criadora de tipos como Bolsonaro como ideal de gestor moral e competente.

Bolsonaro é uma tragicomédia saída desse crepúsculo escravista que quer restaurar nesse país o que existe de pior para que a rapina seja sempre a arma engatilhada contra todo o resto do povo e a eterna história de uma população inteira pagando pelos crimes dessa choldra.

 

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Dilma: Minha calculadora não inclui o lucro de curto prazo de banqueiros como André Esteves

“Finório”. É este adjetivo, da época da República Velha e que também significa ladino, espertalhão, malandro, que a ex-presidente Dilma Rousseff utiliza para se referir ao banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual, que, num áudio vazado pela TV 247 no último domingo, revelou, com a mais absoluta naturalidade, como influi na Câmara dos Deputados, como “educa” ministros do Supremo Tribunal Federal e como recebe informações privilegiadas do Banco Central, na mais absoluta certeza da impunidade, diante de uma plateia de “futuros líderes empresariais”. Neste áudio, Esteves se referiu de forma jocosa à ex-presidente, dizendo que “Dilma perdeu a calculadora”. Em resposta, Dilma, que fez com que o Brasil alcançasse a menor taxa de desemprego da história recente do País, rebateu dizendo que sua calculadora não inclui os lucros de curto prazo de banqueiros como André Esteves, nem a fome e nem a miséria. De fato, desde o golpe de 2016, apoiado por empresários como o dono do BTG Pactual, o Brasil vem tendo suas riquezas saqueadas, num processo de rapinagem sem precedentes, e praticamente todos indicadores econômicos e sociais têm piorado, neste período em que o País vem sendo governado pelas calculadoras da Faria Lima. Confira, abaixo, a íntegra da entrevista de Dilma ao 247:

247 – Na semana passada, o Brasil 247 publicou um áudio que vazou de uma reunião feita por um empresário bastante influente no Brasil, um banqueiro chamado André Esteves. Ele faz quase que um striptease, com muita sinceridade, e compara 2016 com 1964. Este foi um elemento que chamou muito minha atenção, quase como uma confissão de que a sra sofreu um golpe de estado, financiado pela chamada Faria Lima. Queria pedir uma reflexão sobre isto. O que significa esta comparação entre 1964 e 2016?

Dilma Rousseff – Pelo que eu vi, ele faz a comparação dizendo que nos dois casos foi golpe. Esta é a primeira constatação. Mas o segundo passo no raciocínio é dizer que nos dois casos não houve grandes consequências. “As crianças foram para a escola no dia seguinte”, diz ele. É uma visão bastante restrita dos dois acontecimentos. No golpe de 64 houve uma ruptura das instituições. Fecharam o Congresso Nacional, os militares cassaram, inclusive ministros do poder judiciário, houve invasão de residências… No desdobramento, houve tortura, exílios e mortes de opositores ao regime. Foram 21 anos desse regime de exceção. Para o golpe, a oligarquia brasileira se uniu aos Estados Unidos, que agiu por meio da Operação Brother Sam, para destituir um governo legitimamente eleito, o de João Goulart, que propunha algumas reformas fundamentais para que este país não fosse tão desigual. Este é o quadro geral do golpe de 64. Em 2016 houve um outro golpe. E este golpe também tem suas vítimas. Hoje, são 20 milhões de brasileiros passando fome no Brasil, um dos países com maior potencial na área de produção de alimentos e proteínas. Tínhamos saído em 2014 do mapa da fome da ONU, agora essa volta vergonhosa à fome e à miséria. Além disso, temos um nível de desemprego nunca antes visto. E a prática deliberada de uma política de preços abusivos com o objetivo de criar um clima que levaria a privatizar a Petrobrás. O absurdo é atrelar o preço dos combustíveis nacionais ao mercado internacional, atrelar os preços internos às variações do especulativo mercado de ativos financeiros de petróleo. Está criada uma situação dramática para as pessoas, que na sua quase totalidade dependem do gás de cozinha para cozinhar no dia a dia. O gás de cozinha que já passou de R$ 110 o botijão, e aqui no Sul já chegou a R$ 120. Durante meu governo, a gasolina custava R$ 2,48 a R$ 2,50, algo assim. E houve protestos nos postos, dizendo que aquele preço era um absurdo. Hoje, a gasolina já passou de R$ 7,77 e está chegando a R$ 8 o litro. É um descalabro com as vítimas de sempre: a esmagadora maioria da população. As vítimas são os trabalhadores, os pobres, os pretos, as mulheres, as crianças… Embora reconheça que 1964 e 2016 foram golpes, o representante da Faria Lima comete um equívoco absoluto: ele não fala das vítimas. Para ele, as vítimas não são importantes. A maioria do povo brasileiro não é importante. Nisto, mostra algo gravíssimo: a rigorosa falta de sensibilidade da elite. Uma visão de distribuir apenas as migalhas. Segundo eles, não precisa reduzir a desigualdade, basta dar um auxílio, de R$ 400, e isso está muito bom. Com isto eles acham que evitam a revolta e o clamor popular. É uma visão estereotipada. É a visão restrita do financista. Isto está claro em todos os momentos daquela fala a que você se refere. É a visão de que “a única coisa que importa é o lucro”. E quanto mais este lucro for obtido num horizonte de curto prazo, melhor. Esta visão mostra a apropriação do público pelo privado. Segundo ela, o estado tem de ser utilizado em benefício dessa elite insensível e ignorante.

247 – Este é um dos pontos mais importantes da fala, e toca numa questão central, que é a independência do Banco Central…

Dilma Rousseff – E o ‘centrão’? Você esqueceu. São duas coisas que mostram a apropriação do público pelo privado.

247 – Exatamente. A gente destaca nesta fala a relação com o Arthur Lira, em que ele pretende de alguma maneira aconselhar o presidente da Câmara dos Deputados. Sugere que, de alguma forma, influi na agenda econômica do Congresso Nacional, e ao mesmo tempo revela que o presidente do Banco Central se aconselha com o financista sobre a taxa de juro. Qual é o significado destas duas revelações feitas pelo banqueiro?

Dilma Rousseff – Em todos os lugares do mundo em que há independência do Banco Central, o Banco Central depende do setor financeiro privado, em maior ou menor grau. Aqui no Brasil, não apenas em ‘algum’ grau. Aqui no Brasil, a independência do Banco Central significa que ele abre mão do controle público e social e passa a ser controlado pelo mercado. Isto está claramente evidenciado, quando se descobre que um presidente do Banco Central do Brasil telefona para uma pessoa que vive da especulação e da aposta no lucro fácil e pergunta a ele qual deve ser a taxa mínima de juros. A informação é pedida a quem pode influir sobre esta decisão para auferir ganhos. É certamente uma distorção que alguém que tem interesse privado preste um conselho privado a um funcionário público que sabe que o informante privado pode e quer obter lucro com ela. E este diálogo foi restrito, fora da agenda, sem transparência e controle social. No escurinho. Se uma fala dessas vazasse nos Estados Unidos, na Alemanha, no Reino Unido ou no Japão, ainda que sejam países com BC independente, qual você acha que seria a consequência para a autoridade que teve este tipo de conversa restrita, não transparente, com um operador de mercado interessado? Não é possível que um presidente do Banco Central telefone pra alguém privadamente e pergunte qual deve ser a taxa básica de juros. Como vamos saber se ele telefonou para alguém mais? Como vamos saber se essa conversa foi tão republicana a ponto de não ter exercido influência sobre o aumento da Selic? Está claro que o objetivo desta conversa, pelo desdobrar das afirmações feitas na palestra, é que queriam e querem aumentar a Selic. E quem sabe pra onde a Selic vai, pode fazer as devidas apostas escusas, porque tem informações privilegiadas.

247 – Não só a taxa de juros, mas a taxa de câmbio, vários ativos…

Dilma Rousseff – Qualquer ativo. Mas tem outra coisa gravíssima, que é o envolvimento com o Supremo. É a história de “educar” o Supremo. A história de que “ninguém nasce sabendo”, exceto os banqueiros, na provável opinião do palestrante. “Educar” o Supremo é algo de uma pretensão absurda. Eu não acredito que qualquer país democrático aceite esse tipo de relação entre um representante do mercado e a Corte Suprema. E se ele alegou aos ministros que a independência do Banco Central se justifica porque na Venezuela e na Argentina o Banco Central é dependente, ele esqueceu de lembrar aos ministros um país em que o Banco Central também é dependente: a China. O Banco Central da China não é de maneira alguma independente do governo chinês. Quer dizer: a segunda economia do mundo, que virará a primeira economia do mundo, antes de 2030, como ele mesmo reconhece, e que construiu um desenvolvimento que lhe deu autonomia e independência e fortaleceu a sua soberania, saindo da condição de um país agrário para uma das maiores potências na área de ciência e tecnologia, controlando inteligência artificial, internet das coisas, rede 5G, este país não tem Banco Central independente. Não se pode reduzir esta questão, muito menos numa conversa com o STF. Se foi isso que convenceu algum dos oito votos a favor da independência do BC brasileiro, é lamentável. É algo tristíssimo.

247 – Ele quis se mostrar como um espertalhão.

Dilma Rousseff – Na verdade, um finório, sinônimo antigo de espertalhão, que se usava no segundo Império e na República Velha, para definir um espertalhão banal, da elite escravista.

247 – E ele atuou como um agente interessado na captura do Banco Central.

Dilma Rousseff – Não só interessado, mas operando de todas as formas para fazer esta captura. Estão privatizando o estado brasileiro. E ao falar disso, quero entrar na questão do ‘centrão’. Estão esquartejando a Petrobras, liquidando a Eletrobras, tentando privatizar os Correios. Isto é muito grave, mas eles querem ainda mais. Estão privatizando o orçamento público. Isto se percebe nas loas que o palestrante finório tece ao centrão. O fato é que o chamado centrão capturou o orçamento público. O orçamento público brasileiro não é mais gerido e controlado pelo poder público. O presidencialismo no Brasil está incapacitado, pois perdeu suas duas pernas, que estão relacionadas ao controle do dinheiro público. O centrão, a partir das emendas de relator, do orçamento secreto e de outros mecanismos disponibiliza bilhões de reais para controle de indivíduos. Deve ficar claro que o parlamentarismo não funciona ou opera assim. No parlamentarismo, não se transfere para deputados individualmente a gestão orçamentária. Há um gabinete que faz a gestão orçamentária. No parlamentarismo europeu também não é assim. Não são os deputados, individualmente, que fazem a gestão do Orçamento, de forma fisiológica, particularista e individualizada. Mas aqui no Brasil chegamos a uma forma de privatização do estado em que a característica principal é o velho clientelismo, a velha política fisiológica. O centrão está praticando a forma predatória da visão financeira de extração de vantagens, de ganhos e por isso é elogiado por financistas e especuladores que compartilham a mesma visão sobre o Estado. O público passou a ser privado no pior sentido da palavra.

247 – O centrão representaria uma espécie de mercantilização da política?

Dilma Rousseff – Orçamento capturado, Banco Central capturado, e a receita é sempre a mesma: privatizar os recursos e as finanças públicas. Para tanto, maior presença do centrão. Fica claro porque o palestrante considera uma garantia a presença no BC, por 2 anos, do próximo mandato do presidente Lula e também de alguém do centrão na vice-presidência, para o caso de impeachment. Operam na mesma sintonia. A mercantilização da política pelo centrão, como você chamou, é a forma de interação com o BC. Se há corrupção no Brasil, esta é uma das maiores. É a corrupção aberta e autorizada. Um país em que o orçamento e a política econômica está nas mãos privadas, de indivíduos com interesses escusos e não republicanos, não tem futuro porque não tem governabilidade.

247 – Lula seria um presidente decorativo, quase.

Dilma Rousseff – Eu não acredito que nenhum presidente, neste quadro, consiga governar efetivamente o país, por melhor que ele seja. O Lula é de fato um grande presidente, mas isto é uma situação inaceitável.

247 – Ele praticamente reconheceu o golpe de 2016. Como quem diz assim: era necessário, fomos lá, fizemos, as crianças foram para a escola…

247 – Ele praticamente reconheceu o golpe de 2016. Como quem diz assim: era necessário, fomos lá, fizemos, as crianças foram para a escola…

Dilma Rousseff – Isto foi um fugaz momento de lucidez. Nos dois casos há uma ruptura. Foram dois momentos de ruptura do desenvolvimentismo e da democracia. Tanto em 1964 quanto em 2016 romperam-se a democracia e o desenvolvimento do país. Rompeu-se a redução da desigualdade. Rompeu-se uma política externa independente. Rompeu-se a produção de ciência, tecnologia e inovação. E é aí que entra aquela história da calculadora, que ele diz que eu perdi. Não perdi. É que a minha calculadora e diferente. É óbvio que a minha calculadora não tem o foco no lucro de curto prazo que beneficie os banqueiros, mesmo os pequenos, como ele.

247 – Ele fala, em outras palavras que, como a Dilma perdeu a calculadora, tivemos que dar o golpe de estado.

Dilma Rousseff – Na visão desse pessoal, eu perdi a calculadora quando ampliei o Bolsa Família, ampliei o Minha Casa Minha Vida, criei o Mais Médicos, investi em infraestrutura, tanto em aeroportos como portos, ferrovias e rodovias. Eu perdi a calculadora quando não vi razão para a taxa de juros exorbitante que era praticada no Brasil. É ali que começa o golpe, quando, como ele diz, ‘endoideci’, porque o que fiz foi ousar perguntar porque a taxa de juros no Brasil tinha um patamar tão elevado. Era o momento em que o mundo, diante da crise, estava praticando taxas próximas de zero, até para poder facilitar a rolagem das dívidas que foram produzidas pela quebra do Lehman Brothers e a disrupção financeira que ocorreu. O que eles não gostavam na minha calculadora é o que não gostavam na calculadora do Lula: o compromisso social, o compromisso com 80% da população brasileira. Este compromisso não é aceitável para eles. Este número não pode entrar no cálculo. Nós somos 220 milhões, e eles querem que só 1% entre no cálculo. O resto, fora da calculadora!

247 – Queria avançar num ponto. Estes economistas que falam como porta-vozes da razão econômica, a calculadora deles têm gasolina a R$ 7, inflação no dobro da meta, dívida explodindo…

Dilma Rousseff – Você esqueceu o gás a R$ 120…

247 – Que calculadora é esta que é tão boa, só Bovespa?

Dilma Rousseff – Lembremos dos 20 milhões de pessoas passando fome, 114 milhões com algum nível de insegurança alimentar, incluindo os 20 milhões que não têm nada para comer. Lembremos também da forma como a pandemia foi tratada. A pandemia só teve um nível contenção no país por causa do Sistema Único de Saúde, que eles queriam privatizar. O SUS estava sendo sucateado, porque nós temos um presidente negacionista. Poderíamos ter tido muito menos mortes. Os mais de 600 mil mortos são produto da calculadora deles. A visão de que a economia importa e a saúde não importa é a visão da calculadora deles.

247 – Qual é a responsabilidade do Bolsonaro e qual é a responsabilidade dos seus patrocinadores, como esse jovem banqueiro?

Dilma Rousseff – O golpe de 2016 abre caminho para um neoliberalismo dos mais radicais. O neoliberalismo começa lá no Temer. Não começa no Bolsonaro. Vamos lembrar: teto dos gastos, reforma trabalhista, todo esse projeto começa no Temer. Além disso, nos últimos anos estamos vivendo uma situação dramática também porque a direita – o que ele chama de centro na verdade é a direita – cometeu um equívoco, e a centro-direita também: eles deram um tiro no pé, se inviabilizaram politicamente e não tiveram condições de construir uma oposição democrática ao PT. Infelizmente, em 2018 o candidato deles teve 4% dos votos. Eu falo infelizmente porque era bom que a gente tivesse uma oposição mais qualificada. Mas como ela se bandeou pro neoliberalismo golpista, eles deixaram o campo aberto para a extrema direita. E aí surge o Bolsonaro, que é quem dá substrato de massas para a elite neoliberal. Por isso, o centro desapareceu. Desapareceu porque virou golpista. Deixou de existir um centro democrático, como tivemos no passado, com Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Franco Montoro, Mário Covas. Diante disso, a interconexão entre os neoliberais e o neofascismo é responsável pelo que estamos passando. Quem dá substrato ao neofascismo é o neoliberalismo. E o setor financeiro não tem projeto nenhum para o Brasil. Nem projeto, nem futuro, nem esperança. Na fala deles só tem o “eu gosto de levar vantagem em tudo”. Esta frase é a síntese do que eles são.

247 – Quando a sra fala em 4% na eleição está falando do PSDB. Ele, quando fala do Eduardo Leite e do Dória, sinaliza suposta preferência pelo PSDB, mas diz o seguinte: se o Bolsonaro ficar calado, ele ganha. E objetivamente, o Bolsonaro começou a se calar depois do 7 de setembro. Na sua opinião, o Bolsonaro é o Plano C ou o Plano B deste capital financeiro, que está disfarçando com este papinho de terceira via?

Dilma Rousseff – Lula para mim é o plano A do Brasil. Acho que Bolsonaro ainda é o Plano B, e eles anseiam por um Plano C. Mas eles não tiram a sustentação do Plano B. Eles anseiam por uma terceira via, mas ninguém é ingênuo de achar que no Brasil, hoje, um cara com traço nas pesquisas vai virar segundo colocado. É muito pouco provável. Não acho que nem o Dória nem o Leite são páreos para o Bolsonaro, ainda. Porque a base do Bolsonaro, os seus 25%, tem que migrar para eles, e para migrar tem que querer migrar.

247 – A opção Lula, digamos assim, domesticado pelo centrão, é uma opção viável para esta elite, ou ela vai fazer de tudo para evitar Lula, imaginando que Lula não seja domesticável?

Dilma Rousseff – Toda a estratégia pós-golpe de 2016 é construir as instituições e tomar medidas para que, se nós voltarmos, estaremos manietados. A primeira medida é o teto de gastos, a constitucionalização da austeridade fiscal no orçamento, que é um produto tupiniquim, e não me refiro aos índios, mas a uma elite branca que é herdeira da escravidão. É a constitucionalização do teto dos gastos que torna viável privatizar o orçamento. No outro lado, abre-se a brecha das emendas parlamentares e mecanismos congressuais que permitem fazer uso privado do dinheiro público. Não é possível achar que um parlamentar que recebe R$ 500 milhões do Governo aplique adequadamente. Ou o Estado tem suas instituições e elas são fortes a ponto de permitir que os governos governem, ou você tem uma captura do Estado. O teto dos gastos captura uma parte do estado, a independência do Banco Central captura outra parte. As emendas e o orçamento secreto capturam outra. O presidente fica, então, com as mãos amarradas. Isto significa que vai ser fundamental uma reforma institucional neste país. E pode começar pela reafirmação da constituição de 88, pois a barbárie é tanta que parece que até essa conquista de 23 anos atrás, se tornou revolucionaria.

247 – Uma última pergunta. O Brasil só piorou de cinco anos pra cá, vem afundando e a gente vai tendo gerações sem esperança. Se esses banqueiros da Faria Lima se depararem com a fome e com a miséria nas ruas, será que pode acontecer na vida deles um momento raro de consciência, um lampejo de sensibilidade…

Dilma Rousseff – Me desculpa, mas isto não é novo. O Brasil vem sendo desigual desde antes da escravidão. Eles são os herdeiros da escravidão. O povo ainda é visto como mercadoria, como coisa. Que lampejo de sensibilidade seria este? A sensibilidade real e efetiva nós percebemos logo de cara no governo Lula e desenvolvemos sempre: são projetos para o Brasil de 211 milhões, não podem ser projetos-piloto característicos dos governos neoliberais, para 10 mil pessoas, para 15 mil pessoas e com migalhas. Reitero: o projeto de desenvolvimento econômico e social do Brasil é para 211 milhões. Não funciona com lampejo. Só funciona se tiver projeto de desenvolvimento para o País.

247 – Eu imaginei do ponto de vista individual, se esses banqueiros um dia vão botar a mão na consciência…

Dilma Rousseff – A história do mundo não autoriza a gente a achar que isso é possível. Até hoje não foi assim que as coisas mudaram no mundo.

*Leonardo Attuch

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Após ameaça de morte, Ricardo Miranda, testemunha da CPI, deixa o país

Servidor do Ministério da Saúde, Ricardo Miranda entrou para o programa de proteção da Polícia Federal.

O ex-chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Luís Ricardo Miranda, teve que recorrer ao programa de proteção à testemunha da Polícia Federal após sofrer ameaças de morte. O ex-servidor do Ministério da Saúde denunciou na CPI da Covid um suposto esquema de propina na compra da vacina Covaxin.

De acordo com o irmão dele, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), ele e a família saíram do país nesta quinta-feira (28/10).

“O Brasil não é como nos quadrinhos, onde o bem sempre vence! Meu irmão continuou sendo atacado pelo governo, foi exonerado, por conta das ameaças teve que entrar para o programa de proteção à testemunha e sair do país! @jairbolsonaro cria vergonha na cara, você sabe a verdade!”, escreveu no Twitter.

*Com informações do Correio Braziliense

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Após pedido de Edir Macedo, Bolsonaro barra abertura de capital estrangeiro na mídia

Emissora do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal, tenta conter entrada de grupos internacionais no capital de concorrentes.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cedeu à pressão do bispo Edir Macedo, dono da Record, e barrou uma PEC (proposta de emenda à Constituição) do Ministério das Comunicações que prevê uma reforma na radiodifusão e a abertura da mídia ao capital estrangeiro.

Hoje, a Constituição veta estrangeiros no controle de empresas de comunicação. A participação financeira de grupos de fora está limitada a 30%.

Apesar de discordarem dos mecanismos de abertura existentes na minuta da PEC, as demais emissoras —principalmente Globo, Band e RedeTV!— defendem a entrada irrestrita dos estrangeiros no país.

Os canais viram na postura da Record uma forma de retardar a internacionalização dos concorrentes, que, segundo pessoas que participam das conversas, prospectam parceiros globais.

Assessores do Palácio do Planalto afirmam que o pleito da Record, uma das principais aliadas do governo, ocorreu em uma conversa de Bolsonaro com o bispo Macedo há cerca de dois meses.

Por meio de sua assessoria, Macedo disse que “jamais conversou com o presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre qualquer assunto relacionado a propostas de emenda constitucional”.

Ainda segundo seus assessores, o presidente concordou que a entrada de estrangeiros neste momento poderia colocar em risco seu plano de reeleição e o avanço das emissoras que, desde sua vitória nas eleições de 2018, tornaram-se próximas ao Planalto.

“Esse governo é totalmente contrário à entrada de estrangeiros”, afirmou à Folha o ministro das Comunicações, Fábio Faria. “E digo mais: nem o PT é a favor dessa abertura.”

Faria negou a existência de uma PEC sobre o assunto em sua pasta e disse que as emissoras tentam obter essa mudança na Constituição via Congresso, onde também existe uma proposta parecida.

No entanto, emissoras consultadas pela Folha afirmaram que existe uma minuta da PEC concluída pela área técnica do ministério, que aguardava a realização do leilão do 5G para avaliar a oportunidade de dar início às discussões entre governo e Congresso.

A posição do governo contraria o próprio ministro, que, em janeiro deste ano, afirmou em um evento da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) que a pasta começaria a discutir o fim das restrições a estrangeiros na mídia.

A quebra dessa barreira foi uma recomendação da OCDE para ajudar o Brasil a ganhar pontos na disputa por uma vaga no grupo.

Os interesses das emissoras são bastante diferentes em relação à parceria com estrangeiros. A Record, ainda segundo assessores do Planalto, não tem planos de atraí-los.

No mercado, especula-se que o SBT já procura compradores. A Band teria interesse em conseguir um parceiro capaz de injetar recursos em troca de 49% de participação.

Para isso, as emissoras buscavam modificar os termos da PEC do ministério que também promoveria uma mudança mais ampla nas regras da radiodifusão. Em outra frente, trabalhavam no Congresso, Casa na qual uma outra PEC está paralisada.

De acordo com as emissoras, a PEC do governo é bem diferente daquela elaborada pelo deputado Eli Corrêa Filho (DEM-SP), que prevê somente a ampliação da participação estrangeira de 30% para 49%.

As empresas insistem para que não haja limites e estrangeiros possam deter o controle de empresas de comunicação.

Para ser aprovada, é preciso passar pelas comissões do Congresso e ser votada em dois turnos na Câmara e no Senado.

*Com informações da Folha

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Vídeo: Bolsonaro é hostilizado e chamado de genocida nas ruas de Roma e vê Vaticano só de fora

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a sair para caminhar pela cidade de Roma, neste sábado. Mas foi alvo de vaias e chamado de genocida. Diante da reação de populares, ele apertou o passo e voltou para a embaixada do Brasil, no centro da capital italiana.

Bolsonaro está em Roma neste fim de semana para a cúpula do G20. Mas, com poucas reuniões bilaterais, ele tem preferido sair para conhecer a cidade. Na sexta-feira, ele esteve na Fontana di Trevi e outros pontos turísticos. Neste sábado, aproveitou uma brecha na agenda para, uma vez mais, sair pela porta dos fundos da embaixada.

Num certo momento, porém, começou a ser alvo de críticas. “Genocida”, gritaram brasileiros. Um grupo ainda entoava, diante do presidente, um “Fora Bolsonaro”. Ao ser abordada por um segurança, uma mulher faz um alerta ao guarda costa: “não chega perto de mim. Vou te denunciar”. Alguns apoiadores também aplaudiram o presidente durante seu percurso.

O general Augusto Heleno, um dos ministros que acompanha Bolsonaro, revelou ainda que a delegação passou pelo Vaticano. Mas apenas conheceu a Santa Sé por fora. Ao contrário de Joe Biden e de outros líderes do G20, Bolsonaro não teve uma audiência com o papa Francisco. Isso apesar de o Brasil ser o país com o maior número de católicos do mundo.

Heleno explicou que a visita ao Vaticano ficou longe de ser um momento de um chefe de estado. “Não pode entrar. Só demos uma volta”, afirmou.

*Jamil Chade/Uol

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Moraes manda CPI da Covid explicar quebras de sigilo contra Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou à CPI da Covid que se manifeste em até 48 horas sobre medidas aprovadas pela comissão contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A AGU (Advocacia-Geral da União) pede ao Supremo a anulação das decisões, que incluem quebras de sigilo e suspensão das redes sociais de Bolsonaro.

As quebras de sigilo abrangem os dados relativos a Bolsonaro no Facebook, no Twitter e no Google, responsável pelo YouTube. As medidas foram definidas no último dia 26, mesma data em que o relatório final da CPI, que pede o indiciamento de Bolsonaro por 10 crimes, foi aprovado por 7 votos a 4.

Segundo o pedido, as plataformas devem enviar um conjunto de dados sobre os canais de Bolsonaro à PGR (Procuradoria-geral da República), responsável pelas investigações. Estas informações incluem os IPs (o número de registro dos aparelhos em que as contas foram acessadas), cópia integral do conteúdo no YouTube e dados cadastrais das páginas.

Além de requerer o envio dessas informações à PGR, os senadores pediram que Bolsonaro tenha suspenso o acesso a todas as suas contas. O advogado-geral da União, Bruno Bianco, afirmou que as medidas foram aprovadas “de maneira absolutamente ilegal e arbitrária” e recorreu ao STF no dia 27.

Justificativa

O pedido de quebra dos sigilos foi apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e aprovado pela CPI. Em sua justificativa, o parlamentar citou uma live de Bolsonaro, transmitida no dia 21, em que o presidente associou a vacina contra a covid à Aids. Randolfe também afirmou que Bolsonaro “segue com sua política de desinformação e geração do pretendido caos social” em relação à pandemia.

“Não podemos mais tolerar esse tipo de comportamento, razão por que precisamos de medidas enérgicas e imediatas para viabilizar a investigação e a responsabilização do Presidente da República nos termos da Constituição por atos atentatórios às políticas públicas de enfrentamento à pandemia de Covid-19”, afirmou o senador na fundamentação.

Para a AGU, porém, a justificativa não basta para quebrar os sigilos do presidente. “Não se observa demonstração de eventual necessidade da prova a ser obtida a partir dos dados telemáticos do impetrante [Bolsonaro]. Não há, de igual forma, quaisquer argumentos no sentido da necessidade de aprofundamento das investigações para contribuir com os trabalhos da CPI”, escreveu Bianco.

*Com informações do Uol

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