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“Cilada”: eletricitários alertam sobre venda da Eletrobras

Se trabalhador comprar ações com FGTS, ele não poderá se desfazer delas por um ano e nem sair da operação caso negócio seja revertido.

Enquanto o governo de Jair Bolsonaro tenta ganhar a opinião pública para a privatização da Eletrobras abrindo a oferta de ações com o uso do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), os eletricitários lembram que a compra pode se tornar uma grande cilada.

“Inacreditável a “cara de pau” do governo Bolsonaro em convidar os trabalhadores da Eletrobras para comprarem ações da sua própria empresa, através de um Fundo Mútuo de Privatização, e ajudarem na sua desestatização, utilizando até 50% do saldo do FGTS”, diz o Coletivo Nacional dos Eletricitários, em boletim divulgado no último dia 02.

Enquanto os eletricitários brigam para evitar a privatização da Eletrobras, bancos como Bradesco e Itaú Unibanco já mandam comunicações aos seus clientes oferecendo fundos de investimentos aos seus clientes com o uso do FGTS para reserva de ações da estatal.

No caso do Itaú, o Itaú Fundo Mútuo de Privatização – FGTS Eletrobras estabeleceu o investimento mínimo em R$ 200, e taxa de administração de 0,02% ao ano, para que se faça reserva de ações até o próximo dia 08 de junho, às 14 horas, quando se encerra o prazo.

Tal fundo será exclusivamente composto por recursos gerados pela conversão dos saldos do FGTS em nome de pessoas físicas titulares de contas vinculadas do FGTS.

Porém, aos interessados em comprar ações, os trabalhadores da Eletrobras alertam: quem comprar as ações com o uso do FGTS (caso a operação ocorra) não poderá se desfazer dos papéis.

“Se nesse período ocorrer um processo de reversão da privatização e da descotização, os acionistas de FGTS não poderão negociar saída da operação. Mesmo em caso de desvalorização vertiginosa. O registro está feito para não dizer que não foram avisados”, lembram os eletricitários.

Vale lembrar que o tema tem sido abordado inclusive pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recentemente chegou a se encontrar com representantes dos eletricitários para tratar do assunto.

“É fato, aqueles trabalhadores que comprarem ações da empresa estarão contribuindo com a sua privatização e ajudando na sua própria demissão e nas demissões de seus colegas de trabalho. Além disso, estarão ajudando o governo Bolsonaro a entregar, a preço de “banana” a maior empresa de energia elétrica da América Latina, a piorar a qualidade dos serviços públicos de transmissão e geração de energia elétrica e a aumentar a conta de luz dos brasileiros”.

*Com GGN

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Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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