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Sem ter nada para mostrar em quase quatro anos de governo, Bolsonaro clama por violência generalizada no país

O calcanhar de Aquiles de Bolsonaro é a inépcia inapelável de quem, à beira de completar quatro anos de governo, não tem sequer um rabisco para ser apresentado como feito.

Isso é constatado quando se faz uma simples pergunta a um bolsonarista desses que têm todas as desculpas decoradas que Bolsonaro inventa para justificar a tragédia de seu governo. Ou ele começa a falar do Lula, ou que o mundo todo está vivendo uma crise, ou qualquer outra patetice que o valha.

Mas descadeirado, seja de forma individual ou em grupo, a estética oficial do bolsonarismo é não responder, pois não há resposta quando são perguntados, de forma prática, o que Bolsonaro fez de bom nesses quase quatro anos de governo.

Como ninguém espera intuição ou bom senso, o bolsonarista faz o que lhe cabe, foge da pergunta. E chega-se à conclusão lógica de que ele apenas reproduz o beco sem saída em que Bolsonaro está enfiado. Ou seja, bastou o rumo da prosa pedir a Bolsonarista números sobre melhoria no país que a pergunta impõe um silêncio ensurdecedor.

Isso não significa que Bolsonaro não vá tentar levar os olhos da sociedade para o que lhe interessa, que é um mundo calcado na imbecilidade, aonde a violência é a raiz que arrebanha na turba um sentimento de categoria, reconhecendo na violência e na morte, como sendo as coisas mais importantes para a sociedade.

Comprar armas, andar armado e matar, são parte do principal discurso que Bolsonaro ampliou, e muito. O último discurso pela violência, pela morte, em prol de assassinatos, como foi o caso do petista Marcelo Arruda assassinado dentro da sua festa de aniversário, pelo bolsonarista, Jorge José da Rocha Guaranho, foi ironicamente no encontro evangélico, Marcha para Jesus, em São Paulo. Imagina isso!

Não só isso, Bolsonaro redobra a aposta na violência, quando não se aguenta de ódio, como é característica de um psicopata, e ameaça do palanque um dos participantes do evento que ergueu a mão fazendo o L de Lula que desconcertou Bolsonaro.

Essa é a paisagem que orienta a estética do bolsonarismo. Não é que toda aquela gente do evento pensa como Bolsonaro, muitos, como os que, além do rapaz, ergueram o L de Lula, acham que a imagem de Bolsonaro é o retrato da selvageria do próprio tacape, que fez por merecer o achincalhe por falsear um cristão que nunca foi.

O que  se viu depois do palanque, foi Bolsonaro soltar labaredas de fogo, fazendo do evento religioso campo de batalha em que a parte vegetativa do seu governo fosse destituída na base do grito e o sombrio das trevas ganhasse dimensão que despertasse o ódio grotesco lustrado pela baba do cachorro louco que berrava no palanque.

Portanto, quem trilha a senda de Bolsonaro, interpreta a luz sob a teoria das sombras, do sadismo, da perversidade de uma lógica estrábica que não aceita a razão e finge não enxergar o escândalo todo o componente de um governo que é a própria imagem de um furúnculo, logo, a imagem de um umbral.

O fato é que, para Bolsonaro, só resta mesmo a paranoia e a mistificação. E serão elas que darão o ritmo adotado para a concretização de um cinturão estético que carrega todos os processos clássicos do fascismo, na medida e na proporção do que isso tem de pior.

É preciso cobrar das instituições que, de maneira forçada pela lei, Bolsonaro seque essa fonte de ódio, de forma absoluta e que a sociedade não naturalize esse fato e que se oponha fortemente a esse tipo de crepúsculo que Bolsonaro pinta como sua única toca.

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Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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