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Protagonista do primeiro escândalo de corrupção do governo Bolsonaro, Michelle orou na convenção e Queiroz foi pra pelada

Enquanto Queiroz quer construir sua trajetória política com uma imagem de vigarista boa praça, o baixinho carequinha, amigo da garotada, Michelle assume protagonismo na convenção, falando em Deus mais de 40 vezes para atrair a simpatia de parte do eleitorado que mais rejeita Bolsonaro, as mulheres, que querem vê-lo longe do Palácio do Planalto. Apenas 1/4 das mulheres dizem que votarão nele.

Pode soar estranho dois personagens que estavam tão distantes na convenção, mas que estiveram tão próximos na mesma manchete durante esses quatro anos por inaugurarem uma série de escândalos sobre o esquema de peculato montado por Bolsonaro, chamado de rachadinha, em que, a princípio, o Coaf identificou depósito feito pelo miliciano Queiroz, parceiro de batalha de Adriano da Nóbrega e Bolsonaro, na conta da primeira dama, o que lhe deu a alcunha imediata de Micheque nas bocas malditas.

Enquanto Michelle fazia uma performance artística utilizando o estilo da beata recatada e rainha do lar, Queiroz, que furou o compromisso que fez com Flávio de ir à convenção de Bolsonaro, foi para uma pelada.

Os dois voltaram assim às manchetes de hoje, mas separados. Separados fisicamente, mas juntos na memória coletiva do povo, afinal, era a mão santa de Queiroz que depositava aquele dinheiro bento, cheio de luz, na conta da primeira dama, aquela que, ontem, apareceu imantada de pureza e ternura em nome da caça dos votos das mulheres.

Já Queiroz, que aposta num espírito mais folgazão, talvez tenha achado melhor não posar ao lado de figuras com imagens esturricadas, como é o caso de Arthur Lira e o próprio Bolsonaro que, em outras palavras, deu a Lira a faixa de capitão do seu time e homem que manda e desmanda no orçamento secreto.

Seja como for, o sabor amargo da convenção e lançamento da candidatura de Bolsonaro só aumenta, na medida em que a natureza dos fatos se encarrega de denunciar que tipo de gente está no controle do país em que a sociedade cobra a cada dia com mais intensidade que sejam removidos a fórceps do Palácio do Planalto no dia 2 de outubro.

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Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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