Informação já é conhecida, mas estava sendo tratada como sigilosa sob pretexto de não ferir a privacidade dos gabinetes dos parlamentares.
A Secretaria de Polícia do Senado Federal tinha decidido até a manhã desta terça (27) não revelar quem autorizou a entrada de dois suspeitos de terrorismo nas dependências da Casa.
A informação já era de conhecimento do órgão, mas a decisão era a de tratá-la como sigilosa para não invadir a privacidade do gabinete parlamentar que permitiu o acesso dos cidadãos ao parlamento.
No dia 30 de novembro, George Washington de Oliveira Sousa, preso por planejar explodir uma bomba nos arredores do aeroporto de Brasília, e Alan Diego dos Santos, apontado como seu cúmplice, foram à 32ª reunião extraordinária da Comissão de Transparências, Fiscalização e Controle.
Neste dia, por iniciativa do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), o colegiado discutia as denúncias da campanha de Jair Bolsonaro (PL) sobre uma suposta falta de isonomia nas inserções de propaganda no rádio durante o pleito.
A comissão levou para o debate bolsonaristas como Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação do governo de Jair Bolsonaro e integrante da campanha à reeleição do presidente, o jurista Ives Gandra e a influenciadora digital Barbara Destefani, responsável pelo canal “Te Atualizei” e investigada no inquérito das fake news.
Um dos alvos das críticas dos convidados era o Supremo Tribunal Federal (STF).
Os suspeitos de terrorismo estavam na plateia e viram o debate no mesmo plenário em que estavam parlamentares bolsonaristas como Bia Kicis (PL-DF) e Carla Zambelli (PL-SP).
O senador Randolfe Rodrigues enviou ofício para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) questionando quem autorizou o “acesso dos terroristas às dependências do Senado”.
A polícia legislativa já sabe como eles entraram na comissão.
*Mônica Bergamo/Folha
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