Mês: dezembro 2022

Falta de verba no MEC afeta bolsistas, hospitais e até compra de livros para 2023

Com cortes impostos por teto de gastos, MEC suspende pagamentos de milhares de bolsistas da Capes e médicos residentes.

Os cortes orçamentários que o governo federal impõe para se adequar ao limite do teto de gastos impactam fortemente a educação pública e os serviços vinculados ao setor, como os hospitais universitários. As áreas ligadas ao Ministério da Educação (MEC) estão entre as mais afetadas. Esta quarta (7/12) é o quinto dia útil do mês, e não há dinheiro em caixa para pagar bolsistas de mestrado, doutorado e pós-doutorado, nem cerca de 14 mil médicos residentes, além de despesas básicas, como a conta de luz das universidades públicas. E, segundo a transição para o próximo governo, não há verbas garantidas sequer para comprar livros didáticos para o ano que vem. A situação, descrevem, é “muito dramática”.

A gestão de Jair Bolsonaro (PL) ainda busca uma solução emergencial para cumprir os compromissos de dezembro no Ministério da Educação (e em outros órgãos, do INSS ao Ibama), mas depende de uma flexibilização da regra do teto de gastos (emenda constitucional que limita os gastos do governo), que foi pedida ao Tribunal de Contas da União (TCU). Até o momento, porém, não há essa solução, e um número crescente de serviços públicos enfrenta um apagão orçamentário.

Por outro lado, o governo Bolsonaro pode ser beneficiado pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que tramita pelo Congresso Nacional e chega à apreciação do plenário do Senado nesta quarta. A mudança no texto, que é o interesse do futuro governo, abre espaço no orçamento deste ano, estimado em quase R$ 23 bilhões, para pagamento de despesas e das chamadas emendas de relator (que ficaram popularmente conhecidas como orçamento secreto). A matéria é relatada pelo senador Alexandre Silveira (PSD-MG).

Só não se sabe se o valor será aprovado pelo Congresso Nacional, nem se poderá ser usado para o tipo de despesa que a educação tem.

Bolsistas na mão

Responsável pelo pagamento de bolsas de estudo e pesquisa em pós-graduação, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) confirmou, no início da noite de terça (6/12), que não tem mais dinheiro para sua manutenção administrativa nem para o pagamento de mais de 200 mil bolsas para mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos.

Os bolsistas que dependem desse benefício para custear seus estudos e, muitas vezes, bancar a vida em outra cidade ou outro país iniciaram uma onda de cobrança nas redes sociais. O calote afeta estudantes como o economista Gilberto José Nogueira Junior, que cursa PhD em uma universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

Mais conhecido como Gil do Vigor, um dos mais carismáticos ex-BBBs, o pós-graduando ajuda a dar voz aos milhares de anônimos que enfrentam o mesmo problema:

O tamanho do problema

Para cumprir o teto e gastar apenas o orçamento do ano passado, atualizado pela inflação, o governo federal bloqueou R$ 15,4 bilhões de pastas federais e verbas de emendas. Do Ministério da Educação, foi bloqueado R$ 1,4 bilhão; por esse motivo, o órgão congelou cerca de R$ 350 milhões de universidades – dinheiro que seria destinado a pagar despesas deste mês.

Com isso, universidades federais, como as de Brasília e do Rio de Janeiro, informaram não ter dinheiro para pagar contas básicas, como de energia e água, além do salário de funcionários terceirizados e de contratos de limpeza, segurança patrimonial e de fornecimento de comida para restaurantes universitários.

Além dos bolsistas, os 30 hospitais universitários que existem no país enfrentam a situação mais dramática. Não há dinheiro para pagar fornecedores de insumos médicos, como oxigênio e remédios, nem os salários de cerca de 14 mil médicos residentes.

A residência é a última etapa da formação desses profissionais da saúde. Sob a supervisão de servidores experientes, os médicos formandos trabalham em instituições como o Hospital Universitário de Brasília (HUB), recebendo salários-base de R$ 3 mil.

A falta de dinheiro é um problema generalizado no ensino superior público. De acordo com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), todas as universidades federais estão com as contas no vermelho, sem condições de honrar com seus compromissos financeiros.

*Com Metrópoles

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Congresso discute mudar divisão de emendas de relator em sinal ao STF

Aliados de Lira e Pacheco articulam projeto para que Legislativo apresente à corte a disposição de rever distribuição.

Segundo a Folha, a cúpula do Congresso discute um projeto para estabelecer regras de divisão das emendas de relator —atualmente distribuídas a deputados e senadores com base em critérios políticos por darem sustentação ao governo no Congresso ou estarem ligados às presidências da Câmara e do Senado.

A articulação para apresentar uma proposta de normas de rateio desse dinheiro ocorre antes do julgamento, pelo STF (Supremo Tribunal Federal), das ações que questionam essas emendas. A análise pela corte está marcada para começar nesta quarta-feira (7).

O centrão —grupo de partidos que representa a maioria do Congresso— já havia sinalizado que aceitava rever o formato de distribuição das emendas como forma de manter o poder sobre o Orçamento no novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que fez declarações na campanha contra essas emendas.

A ministra Rosa Weber, que além de presidente da corte é relatora das ações, pautou os casos para avaliação do Supremo apenas na semana passada.

Diante da proximidade do julgamento no Supremo, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e integrantes da cúpula da CMO (Comissão Mista de Orçamento) discutiram na segunda-feira (5) as propostas para estabelecer, em resolução do Congresso, regras para a divisão das emendas.

A ideia, segundo aliados da cúpula do Legislativo, é que um projeto de resolução seja protocolado ainda nesta semana –se possível, antes do início do julgamento no STF.

Com isso, Lira e Pacheco poderiam apresentar aos ministros da corte algo concreto a ser feito pelo Congresso numa tentativa de evitar eventual proibição do uso das emendas de relator.

Uma das propostas é que o valor das emendas (estimado em R$ 19,5 bilhões para o próximo ano) possa ser repartido entre as bancadas partidárias. As siglas com mais deputados e senadores, portanto, receberiam mais. As legendas com menos cadeiras no Congresso, menos.

Outra sugestão que é citada por aliados de Lira é uma distribuição entre a CMO (5%), Mesa Diretora (15%), líderes da Câmara (53,33%) e do Senado (26,66%). Nesse modelo, a Câmara e o Senado, em acordo político, poderiam definir como será o rateio das emendas em cada Casa.

A cúpula do Congresso aguarda um acordo partidário para colocar o projeto de resolução em votação. Por ora, a prioridade é sinalizar ao Supremo que há a intenção de tornar a divisão das emendas mais igualitária.

O PT se beneficiaria das mudanças. O partido, que formou federação com o PC do B e PV, conseguiu eleger a segunda maior bancada da Câmara.

Hoje, no governo de Jair Bolsonaro (PL), são raros os deputados petistas que pedem e são beneficiados por emendas de relator, pois a distribuição fica a critério de Lira, que privilegia deputados governistas.

Aliados de Lula se dividem sobre qual seria o melhor cenário para o futuro dessas emendas.

Uma ala tem receio de que eventual decisão do Supremo contra as emendas possa implodir a aproximação do governo eleito com Arthur Lira.

Outro grupo de aliados de Lula sustenta que o melhor cenário para o novo governo seria o Supremo enterrar as emendas de relator, devolvendo ao Executivo o poder sobre essa fatia do Orçamento. Ou seja, fortalecendo os ministérios de Lula.

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Transição aponta dívida de R$ 5 bilhões com órgãos internacionais

GT de Planejamento, Orçamento e Gestão disse que despesas bilionárias da União envolvem ONU, OMC e OIT.

O economista Antônio Corrêa de Lacerda, do grupo técnico (GT) de Planejamento, Orçamento e Gestão do gabinete de transição, disse nesta terça-feira (6/12) que o Brasil possui uma dívida de R$ 5 bilhões com órgãos internacionais, entre eles a Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

“A dívida atual do Brasil para com órgãos (que envolvem ONU, OMC, OIT e uma infinidade de outros órgãos, da área de meio ambiente e outra áreas) monta R$ 5 bilhões. Então, essa é a dívida que o Brasil tem junto a esses órgãos. Evidentemente isso vai na contramão do projeto de inserção nacional, porque o básico que você tem que fazer é cumprir esses compromissos junto a esses órgãos internacionais”, disse Lacerda em coletiva do GT, ao lado do coordenador dos grupos temáticos, ex-ministro Aloizio Mercadante, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

De acordo com Lacerda, que também é presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), o grupo está fazendo um levantamento completo de todo esse passivo que a União tem junto a órgãos internacionais. “Estamos verificando o espaço no orçamento de forma a orientar o novo governo e as pessoas que serão indicadas para o ministério de forma a resgatar essa função”, concluiu.

Mercadante disse que a política externa do atual governo tornou o Brasil “um pária”.

A equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já confirmou que o Ministério da Economia deve ser desmembrado em três pastas no futuro governo: Economia, Planejamento, Orçamento e Gestão e Indústria e Comércio.

A atual configuração do Ministério da Economia foi definida no início do mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL), que integrou várias pastas em um superministério, comandado desde 2019 por Paulo Guedes.

Segundo Mercadante, foi um equívoco acabar com o Ministério do Planejamento, que atende toda a demanda intraministerial. Ele ainda disse ainda que praticamente toda a estrutura do ministério está pronta.

*Com Metrópoles

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O mau-caratismo de Sergio Moro contra Lula e o PT saiu pela culatra

Por Jair de Souza*

Em meados da década passada, o nome do então juiz Sergio Moro despontava com destaque nos veículos escritos de nossa imprensa corporativa, nos canais de televisão e nas programações transmitidas pelas ondas radiais. Ele tinha sido transformado por nossa mídia hegemônica em uma celebridade nacional e no abnegado salvador da pátria.

Como isso pôde ocorrer?

O que poderia justificar que uma figura tão grotesca, inculta e de baixíssimo nível intelectual viesse a ser elevada à categoria de herói máximo da nação e fosse glorificada como o paladino da luta pela moralidade e contra a corrupção?

Para encontrar as respostas que buscamos, é preciso levar em consideração que, além dos aspectos já mencionados, Sergio Moro também ostentava outra qualidade muito apreciada no seio de nossas classes dominantes: seu profundo mau-caratismo.

Foi esse mau-caratismo o motor que conduziu “nosso herói” na superação de todos os obstáculos que se antepunham à meta que ele se propunha atingir. E seu objetivo pessoal era nada mais, nada menos, que acumular fortuna, tornar-se rico, poderoso e temido.

Como sua diminuta capacidade intelectual não lhe seria de muita serventia para viabilizar a materialização desse sonho, seu mau-caratismo passou a ser o fator decisivo que funcionaria como a alavanca que lhe daria impulso no salto inicial e o ancoraria ao longo da empreitada. E assim sucedeu.

Para as forças do imperialismo e as do grande capital nacional a elas associadas (entre as quais se situa a mídia corporativa), as características de Sergio Moro se adaptavam como uma luva aos propósitos que nutriam.

Em outras palavras, estava ali o sujeito perfeito para encabeçar a tarefa de pôr fim ao tênue processo de inclusão social iniciado com a chegada de Lula e do PT ao comando do aparelho de Estado, assim como, a nível internacional, devolver o Brasil à esfera de influência absoluta do imperialismo estadunidense.

Aquela brincadeira de satisfazer necessidades das massas carentes e mostrar ao mundo ares de soberania nacional tinha ido longe demais. Era hora de dar um basta!

Portanto, em consonância com esta congruência de interesses, nada mais apropriado do que dar força a alguém que não se deteria no cumprimento de sua missão em razão de escrúpulos morais ou impedimentos legais.

Era muito reconfortante saber que a pessoa escolhida para liderar a execução do trabalho sujo requerido não hesitaria sequer em meter as mãos em excrementos, se preciso fosse, para cumprir com seu comedido.

A entrega dos recursos do pré-sal às multinacionais petrolíferas estrangeiras significou um violento golpe contra os planos de soberania que vínhamos cultivando há muito tempo.

Não à toa, Sergio Moro descarregou toda sua raivosidade contra a Petrobras e tudo o que ela representava.

De símbolo de nossa autonomia energética e orientadora de nosso projeto de desenvolvimento nacional, a Petrobras passou a ser encarada como o principal inimigo a ser abatido.

As empresas brasileiras de engenharia, que andavam ocupando espaços estratégicos num mundo que suas congêneres estrangeiras (especialmente as estadunidenses) consideravam de sua exclusividade, deveriam ser tiradas de cena.

Uma vez mais, as esperanças depositadas em Sergio Moro se viram convalidadas. O desempenho de nosso “juiz-herói” foi novamente eficiente e arrasador. Nos escombros de sua atuação, não sobrou pedra sobre pedra.

Hoje, mesmo para a realização de obras em nosso próprio território, as outrora portentosas construtoras brasileiras não estão em condições de competir com suas concorrentes do exterior.

Analisando o processo em retrospectiva, as evidências confirmam que os quase seis anos de insuflação e endeusamento midiático a Sergio Moro acarretaram resultados mais do que catastróficos para o povo brasileiro, assim como para a nação no cenário internacional.

As revelações do hacker Walter Delgatti difundidas atrav

és de The Intercept trouxeram à luz as evidências do lado podre, entreguista e canalha do grupo que conduzia as operações da chamada Força Tarefa da Lava-Jato.

À medida que as sórdidas tramoias entre seus integrantes iam sendo postas ao conhecimento público, as suspeitas, que até então eram limitadas a apenas algumas pessoas de maior senso crítico, passaram a ser fatos comprovados e visíveis para todos.

Certamente, a devastadora atividade de Sergio Moro não deve ser subestimada. Como consequência de suas medidas, temos hoje milhões de novos desempregados espalhados pelo país. A miséria absoluta chegou a níveis nunca vistos.

As ruas de nossas cidades estão repletas de gente sobrevivendo ao relento, em total desamparo. O flagelo da fome voltou a nos atentar.

Além disso, a sequência de ações protagonizadas por Sergio Moro foi, em grande medida, responsável pela chegada do nazismo bolsonarista à presidência do Brasil. As tragédias disso decorrentes são tantas que poderíamos dedicar todo o restante deste texto para enumerá-las.

No entanto, o que tínhamos proposto fazer desde o início era destacar algo de positivo advindo da atuação do ex-juiz.

Os casos de podridão que redundaram em angústia e sofrimento para a maioria de nosso povo foram abundantes, e já fazem parte do domínio público.

Sendo assim, vamos tentar efetuar um trabalho diferente, mais árduo e de maior complexidade: tratar de encontrar algum ato proveniente de Sergio Moro que possa ser avaliado como proveitoso para os interesses da nação brasileira.

Depois de muito vasculhar a memória, a única instância em que Sergio Moro me pareceu ter tomado algum posicionamento digno de alguma valoração positiva para o campo popular foi seu empenho e determinação em levar Lula à prisão.

Como assim? Não teria sido essa justamente a evidência maior de seu papel nefasto, destrutivo, entreguista e subserviente às classes dominantes e ao imperialismo? Sim, seguramente, tudo isso é verdade.

Mas, o que vou procurar demonstrar à continuação é que, apesar de toda sua sordidez, essa foi provavelmente a única de suas medidas que acabou gerando também consequências benéficas para o futuro da nação.

Lula surgiu como grande liderança popular nos embates concretos travados pela classe trabalhadora do ABC paulista nos terríveis anos da ditadura militar. Desde suas primeiras aparições públicas, distinguiu-se como uma pessoa de muita astúcia e coragem, com muita agilidade de raciocínio e argumentação.

Com o passar do tempo, todas essas qualidades positivas foram se aperfeiçoando, e a habilidade de Lula para coordenar e comandar as lutas dos trabalhadores por seus direitos, logo, tornou-se algo legendário.

Posteriormente, no exercício efetivo de seus dois mandatos presidenciais, Lula conseguiu estender seu prestígio para muito além das fronteiras de nosso país.

Ao findar seu segundo termo de governo, seu nível de avaliação positiva andava por volta dos 87%, um percentual nunca antes atingido por nenhum outro governante na história de nossa república. Mas, não era somente por aqui que Lula gozava de tão boa reputação.

Todos os que viajavam com frequência para o exterior naquele tempo podiam constatar o quanto a figura de nosso presidente era admirada e respeitada lá fora. Foi um período em que dava muito orgulho apresentar-se como brasileiro no exterior.

Entretanto, não obstante toda sua genialidade e capacidade de discernir caminhos corretos em situações conturbadas, para muitos analistas (dentre os quais eu me incluo), faltava a Lula um maior domínio teórico com relação à sociologia e à história do Brasil e do mundo.

Lula não tinha se aprimorado suficientemente nos estudos e parecia carecer de uma base científica mais sólida e aprofundada que lhe possibilitasse projetar ao futuro suas lutas do momento.

É claro que, por seus vínculos e constantes trocas de ideias com os mais importantes nomes das ciências sociais e da cultura, o nível de seu conhecimento efetivo de nossa realidade superava em muito o de certos acadêmicos plenamente diplomados.

Porém, se era para detectar debilidade, aí residia sua principal deficiência. Como fazer para que Lula conseguisse suprir essa carência em relação a conhecimento teórico cientificamente embasado?

Foi assim que, provavelmente, pela primeira vez em sua carreira de funcionário público, Sergio Moro pôde tomar uma medida que, embora involuntariamente, acabaria tendo um efeito colateral que favoreceria o campo popular, ou seja, justamente o setor ao qual ele sempre tratou de combater e aniquilar.

Ao atropelar resolutamente todos e quaisquer vestígios de respeito à legalidade e trancafiá-lo numa cela da Polícia Federal em Curitiba por quase dois anos, Sergio Moro proporcionou a Lula uma oportunidade para dedicar-se aos estudos como ele nunca antes tinha tido.

E Lula soube aproveitar cada hora de seus 580 dias de reclusão para ler todas as obras que lhe seriam importantes para dotá-lo do conhecimento mais aprofundado possível sobre a realidade histórica brasileira e mundial.

Valendo-se de sua incrível capacidade de compreensão e assimilação, durante o tempo em que foi mantido na prisão, Lula pôde acumular uma carga de leitura tão significativa que, quase com certeza, deve ultrapassar em muito tudo o que Sergio Moro, Deltan Dallagnol e Jair Bolsonaro, em conjunto, já leram ao longo de suas vidas, incluindo nesse somatório dos três os gibis de Super-homem, Mandrake e a revista Playboy, um tipo de leitura com a qual eles parecem estar mais afinados.

É por isso que, a despeito da pavorosa destruição sofrida pelo Brasil nos quatro anos de vigência do regime militar nazista-bolsonarista, estamos confiantes de que Lula tem plenas condições de nos guiar num rumo que nos permita reconstruir nossa pátria em um prazo relativamente curto.

Felizmente, hoje, Lula conta não apenas com o privilégio de sua inteligência e habilidade natas.

Depois do intensíssimo processo de estudos concentrados ao que se submeteu em seu calvário curitibano, Lula se consolidou não apenas como o mais carismático líder político mundial da atualidade, mas também como um dos mais bem preparados a nível intelectual.

Em função disto, apesar de todas as desgraças causadas a nossa pátria e ao povo, podemos assegurar que existe pelo menos um caso em que é possível atribuir a Sergio Moro alguns créditos por coisas positivas em favor de nossa gente. Foi ao arrepio de sua vontade, mas foi.

*Jair de Souza é economista formado pela UFRJ; mestre em linguística também pela UFRJ/Viomundo

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Miguel Nicolelis: A gravíssima COVID-19 Ômicron BQ.1

Apesar do momento não ser o ideal, gostaria de alertar a todos os amigos aqui que é quase certo que estamos entrando numa nova onda da pandemia de COVID-19 que, ao contrário do que muitos acreditam, está longe de acabar.

A nova variante da Ômicron, Chamada BQ.1, que causou sérios problemas na Europa, Ásia e EUA, chegou ao Brasil e está se espalhando rapidamente.

Prova disso é que o fator de replicação já está superior a 1!

É preciso reinstituir o uso de máscaras e evitar aglomerações novamente porque, além de tudo, esta nova variante escapa muito mais da cobertura das vacinas disponíveis no Brasil.

É preciso evitar o crescimento dos casos, porque esta variante também pode levar à COVID crônica.

Se alguém ainda duvida do dano que a COVID19 crônica causa, olhem para o colapso do sistema de saúde do Reino Unido como um exemplo do que pode acontecer com o SUS em 2023.

Apesar de saber que poucas pessoas querem ouvir este alerta, estou tentando disseminá-lo o mais amplamente possível, mesmo porque é urgente que o Brasil adquira a nova geração de vacinas, que protege melhor contra a Ômicron e suas variantes.

Também é urgente vacinar as crianças brasileiras, que permanecem totalmente expostas ao coronavírus!

Se alguém puder transmitir estas mensagens a quem for responsável pelo planejamento do combate a pandemia no novo governo – se é que alguém pensou nisso – eu agradeceria profundamente, porque a situação pode se agravar rapidamente nos próximos 30-60 dias.

Infelizmente é esta a situação atual.

E a grande mídia já começou a tucanar a BQ.1, dizendo que ela causa casos leves.

Na realidade, em quem não tem proteção vacinal, ela mata igual.

Enquanto isso, o pedido feito pela Fiocruz para a compra de insumos e fabricação das vacinas de segunda geração, eficazes no combate a BQ.1, encontra-se, desde setembro, parado esperando autorização da Anvisa, que se mantém até hoje em um silêncio inexplicável.

Infelizmente esse tipo de postagem, que deveria ter milhares de compartilhamentos, curtidas e comentários, passa praticamente despercebida.

Mostrando que as omissões e negligências dos nossos governos são o reflexo também do caráter omisso e indiferente do povo.

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CCJ aprova ‘PEC da Transição’ no valor de R$ 168 bilhões

O texto seguirá para o plenário do Senado.

Segundo O Globo, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, em votação simbólica, a “PEC da Transição” nesta terça-feira, com redução de R$ 30 bilhões na fatura da proposta de emenda à Constituição. Dessa forma, o custo da PEC ficará em R$ 168 bilhões. O texto seguirá para o plenário do Senado.

O relator da PEC, senador Alexandre Silveira (PSD-MG), apresentou hoje seu relatório com um impacto total da PEC de R$ 198 bilhões, e validade de dois anos. Pela solução que foi negociada, o teto de gastos será ampliado em R$ 145 bilhões – valor que comporta a ampliação do Bolsa Família para R$ 600, o adicional de R$ 150 por criança até seis anos e a recomposição do orçamento de outros programas.

O valor limite de R$ 22,9 bilhões para investimentos, resultado de excesso de arrecadação, seguirá fora do teto de gastos, como na proposta original do PT. Com isso, o custo da PEC fica em R$ 168 bilhões. Senadores já indicaram que tentarão diminuir o valor com a apresentação de emendas no plenário.

O acordo para votação foi costurado durante a sessão da CCJ, porque o presidente do colegiado, Davi Alcolumbre (União-AP), queria liquidar o tema nesta terça. A votação simbólica foi realizada após o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) cobrar a apresentação de um novo relatório com a redução de R$ 30 bilhões, conforme acordo anunciado mais cedo por Jaques Wagner (PT-BA), articulador da PEC no Senado.

O senador Davi Alcolumbre disse que o texto deve ser votado nesta quarta-feira no plenário do Senado. Sobre o cronograma de votação na Câmara, Alcolumbre afirmou que Arthur Lira (PP-AL), presidente da Casa, se comprometeu a aprovar o texto conforme viesse no Senado.

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Vídeo: O jogo em que Pelé foi expulso, mas voltou após apelos da torcida e substituição do juiz

Público na Colômbia se revoltou contra saída do camisa 10 do Santos durante amistoso confuso; árbitro foi espancado e camisa 10 retornou ao gramado.

O Santos estava na partida final de uma turnê que incluiu jogos amistosos em diversos países, da Europa e das Américas. Naquela quarta-feira, dia 18 de julho de 1968, o time do rei Pelé enfrentaria a seleção olímpica da Colômbia, no estádio Nemesio Camacho, mais conhecido como El Campin, em Bogotá. O público de cerca de 55 mil pessoas que lotava as arquibancadas comprara os ingressos, principalmente, porque estaria em campo o camisa 10 do clube paulista e da seleção brasileira.

Aos 27 anos de idade, após encantar o planeta na conquista de duas copas (1958 e 1962) e de duas Libertadores (1962 e 1963) pelo alvinegro santista , Edson Arantes do Nascimento já era reverenciado como o maior jogador de futebol do mundo, autor de gols e dribles inesquecíveis.

Mas o jogo no El Campin ficaria eternamente marcado por uma situação bastante inusitada. A certa altura de um tumultuado primeiro tempo, Pelé foi expulso por xingar a mãe do juiz, mas voltou ao gramado depois dos protestos da torcida e da exigência dos organizadores do amistoso. Já o árbitro Guillermo Velásquez, também conhecido como “el chato” devido a seu nariz achatado, levou uma surra dentro de campo e foi obrigado a deixar a partida, dando lugar ao bandeirinha.

A partida começou às 21h17. O Brasil abriu o placar com gol de Toninho, parceiro de Pelé no ataque e um dos maiores artilheiros da história do Santos. Minutos depois, o gol de empate da Colômbia deu início à primeira confusão em campo. De acordo com o jornal colombiano “El Espectador”, ao reclamar de impedimento com o árbitro, o zagueiro Lima acabou discutindo com o árbitro e o derrubou com um empurrão. Velásquez, então, desferiu um gancho no jogador e o expulsou.

O jogo ficou alguns minutos parado, mas, eventualmente, a bola voltou a rolar. A equipe local passou à frente com gol do meiocampista Germán Gonzalez, mas o Santos empatou em seguida, com um tiro certeiro de Pelé. Aos 32 minutos, porém, começou a barafunda que entraria para a história do futebol.

Ao narrar o episódio, Velásquez contou em diversas entrevistas que Pelé reclamou de um pênalti não marcado na área da Colômbia e, como não teve as suas queixas atendidas, começou a desferir uma série de xingamentos em português contra o árbitro. O rei do futebol provavelmente não sabia que o juiz conhecia alguns palavrões no idioma de Jorge Amado e identificou quando o camisa 10 xingou a mãe dele. Foi o bastante para Velásquez decidir expulsar o jogador de campo.

Veja:

Pelé não protestou contra a sua punição, mas, enquanto ele deixava o gramado, os atletas do Santos cercavam o árbitro, e a torcida, revoltada, insurgia-se aos berros contra a expulsão do craque. Em uma questão de segundos, o El Campin se transformara numa panela de pressão.

Em entrevista à “Folha de S. Paulo” em março de 2000, Velásquez disse que foi espancado pela maior parte do elenco do time paulista após a expulsão. “Quem armou toda a confusão foi Ramos Delgado (argentino que jogava no Santos). Juro por meus filhos que me agrediram 24 brasileiros (a delegação que estava no banco de reservas teria invadido o campo) e um argentino. Só Pelé não participou. O que mais me doeu é que a polícia colombiana não me defendeu”, disse ele.

Velásquez foi retirado com um baita hematoma no olho esquerdo e outras marcas da violência no corpo. Enquanto as arquibancadas só queriam saber do retorno de Pelé, um punhado de cartolas colombianos responsáveis pelo amistoso providenciava não apenas a volta do craque santista como a substituição do árbitro por um dos bandeirinhas da partida. Quando o camisa 10 regressou ao gramado, a torcida foi ao delírio. O clube brasileiro venceu a partida por 4 a 2.

Mas o episódio não terminaria ali. Velásquez saiu do estádio e foi diretamente para a unidade policial mais próxima, onde prestou queixa contra toda a delegação do Santos. O Departamento de Segurança de Bogotá intimou comissão técnica e elenco, Pelé entre eles, a depor na delegacia. Já era madrugada alta quando os organizadores do jogo conseguiram a liberação do time brasileiro, que só então pôde tomar um avião de regresso ao país vizinho.

Naquela noite, Guillermo “el chato” Velásquez estava no começo de sua carreira de mais de 25 anos como árbitro de futebol, mas, segundo ele próprio, não passou nem um dia sem que alguém não lhe lembrasse daquele episódio no El Campin. Quando ele morreu, no dia 26 de junho de 2007, aos 83 anos, vários sites da imprensa esportiva noticiaram o falecimento com títulos como “Morre árbitro colombiano que foi substituído após expulsar Pelé”.

*Com O Globo

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Segurança é reforçada no hotel de Lula depois de manifestação de bolsonaristas

Protocolo de segurança foi revisado e grades de isolamento foram colocadas na entrada do local.

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal reforçou a segurança no entorno do hotel onde o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está hospedado, na região central de Brasília. O protocolo de segurança foi revisado e grades de isolamento foram instaladas na entrada do hotel. Ontem, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que contestam o resultado das eleições fizeram uma manifestação na entrada do local.

Ao Globo, o secretário Julio Danilo, da Secretaria de Segurança Pública do DF, confirmou o isolamento da área a pedido da segurança do presidente Lula. Durante a manifestação de ontem, a Polícia Militar chegou a ser acionada para reforçar a segurança no local, feita pela Polícia Federal.

— Houve um incremento na segurança aproximada e um isolamento da área a pedido da Segurança do Presidente Lula. Ontem houve uma manifestação em frente ao hotel onde ele está hospedado e para garantir que não haja nenhum contratempo, foram adotadas essas providências — afirmou.

No Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição, também há PMs no entorno do local. A previsão, no entanto, é que Lula concentre suas agendas desta terça-feira no hotel, sem previsão de ida até o CCBB. O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, no entanto, terá reuniões no local, assim como outros membros do gabinete de transição.

Em nota, a SSP-DF afirmou que realiza o monitoramento da área central e o policiamento nas imediações do hotel e do CCBB em conjunto com órgãos locais e federais e que monitorou as manifestações de ontem.

*Com O Globo

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INSS pode parar a partir desta quarta por causa de bloqueio orçamentário imposto pelo governo Bolsonaro

Autarquia enviou ofício ao Ministério da Economia alertando que falta de recursos deve prejudicar o atendimento à população.

Rede Brasil Atual – Os bloqueios orçamentários que marcam o final da gestão de Jair Bolsonaro (PL) na presidência da República devem paralisar os serviços do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) nesta quarta-feira (7).

Em ofício enviado ao secretário de Orçamento Federal, do Ministério da Economia, Ariosto Antunes Culau, o INSS afirma que “a falta dos recursos causará grave prejuízo ao funcionamento desta Autarquia, ocasionando suspensões de contratos, a partir da próxima quarta-feira, dia 07/12/2022, bem como deslocamentos de servidores de forma imediata, impactando, consequentemente, no atendimento à população e na prestação dos serviços essenciais do INSS”. O ofício foi divulgado nesta terça-feira pela CNN, com reportagem de Basília Rodrigues.

Isso poderá levar ao fechamento de agências, suspensão de perícias, atrasos em pagamentos do INSS e interrupção de contratos com terceirizados.

O ofício é assinado pelo presidente do INSS, Guilherme Gastaldello, e foi encaminhado à Secretaria de Orçamento na sexta-feira (2) com o assunto o “impacto das restrições orçamentárias no âmbito do INSS”.

Pelas contas da equipe econômica, reveladas pelo jornal Valor Econômico e complementadas pela Folha de S. Paulo, podem faltar ao menos R$ 15 bilhões para pagar benefícios no último mês do ano.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) comentou a situação do INSS nas redes sociais: “É absurda a situação que o atual governo entrega o país: caos e descaso”.

Atualmente, há cerca de 18 mil pessoas trabalhando no INSS. Entre funcionários do instituto, ouvidos pela reportagem da CNN, o cenário é descrito como “fim do mundo” ou, tecnicamente, um shutdown, termo em inglês que significa “desligar”, e que assombra diversos órgãos públicos neste fim de ano devidos aos bloqueios de recursos, anunciados pelo Ministério da Economia.

O INSS tem pedido recomposições orçamentárias há algum tempo, a ponto de alertar para dificuldade de realizar pagamentos de aposentadorias em dezembro. Esses apelos, no entanto, não teriam tido resultado.

Tanto que, no ofício, Gastaldello afirma que, apesar dos esforços do INSS e da parceria do Ministério do Trabalho, que, segundo o presidente do instituto, “auxiliou com orçamento enquanto foi possível”, o órgão irá adotar medidas de “caráter emergencial”. Além dos bloqueios, explica que a mudança de cenário se dá também por causa da “informação de que as demandas de créditos suplementares não serão atendidas em razão do cenário restritivo resultante da avaliação de receitas e despesas primárias do 5º bimestre”.

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Fiesp contra a democracia: Fiesp marca assembleia para discutir saída de Josué Gomes do cargo

O levante tem por trás o ex-presidente da Fiesp, Paulo Skaf.

Estadão – O conflito na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) vai ganhar na próxima semana um novo capítulo, que promete colocar mais lenha em um briga que eclodiu desde a eleição de Josué Gomes da Silva ao cargo. Dessa vez, representantes de 86 sindicatos conseguiram marcar para as 14h da próxima segunda-feira, 12, uma assembleia geral com o objetivo de mudar o comando da entidade.

Esse movimento é um desdobramento de outro que teve início em outubro, mas cuja assembleia não foi chamada pelo presidente da federação das indústrias.

Todo o levante teve por trás Paulo Skaf, que esteve à frente da Fiesp por quase 20 anos. Segundo fontes que participam da alta cúpula da entidade, as assinaturas para convocar a assembleia partiram essencialmente de sindicatos menores do Estado, com os grandes sindicatos patronais ficando de fora.

Uma fonte afirma que o atual imbróglio joga luz sobre os chamados “sindicatos de gaveta”, que tem pouca ou nenhuma representatividade, mas acabam sendo úteis para fins políticos.

Por trás do embate está uma questão política, que continuou acesa mesmo após o fim das eleições, no inicio de novembro. Skaf, que não tinha manifestado apoio antes do primeiro turno, voltou a se manifestar publicamente antes do segundo turno, apoiando Jair Bolsonaro, candidato que foi derrotado.

Do outro lado está Josué, filho de José Alencar, que foi vice de Lula e morreu em 2011. Um dos pontos de tensão foi a decisão da entidade de divulgar um manifesto em favor da democracia, o que foi visto como um aceno favorável a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Novo presidente da federação das indústrias só assumiu o cargo há 5 meses; ‘levante’ de pequenos sindicatos é comandado por Paulo Skaf, que comandou entidade por quase 20 anos

O conflito na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) vai ganhar na próxima semana um novo capítulo, que promete colocar mais lenha em um briga que eclodiu desde a eleição de Josué Gomes da Silva ao cargo. Dessa vez, representantes de 86 sindicatos conseguiram marcar para as 14h da próxima segunda-feira, 12, uma assembleia geral com o objetivo de mudar o comando da entidade.

Esse movimento é um desdobramento de outro que teve início em outubro, mas cuja assembleia não foi chamada pelo presidente da federação das indústrias.

Todo o levante teve por trás Paulo Skaf, que esteve à frente da Fiesp por quase 20 anos. Segundo fontes que participam da alta cúpula da entidade, as assinaturas para convocar a assembleia partiram essencialmente de sindicatos menores do Estado, com os grandes sindicatos patronais ficando de fora.

Uma fonte afirma que o atual imbróglio joga luz sobre os chamados “sindicatos de gaveta”, que tem pouca ou nenhuma representatividade, mas acabam sendo úteis para fins políticos.

Por trás do embate está uma questão política, que continuou acesa mesmo após o fim das eleições, no inicio de novembro. Skaf, que não tinha manifestado apoio antes do primeiro turno, voltou a se manifestar publicamente antes do segundo turno, apoiando Jair Bolsonaro, candidato que foi derrotado.

Do outro lado está Josué, filho de José Alencar, que foi vice de Lula e morreu em 2011. Um dos pontos de tensão foi a decisão da entidade de divulgar um manifesto em favor da democracia, o que foi visto como um aceno favorável a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ex-presidente da entidade, que ficou 18 anos no poder, se movimenta com presidentes de sindicatos patronais para pressionar por renúncia do sucessor

Josué, no entanto, jamais declarou seu voto. Uma fonte próxima ao presidente da entidade disse que o presidente da Fiesp errou ao divulgar o documento pró-democracia, algo que acabou abrindo uma oportunidade para seus opositores.

Alguns dos presidentes de sindicatos patronais, que estão em defesa do atual comando da entidade, estão conversando com alguns dos sindicatos que assinaram a convocação da assembleia. No entanto, segundo uma fonte, Josué “está pela bola sete”. O movimento capitaneado por Skaf também já foi definido como “golpe na Fiesp”.

Mais votos

No atual pedido para a convocação da assembleia houve mais assinaturas do que na primeira tentativa. Em outubro o requerimento entregue reuniu 78 assinaturas, de um total de 112 delegados dentro do estatuto da Fiesp. O estatuto exige 50% para a convocação de uma reunião. “A Fiesp não pode ser uma panelinha de muitos sindicatos que não representam ninguém”, disse uma fonte.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho, disse à reportagem que o movimento neste momento “está totalmente fora do razoável e que a entidade deveria estar convergente para se construir uma proposta de mais competitividade para a indústria”. Reforçou que, na sua opinião, a entidade precisa ser apartidária e manifestou seu apoio a Josué.

Procurada, a Fiesp não comentou.

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