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Alguém peidei

O autoexorcismo virou moda no Brasil a partir do dia 8 de janeiro. O bordão “assim, sim, mas assim também, não”, nunca esteve tão em uso nas bocas de bolsonaristas que se negam parecer com os terroristas que tocaram fogo nas sedes dos três poderes da República.

Como o espírito do tempo é um fenômeno coletivo, essa nação de covardes que, agora, diz-se racional e ciosa com os brasões da Republica, acabam por fazer coro com o chefe do conselho palaciano do governo Bolsonaro, mais conhecido como general  Augusto Heleno que, em surto de delírio histriônico, muitos atribuíram a ele a condição de substituto informal de Bolsonaro que impediria a subida da rampa do presidente eleito democraticamente, Luiz Inácio Lula da Silva.

Dizem que bolsonaristas têm muita imaginação, eu tenho uma visão inversa. O golpistas, antes de qualquer coisa, são seres que se confessam fracassados para lidar com o Estado de Direito, com a democracia e, consequentemente, com o debate nacional.

O berreiro e os palavrões, insultos e pontapés são a única linguagem que conhecem, até que dão mal como aqueles mais de mil terroristas que foram preso.

Pois bem, Augusto Heleno, quando perguntado sobre a sua participação na minuta golpista, fez-se de morto, no famoso, nem ouvi falar.

Disse Heleno:

“Não tinha (ciência)”, disse o militar da reserva do Exército, um dos mais próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro em seu mandato, ao ser indagado pela coluna de Rodrigo Rangel no Metrópoles.

O general também não quis se prolongar sobre o teor do documento: “Não acho nada. Não estou no governo, não me cabe achar nada. (…) Não me interessa falar sobre isso”.

Ninguém com juízo no lugar, imaginou Heleno se penitenciando, mas o covarde parece não perder a arrogância fardada, passou do ponto na hora de torpedear os motivos de sua saída à francesa para, pelo menos, os bolsonaristas dizerem que o general é um sujeito homem.

Heleno preferiu esconder a mão amarela, mesmo exalando o cheiro do sebo bolsonarista que caracterizou sua passagem trágica no governo trágico do fascista Bolsonaro.

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Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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