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Bolsonaro se apropriou de presentes do Estado que chegam a 9 mil itens

O ex-presidente Jair Bolsonaro listou em seu inventário pessoal alguns presentes luxuosos feitos com pedras preciosas e recebidos em viagens oficiais nos Emirados Árabes Unidos e no Catar. Apenas uma dessas peças foi avaliada em quase R$ 100 mil e incorporada ao acervo privado do ex-mandatário.

Segundo a Agenda do Poder, ao todo, são mais de 9 mil itens. Bolsonaro entrou na mira da Polícia Federal após o seu ajudante de ordens tentar reaver, na reta final do governo, joias da Arábia Saudita avaliadas em R$ 16,5 milhões e retidas pela Receita Federal. A defesa do ex-presidente nega qualquer irregularidade.

Segundo documentos obtidos pelo Globo, em seu giro por países do Golfo Pérsico, em novembro de 2021, Bolsonaro ganhou nos Emirados Árabes um relógio de mesa “confeccionado em prata de lei com banho de ouro, cravejado com diamantes, esmeraldas e rubis” e uma escultura “confeccionada em aço, prata, tendo parte com banho de ouro”, de acordo com a descrição feita pelo seu gabinete. Não há registro da estimativa do valor dessas peças.

No Catar, o então presidente recebeu outro relógio de mesa, confeccionado em prata e “tendo partes com banho de ouro”. Esse presente é avaliado em R$ 97 mil, a partir da comparação feita pelo governo com itens semelhantes.

O Rolex recebido por Bolsonaro na Arábia Saudita, revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo, é confeccionado em ouro branco e diamantes, com “pulseira modelo Presidente, com três fileiras de elos semicirculares, com fecho desdobrável”, além de “caixa com mostrador em madrepérola branca, cravejada com diamantes”.

O ex-presidente também foi presenteado com um colar fabricado por uma joalheria de Minas Gerais. A peça possui um pingente feito com uma ágata preta, em formato circular, tendo um círculo com grânulos em ouro branco incrustado na parte inferior.

Em sua viagem à Hungria, em fevereiro de 2022, Bolsonaro recebeu do primeiro-ministro Viktor Orbán um jogo de chá, confeccionado em porcelana branca esmaltada e composta por duas unidades de pires, duas xícaras, uma cremeira, um bule de chá e um açucareiro. A peça foi estimada em R$ 12.331,91, segundo informações coletadas pela Presidência da República com o fabricante do item.

Apesar de alardear que preferia usar “caneta Bic”, Bolsonaro incluiu em seu acervo privado três canetas da marca Montblanc. Uma delas é uma edição especial em homenagem ao Walt Disney cujo preço médio é de R$ 6 mil. Mas, de acordo com o documento da Presidência da República, “não foi possível detalhar” a descrição da peça, porque “foi solicitada pelo Presidente, a pedido do mesmo”. A outra é o modelo Meisterstuck Classique, com pena em ouro 14K com incrustação a ródio, e custa, em média, mais de R$ 3 mil. Por fim, há outro item da mesma marca, confeccionada em metal prateado e plástico preto.

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Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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