Mês: março 2023

Clube Militar desafia posição do Comandante do Exército e agenda comemorações do 31 de março de 1964

Revista Sociedade Militar — O Clube Militar não se dobrará ao posicionamento do Ministro da Defesa e do novo Comandante Do Exército no que diz respeito a vetar as comemorações do 31 de março de 1964. A decisão de manter as Forças Armadas “caladas” esse ano foi tomada em conjunto pelo Ministro da Defesa e os comandantes do Exército Brasileiro, Marinha do Brasil e Aeronáutica, as 3 Forças singulares.

A instituição que congrega militares da ativa e militares da reserva mantém seus posicionamentos históricos e vai realizar na data comemorativa um almoço de confraternização. O custo para participação, incluindo comes e bebes, segundo apurado pela Revista Sociedade Militar, fica na faixa de 90 reais para sócios e convidados.

O Clube Militar, ao contrário do que muita gente pensa, não é uma instituição formada por militares da reserva. O corpo de sócios possui centenas de oficiais do serviço ativo e a diretoria da instituição tem procurado avançar na influência sobre os jovens oficiais assim que saem dos centros de formação

Na imagem abaixo, que mostra uma publicidade para o clube militar, exposta na própria página do exército brasileiro, percebe-se que a força terrestre incentiva a associação dos oficiais logo que se formam nas academias.

O Clube foi uma das primeiras instituições privadas recreativas a conquistar o direito de descontar as mensalidades dos associados por consignação. Ou seja, os valores saem direto do sistema de pagamento dos militares do exército para os cofres da instituição.

Informações sobre as comemorações do 56º aniversário do movimento democrático militar de 31 de março.

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Governo decide apoiar outras CPIs para esvaziar a de 8 de janeiro

Temor é de que essas investigações possam tirar do holofote a agenda positiva que o Planalto pretende implementar nos próximos meses.

CNN – Após semanas lutando contra a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre os atos criminosos de 8 de janeiro, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu apostar em outra solução: apoiar a instalação de outras CPIs para tentar esvaziar a investigação encampada pelos aliados de Jair Bolsonaro (PL).

Neste início de ano, diversos parlamentares – do governo e da oposição – anunciaram a intenção de pedir a abertura de CPIs. Embora apoie algumas delas, o governo teme que essas investigações possam tirar do holofote a agenda positiva que o Planalto pretende implementar nos próximos meses.

O Planalto também avalia que as CPI possam tumultuar o ambiente político no Congresso e prejudiquem a tramitação de propostas de interesse do Executivo, como a reforma tributária. Por isso, adota a medida de apoiar CPIs com cautela.

Quanto à eventual CPI sobre 8 de janeiro, o argumento do Palácio do Planalto é que as autoridades competentes – Ministério Público e Polícia Federal – já têm feito as investigações necessárias e que a comissão só serviria de palco para a oposição ao governo fazer acusações em relação ao ministro da Justiça, Flávio Dino, e ao presidente Lula.

O pedido da CPI, articulado pela senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), vive um impasse.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), aliado de Lula, afirma que ela tem que revalidar as assinaturas coletadas por estarem agora em uma nova legislatura.

Soraya alega não ter como fazer isso no sistema e, nos bastidores, fala-se numa busca de o governo tentar atrasar o processo, bem como de demover os senadores de continuarem apoiando a medida.

Tentando driblar a dificuldade e ampliar a participação dos parlamentares, partidos de oposição conseguiram, nas últimas semanas, formalizar um pedido de abertura da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, que seria composta por senadores e deputados.

O andamento deste pedido também depende de Rodrigo Pacheco.

Se no início os aliados de Lula chegaram a defender a instauração de uma CPI para investigar o ato de janeiro promovido por apoiadores de Jair Bolsonaro, agora o governo tem orientado seus aliados a se manterem distantes do assunto.

CPI da Americanas e CPI das Joias

Mesmo assim, na semana passada, com o apoio de mais de 50 deputados de partidos da base de apoio ao governo, o líder do PP, deputado André Fufuca (MA), formalizou o pedido de abertura de uma CPI para investigar o caso de suposta fraude contábil da Americanas.

O PT, do presidente Lula, também deu início à coleta de assinaturas para uma Comissão Parlamentar de Inquérito. No caso, para investigar o episódio das joias dadas à família Bolsonaro.

A ideia é ter um discurso incômodo para os aliados do ex-presidente em meio às iniciativas da oposição.

O pedido ainda não atingiu o número mínimo exigido para o protocolo desse tipo de proposição.

Há ainda mais um pedido de CPI de partidos formulado por um deputado da base do governo.

O líder do PSB, Felipe Carreras (PE), está no processo de colher assinaturas para abertura da CPI das apostas esportivas.

A iniciativa tem como base a investigação aberta pelo Ministério Público de Goiás envolvendo uma suposta manipulação de resultados por parte de atletas da Série B do campeonato brasileiro de futebol.

A oposição na Câmara, por outro lado, tem se mobilizado para pedir a abertura de uma CPI sobre as invasões de terra promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), organização que é mais ligada ao espectro político de esquerda.

O deputado federal Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) busca as assinaturas necessárias para formalizar o pedido junto à Casa.

Até o momento, o único pedido formalizado na Câmara dos Deputados é o da CPI da Americanas.

Os outros ainda estão em fase de coleta de assinaturas – é necessário o apoio formal de pelo menos 171 deputados.

No Senado, Plínio Valério (PSDB-AM), de oposição ao governo, pediu a instalação de uma CPI para investigar organizações não governamentais que atuam na região amazônica.

O senador já conseguiu mais do que as 27 assinaturas mínimas e protocolou o pedido.

O tucano aguarda apenas a leitura em plenário do pedido de abertura da comissão por Pacheco, o que não tem previsão para acontecer.

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Em cena, um novo par político: Valdemar Costa Neto e Michelle

Bolsonaro não está gostando disso nem um pouquinho.

Quem já foi capaz de condenado e preso chefiar um partido de dentro da cela e negociar ministérios e cargos de segundo escalão para correligionários, não se deixará abater por dificuldades menores. É o caso de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, que no momento abriga Bolsonaro, sonhando com Michelle em 2026.

Lembra-se de algum discurso de Costa Neto em defesa de Bolsonaro depois que estourou o escândalo das joias que ele e Michelle ganharam de presente da ditadura da Arábia Saudita? Ou de alguma mensagem postada por ele nas redes sociais a propósito do assunto? Não lembra porque ele nada falou ou escreveu.

Na semana passada, Costa Neto inaugurou sua conta no Twitter, e o que escreveu ali repercutiu entre os políticos. Não, não foi sobre Bolsonaro, Michelle, joias, mas sobre o deputado Nikolas Ferreira (PL), o campeão de votos em Minas Gerais, que vestiu uma peruca loura e ofendeu os trans a pretexto de defender as mulheres.

Não, Costa Neto não criticou Ferreira, ameaçado de perder o mandato por quebra do decoro parlamentar; defendeu-o. E, ao fazê-lo, respondeu indiretamente a Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, que aplicou uma reprimenda pública em Ferreira. Lira entendeu o recado e calou-se.

Costa Neto quer distância de Bolsonaro, e uma aproximação cada vez maior com Michelle. Bolsonaro virou sinônimo de problemas para Costa Neto desde que perdeu uma eleição que considerava ganha. Por causa dele, o PL pagou uma auditoria nas urnas eletrônicas para detectar falhas que nunca existiram, mas não só.

O partido contestou a vitória de Lula, foi multado em 22,9 milhões de reais e teve suas contas bloqueadas. Elas só foram liberadas depois do pagamento da multa. O desgaste sofrido por Bolsonaro no caso das joias pode contaminar a imagem do PL e dos seus dirigentes, e isso é o que Costa Neto mais teme e quer evitar.

Ele encomendou duas pesquisas de opinião que já estão sendo feitas para medir o estrago provocado pelo escândalo das joias em Bolsonaro, em Michelle e no PL. E também para avaliar as chances de Michelle substituir o marido como candidata a presidente da República em 2026. Michelle é seu objeto de desejo.

Por tudo que ele escuta em rodas de ministros de tribunais superiores e de advogados experientes, Costa Neto parece convencido de que a Justiça eleitoral tornará Bolsonaro inelegível por crime contra a democracia. Antes das eleições de 2026, teremos as municipais do próximo ano para prefeito e vereador.

Michelle já entrou em campo para ajudar Costa Neto. Formarão um belo par. Bolsonaro não está gostando do que vê nem um pouquinho.

Noblat/Metrópoles

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Sob Bolsonaro, Petrobras investiu menos e distribuiu 6 vezes mais dividendos

Política de venda de ativos e foco no pré-sal, que deu lucros recordes à estatal, será alterada pelo governo Lula.

Nicola Pamplona*

Nos quatro anos de governo Jair Bolsonaro (PL), a Petrobras acumulou um lucro de R$ 358,3 bilhões, em valores corrigidos pela inflação, o que levou a empresa a distribuir um total de R$ 289 bilhões em dividendos, quase seis vezes mais do que a média dos últimos quatro governos.

A estratégia de concentrar atividades no pré-sal e vender ativos em áreas consideradas não prioritárias agradou o mercado financeiro, mas se tornou alvo de críticas de sindicatos e da então oposição, que agora no governo promete mudar o foco da companhia.

Segundo levantamento feito por Einar Rivero, da TradeMap, o lucro acumulado pela Petrobras no governo Bolsonaro é 2,6 vezes a média dos últimos quatro governos, já considerando a inflação do período —a conta soma os resultados do início do segundo mandato de Dilma Rousseff e dos anos Michel Temer.

Com a promessa de gerar valor aos investidores, a estatal distribuiu 5,8 vezes mais dividendos e caiu nas graças do mercado financeiro ao se tornar uma das empresas que melhor remuneram acionistas no mundo.

O valor distribuído representa 80% do lucro total da companhia. A maior relação em gestões anteriores foi observada no primeiro governo Dilma, quando a empresa retornou aos acionistas valor equivalente a quase metade do lucro.

A relação entre os elevados dividendos e o baixo investimento, que equivaleu a apenas um terço da média dos últimos quatro governos, é um dos principais alvos de crítica do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus aliados.

“A Petrobras, ao invés de investir, ela resolveu agraciar os acionistas minoritários com R$ 215 bilhões, tendo um lucro de R$ 195 bilhões. E quanto foi o investimento da Petrobras? Quase nada”, criticou o presidente da República, após a estatal anunciar o maior lucro da história das companhias abertas brasileiras.

A estratégia de vender ativos e priorizar investimentos no pré-sal foi iniciada ainda na gestão Michel Temer, que substituiu Dilma Rousseff após o impeachment de 2016, e reforçada após a posse de Bolsonaro.

Crítico do que chamava de timidez da gestão Pedro Parente quando era conselheiro da companhia, Roberto Castello Branco, o primeiro presidente da Petrobras sob Bolsonaro, iniciou sua gestão anunciando que aceleraria as vendas de ativos e prometendo melhor retorno aos acionistas.

Nos quatro anos de Bolsonaro, segundo o pesquisador do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) Cloviomar Carneiro, a estatal fechou 64 operações de vendas de ativos, com valor total de US$ 33,9 bilhões (R$ 177 bilhões, pelo câmbio atual).

Na gestão Temer, foram 15 operações, somando US$ 17,6 bilhões (R$ 92 bilhões). Com Dilma, foram 16 operações, a US$ 8,3 bilhões (R$ 43 bilhões).

Carneiro destaca que os argumentos para as vendas também variaram: com Dilma, eram a redução do endividamento da companhia, que atingiu seu maior patamar histórico; Temer incluiu a abertura de mercado para empresas privadas; e Bolsonaro, quis, além dos dois, concentrar o foco no pré-sal.

O diretor-técnico do Ineep (Instituto Nacional de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis), Mahatma dos Santos, pondera que a comparação de dados financeiros entre os diferentes governos pode ser distorcida por questões conjunturais.

Mas que, do ponto de vista de gestão, a Petrobras nos governos petistas ampliou investimentos e o endividamento após a descoberta do pré-sal, que demandou pesados aportes e plataformas e infraestrutura logística.

A dívida da empresa atingiu seu maior patamar nos quatro anos divididos entre Dilma e Temer, quando bateu a média de R$ 531 bilhões segundo o levantamento da TradeMap.

Nesse período, a Petrobras teve prejuízo acumulado de R$ 38,1 bilhões, com o reconhecimento de perdas com depois investigados pela Operação Lava Jato que acabaram não saindo do papel, como o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), por exemplo.

Além dos investimentos elevados e das perdas com corrupção, porém, contribuiu para a deterioração financeira da companhia o represamento dos preços dos combustíveis, principalmente às vésperas da campanha pela reeleição de Dilma em 2014.

A então presidente da Petrobras, Graça Foster, passou o ano tentando elevar os preços para manter a dívida dentro do esperado, mas quem decidia era o ministro da Fazenda Guido Mantega, que só autorizou aumento após o segundo turno.

Com uma política de preços mais alinhada às cotações internacionais, a venda de ativos e a redução do investimento nos anos seguintes, a dívida caiu a R$ 378 bilhões, em média, durante a gestão Bolsonaro.

“A Petrobras saiu de uma empresa que tinha um projeto estratégico nacional, de forte incidência na dinâmica produtiva brasileira para uma empresa menor, com patrimônio menor, com restrições de investimentos e que não olha mais o setor energético de forma integrada”, diz.

O Ineep é ligado a sindicatos e defende a retomada dos investimentos pela empresa. Para Santos, o modelo da última gestão “coloca em risco a sustentabilidade operacional e financeira” da empresa, já que investimentos no setor têm longo prazo de maturação e o mundo caminha para a transição energética.

Os primeiros movimentos do governo atual no sentido de diversificar os investimentos, porém, têm sido recebidos com cautela pelo mercado. Nesta semana, por exemplo, a Petrobras anunciou parceria com a norueguesa Equinor para estudar a construção de usinas eólicas marítimas no país.

A resposta de investidores, que questionam o elevado custo desses projetos e seu impacto nos dividendos, levou o presidente da estatal, Jean Paul Prates, a gravar um vídeo afirmando que é um processo ainda embrionário, que requer estudos e que só será levado adiante se fizer sentido econômico.

Em sua primeira teleconferência com analistas, Prates já havia tentado tranquilizar analistas sobre a retomada dos investimentos, dizendo que a empresa só aportará recursos em projetos rentáveis e após amplo debate. “Se alguém tem dúvida disso, vamos ter que provar que é bom ser sócio do governo.”

*Nicola Pamplona/Folha

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Se Nikolas não for cassado, processado e preso, o país que mais mata trans no mundo verá essa tragédia humana se multiplicar

A dimensão do crime de Nikolas, pode ser medida por sua própria régua. Ele comemora nas redes que teve aumento exponencial de seguidores depois de seu linchamento transfóbico na tribuna da câmara.

Se ele teve êxito na sua delinquência de se promover e ainda tirar do foco o Dia Internacional da Mulher, num ato covarde de misoginia, o criminoso fez discurso a favor da matança medieval, que dá ao Brasil a marca não só de país que mais assassina mulheres trans, mas que simplesmente passa do dobro de assassinatos em comparação ao 2ª colocado nessa estatística macabra.

A fala de Nikolas foi tão seriamente assassina que Waldemar da Costa Neto, vendo o sucesso nas redes do delinquente, correu para lhe servir de esteio, de olho nos resultados políticos para o PL quando exclamou direito à liberdade de expressão.

Eduardo Bolsonaro, certamente sacando que o deputado bandido quer ser o substituto do moribundo clã Bolsonaro, correu para apoiar sua fala criminosa e passar o recado de que a milícia do Vivendas da Barra sempre pensou e agiu assim, para meter um mata-burro no caminho do esperto.

Não cabe a funesta defesa de Nikolas utilizando como argumento a liberdade de expressão. Se assim for, Arthur Lira passará recibo de apoio ao fomento de qualquer tipo de crime nesse país.

Não há seletividade possível que contemple escolhas assassinas que limite o comportamento delinquente de determinado ato.

A tragédia criminosa sempre será uma tragédia completa quando é incentivada.

Por isso não cabe uma fala tão dúbia do presidente da Câmara, ele precisa olhar o país pelo espelho para entender concretamente qual foi a intenção da fala homicida de Nikolas e qual o resultado prático dessa fala, que foi nada mais, nada menos do que sentenciar à morte milhares de mulheres trans nesse país, porque foi isso que ficou claro em seu discurso monstruoso contra as trans, que ele e seu partido são simpatizantes do morticínio praticado no Brasil contra mulheres trans.

Na verdade, Nikolas, no Dia Internacional da Mulher, usou peruca para ridicularizar as mulheres, distribuiu flores aos assassinos de mulheres trans, mais que isso, deixou claro que o deputado federal e seus aliados têm simpatia especial pelos assassinos que praticaram o ato criminoso e aos que, porventura, agora incentivados, possam vir a praticar.

Enfim, está nas mãos de Arthur Lira não uma orientação estética classificada por ele como exibicionismo, o que está em jogo é a própria imagem da Câmara dos deputados federais e de seu presidente, para dizer se a casa legislativa, no Brasil, tem ou não vocação para abrigar criminosos que usam o plenário para fomentar assassinato de brasileiros nas mais diferentes e cruéis formas de execução.

Em última análise, o que Nikolas fez foi aplaudir os homicidas e a conduta de um ser humano matar um igual.

Ou seja, trata-se de um crime previsto no código penal brasileiro.

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Juristas denunciam perseguição a novo juiz responsável pela da Lava Jato

Grupo Prerrogativas diz que Eduardo Appio, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, vem sendo acusado de parcialidade.

O grupo de juristas Prerrogativas publicou uma nota em seu site na qual aponta que o novo juiz da Lava Jato, Eduardo Appio, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, vem sendo perseguido e acusado de parcialidade.

“No momento em que finalmente um juiz comprometido com a Constituição assume a 13ª Vara Federal de Curitiba, algumas figuras já conhecidas e carimbadas da vida jurídica e política voltam à carga, como que para promover uma espécie de segundo turno jurídico, como se fosse possível fazer ‘rescisória’ daquilo que a Suprema Corte brasileira já decidiu”, diz a nota do grupo Prerrogativas.

Na última semana, parlamentares chegaram a protocolar um pedido de afastamento do juiz no Conselho Nacional de Justiça. Assinam a solicitação os deputados federais Deltan Dalagnol (Podemos-PR), Adriana Ventura (Novo-SP), Kim Kataguiri (União-SP), Marcel van Hattem (Novo-RS), Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), Alfredo Gaspar (União-AL); e Pedro Aihara (Patriota-MG).

“Se parcela da comunidade jurídica quedou-se silente por um período e, com isso, deixou que o ovo da serpente do arbítrio fosse chocado, pensamos que as lições da história têm de ser aprendidas e que possamos dizer: nunca mais. Nunca mais o conluio de juiz com membro do Ministério Público; nunca mais julgamento por convicção e sem prova; nunca mais ‘condeno porque o réu é meu inimigo’. Não. Nunca mais”, diz trecho da nota do grupo de advogados.

Ainda sobre a Lava Jato

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, determinou o arquivamento de um inquérito contra os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Jader Barbalho (MDB-PA), nesta sexta-feira (10).

Ambos eram acusados no âmbito da Operação Lava Jato de receberam pagamento de vantagens indevidas por meio de contratos da Transpetro, subsidiária da Petrobras, entre 2004 e 2014. Sérgio Machado, ex-presidente da empresa, foi responsável pelas acusações em delações feitas à Lava Jato.

Fachin, entretanto, seguiu o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) a favor do arquivamento dos inquéritos. “Considerando o relatório conclusivo da autoridade policial [polícia federal] ao opinar pelo esgotamento das linhas de investigação sem corroboração dos fatos investigados, impõe-se deferir o pedido formulado pela PGR”, decidiu o ministro.

A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, defendeu que “a apuração não reuniu suporte probatório mínimo que ampare o oferecimento de denúncia em desfavor dos parlamentares federais investigados”.

*Com Brasil de Fato

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Ajudante de ordens do Planalto se envolveu em outras polêmicas de Bolsonaro, além do caso das joias; veja quais

Pelo ex-presidente, o assessor direto já foi denunciado, teve complicações por interferências, atos antidemocráticos e até “demissão”.

De acordo com O Globo, as tentativas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de reaver as joias avaliadas em R$ 16,5 milhões apreendidas pela Receita Federal trouxeram novamente à tona o trabalho do ajudante de ordens e tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid. O ajudante de ordens é um secretário particular em tempo integral, uma espécie de braço direito do presidente, um faz tudo: carrega celulares, recepciona visitas, anota as demandas e atende pedidos pessoais do chefe do Executivo.

No caso de Cid, o papel dele extrapolou suas funções, tornando-se um conselheiro de Bolsonaro, o que chegou a causar ciumeira no Palácio do Planalto. Cid é um dos integrantes da equipe que viajou com ex-presidente para os Estados Unidos, dois dias antes de terminar o mandato.

A proximidade com Bolsonaro fez Cid participar dos “rolos” do ex-presidente e acabou sendo alvo de pedido de indiciamento da Polícia Federal e convidado a prestar depoimento no inquérito dos atos antidemocráticos.

Confira abaixo os principais “rolos” do tenente-coronel Mauro Cid.

Joias

O ajudante de ordens foi autor do ofício entregue por um assessor dele, o sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva, no dia 29 de dezembro de 2022, no escritório da Receita Federal do Aeroporto de Guarulhos, para tentar reaver as joias que seriam presente do governo da Arábia Saudita a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

As câmeras de segurança registraram o momento em que Jairo fala com o supervisor da alfândega em Guarulhos. Na gravação é possível ver que o militar liga para Mauro Cid e chega, inclusive, a tentar passar o telefone para o auditor da Receita, para que o assessor de Bolsonaro negocie ele mesmo a liberação das peças. O auditor, então, diz que não pode falar ao telefone e explica o procedimento oficial para liberação de objetos apreendidos. Depois de novas tentativas infrutíferas, o assessor do braço direito de Bolsonaro vai embora.

A relação do ajudante de ordens no caso é um dos pontos que pode comprovar que o ex-presidente sabia e também atuava para tentar ficar com o estojo com colar, anel, par de brincos e um relógio de diamantes da marca Chopard.

Atos antidemocráticos

Em 2020, Mauro Cid foi chamado para prestar depoimento no inquérito dos atos antidemocráticos aberto pelo STF, após a Polícia Federal encontrar mensagens trocadas entre o ajudante de ordens e o blogueiro Allan dos Santos. Santos havia escrito que era a favor da intervenção das Forças Armadas, e Cid respondeu: “Opa”, o que foi o suficiente para ser chamado para depor.

Informações falsas

O braço direito de Bolsonaro também foi alvo de pedido de indiciamento da Polícia Federal (PF), junto com o ex-presidente. Segundo a PF, eles cometeram o delito de incitação a crime sanitário por estimular as pessoas a não usarem máscaras. O inquérito foi aberto a pedido da CPI da Covid por causa de uma “live” na qual o ex-presidente fez uma associação falaciosa entre o uso da vacina contra o coronavírus ao vírus da Aids. Cid foi apontado como responsável pela produção do material divulgado pelo presidente.

O relatório final da PF foi encaminhado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, mas deve ser analisado agora na primeira instância porque Bolsonaro perdeu o foro privilegiado ao deixar a Presidência.

Pagamentos em dinheiro vivo

Investigações sob o comando do STF apontam que Mauro Cid pagava contas do clã presidencial em dinheiro vivo. Entre as contas pagas pelo ajudante de ordens, estão faturas de cartão de crédito adicional emitido no nome de Rosimary Cardoso Cordeiro, funcionária do Senado Federal e amiga próxima de Michelle. A investigação, que corre sob sigilo, apontou que era Michelle quem usava o cartão adicional de Rosimary, o que foi reconhecido por Bolsonaro.

Mauro cid é suspeito de operar “caixa paralelo” nos saques de recursos dos cartões corporativos. A Polícia Federal, que conduz a investigação, aponta que parte dos recursos usados vinha de saques dos cartões corporativos do governo. Os investigadores mapearam saques e pagamentos feitos por Cid na agência do Banco do Brasil que funciona no Planalto.

Elo com apoiadores radicais

A mesma investigação aponta ainda que Cid atuava como elo entre Bolsonaro e apoiadores radicais que organizavam a “militância bolsonarista nas redes”. O blogueiro Allan dos Santos, que teve a prisão decretada por Moraes e vive nos Estados Unidos, é um dos nomes apontados como contatos mais frequentes do ajudante de ordens do ex-presidente.

Bolsonaro também aparece como interlocutor em mensagens e teria gravado áudios que indicam que ele tinha conhecimento de que seu Mauro Cid era quem dava as ordens ao “exército digital” nas redes.

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Quem vai herdar a massa falida do bolsonarismo?

O escândalo das joias foi a pá de cal no sepultamento do fascismo nativo.

O cadavérico Bolsonaro, nunca mais pisa no Brasil.

Seu crime de peculato, é titica perto do que será descortinado daqui pra frente.

O sujeito é imundo.

A condenação moral desse animal é tanta que nem os mais radicais devotos do ex-mito, ensaiam qualquer defesa do vigarista.

O caso agora é outro.

Quem ficará com a sua xepa, para minimizar os efeitos dessa decomposição?
Por hora, Moro, Dallagnol e Nikolas estão tentando.

Mas no primeiro momento em que isso significar, e vai significar, que sair na foto com ele é suicídio político pela contaminação, os três passarão a atacá-lo.

A conferir os próximos capítulos de uma novela fracassada.

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Vídeo: Ana Paula Renault sofre ameaças após briga com deputado bolsonarista

Ex-bbb relatou que começou a sofrer ameaças após divulgação de vídeo.

Após protagonizar uma discussão acalorada dentro de um avião, Ana Paula Renault afirma que está recebendo diversas ofensas e ameaças de apoiadores de Nikolas Ferreira, deputado federal.

Ela conta ainda que resolveu se colocar contra o deputado, após vê-lo fazer chacota com mulheres transexuais, no Dia das Mulheres, quando subiu no plenário usando uma peruca loira.

“O avião decolou e fiquei em silêncio. Eu já estava inserida nessa história. Não é questão de biscoitar nas redes sociais, eu sou jornalista. Se ganhei seguidores, foi por conta da minha participação no Big Brother Brasil. Só entrar no meu perfil e as publicidades que faço. Meu dinheiro vem a partir do meu trabalho como jornalista”, disse ela em entrevista ao Notícias da TV.

Ana Paula ainda conta que precisa se posicionar sobre esses assuntos, pois é uma aliada da comunidade LGBTQIAPN+. “Não podemos nos esconder mais. Está sendo difícil, está sendo fod*. Eu não precisava ter feito isso. Mas fiz por todas as mulheres, todos os LGBTQIAPN+, todas as pessoas que já se sentiram menosprezadas”, falou.

Confusão à bordo

Segundo o deputado Nikolas Ferreira, a ex-bbb teria o seguido depois do desembarque, essa versão também é negada por Ana Paula Renault.

“Mentira. Pode perguntar para quem estava lá. Eu saí primeiro do avião, tenho provas nos meus Stories. Eu fui direto pegar uma carona em um carro de aplicativo. Ele continua mentindo, mesmo com o vídeo. Posso sim ter chamado ele de pivete e de filho da put*, mas, para mim, isso é normal. Mas retiro o pivete. Quando você fala que um homem é um moleque, você retira toda a responsabilidade, e ele tem responsabilidade. Responsabilidade pelo crime que ele cometeu. Ele é um adulto, um parlamentar que precisa respeitar todas as leis”, desabafou.

Ainda segundo Ana Paula, a maioria que estava no avião, ficou contra ela, e a favor do deputado bolsonarista. “O senhor saiu do fundo do avião e disse: ‘Se baterem em mulher, vão ter que bater em um idoso’. Depois uma mulher da minha idade disse: ‘Eu não acredito que vocês estão fazendo isso com ela'”, disse.

Para a apresentadora, por eles estarem em um ambiente em que a maioria das pessoas têm mais dinheiro, o discurso preconceituoso de Nikolas é bem aceito.

“As pessoas dizem: ‘Se eram 200 pessoas contra uma, você não acha que está errada?’. Não, não acho. Qual brasileiro tem dinheiro para usar avião como transporte? Que tipo de brasileiro frequenta aeroportos?”, questiona a ex-bbb. “Apenas pessoas privilegiadas que apoiam esse tipo de preconceito, porque no fundo elas têm medo, sabem que são medíocres e que não superiores a ninguém”.

Sobre as ameaças quem vem recebendo em suas redes sociais após publicar o vídeo, Renault garantiu que medidas judiciais serão tomadas. “Faremos boletim de ocorrência contra todas as agressões e ameaças, não ficará impune. Rede social não é terra de ninguém”, contou.

*Com Correio Braziliense

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A Política Externa dos EUA para a China, por Pedro Costa Júnior

Os Estados Unidos demoraram demasiadamente para perceber o tamanho do desafio chinês. Foi tão somente neste século que começaram a despertar.

“O ciclo, que é interminável, se desenvolve do desequilíbrio para o equilíbrio e daí novamente para o desequilíbrio. Cada ciclo, contudo, conduz a um nível mais alto de desenvolvimento. O desequilíbrio é normal e absoluto, enquanto o equilíbrio é temporário e relativo.” Mao Tsé-Tung

A Política externa norte-americana, neste século XXI, apresenta dois pilares estruturantes muito bem definidos. Ambos partem de uma agenda bipartidária consensual, de republicanos e democratas. O primeiro, de caráter estrutural, pautado no “excepcionalismo histórico”, a saber, a crença fundamental de que não existe nem pode vir a existir nem uma nação acima dos Estados Unidos em termos de poder no Sistema Internacional. O que se traduz em uma política deliberada de sua supremacia militar inconteste. O segundo, intimamente ligado ao primeiro, é a contenção da China nas disputas pelo poder global no Sistema Mundial Moderno.

Os Estados Unidos demoraram demasiadamente para perceber o tamanho do desafio chinês. Foi tão somente neste século que começaram a despertar, tardiamente, para o elefante na sala.

Foi só no o governo Obama/Biden, que se intenta uma reformulação na política externa americana, para priorizar não mais o Médio Oriente, entrementes o “desafio asiático”. A China, naquele momento, era um desafio evidente como sol do meio-dia. O então presidente democrata formulou assim, o “pivô para Ásia” e a “Aliança para o Pacífico” (TPP). Ambos fracassos retumbantes. O pivô asiático não saiu do papel porque os Estados Unidos não conseguiram sair do Oriente Médio. As “Guerras Gêmeas”, no Afeganistão e Iraque, se tornaram infinitas. Posteriormente, veio a “Guerra na Líbia”, o Iraque da Hilary. E ainda a “Guerra na Síria”, humilhante para o governo Obama. Além do surgimento do grupo terrorista ISIS. Tudo isto, no contexto da Primavera Árabe. Já o TPP (Trans-Pacific Partnership), o tratado de livre comércio que reuniria os EUA e as principais encomias da Ásia e do Pacífico, numa tentativa clara de isolar a China, foi implodido pelo governo Trump.

A Política Externa de Trump foi marcada por um isolacionismo arrogante. Com o desprezo às “Organizações Multilaterais” e até mesmo a aliados tradicionais dos EUA, como Alemanha e França. No entanto, foi na administração Trump que se iniciou a nominada “Guerra Comercial a China”. A partir da eleição de Trump, em 2016, formou-se um consenso no Departamento de Estado dos EUA, sejam democratas, sejam republicanos, militares, políticos, congressistas de alto e baixo escalão, secretários de Estado, diplomatas, think tanks, diversas universidades e grupos de pesquisa, intelectuais a serviço do Estado, jornalistas e a mídia em geral, etc… que o grande desafio dos EUA não são mais o “terror” ou “terrorismo”, e sim, a China, e que é preciso contê-la tenazmente.

O governo Biden/Harris, após a desastrosa retirada dos EUA do Afeganistão, começou finalmente a realizar o outrora esboçado pivô para o Pacífico, a fim de conter a expansão da China. Biden passou a movimentar as peças no tabuleiro geopolítico. Criou o “QUAD” (Parceria Quadrilateral sobre Segurança entre Estados Unidos, Índia, Austrália e Japão), e posteriormente, a “AUKUS”: uma aliança de cooperação tecnológica e militar, envolvendo Estados Unidos, em conjunto com Reino Unido e Austrália. Ambos, uma evidente estratégia de contenção da China no Indo-Pacífico.

Um ponto decisivo na reorganização da geopolítica do poder, que está ocorrendo no sistema-mundo, é o envolvimento umbilical dos EUA na “Guerra da Ucrânia”. O enfrentamento à Rússia alcançou proporções sistêmicas, implicando as grandes potências globais, o que desencadeou no estreitamento de uma “aliança sem limites” sino-russa – que acabou de completar um ano neste mês de fevereiro – segundo Henry Kissinger, o pior dos cenários para a Política Externa Americana.

Os dois países anunciaram uma aliança de nível superior e sem precedentes na história do Sistema-Mundo: “As novas relações interestatais entre Rússia e China são superiores às alianças políticas e militares da época da Guerra Fria. A amizade entre os dois Estados não tem limites, não há áreas ‘proibidas’ de cooperação”, diz o documento.

O Governo Biden deu passo decisivo na contenção ao poder chinês. A “Guerra Tecnológica” contra a China. Biden divulgou um amplo conjunto de controles de exportação que proíbem as empresas chinesas de comprar chips avançados. As recentes sanções dos EUA contra a China são sem precedentes nos tempos modernos. Autoridades dos EUA falaram sobre a medida como um ato a fim de proteger os interesses de segurança nacional. Os chips que os Estados Unidos tentam controlar são semicondutores, os processadores que movem celulares, carros autônomos, computação avançada, drones, equipamentos militares – e se tornaram essenciais para a disputa tecnológica desta década.

Em síntese, a gestão Biden não só continuou a “Guerra Econômica” com a China, iniciada por Trump, como a elevou a uma “Guerra Tecnológica” e ainda a uma “Guerra Humanitária”, bem ao estilo dos democratas. Trata-se de um caminho sem volta.

Pedro Costa Júnior é doutorando do Departamento de Ciências Políticas (DCP) da USP e autor do livro “O Poder Americano no Sistema Mundial Moderno: Colapso ou Mito do Colapso?”, Curitiba: Appris, 2019.

*GGN

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