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Em cena, um novo par político: Valdemar Costa Neto e Michelle

Bolsonaro não está gostando disso nem um pouquinho.

Quem já foi capaz de condenado e preso chefiar um partido de dentro da cela e negociar ministérios e cargos de segundo escalão para correligionários, não se deixará abater por dificuldades menores. É o caso de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, que no momento abriga Bolsonaro, sonhando com Michelle em 2026.

Lembra-se de algum discurso de Costa Neto em defesa de Bolsonaro depois que estourou o escândalo das joias que ele e Michelle ganharam de presente da ditadura da Arábia Saudita? Ou de alguma mensagem postada por ele nas redes sociais a propósito do assunto? Não lembra porque ele nada falou ou escreveu.

Na semana passada, Costa Neto inaugurou sua conta no Twitter, e o que escreveu ali repercutiu entre os políticos. Não, não foi sobre Bolsonaro, Michelle, joias, mas sobre o deputado Nikolas Ferreira (PL), o campeão de votos em Minas Gerais, que vestiu uma peruca loura e ofendeu os trans a pretexto de defender as mulheres.

Não, Costa Neto não criticou Ferreira, ameaçado de perder o mandato por quebra do decoro parlamentar; defendeu-o. E, ao fazê-lo, respondeu indiretamente a Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, que aplicou uma reprimenda pública em Ferreira. Lira entendeu o recado e calou-se.

Costa Neto quer distância de Bolsonaro, e uma aproximação cada vez maior com Michelle. Bolsonaro virou sinônimo de problemas para Costa Neto desde que perdeu uma eleição que considerava ganha. Por causa dele, o PL pagou uma auditoria nas urnas eletrônicas para detectar falhas que nunca existiram, mas não só.

O partido contestou a vitória de Lula, foi multado em 22,9 milhões de reais e teve suas contas bloqueadas. Elas só foram liberadas depois do pagamento da multa. O desgaste sofrido por Bolsonaro no caso das joias pode contaminar a imagem do PL e dos seus dirigentes, e isso é o que Costa Neto mais teme e quer evitar.

Ele encomendou duas pesquisas de opinião que já estão sendo feitas para medir o estrago provocado pelo escândalo das joias em Bolsonaro, em Michelle e no PL. E também para avaliar as chances de Michelle substituir o marido como candidata a presidente da República em 2026. Michelle é seu objeto de desejo.

Por tudo que ele escuta em rodas de ministros de tribunais superiores e de advogados experientes, Costa Neto parece convencido de que a Justiça eleitoral tornará Bolsonaro inelegível por crime contra a democracia. Antes das eleições de 2026, teremos as municipais do próximo ano para prefeito e vereador.

Michelle já entrou em campo para ajudar Costa Neto. Formarão um belo par. Bolsonaro não está gostando do que vê nem um pouquinho.

Noblat/Metrópoles

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Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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