Mês: março 2023

Governo Bolsonaro incluiu quatro presentes sauditas em acervo no dia em que ex-ministro voltou de viagem; joias ficaram de fora

Em 26 de outubro de 2021, o governo de Jair Bolsonaro incluiu formalmente na lista de presentes recebidos e incluídos no acervo do país quatro itens dados pelo Reino da Arábia Saudita. No mesmo dia, uma comitiva do Ministério de Minas e Energia retornou ao país após uma viagem pelo país do Oriente Médio com joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, enviadas pelos sauditas para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O conjunto com colar, anel, relógio e um par brincos de diamantes, porém, não consta entre as peças anexadas ao acervo presidencial naquela data — os itens acabaram apreendidos pela Receita Federal por não terem sido devidamente declarados na chegada ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

A listagem obtida pelo Globo, elaborada pelo Gabinete Adjunto de Documentação Histórica, vinculado diretamente ao Gabinete Pessoal do Presidente da República, enumera todos os 9.103 presentes recebidos pelo ex-presidente de cidadãos, entidades ou autoridades internacionais durante os quatro anos na chefia do Executivo e posteriormente incluídos no chamado “acervo museológico”. No dia da volta do ex-ministro Bento Albuquerque e sua equipe ao Brasil, ingressaram na relação um manto, um lenço, um broche e uma escultura dados pela Arábia Saudita. Na mochila de um assessor de Albuquerque que retornou com ele do Oriente Médio, junto das joias milionárias, havia uma estátua de cavalo que teve as patas quebradas no transporte, mas não é possível saber se trata-se da mesma escultura mencionada na lista.

Um mês após a Receita Federal apreender o conjunto com o qual Michelle seria presenteada, o ex-ministro enviou uma carta ao príncipe da Arábia Saudita, Abudulaziz bin Salman Al Saud, na qual afirmava que as peças recebidas do governo árabe foram incorporados ao acervo brasileiro “de acordo com a legislação nacional e o código de conduta da administração pública”. A correspondência, datada de 22 de novembro de 2021, não especifica a quais itens Albuquerque se referia nem menciona a retenção das joias na alfândega.

Um mês após a Receita Federal apreender o conjunto com o qual Michelle seria presenteada, o ex-ministro enviou uma carta ao príncipe da Arábia Saudita, Abudulaziz bin Salman Al Saud, na qual afirmava que as peças recebidas do governo árabe foram incorporados ao acervo brasileiro “de acordo com a legislação nacional e o código de conduta da administração pública”. A correspondência, datada de 22 de novembro de 2021, não especifica a quais itens Albuquerque se referia nem menciona a retenção das joias na alfândega.

Uma segunda caixa de joias entregue pelo governo da Arábia Saudita e destinada ao presidente Jair Bolsonaro, transportada pelo próprio titular de Minas e Energia na ocasião, ficou guardada no cofre do ministério por mais de um ano até chegar ao acervo da Presidência da República. O pacote continha um relógio, uma caneta, um par de abotoaduras, um anel e um tipo de rosário, todos da empresa suíça Chopard — a mesma do conjunto para Michelle, uma das marcas mais famosas (e caras) do ramo no mundo.

O material entrou no Brasil sem ser declarado, já que Albuquerque trouxe o estojo em suas malas pessoais. Normalmente, presentes entre governos são despachados como bagagem diplomática, sobre a qual não há cobrança — já que se trata de um bem do governo brasileiro.

O repasse do conjunto em posse do Ministério de Minas e Energia para o “acervo museológico” da Presidência também aparece na lista. Os itens foram registrados em 29 de novembro do ano passado, a um mês do fim do mandato de Bolsonaro. O campo “instituição” está preenchido como “ministro de Energia”, autoridade saudita responsável pelo envio, enquanto na origem consta a cidade de Riad, capital saudita.

Em 11 de novembro de 2019, foi incluído na listagem outro conjunto de peças dadas pela Arábia Saudita. A descrição é igual à do pacote trazido por Albuquerque dois anos depois: rosário, anel, abotoadura, caneta e relógio, mas desta vez a “instituição” descrita é o “Reino da Arábia Saudita”. Pelo material do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica, não é possível afirmar se o ex-presidente já havia recebido um pacote idêntico dos árabes. Cerca de dez dias antes, porém, Bolsonaro havia retornado da primeira viagem que fez ao país do Oriente Médio, onde encontrou-se com autoridades locais.

Ao todo, o governo ou autoridades sauditas enviaram presentes em 27 ocasiões durante a gestão Bolsonaro. Além dos 14 itens já citados, há na lista, por exemplo, um quadro dado pelo embaixador saudita em Brasília, em maio de 2019; um vaso remetido pelo ministro dos Assuntos Exteriores do país, em dezembro de 2021; e múltiplos itens como bandeiras, placa e medalha entregues em novembro de 2020 pelo próprio governo da nação árabe.

Já entidades privadas sauditas presentearam o ex-presidente por três vezes. Em todas, a data de ingresso no acervo é 11 de novembro de 2019, a mesma que consta no primeiro conjunto de joias, recebido logo após o retorno de Bolsonaro da viagem pelo país. São eles: uma escultura de uma adaga vinda de um conglomerado árabe, uma camisa de futebol do time Al Faisaly e uma placa/pintura de uma rede de hotéis.

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Bolsonaro recebeu segundo pacote de joias presenteadas por governo da Arábia Saudita; veja documento

Formulário do gabinete de Documentação História do Palácio do Planalto registra que item foi entregue ao ex-presidente

O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu pessoalmente o segundo pacote de joias trazidas da Arábia Saudita ao Brasil pelo então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque. A informação, antecipada pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada pelo GLOBO, consta em um formulário do gabinete de Documentação Histórica do Palácio do Planalto, que registrou o recebimento do presente, em novembro de 2022.

O pacote continha um relógio, uma caneta, um par de abotoaduras, um anel e um tipo de rosário, todos da marca suíça Chopard. As joias foram oferecidas como presente pelo governo do país do Oriente Médio. O pacote ficou mais de um ano guardado na sede do Ministério de Minas e Energia e só depois despachado para o Palácio do Planalto.

O material entrou no Brasil em outubro 2021, sem ser declarado, pelas mãos do ex-ministro de Minas e Energia. Ele trouxe o estojo na sua bagagem pessoal. A caixa de joias foi para o acervo da Presidência no dia 29 de novembro de 2022. No dia mesmo dia, um recibo assinado às 15h50 mostra que as peças foram entregues a Bolsonaro.

Ao fim do documento, um item questiona se o material foi visualizado por Bolsonaro. A resposta: “sim”.

Documento mostra que Bolsonaro recebeu caixa de joias — Foto: Reprodução

Documento mostra que Bolsonaro recebeu joias da Arábia Saudita — Foto: Reprodução

Ao se defender, no sábado, Bolsonaro disse não pediu e nem recebeu presentes.

— Estou sendo acusado de um presente que eu não pedi, nem recebi. Não existe qualquer ilegalidade da minha parte. Nunca pratiquei ilegalidade. Veja o meu cartão corporativo pessoal. Nunca saquei, nem paguei nenhum centavo nesse cartão — afirmou Bolsonaro.

No exercício do mandato, o presidente da República costuma receber presentes de outros chefes de Estado, cidadãos comuns, entidades e empresas. Pela legislação, esse acervo é declarado de interesse público e componente do patrimônio cultural brasileiro. Grande parte dos presentes recebidos é de representantes de outros países, em cerimônias oficiais.

“Documentos bibliográficos e museológicos recebidos em cerimônias, audiências e por ocasião das visitas oficiais ou viagens de estado ao exterior, além dos recebidos nas visitas oficiais de chefes de Estado e de governo estrangeiros ao Brasil, também se enquadram como patrimônio público”, diz texto do Palácio do Planalto.

As joias foram entregue a Albuquerque numa viagem oficial, em que ele representava o governo brasileiro.

O primeiro pacote continha um conjunto de joias e relógio avaliados em R$ 16,5 milhões, que seria para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e foi retido no Aeroporto de Guarulhos. Essa caixa foi retida pela Receita Federal e era trazido por Marcos Soeiro, militar então assessor de Albuquerque.

As duas caixas foram trazidas fechadas da Árabia Saudita. Uma estava com Soeiro e outra com Albuquerque. A primeira foi retida pela Receita. O Fisco só soube desse segundo pacote agora, após as revelações do caso. Na época, era obrigatória a declaração à Receita de qualquer bem que entrasse no país cujo valor fosse superior a US$ 500 — hoje, são US$ 1 mil.

As compras que ultrapassarem a cota de isenção devem ser declaradas. O imposto de importação a ser pago é no valor de 50% em cima do excedente. Omissão ou declaração falsa ou inexata de bens enquadrados como bagagem implica cobrança de multa correspondente a 50% do valor excedente à cota de isenção.

Em nota divulgada na segunda-feira, a Receita Federal informou que a entrada de um segundo pacote pode configurar em tese violação da legislação aduaneira também pelo outro viajante, por falta de declaração e recolhimento dos tributos.

 

*Com O Globo

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Super salários: Bento Albuquerque e os generais não apoiaram Bolsonaro de graça

O contra-almirante Bento Albuquerque, ex-ministro das Minas e Energia, pivô do escândalo dos Bolsonaros com os diamantes contrabandeados das arábias, não apoiou o ex-presidente de graça.

No auge da pandemia de covid-19, em 2020, ele faturou em ganhos brutos R$ 1.037.015 nos meses de maio e junho somados.

A saber:

  • Remuneração básica bruta: R$ 709.041,47
  • Férias: R$ 59.631,63
  • Verbas indenizatórias registradas em sistemas de pessoal militar: R$ 268.342, 32

Bento Albuquerque não foi o único militar contemplado com a folha de pagamentos turbinada naquele ano com vencimentos de marajá.

Estão na lista os generais palacianos Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, e Walter Braga Netto, ex-chefe da Casa Civil e ex-ministro da Defesa, candidato a vice na chapa derrotada de Bolsonaro em 2022.

Segundo levantamento do Portal da Transparência do Governo Federal, que identificou o pagamento de supersalários a um grupo das Forças Armadas, Albuquerque foi o campeão, mas os generais também se deram bem.

Ramos recebeu naqueles meses vencimentos de R$ 731.879,43 assim distribuídos:

  • R$ 101.572,05 de remuneração básica
  • R$ 92.508,64 em férias
  • R$ 537.798, 74 em verbas indenizatórias em sistemas de pessoal militar, seja lá o que isso quer dizer.

Braga Netto, que hoje assessora Michelle Bolsonaro na crise dos diamantes, em seu gabinete montado pelo PL, o partido do presidente, recebeu naquela época R$ 926 mil durante dois meses.

Nenhum outro funcionário público, civil ou militar, chegou perto disso, o que só foi possível porque Bolsonaro permitiu aos ministros fardados o acúmulo de ganhos de soldos militares com os salários do governo civil, além de uma infinidade de penduricalhos e benefícios que vão se acumulando com os anos de serviço.

Antes de deixar o governo para o autoexilio nos Estados Unidos, onde se encontra até hoje, sem data para voltar, o capitão pensou em todos os que o serviram com muita dedicação e lealdade.

Hoje, ficamos sabendo, em reportagem de Nicolas Iory, no Globo, que outro contra-almirante, José Roberto Bueno Júnior, chefe de gabinete na gestão Bento Albuquerque no MME, foi nomeado, poucos dias depois do segundo turno da eleição, para a diretoria executiva da ENBPar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional), criada no governo do capitão, com o cargo de diretor de Gestão Corporativa e Sustentabilidade, onde recebe salário mensal de R$ 37.802, fora os soldos militares. Seu mandato na estatal vai até 3 de janeiro de 2024.

Bueno Junior havia sido, ainda em 2021, um dos primeiros servidores do presidente que enviou esforços para tentar reaver as joias no valor de R$ 16,5 milhões, que a ditadura saudita enviou para o casal Bolsonaro, trazida escondida na mochila de um ajudante de ordens do ministro Albuquerque, que não declarou o mimo na alfândega e tentou dar uma “carteirada” no agente da Receita.

A ENBPar é a acionista controladora da Eletronuclear, que elegeu o contra-almirante para presidir seu Conselho de Administração, em dezembro de 2022.

Acho que nunca iremos saber quantos outros militares de alta patente que se aliaram a Bolsonaro foram contemplados com sinecuras em cargos civis, no apagar das luzes do seu governo, naqueles frenéticos dias e noites no Palácio da Alvorada em que o ex-presidente moveu céus e terras para finalmente botar as mãos nas joias enviadas pelos monarcas da Arábia Saudita, que ele chamava de “irmãos”.

Pelos seus antecedentes, não é difícil imaginar que Bolsonaro jogará ao mar, sem salva-vidas, os contra-almirantes e outros militares envolvidos na operação fracassada para trazer e resgatar o tesouro presidencial, que virou um símbolo da era bolsonarista.

*Ricardo Kotscho/Uol

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O combo de corrupção envolvendo as joias do casal Bolsonaro

Como se ligam os cabos dessa completa zorra fascista que adoeceu a economia brasileira, tal a quantidade e variedade de corrupção envolvendo justamente os personagens da fábula criada pela mídia de combate à corrupção em que o Hércules nº 1 era Moro, e Bolsonaro, o nº 2.

Seja como for, o país foi envenenado pela corrupção fascista amaneirada por um sistema montado por Bolsonaro dentro do próprio Estado para que ele e seu clã não sofressem qualquer consequência.

Assista

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Michelle desabafa: como ‘mulher traída’, fui a última a saber das joias sauditas

Ex-primeira-dama demonstra irritação e diz querer que objetos sejam devolvidos ao governo árabe.

De acordo com Monica Bergamo, Folha, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirma que, como “mulher traída”, foi a “última a saber” que joias teriam sido enviadas a ela de presente pelo governo da Arábia Saudita em 2021.

Ela não teria também a menor ideia de que os objetos preciosos tinham sido apreendidos pela Receita Federal há mais de um ano, e que o governo de Jair Bolsonaro se mobilizara para tentar reavê-los.

Nem mesmo seu marido, Jair Bolsonaro, teria passado informações a ela depois de tomar conhecimento do episódio.

Os fiscais retiveram na alfândega um par de brincos, um anel, um colar e um relógio, confeccionados com pedras preciosas, bem como um enfeite em forma de cavalo com adornos dourados.

O conjunto valeria R$ 16 milhões e, segundo o ex-ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, que trouxe os presentes em sua comitiva, seriam destinados à então primeira-dama.

O desabafo de Michelle foi feito a interlocutores depois que o caso virou escândalo, na semana passada.

A ex-primeira-dama diz que tomou conhecimento dos fatos na sexta (3), quando uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo sobre o assunto foi enviada a ela por Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo e próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Nos diálogos, a ex-primeira-dama chegou mostrar desconfiança, em um primeiro momento, de que alguma pessoa envolvida no transporte das joias teria tentado se apoderar dos bens.

Afinal, se o presente era destinado a ela, como nada ainda lhe teria sido informado, mais de um ano depois do envio dos objetos preciosos?

Num segundo momento, Michelle levou em consideração o fato de as joias estarem em uma caixa selada, o que em tese impediria qualquer um de saber o que havia dentro dela. A hipótese de desvio os bens foi descartada.

Demonstrando irritação por ter seu nome envolvido no escândalo, Michelle informou aos interlocutores que Jair Bolsonaro só teria sido informado sobre o presente e a retenção das joias no fim do ano passado, quando o governo se mobilizava para retirá-las da Receita Federal.

O marido, no entanto, não teria contado nada a ela, que só soube da confusão na semana passada.

A primeira-dama afirmou ainda que consultaria advogados sobre o que fazer.

Ela quer saber se ainda há uma forma de retirar os objetos da Receita Federal para devolvê-los à Arábia Saudita.

Como não houve declaração, o órgão apreendeu os bens e exigiu o pagamento do devido Imposto de Importação, oferecendo a opção de o Ministério de Minas e Energia pleitear formalmente o reconhecimento da condição dos bens como propriedade da União —o que destravaria os itens sem a necessidade do pagamento.

O governo de Jair Bolsonaro fez várias tentativas de reaver as joias, sem sucesso.

Quando o caso veio à tona, Michelle postou em uma rede social: “Quer dizer que ‘eu tenho tudo isso’ e não estava sabendo? Meu Deus! Vocês vão longe mesmo hein?! Estou rindo da falta de cabimento dessa impressa [sic] vexatória”.

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Dilma e Lula devolveram 472 presentes ao patrimônio comum da Presidência

Em 2016, TCU proibiu que presidentes armazenassem itens do acervo, motivo pelo qual ordenou a devolução de bens.

Segundo O Globo, cinco anos antes da Receita Federal apreender um conjunto de joias avaliado em R$ 16,5 milhões como um presente do governo da Arábia Saudita à então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o Tribunal de Contas da União (TCU) proibiu que ex-presidentes ou entidades armazenassem itens do acervo presidencial. A medida, decretada em 2016 em meio a operação Lava-Jato, resultou na devolução de 472 presentes que estavam nos acervos particulares de Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT). Apenas os itens de consumo próprio foram excluídos desta conta. Na época, os dois já não estavam mais no posto.

A norma do TCU sobre todos itens recebidos pelos presidentes da República nas cerimônias e encontros com outros chefes de Estados. Apenas os itens de natureza pessoalíssima, como medalhas personalizadas, ou de consumo direto (bonés, camisetas, gravatas) foram excluídos desta conta. Neste sentido, a atitude de Jair Bolsonaro (PL) contraria este princípio legal já que, de acordo com o TCU, os presentes não pertencem ao presidente em exercício, mas ao Estado brasileiro.

À princípio, à época, o TCU identificou 568 bens recebidos por Lula e 144, por Dilma que deveriam ser devolvidos. Em seguida, a Presidência da República criou uma comissão especial, integrada por nove servidores, que se dedicou a vasculhar relações de bens no Sistema de Gestão de Acervos Privados da Presidência da República. A partir dessa busca, a comissão constatou que o número correto de objetos levados por Lula e Dilma, que deveriam ser devolvidos à União, era de 434, para Lula, e de 117, para Dilma. Em maio de 2017, os representantes fizeram o resgate dos bens.

No caso de Lula, apenas 360 dos 434 objetos foram encontrados, restando 74 presentes perdidos, com valor calculado em R$ 199.436,04. Já Dilma devolveu 111 dos 117 e informou que os seis faltantes estavam nas dependências da Presidência. Apesar das baixas, os ministros do TCU consideraram os trabalhos cumpridos e o processo que apurava o caso foi arquivado em outubro de 2020 pelo Ministério Público Federal (MPF).

A reformulação na lei

Antes da definição do acórdão do TCU, a lei 8.394/1991, do governo Fernando Collor de Mello, era usada para legislar sobre a preservação dos acervos documentais privados dos presidentes da República.

“Os documentos que constituem o acervo presidencial privado são, na sua origem, de propriedade do presidente da República, inclusive para fins de herança, doação ou venda”, dizia trecho.

Sem ter outra previsão legal para tratar especificamente dos presentes, o artigo foi usado, por anos, como uma forma de incorporar o patrimônio público aos bens do mandatário, com exceção dos itens recebidos nas solenidades de troca de presente.

Foi apenas em 2016 que a legislação foi reformulada pelo acórdão do TCU de número 2255/2016, que trazia como base o princípio constitucional de moralidade. No julgamento, os ministros abordaram a falta de previsão legal ou regras para o recebimento de presentes.

O relator do caso, o ministro Wallton Alencar, argumentou, nos autos, que os presentes dados a outros chefes de Estado são pagos pela União. Logo, os itens recebidos também deveriam ser públicos.

“Imagine-se a situação de um chefe de governo presentear o presidente da República do Brasil com uma grande esmeralda de valor inestimável, ou um quadro valioso. Não é razoável pretender que possam incorporar-se ao patrimônio privado do presidente da República, uma vez que ele os recebe nesta pública qualidade”, diz Alencar em trecho.

Pela lei, qualquer bem com valor superior a US$ 1.000 precisa ser declarado à Receita Federal ao entrar no país. Por se tratar, segundo alegou Bento Albuquerque, de um presente oficial, o conjunto de diamantes poderia ser liberado do pagamento do imposto de importação, mas nesse caso seria declarado patrimônio da União — e não um bem de Michelle Bolsonaro.

Todos os presentes recebidos de chefes de Estado são catalogados pela Diretoria de Documentação Histórica da Presidência da República, que fica encarregada de preservar o acervo durante o mandato do chefe do Executivo federal que recebeu os itens. Depois de deixar a Presidência, o ex-mandatário passa a ser responsável pela conservação de tudo, recebendo o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para isso.

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Eduardo, o filho de Bolsonaro que mais viajou às Arábias, pode ser investigado

Eduardo, o filho de Bolsonaro que mais viajou às Arábias, pode ser investigado.

Policiais destacados para investigar em que circunstâncias a Arábia Saudita deu joias de presente à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não descartam a possibilidade de o deputado Eduardo Bolsonaro ser averiguado. Ele foi o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro que mais viajou para os países árabes.

Não há nada, de antemão, que ligue o deputado às joias de diamantes retidas pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos e avaliadas em R$ 16,5 milhões. Contudo, devem ser mapeadas todas as viagens, bastante frequentes, de Eduardo aos países árabes. Intriga os policiais o forte interesse do parlamentar por aquela região.

A família Bolsonaro está muito preocupada com a dimensão dada à descoberta das joias retidas pela Receita e que Bolsonaro tentou pegar dois dias de viajar para os Estados Unidos, em 28 de dezembro. A imagem do ex-presidente foi muito arranhada e vem tomando uma sova nas redes sociais.

O quadro se complicou porque a Receita busca, agora, uma segunda caixa de joias, também presente do governo árabe, que entrou no Brasil — ou seja, burlou o Fisco —, mas que ninguém sabe onde foi parar. O crime de contrabando está ficando cada vez mais claro.

Bolsonaro tem acompanhado o noticiário no Brasil muito de perto. Ele tem, conversado com aliados e cobrado que todos saiam em sua defesa publicamente, de forma a se contraporem ao que vem sendo dito pela oposição, que colocou, de vez, a pecha de corrupção na família.

*Com Correio Braziliense

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Mulher vai receber do ex-marido mais de R$ 1 milhão de salário por trabalhos domésticos

Justiça da Espanha considerou que a mulher se dedicou essencialmente aos afazeres da casa desde que se casou. Se a moda pega no Brasil…

De acordo com a Folha, um tribunal da Espanha condenou um homem a pagar à sua ex-mulher mais de € 200.000 (cerca de R$ 1,1 milhão), resultado da soma de mais de duas décadas de salário por trabalho doméstico no período em que permaneceram casados. A sentença foi divulgada nesta terça-feira (7).

A notícia foi recebida como um sinal de avanço na luta contra o machismo e pela igualdade de direitos na véspera do Dia Internacional das Mulheres, celebrado em 8 de março.

A Justiça espanhola decidiu que Ivana Moral será “indenizada com € 204.624,86, quantificando o referido valor mediante a aplicação do Salário Mínimo Interprofissional em cada ano desde 1996”, segundo a sentença de 15 de fevereiro de um tribunal de Vélez-Málaga (Andaluzia, no sul da Espanha). A defesa explicou que o período de cálculo foi de junho de 1995 a dezembro de 2020, o equivalente aos 24 anos e meio de duração do casamento.

No julgamento ficou provado que a mulher, mãe de duas filhas, e casada em regime de separação de bens, se dedicou “essencialmente ao trabalho doméstico” desde que se casou, “isto é, cuidando da casa e da família com tudo que isso implica”, justifica a sentença. O homem deve ainda pagar uma pensão mensal às filhas, acrescenta a sentença.
Dependência financeira

Em entrevista à rádio Cadena Ser, a mulher explicou que o marido não queria que ela trabalhasse fora, embora ela o ajudasse nas academias das quais era proprietário, encarregada de “relações públicas, atuando como monitora, enfim, com tudo o que podia”. Além disso, disse ter se dedicado exclusivamente aos afazeres domésticos, a cuidar do marido e da casa.

“Era totalmente dependente financeiramente. Sentia como se toda minha capacidade estivesse diminuída e limitada. Isso me fez sentir ameaçada, sem valor e com minha autoestima perdida. Me senti muito isolada”, explicou à emissora espanhola.

“[Estou] muito feliz porque acho que” a sentença “foi bem merecida”, disse Ivana, lembrando que durante o casamento não se sentia maltratada. “Mas com o tempo fui abrindo meus olhos […] A dependência econômica também é uma forma de maltrato”, concluiu.

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Advogados deixam defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres

Defesa não explicou motivo da decisão. Advogado Rodrigo Roca continua a representar o ex-ministro e ex-secretário de Segurança Pública do DF.

Segundo o Metrópoles, advogados que representavam o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres anunciaram, na noite dessa segunda-feira (6/3), que deixarão a defesa dele.

Ao todo, 11 advogados deixaram a defesa de Torres. Entre eles, o ex-senador Demóstenes Torres e mais 10 advogados: Vera Carla Nelson Cruz Silveira, Eustáquio Nunes Silveira, Alexandre César Osório Firmiano Ribeiro, Anamaria Reys Resende, Andressa de Vasconcelos Gomes, Diego Goiá Schmaltz, Fábio Felipe Mello, Pedro Ulisses Coelho Teixeira, Thiago Santos Agelune e Ricardo Venâncio.

O advogado que liderava a equipe no processo, Rodrigo Roca, segue com o cliente. Roca também já atuou na defesa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

O Metrópoles não conseguiu contato com a defesa nem outros representantes de Anderson Torres. O espaço segue disponível para eventuais manifestações.

Prisão

O ex-secretário de Segurança Pública do DF está preso no âmbito da investigação sobre possível omissão durante invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro. Torres continua detido nas instalações do Batalhão de Aviação Operacional, no 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM) do Distrito Federal.

No dia dos atentados, Torres viajava para os Estados Unidos. Ele foi preso em 14 de janeiro, ao voltar para o Brasil.

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