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Afinal, o que Cid falou à PF em seus depoimentos de10 horas?

O que Cid de fato falou em seus longos depoimentos à PF?

Essa é a a indagação que ninguém deixa de fazer hoje em qualquer roda, boca maldita, esquina ou boteco.

Cid queimou a bucha dando nome aos bois? De graça para Bolsonaro é que não saiu.

De longe, fora das luzes e holofotes, Cid respondeu com o que foi perguntado sobre as joias, desencabulou e, sem vacilar, fez uma longa jornada de tudo o que sabe ao menos desse episódio?

Sim, porque ninguém dá três ou mais depoimentos de 10 horas para a PF para falar generalidades, platitudes sem importância, muito menos se pode imaginar o Cid, como na CPI, dando de ombros para as perguntas e evidências que a PF já tem do caso das joias.

Não estamos falando de um basta, podemos até admitir uma espécie de curinga em que uma resposta pode servir para beneficiar tanto Cid quanto Bolsonaro. Mas não revelar nada, é muito difícil.

Versões infantis em que se puxa a lenha para assar a sua própria batata é que não foi. Também não falaria nada de graça, mas aí está a questão, ele não fala com leigos como nós, não estamos investigando a fundo todo esse processo que, certamente, é estudado e refletido em cada descoberta.

Com certeza, não dá para bancar o liso, o ensaboado, o malandro agulha com comentários funestos diante de fatos concretos que a PF tem nas mãos e, pelo tempo que Cid permanece dentro da PF, podem apostar que não fica de cabeça virada para baixo ou para o lado.

O fato é que o verdadeiro Mauro Cid ninguém sabe como é, talvez nem Bolsonaro saiba, sobretudo quem está por trás dele, família, amigos que têm relação profunda com o tenente-coronel, ex-ajudante de ordem do genocida.

Tudo indica que a verdade não foi falseada ou modelada a gosto de Bolsonaro, como quer fazer crer o advogado de Cid.

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Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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