Por sua vez, o célebre Fabrício Queiroz pede dinheiro para não exercer seu direito à livre expressão.
O que deu de repente no ex-presidente Jair Bolsonaro que, no passado, referiu-se a direitos humanos como “direitos de bandidos” e “esterco da vagabundagem”?
Bolsonaro e seus seguidores sempre associaram a pauta dos direitos humanos à esquerda e à impunidade e defendem punições mais drásticas para criminosos.
Em 2017, o vereador Carlos Bolsonaro, o Zero Dois, compartilhou uma foto em que seu pai segurava uma camiseta com os dizeres: “Direitos Humanos: esterco da vagabundagem”.
Poucos dias depois, o próprio Bolsonaro escreveu nas redes sociais que a população é que deve ser respeitada pelo preso:
“Temos cidadãos honestos desempregados vivendo em péssimas condições; priorizar bandido é uma afronta à sociedade que sangra nas mãos destes delinquentes”.
Candidato a presidente, Bolsonaro afirmou que cidadãos estavam indefesos diante de “bandidos rindo da cara da população com a política de direitos humanos e fragilidade da legislação”.
Pois bem: ele, agora, participa da convocação de um ato, hoje, na Avenida Paulista que tem como mote a defesa da democracia e dos direitos humanos dos acusados pelo golpe de 8 de janeiro.
Organizado pelo pastor Silas Malafaia, o deputado Nikolas Ferreira e o senador Magno Malta, o ato lembrará a morte súbita de Clériston Pereira na penitenciária da Papuda, em Brasília.
Em 1º de novembro, a Procuradoria Geral da República pediu a concessão de liberdade provisória para Cleriston, com uso de tornozeleira e outras restrições.
Antes que o ministro Alexandre de Moraes decidisse a respeito, Clériston morreu. Ele fora denunciado por crimes como abolição violenta do Estado democrático de Direito e golpe de Estado.
A defesa de Clériston alega que ele morreu porque sua saúde era precária e o socorro demorou. O governo do Distrito Federal nega: diz que o atendimento foi feito em tempo adequado.
*Blog do Noblat