Ano: 2023

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Vídeo: “Conseguimos voltar ao Palácio”, diz padre Lancellotti, no lançamento de plano para a população em situação de rua

A situação de rua no país, com investimento de previsto de R$ 1 bilhão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto assinado regulamentando a lei que leva o nome do padre Júlio Lancellotti, uma figura crucial na defesa dos direitos da população em situação de rua.

A lei visa coibir intervenções hostis, como a instalação de divisórias em bancos, conhecida como arquitetura hostil, em prática conhecida como aporofobia. O religioso, presente no evento, elogiou o presidente e enfatizou o compromisso de preservar o patrimônio público. “E o povo da rua estando nesse Palácio não vai ter nenhum arranhão no patrimônio público porque nós vamos conservar aquilo que é nosso e é do povo da rua também”, afirmou o padre, recebendo sendo aplaudido pela plateia.

Vai dar merda

Quem sabe fazer cálculos dos mais prosaicos, sabe que se um troço tem tudo pra dar merda, vai dar merda.

É o caso do novo inventor da roda da fortuna portenha. Piorando as previsões na terra dos tangos e tragédias econômicas, Macri abocanhou 3 ministérios de Milei

Macri é aquele que entregou a Argentina a Alberto Fernandez aos cacos. Motivo? Neoliberalismo na veia da economia. Isso sempre foi e sempre será mortal para qualquer país. E nessa área, nós brasileiros conhecemos tudo. Vivemos vários infernos neoliberais com Collor, FHC, Temer e Bolsonaro.

Milei clonou seu cachorro, que morreu, e diz conversar com ele com ajuda de um médium.

Você acha que isso é tudo e nada tem a ver com economia? Então, leia isso sobre o nome de três de seus 4 cães : Murray Rothbard, Milton Friedman e Robert Lucas em homenagem a papas do neoliberalismo. Fim!

Os argentinos saberão o que é ter um Bolsonaro na presidência.

Governo Milei pode explodir a inflação argentina já nos primeiros meses, alerta economista

Em uma análise crítica, o renomado economista Fabio Giambiagi, associado ao Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), manifestou preocupações consideráveis em relação à economia argentina sob a nova liderança de Javier Milei.

Com raízes profundas no país vizinho, onde passou parte de sua infância, Giambiagi examinou os desafios econômicos que a Argentina enfrenta, especialmente diante das propostas de Milei de dolarizar a economia e eliminar o Banco Central local.

Em entrevista ao Estado de S. Paulo, Giambiagi expressou apreensão quanto à possibilidade de uma inflação superior a 200% ao ano nos próximos meses, destacando a gravidade da situação. O economista questionou as estratégias do governo Milei para combater o déficit público, sublinhando a necessidade de desindexação, além do ajuste fiscal, como um passo crucial que, em sua opinião, está sendo negligenciado.

Giambiagi também levantou preocupações sobre a dinâmica inflacionária, alertando para a possibilidade de a situação sair do controle, alimentando uma “profecia autocumprida” de inflação crescente. Em um ponto incomum, o economista destacou o reconhecimento por parte de Milei, durante sua posse, de que a economia poderia piorar antes de melhorar.

Giambiagi questionou a eficácia dessa abordagem e ponderou se ela será capaz de manter o capital político de Milei durante um período economicamente turbulento. As incertezas em torno das medidas propostas pelo novo governo argentino continuam a gerar debate e análise entre os especialistas econômicos.

Bolsonaro não pode ver uma arma que logo atira nele mesmo

De fora da foto oficial na posse de Javier Milei na Argentina.

Já seria de bom tamanho para Bolsonaro a narrativa de que ele foi o primeiro líder estrangeiro a reunir-se com Javier Milei antes da posse do novo presidente da Argentina, e que fora ovacionado na chegada à cerimônia no Congresso.

Talvez por falta de programa melhor, Bolsonaro desembarcou em Buenos Aires antes dos demais líderes da extrema direita internacional. Natural, pois, que fosse o primeiro a ser recebido por Milei. Quanto à ovação, confira no vídeo abaixo.

Bolsonaro sabe tirar proveito de multidões. A que se postou diante do Congresso estava ali para ouvir Milei e aplaudir os convidados. Bolsonaro foi ao encontro da turba, estendeu a mão atrás de apertos e ouviu um coro que gritava seu nome.

Valeu a demorada exposição ao sol. Seus assessores deram-se por satisfeitos com as imagens a serem postadas nas redes sociais, mas ele não. Queria mais. E, num lance ousado, tentou se infiltrar na foto oficial de Milei com chefes de Estado.

Deu ruim, segundo a Folha de S. Paulo. Luis Lacalle Pou (Uruguai), Santiago Peña (Paraguai), Gabriel Boric (Chile) e Daniel Noboa (Equador) manifestaram contrariedade, dizendo que seria imprópria a presença de um ex-chefe de Estado na foto.

Ainda mais em se tratando de um adversário do presidente do Brasil, representado na posse por Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores. Vieira foi o primeiro a cumprimentar Milei na Casa Rosada, sede do governo argentino.

Ninguém perguntou a Bolsonaro sobre o tamanho das manifestações convocadas por seus aliados no Brasil para protestar contra a indicação de Flávio Dino para ministro do Supremo Tribunal Federal — ou, se perguntou, ele calou-se.

A maior delas ocorreu na tarde do domingo na Avenida Paulista e ocupou duas vias em torno do Museu de Arte de São Paulo. Uma das faixas penduradas em um carro de som dizia:

“Senador que vota em comunista vota contra o Brasil e contra a liberdade”.

Os oradores apelaram para o discurso do medo, afirmando que Dino no Supremo significará “a legalização do aborto, a censura e a perseguição aos patriotas conservadores”. Foram ouvidos por quantas pessoas na hora do maior pico de gente?

Cerca de 5,6 mil pessoas marcaram presença no ato às 15h45, de acordo com levantamento do Monitor do Debate Político no Meio Digital, grupo de pesquisa da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo.

Em Brasília, o ato na Esplanada dos Ministérios ocorreu pela manhã, sob um sol forte e temperatura de 30 graus. Algumas centenas de pessoas deram o ar de sua graça. A Polícia Militar disse que não divulga estimativa de público.

A oposição planeja transformar a sabatina de Dino no Senado em uma extensão da CPI do Golpe. Quer desgastá-lo para tentar barrar sua nomeação. Das vezes que os bolsonaristas bateram boca com Dino no Congresso, perderam feio.

Acabaram achincalhados por ele. Desta vez, Dino está orientado a responder às perguntas como se fosse um lorde inglês. Não será fácil para ele. Sua aprovação é dada como certa na Comissão de Justiça e no plenário do Senado.

No plenário, ele precisa de 41 votos de um total de 81. Deverá ter entre 50 a 52. A conferir.

*Blog do Noblat

A ExxonMobil quer começar uma guerra na América do Sul

Washington não tem apetite de aprofundar o seu conflito com a Venezuela pela questão do Essequibo. Mas a ExxonMobil, que explora a região, tem.

o dia 3 de dezembro de 2023, um grande número de eleitores venezuelanos votou em um referendo sobre a disputada região de Essequibo com a vizinha Guiana. Quase todos os que votaram responderam sim às cinco perguntas. Estas perguntas pediam ao povo venezuelano que afirmasse a soberania do seu país sobre o Essequibo. “Hoje”, disse o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, “não há vencedores nem perdedores”. O único vencedor, disse ele, é a soberania da Venezuela. O principal perdedor, disse Maduro, é a ExxonMobil.

Em 2022, a ExxonMobil teve um lucro de 55,7 bilhões de dólares, tornando-se uma das empresas petrolíferas mais ricas e poderosas do mundo. Empresas como a ExxonMobil exercem um poder desmedido sobre a economia global e sobre os países com reservas de petróleo. Ela tem tentáculos em todo o mundo, da Malásia à Argentina. No livro Private Empire: ExxonMobil and American Power (2012), Steve Coll descreve como a empresa é um “estado corporativo dentro do estado americano”. Os líderes da ExxonMobil sempre tiveram uma relação íntima com o governo dos EUA: Lee “Iron Ass” Raymond (diretor executivo de 1993 a 2005) era amigo pessoal do vice-presidente dos EUA Dick Cheney, e ajudou a moldar a política do governo dos EUA em relação às mudanças climáticas; Rex Tillerson (sucessor de Raymond em 2006) deixou a empresa em 2017 para se tornar secretário de Estado dos EUA sob o presidente Donald Trump. Coll descreve como a ExxonMobil utiliza o poder do Estado norte-americano para encontrar cada vez mais reservas de petróleo e garantir que a empresa se torne a principal beneficiária dessas descobertas.

Andando pelas várias seções eleitorais em Caracas no dia da eleição, ficava claro que as pessoas que votaram sabiam exatamente no que estavam votando: elas não foram às seções de votação para se manifestar contra o povo da Guiana – um país com uma população de pouco mais de 800 mil habitantes – mas para afirmar a soberania venezuelana contra empresas como a ExxonMobil. A atmosfera dessa votação, impregnada de patriotismo venezuelano, tinha mais a ver com o desejo de eliminar a influência das empresas multinacionais e permitir que os povos da América do Sul resolvam as suas disputas e partilhem de suas riquezas entre si.

Quando a Venezuela expulsou a ExxonMobil
Quando Hugo Chávez foi eleito para a presidência da Venezuela, em 1998, afirmou quase de imediato que os recursos do país – principalmente o petróleo, que financia o desenvolvimento social do país – deviam estar nas mãos do povo e não de empresas petrolíferas como a ExxonMobil. “O petróleo é nosso” era o slogan da época. A partir de 2006, o governo de Chávez iniciou um ciclo de nacionalizações, e o petróleo era central – o petróleo havia sido nacionalizado na década de 1970 e privatizado novamente duas décadas depois. A maioria das multinacionais petrolíferas aceitou as novas leis que regulamentavam o setor, mas duas as recusaram: a ConocoPhillips e a ExxonMobil. Ambas as empresas exigiram dezenas de bilhões de dólares de indenização, embora o Centro Internacional para a Resolução de Disputas sobre Investimentos (ICSID) tenha decidido em 2014 que a Venezuela só tinha que pagar à ExxonMobil 1,6 bilhão de dólares.

Rex Tillerson ficou furioso, de acordo com pessoas que trabalhavam na ExxonMobil na época. Em 2017, o Washington Post publicou um artigo que captava o sentimento de Tillerson: “Rex Tillerson se queimou na Venezuela. Então ele se vingou”. A ExxonMobil assinou um acordo com a Guiana para a exploração de petróleo offshore em 1999, mas só começou a exploração offshore em março de 2015 – após o veredito negativo do ICSID. A ExxonMobil utilizou toda a força de uma campanha de pressão máxima dos EUA contra a Venezuela, tanto para assegurar os seus projetos no território em disputa como para minar a reivindicação da Venezuela sobre a região de Essequibo. Esta foi a vingança de Tillerson.

O péssimo negócio da ExxonMobil para a Guiana
Em 2015, a ExxonMobil anunciou que tinha encontrado 295 pés de “reservatórios de arenito de petróleo de alta qualidade”, uma das maiores descobertas de petróleo dos últimos anos. A gigante petrolífera entrou em consultas frequentes com o governo guianense, incluindo o compromisso de financiar todo e qualquer custo inicial da exploração de petróleo. Quando o acordo de partilha de produção entre o governo da Guiana e a ExxonMobil foi divulgado, tornou-se claro o quão mal a Guiana se saiu nas negociações. A ExxonMobil recebeu 75% das receitas do petróleo para recuperação dos custos, e o restante foi dividido 50/50 com a Guiana; a companhia petrolífera, por sua vez, está isenta de quaisquer impostos. O artigo 32º (“Estabilidade do acordo”) estipula que o governo “não alterará, modificará, rescindirá, terminará, declarará inválido ou inexequível, exigirá renegociação, obrigará a substituição ou reposição, ou procurará evitar, alterar ou limitar este acordo” sem o consentimento da ExxonMobil. Este acordo deixa todos os futuros governos da Guiana num negócio muito mal costurado.

Pior ainda para a Guiana é o fato do acordo ter como palco águas disputadas com a Venezuela desde o século XIX. A desonestidade dos britânicos e depois dos EUA criou as condições para uma disputa fronteiriça na região que tinha problemas pontuais antes da descoberta do petróleo. Durante a década de 2000, a Guiana manteve estreitos laços de fraternidade com o governo venezuelano. Em 2009, no âmbito do programa PetroCaribe, a Guiana comprou petróleo a um preço reduzido da Venezuela em troca de arroz, o que constituiu uma vantagem para o setor arrozeiro guianense. O programa “petróleo por arroz” terminou em novembro de 2015, em parte devido à queda dos preços mundiais do petróleo. Para os observadores, tanto em Georgetown como em Caracas, ficou claro que o programa foi afetado pelas crescentes tensões entre os dois países sobre a disputada região de Essequibo.

A ExxonMobil divide e conquista
O referendo realizado em 3 de dezembro na Venezuela e os protestos dos “círculos de unidade” na Guiana sugerem um endurecimento da posição dos dois países. Entretanto, à margem da reunião da COP-28, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, encontrou-se com o presidente cubano Miguel Díaz-Canel e com o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, para discutir a situação. Ali pediu a Díaz-Canel que instasse a Venezuela a manter uma “zona de paz”.

A guerra não parece estar no horizonte. Os EUA retiraram parte do seu bloqueio à indústria petrolífera venezuelana, permitindo à Chevron retomar vários projetos petrolíferos na Faixa do Orinoco e no Lago de Maracaibo. Washington não tem apetite de aprofundar o seu conflito com a Venezuela. Mas a ExxonMobil tem. Nem o povo venezuelano nem o povo guianense se beneficiarão da intervenção política da ExxonMobil na região. É por isso que muitos venezuelanos que foram votar no dia 3 de dezembro sentiram que este não era tanto um conflito entre a Venezuela e a Guiana, mas sim um conflito entre a ExxonMobil e os cidadãos destes dois países sul-americanos.

(*) Vijay Prashad é um historiador, editor e jornalista indiano. É membro da equipe editorial e correspondente principal da Globetrotter. É editor-chefe da LeftWord Books e diretor do Instituto Tricontinental de Investigação Social. Escreveu mais de 20 livros, incluindo The Dark Nations e The Poor Nations. Os seus últimos livros são Struggle Makes Us Human: Learning from Movements for Socialism e The Retreat: Iraq, Libya, Afghanistan and the Fragility of American Power (com Noam Chomsky).

*Opera Mundi

 

Os derrotados

Essa imagem pede uma pintura, Zelensky e Bolsonaro se cumprimentando, é a própria renascença dos bichados, a partir de suas decadências.

Zelensky entregará a seu sucessor, mas ninguém sabe quando, já que suspendeu as eleições na Ucrânia, um país totalmente esfacelado. Para quem prometeu vitória sobre Putin, com a ajuda da Europa e dos EUA, Zelensky, hoje, é figura non grata, na verdade, um espalha bolinho nas rodas dos estadistas europeus.

A Ucrânia sai cara para os europeus, mesmo que tivesse alcançado algum êxito numa guerra que já nasceu perdida para Zelensky, que não pestanejou em mandar para a morte uma legião de jovens que acabaram mortos na guerra contra a Rússia.

Ao fim e ao cabo, Zelensky não tem ambiente interno e nem externo para se alojar.

Bolsonaro é aquela explosão de estupidez, que promoveu uma hecatombe no Brasil absolutamente inédita.

Até hoje os brasileiros não sabem se Bolsonaro tem dois ou quatro pés. O Apolo dos idiotas mal sabe dos seus fundilhos. Achando que ocupava um trono, fez da cadeira presidencial a maior lambança que um presidente da República jamais promoveu.

Os dois juntos, Zelensky e Bolsonaro, representam uma caricatura política, quando muito, e vivem da glória de suas derrotas.

Um tapa na cara de Bolsonaro

A atitude civilizada, do ponto de vista político, protagonizada por Alberto Fernandez na passagem da faixa presidencial a Milei, foi uma gigantesca e estalada bofetada na cara do selvagem Bolsonaro e sua penca de lambe-botas.

No imaginário bolsonarista, circunscrito na burrice nacional, vinculado a todos os pensamentos e ações idiotas de Bolsonaro, Milei deveria utilizar um dos clichês selvagens de Bolsonaro e nem receber a faixa de Fernandez, mas, curiosamente, até o exótico descabelado, pôs-se a registrar uma passagem tranquila em que os dois exerciam as suas funções a partir de um tratado civilizatório, coisa que o ogro brasileiro nunca soube o que é, tanto que o terrorista foi expulso das Forças Armadas por tentar insuflar atos criminosos contra os quartéis a contra a própria sociedade.

Lógico que, de cara, a expectativa do “discípulo de Bolsonaro”, de repetir suas grosserias, frustrou o ogro tropical e os eminentes imbecis que o acompanharam na comitiva cara aos cofres públicos, que esteve presente na posse do novo presidente argentino.

Na verdade, isso foi mais que um banho de água fria na fraqueza moral de Bolsonaro. Foi, acima de tudo, uma atitude que deixou claro que, antes de ser um político de extrema direita, Bolsonaro é um vulgar, um medíocre que se transformou em lenda para ogros iguais a ele, pois nunca teve o mínimo de astúcia diplomática para lidar com qualquer regra civilizatória.

Seu paladar sempre foi de profundo mau gosto pelo néctar da burrice narcisista.

Defesa do PT citará livro de Moro em ação de cassação do senador

Sergio Moro responde a processos movidos pelo PT e pelo PL no Paraná; senador é acusado de arrecadação e gastos eleitorais ilícitos.

A defesa do PT vai citar trechos de um livro do senador Sergio Moro no processo em que pede sua cassação na Justiça Eleitoral do Paraná. O documento será apresentado até a próxima terça-feira (12/12). Na última quinta-feira (7/12), Moro alegou inocência no depoimento e se negou a responder aos questionamentos dos advogados da legenda.

O PT e o PL, sigla de Jair Bolsonaro, acusaram Moro no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná dos seguintes crimes eleitorais: abuso de poder econômico, arrecadação e gastos eleitorais ilícitos, além de mau uso dos meios de comunicação. As duas ações, que agora tramitam em um só processo, pedem que o ex-juiz seja cassado e fique inelegível por oito anos, diz Guilherme Amado, Metrópoles.

Em uma tentativa de apontar contradições de Moro, o advogado do PT na ação, Luiz Eduardo Peccinin, citará trechos do livro Contra o sistema de corrupção, publicado em 2021. Na obra, o ex-juiz da Lava Jato, ex-ministro de Bolsonaro e atual senador ataca políticos que fizeram caixa dois e reclama da impunidade.

Na Operação Lava Jato, foram identificados muitos casos assim. Até havia o discurso de que desviar dinheiro público para campanha eleitoral não seria tão grave quanto embolsá-lo para proveito próprio, mas a corrupção está configurada do mesmo jeito”, escreveu Moro. O advogado lembrará também que Moro também já chamou o caixa dois de “trapaça”.

O candidato que pediu votos pelo Podemos à Presidência e depois pelo União Brasil ao Senado também disse que o Fundo Eleitoral “não é imune a defeitos, porque concentra o dinheiro nas mãos de poucos caciques partidários”.

‘Objetivo de Israel é empurrar palestinos para o Egito’, diz Francesa Albanese, relatora especial da ONU para a Palestina

Primeira mulher a ocupar o cargo, especialista em direito internacional denuncia ‘limpeza étnica’ em Gaza e chama de ‘fracasso épico’ a ineficácia das Nações Unidas na resolução do conflito na região.

Há dois meses, a italiana Francesca Albanese, de 46 anos, tem denunciado enfaticamente o risco de o povo palestino estar sofrendo genocídio, enquanto classifica de “limpeza étnica” as ações de Israel na Faixa de Gaza. Para a relatora especial da ONU para os Direitos Humanos nos Territórios Palestinos Ocupados, o objetivo de Tel Aviv é deixar a população do enclave sem terra para que se tornem “novamente refugiados no Egito”, Diz O Globo.

Em entrevista ao GLOBO, Albanese, a primeira mulher a ocupar a relatoria especial das Nações Unidas desde que ela foi criada, em 1993, destacou os “absurdos” cometidos por Israel, mas também classificou de “violento e terrível” o ataque surpresa do Hamas em 7 de outubro, que deixou 1,2 mil mortos em território israelense. Advogada especialista em direito internacional, ela não se furtou de criticar nem mesmo o papel da ONU na resolução do conflito, que classificou como um “fracasso épico”.

Israel expande operações no sul de Gaza — Foto: MOHAMMED ABED / AFP

De acordo com a convenção sobre genocídio, não é necessário provar 100% que houve um genocídio para que os Estados membros sejam obrigados a intervir. Basta provar o risco de intenção de matar ou infligir danos psicológicos e físicos graves aos membros de um grupo ou de criar condições que tornem a vida desse grupo impossível. Por outro lado, para provar que o genocídio está sendo cometido de fato, é preciso demonstrar que há uma intenção específica de eliminar os membros de um grupo. Não é suficiente dizer que crimes contra a Humanidade estão ocorrendo porque há ataques sistemáticos e generalizados contra a população civil em Gaza. Não há dúvida quanto a isso. Mas é genocídio? Ou seja, Israel tem um plano para destruir totalmente o povo palestino? É por isso que continuamos dizendo que há um risco de que esteja ocorrendo um genocídio.