Ano: 2023

Relatora da CPMI do 8 de janeiro, Eliziane Gama pede quebra do sigilo telefônico de Valdemar Costa Neto

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, apresentou requerimento para a quebra do sigilo telefônico de Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Eliziane alega que Valdemar teria participado de uma reunião com o hacker Walter Delgatti Neto “de maneira pouco republicana”. Durante seu depoimento à CPMI na última quinta-feira (18), Delgatti afirmou ter participado de um encontro com Jair Bolsonaro (PL) e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), no qual Valdemar Costa Neto estava presente, diz o 247.

A relatora deseja obter acesso a informações desde o ano de 2022. O requerimento solicita a quebra do sigilo de ligações telefônicas, a obtenção de cópias do conteúdo de conversas do WhatsApp armazenadas no Google Drive, cópias de e-mails, fotos, áudios e vídeos trocados, bem como o histórico de localização e atividades de busca na internet. O UOL entrou em contato com a assessoria de imprensa de Valdemar Costa Neto, que não respondeu.

Segundo relatos, Bolsonaro teria solicitado ao hacker que comparecesse ao Ministério da Defesa para discutir questões relacionadas às urnas eletrônicas. Delgatti mencionou que o ex-mandatário o convidou para se encontrar com um técnico nas dependências do ministério, a fim de abordar possíveis fragilidades no sistema eleitoral brasileiro. Esse encontro teria ocorrido no ano anterior à campanha presidencial.

Após a solicitação de Bolsonaro, o advogado de Delgatti relatou que seu cliente se encontrou com um ex-ministro e um coronel do Exército. Os encontros com Paulo Sérgio Nogueira, ex-chefe da Defesa, e o coronel Eduardo Gomes da Silva foram descritos por Ariovaldo Moreira em uma entrevista à GloboNews. Paulo Sérgio Nogueira nega ter tido tal reunião. O Ministro da Defesa, José Múcio, solicitou à Polícia Federal a lista dos militares que se reuniram com Delgatti no Ministério da Defesa. Esse pedido foi formalizado em um ofício enviado à PF na última sexta-feira (18).

Relatos também sugerem que Bolsonaro teria oferecido um indulto ao hacker como forma de persuadi-lo a comparecer ao Ministério da Defesa. Conforme o depoimento de Delgatti, essa promessa visava convencê-lo a cooperar. Na época, o hacker afirmou estar desempregado, o que o levou a considerar a proposta. Delgatti afirmou que um plano foi elaborado para minar a credibilidade das urnas eletrônicas. Ele mencionou a criação de um código-fonte próprio, em vez de utilizar o código do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o objetivo de enganar o público, mostrando que supostamente seria possível pressionar um voto e obter a computação de outro pela urna. Para executar esse plano, o hacker utilizaria uma urna eletrônica emprestada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e instalaria um aplicativo desenvolvido por ele.

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As comparações da Lava Jato com o que acontece hoje são imprecisas e não ajudam muito

Leandro Demori*

Mesmo a cobertura da mídia é diferente: hoje o grande cerne do caso coberto pela imprensa são e-mails dos próprios acusados montando o quebra-cabeça da quadrilha.

Os e-mails vieram à tona e estava tudo lá. Não tem um Deltan manipulando a história. Não tem uma turma do MPF selecionando delações e documentos pra montar uma linha narrativa. Dezenas de jornalistas publicaram os e-mails de Mauro Cid e de seus colegas da Ajudância de Ordens da Presidência e eles são cristalinos, diferentemente das informações vazadas seletivamente pela Lava Jato ao longo de anos.

No passado tínhamos operações da PF com releases do MPF distribuídos em coletivas de imprensa na mesma manhã. Os jornalistas todos comiam na mão da versão única montada nessas coletivas. Um espetáculo muito diferente do que se vê hoje. Alguém sabe o nome do procurador do caso? E do delegado? Pois é. Cada momento histórico com suas características.

No mais, segue valendo o que sempre valeu: provas na mesa e devido processo legal com amplo direito a defesa pra todo mundo.

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Falta de aviso não foi

Ora, foi no próprio território militar que Bolsonaro promoveu uma guerra interna contra o comando do exército há três décadas, o que lhe custou a saída compulsória das Forças Armadas.

Aquele episódio, que se deu depois da descoberta de sua cobiça quando praticava garimpo ilegal, foi algo extremamente grave, e o desfecho não poderia ser outro.

No relatório das Forças Armadas, que acabou por se transformar em boletim interno, dizia claramente que queria Bolsonaro longe dos quartéis, não simplesmente pela tentativa terrorista, com uso de bombas, dentro e fora do quartel para desestabilizar o comando, mas simplesmente porque Bolsonaro era tóxico e com risco de contaminação generalizada.

Bolsonaro inventou um certo direito de promover uma guerra interna contra os oficias do comando, porque se sentiu proprietário das Forças Armadas.

Ou seja, é o mesmo estilo de ação ao qual ele não viu limites para bradar, “minhas Forças Armadas” quando, num vivo contraste a outros presidentes da República, quis deixar transparecer para a população que o comando as FFAA, em sua gestão, comia em suas mãos e, lógico, tentava organizar a tropa a modo e gosto, inclusive para golpe militar.

Foram praticamente 30 anos em que essa tentação de impor sua vontade às FFAA ficou hibernada não dando a ele qualquer iniciativa de asfixiar os comandos militares que se sucederam após sua expulsão do exército, até que aconteceu o cataclisma de sua eleição em 2018, em parceria com Sergio Moro, já num primeiro golpe contra a democracia, fato que custou caro ao Brasil, causando inacreditáveis 700 mil vidas perdidas por covid, por exclusiva culpa de Bolsonaro, que se aliou ao vírus para ceifar a vida de idosos, jovens, adultos e crianças sem que tivessem o direito de serem vacinados por uma sórdida campanha pró-morte dentro de seu governo.

Na verdade, Boslonaro se armou contra os brasileiros e não contra o vírus.

Não resta a menor dúvida de que, se não fosse por sua culpa, não morreriam 5% dos 700 mil brasileiros.

Ou seja, Bolsonaro se colocou, em todos os sentidos, um onipotente. Na realidade, não era Deus acima de todos, mas o próprio Bolsonaro com sua sinistra ideia de hierarquia.

Os escândalos que agora jorram são combustíveis líquidos para a sua implosão. À sombra desses escândalos, muitos militares, que esquecendo as orientações das FFAA há 30 anos, converteram-se a bolsonaristas e, logicamente, ficaram presos numa teia em que Bolsonaro se cercava de todo tipo de gente, de milicianos a militares para, em seguida, sentir-se cercado e protegido por essa horda messiânica.

Cedo ou tarde o desgaste na imagem das FFAA aconteceria, é o que mostra a pesquisa Quaest, que o desastre é muito maior do que se imaginava, porque, em nome de um centralismo tosco, inquisitorial, um grosseiro inconstitucionalista, transformou tudo, inclusive a imagem das FFAA em interesses do clã Bolsonaro.

Ou seja, um governo pessimamente avaliado, que registra os piores índices e que devastou o país com o mar de corrupção, acabou por arrastar com ele os seus mais fieis aliados.

Certamente dentro dos quadros das FFAA, a repugnância ao nome de Bolsonaro sempre existiu, porém ele conseguiu, de cima para baixo, com um telefonema aqui, outro acolá, sem qualquer pudor, calar essas vozes.

Bolsonaro não governou o país, todos sabem, mas quis governar seu poder de forma sabida e esperta, e o desfecho disso foi sua derrota na eleição de 2022, seguida da descoberta de que ele não manda em mais nada, porém trouxe com ele a degradação da imagem de quem a ele se aliou de maneira integral, parcial ou residual.

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Na presidência, Bolsonaro proibiu cúpula militar de conversar com Moraes e STF

A oposição ferrenha de Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) teve reflexo direto nas relações entre a corte e a cúpula militar. Quando foi presidente, o capitão proibiu integrantes de integrantes das Forças Armadas de se reunir com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), diz Bela Megale, O Globo.

No ano passado, com o acirramento entre militares e o judiciário, por meio de sucessivos questionamentos que o Ministério da Defesa passou a fazer sobre as urnas, alguns ministros tentaram contato com membros do Alto Comando das Forças. A tentativa de diálogo, porém, não teve sucesso.

O próprio Alexandre de Moraes enviou recados à cúpula do Exército, mas sempre recebeu desculpas como resposta e a agenda não ocorreu. As demandas chegaram a ser levadas ao então presidente Bolsonaro, que vetou qualquer encontro e informou que ele concentraria as comunicações.

O encontro de ministros com a cúpula militar só aconteceu após a mudança de governo, no início do ano. Em uma conversa com integrantes do Alto Comando do Exército, Moraes chegou a contar, rindo, que foi vetado pela Força até de malhar na academia do Comando Militar do Planalto (CMP), em Brasília, onde se exercitava diariamente.

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Quadro clínico de Faustão se agrava e ele terá de passar por um transplante de coração, informa hospital

O apresentador Fausto Silva, de 73 anos, terá de passar por um transplante cardíaco, segundo informação divulgada na noite deste domingo (20) pelo hospital Albert Einstein.

Faustão está internado desde o dia 5 de agosto para tratamento de uma insuficiência cardíaca, segundo o Agenda do Poder.

“Em virtude do agravamento do quadro, há indicação para transplante cardíaco. O paciente está em diálise e necessitando de medicamentos para ajudar na força de bombeamento do coração”, diz nota enviada pelo hospital.

Ainda de acordo com o hospital, o apresentador já foi incluído na fila única de transplantes, que, segundo a instituição, é “regida pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, que leva em consideração, para definição da priorização, o tempo de espera, a tipagem sanguínea e a gravidade do caso”.

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Melhor Bolsonaro acostumar-se com a ideia de ser preso

Para que a normalidade política volte ao Brasil.

Colegas do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Superior Eleitoral compartilham a impressão de que ele está dando um tempo para as pessoas se acostumarem à ideia de que Bolsonaro será preso. E então, para surpresa de ninguém, muito menos de Bolsonaro, o prenderá.

Em Goiânia no último fim de semana, Bolsonaro admitiu que em território brasileiro poderá acabar atrás das grades. Não foi conversa jogada fora só para vitimar-se e despertar a ira dos seus seguidores. Ele sabe o que fez. E sabe que Moraes também sabe. É o que Bolsonaro tem ouvido dos seus próprios advogados.

Os bolsonaristas, por ora, recolheram-se ao silêncio nas redes sociais, e nas ruas limitam-se a tocar a vida, sem indicações de que se revoltarão de novo. Carlos Bolsonaro, o Zero Dois, que havia saído de cena desde o final do ano passado, voltou e está irritado com sua antiga tropa. Tenta orientá-la. Escreveu no Twitter:

“Parem com esse negócio de prisão. Parecem aqueles caras que amam viver a síndrome de Estocolmo. Se quer ajudar, desconstrua a narrativa e não fique correndo atrás de cliques ou lacrações para se sentir importante validando a dor que o adversário sente prazer em fazer você sofrer.”

Não disse como desconstruir “a narrativa”. Carlos é muito bom em construir e desconstruir narrativas, mas parece cansado, sem ânimo. Afastou-se do pai porque ele não lhe deu a merecida atenção na campanha eleitoral de 2022. Carlos discordou dos conselhos dados a Bolsonaro por marqueteiros profissionais.

A tampa do alçapão fechou sobre Bolsonaro. Ele não tem para onde ir. É investigado nos Estados Unidos, onde as joias que subtraiu ao tesouro nacional foram vendidas e compradas para esconder o crime afinal descoberto. Fugir para lá seria arriscar-se a ser preso pelo FBI, muito mais severo do que a Polícia Federal.

Não tem cidadania italiana, como muitos imaginam, que lhe permita evadir-se para a terra dos seus ancestrais. Venezuela? Naturalmente, nem pensar. Acionado por Trump, presidente americano à época, Bolsonaro pensou em invadir a Venezuela. Mas a munição aqui estocada não daria para 24 horas de guerra.

Bolívia? Pode ser uma alternativa. Mas é um país pobre, e Bolsonaro gosta de conforto, riqueza e boa vida. O Paraguai, talvez. Moraes lambe os beiços enquanto espera o sinal de que Bolsonaro pretende fugir. A Polícia Federal monitora os seus passos. Vá, Bolsonaro, dê motivo para ser preso, além dos que já deu.

O Brasil precisa mudar de assunto e voltar à normalidade política. Fora os que rezam em torno de pneus, os que brincam de marcha soldado e a República da Muamba e dos Camelôs que negociam joias roubadas, quem mais lamentará a sua sorte? Nem os militares – salvo os que estão e ainda serão presos.

*Blog do Noblat

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Repercussão de escândalos sobre fraude nas eleições e venda de joias faz Lula adiar anúncio dos novos ocupantes de ministérios

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha o objetivo de anunciar na última sexta-feira (18) os ministérios que seriam ocupados por André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). No entanto, o presidente resolveu adiar o comunicado devido à repercussão dos escândalos envolvendo joias e a tentativa de fraude nas eleições de 2022, associados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ).

A justificativa usada pelo chefe do Executivo federal é que a imprensa estava inteiramente concentrada nos desdobramentos relacionados ao capitão da reserva, Mauro Cid, e ao hacker Walter Delgatti. Na avaliação de Lula, ninguém daria importância à chegada dos novos ministros.

Seus aliados e líderes do Centrão concordaram e optaram por apoiar a decisão do presidente. Eles continuarão as discussões ao longo do fim de semana para resolver algumas questões pendentes e definir a data dos anúncios, segundo o IG.

Contudo, apesar de usar Bolsonaro como justificativa, Lula aproveitou o momento para ganhar um pouco mais de tempo. Ele está indeciso em relação à pequena reforma ministerial que planeja realizar nos próximos dias.

Ficou decidido que André Fufuca ficará responsável pelo Ministério de Desenvolvimento Social, pasta atualmente sob a administração de Wellington Dias (PT-PI), enquanto Silvio Costa Filho administrará Portos e Aeroportos, setor atualmente chefiado por Márcio França (PSB-SP).

No plano delineado por Lula, o Bolsa Família deixará o MDS e passará para a pasta de Gestão. Márcio França, grande aliado de Geraldo Alckmin (PSB-SP), será realocado para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, sob a responsabilidade do vice-presidente da República.

Com informações do IG

 

VÍDEO: Moro é ignorado por Alexandre de Moraes ao tentar puxar conversa

Na semana em que foi chamado de “criminoso contumaz” por Walter Delgatti, Moro foi solenemente ignorado por Alexandre de Moraes, que foi chamado de amigo e aplaudido por ex-ministros de Bolsonaro em evento do PP, diz a Forum.

Em uma semana difícil, em que chegou a ser chamado de “criminoso contumaz” por Walter Delgatti ao tentar uma lacração durante o depoimento do hacker à CPMI dos Atos Golpistas, o senador e ex-juiz Sergio Moro (União-PR) foi solenemente ignorado ao tentar puxar conversa com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O flagra foi feita pela equipe do SBT que fazia a cobertura do Fórum Brasileiro de Inteligência Artificial, realizado nesta sexta-feira (18) em Brasília pela Fundação Milton Campos, instituição ligada ao PP.

Em uma sala do evento, Moro estava à frente de Moraes e tentou puxar conversa: “como é que estão as coisas lá, agitadas?”, perguntou o ex-juiz, recebendo como resposta um sorriso seco do ministro.

 

Reuters: o cerco sobre Bolsonaro está se fechando

Uma das principais agências de notícias do mundo destaca os crimes cometidos por Jair Bolsonaro e a possibilidade de que ele seja preso

Reuters– O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro enfrenta crescente pressão lega, à medida que a polícia investiga suas finanças pessoais e comunicações, enquanto um ex-assessor preso considerava testemunhar sobre seu papel em um esquema de venda de Rolex supostamente idealizado pelo ex-presidente.

Bolsonaro, um ex-capitão do exército de extrema-direita, escapou por pouco da reeleição no ano passado, quando perdeu para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na votação mais conturbada do Brasil em uma geração. As alegações infundadas de Bolsonaro sobre fraude eleitoral culminaram na invasão de prédios do governo por seus apoiadores em 8 de janeiro, e seus problemas legais se multiplicaram desde então.

O ex-presidente enfrentou uma investigação congressual em torno da insurreição de 8 de janeiro e várias investigações policiais supervisionadas pelo Supremo Tribunal Federal. Pelo menos dois de seus aliados próximos que falaram à Reuters nesta semana se perguntaram se ele poderia em breve acabar atrás das grades.

“Claramente, o cerco está se fechando”, disse uma fonte do Supremo Tribunal à Reuters, falando sob condição de anonimato.

No mais recente desenvolvimento, o Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes autorizou os investigadores a acessarem registros telefônicos e bancários confidenciais de Bolsonaro e de sua esposa Michelle, disse uma pessoa familiarizada com o assunto à Reuters na sexta-feira. A decisão, noticiada primeiro pela mídia local na noite de quinta-feira, dará à polícia maior capacidade de investigar as múltiplas alegações de irregularidades que Bolsonaro enfrenta.

“Claramente, o cerco está se fechando”, disse uma fonte do Supremo Tribunal à Reuters, falando sob condição de anonimato.

No mais recente desenvolvimento, o Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes autorizou os investigadores a acessarem registros telefônicos e bancários confidenciais de Bolsonaro e de sua esposa Michelle, disse uma pessoa familiarizada com o assunto à Reuters na sexta-feira. A decisão, noticiada primeiro pela mídia local na noite de quinta-feira, dará à polícia maior capacidade de investigar as múltiplas alegações de irregularidades que Bolsonaro enfrenta.

Supremo Tribunal Federal se recusou a comentar.

“Por que quebrar meu sigilo bancário e fiscal? É só me perguntar!” Michelle Bolsonaro postou no Instagram na sexta-feira. “Está ficando cada vez mais claro que essa perseguição política… tem como objetivo manchar o nome da minha família e me fazer desistir. Eles não vão conseguir! Estou em paz.”

Na quinta-feira de manhã, em uma investigação congressual televisionada sobre a insurreição de 8 de janeiro, um programador de computador disse aos parlamentares que Bolsonaro pediu a ele no ano passado para adulterar uma máquina de votação eletrônica para minar a confiança no sistema eleitoral.

O hacker, Walter Delgatti, afirmou que Bolsonaro disse a ele em agosto para discutir a ideia com funcionários do Ministério da Defesa e ofereceu perdoá-lo se ele sofresse consequências legais. Bolsonaro confirmou o encontro, mas negou as acusações de Delgatti.

Mais tarde, na quinta-feira, a revista de notícias Veja relatou que o ex-homem de confiança de Bolsonaro, Mauro Cid, planejava confessar seu envolvimento em crimes relacionados à suposta venda de joias presenteadas por governos estrangeiros. O relato da Veja, que citava o advogado de Cid, Cezar Bitencourt, dizia que ele acusaria Bolsonaro de ser o mentor do esquema.

Bitencourt ecoou essas alegações para outros veículos de notícias locais na quinta-feira, mas depois tentou recuar em parte delas na sexta-feira.

Em vez de confessar um papel no esquema de joias inteiro, Bitencourt disse em uma entrevista na TV que seu cliente esclareceria seu papel na venda de um único relógio Rolex. Bitencourt disse que Cid diria que havia vendido o relógio por ordem de Bolsonaro e entregue o dinheiro – em espécie – a ele ou à sua esposa.

“Confessar é uma palavra muito forte”, disse Bitencourt à GloboNews. “Digamos que ele esclarecerá os fatos dos quais participou, mas isso não é uma confissão.”

 

Moraes autoriza quebra de sigilo bancário de Bolsonaro e Michelle

Polícia Federal investiga venda de joias sauditas por assessores do ex-presidente Bolsonaro nos Estados Unidos.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou, nesta quinta-feira (17/8), a quebra de sigilo fiscal e bancário do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da ex-primeira-dama Michelle. A Polícia Federal (PF) investiga a participação de Jair e Michelle na venda de presentes e objetivos de luxo por pessoas ligadas ao ex-chefe do Executivo, segundo o Metrópoles.

A Operação Lucas 12:2 investiga o destino de presentes dados ao então presidente Bolsonaro durante visitas oficiais. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), os itens devem ficar no erário da União e não no acervo pessoal do ex-mandatário.
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O tenente-coronel Mauro Cid, o seu pai, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, e os ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro teriam negociado a venda das joias com lojas de luxo nos Estados Unidos.