Ano: 2023

Lula passeia de Fusca com Pepe Mujica no Uruguai

“Dois amigos, dois lutadores da nossa América Latina”, disse o ex-presidente uruguaio.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) postou no Twitter uma foto em que ele e o ex-presidente uruguaio José Mujica estão dentro de um Fusca. “Entra no carro, vamos…” escreveu o petista na rede social.

O chefe do Executivo brasileiro fez uma visita a Mujica na chácara do uruguaio, localizada próximo à capital Montevidéu. “Dois amigos, dois lutadores da nossa América Latina”, disse Mujica no Instagram.

presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) postou no Twitter uma foto em que ele e o ex-presidente uruguaio José Mujica estão dentro de um Fusca. “Entra no carro, vamos…” escreveu o petista na rede social.

O chefe do Executivo brasileiro fez uma visita a Mujica na chácara do uruguaio, localizada próximo à capital Montevidéu. “Dois amigos, dois lutadores da nossa América Latina”, disse Mujica no Instagram.

As postagens de Lula e Mujica representaram uma tentativa de mais aproximação do governo brasileiro com países da América do Sul.

Nos últimos anos, a relação do Brasil com países como Argentina, Chile e Venezuela foi prejudicada pelo governo Jair Bolsonaro, que, alinhado aos interesses do governo Donald Trump, nos Estados Unidos, não aceitava os governos de esquerda.

A visita de Lula ao Uruguai também ocorreu em um contexto no qual a moeda única para as nações atino-americanas ou entre alguns países do continente teve repercussão na imprensa mundial e nas redes sociais. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, por exemplo, afirmou que a moeda única será discutida no final de agosto entre os países membros do BRICS. Além do governo russo, o grupo é formado por outras quatro nações – África do Sul, Brasil, China e Índia.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também foi ao país vizinho e esclareceu que os dois governos não estão discutindo uma moeda única, como é o caso do euro. “Estamos defendendo uma nova engenharia, que não seja o pagamento em moedas locais, mas que não chegue ao estágio de unificação monetária”, disse o titular da pasta.

*Com 247

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Lula é estampado na capa da World Finance: “Bem vindo de volta ao palco mundial”

Na edição publicada em 9 de janeiro, a revista World Finance estampou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na capa e destacou a volta do Brasil no cenário internacional após quatro anos de destruição do governo de Jair Bolsonaro (PL). “Bem-vindo de volta ao palco mundial”, diz a mensagem de capa.

“Os últimos quatro anos levaram Luiz Inácio Lula da Silva de uma cela para o palácio presidencial do Brasil. Em um retorno político de proporções inigualáveis, o novo presidente eleito do país volta agora para terminar a obra iniciada há duas décadas”, diz a reportagem. Vale lembrar que a World Finance é uma revista de análise da indústria financeira e da economia mundial.

Ainda no texto, a revista lembra que os dois primeiros governos do petista “experimentou um rápido crescimento econômico, enquanto o compromisso de Lula com os programas de combate à fome tirou milhões de pessoas da pobreza”.

“Quando Lula assumiu o cargo pela primeira vez em 2003, a economia brasileira estava em um estado lamentável. A nação estava sobrecarregada com uma imensa carga de dívida, enquanto o governo cessante falhou em suas promessas de gerar empregos e reduzir a divisão social. Muitos anteciparam que a eleição de Lula anunciaria o fim do neoliberalismo no Brasil, inaugurando uma era de intervenções radicais e revisões drásticas na política econômica. Mas essa abordagem revolucionária não se concretizou. Ao assumir o poder, Lula surpreendeu seus partidários e críticos ao adotar um plano econômico muito mais convencional do que o previsto”.

“Depois de anos de baixo desempenho e crescimento lento, o Brasil estava crescendo. Ao final do segundo mandato de Lula como presidente em 2010, o país era uma espécie de potência global – tanto econômica quanto culturalmente. Selecionado para sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, o país havia se consolidado como um importante player no cenário global, aberto a negócios, aberto a investimentos e aberto a visitantes. Eternamente escalado como ‘o país do futuro’, parecia que, finalmente, o futuro havia chegado ao Brasil”, prossegue.

“Reconstruir o Brasil será um desafio de proporções imensas – mas pode ser apenas a luta para a qual Lula passou toda a sua carreira se preparando”, prossegue.

* O Cafezinho

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Bolsonarista que levou réplica da Constituição durante ataques ao STF é preso no Sul de MG

Marcelo Fernandes Lima, de 50 anos, havia devolvido a réplica à Polícia Federal quatro dias após invasão em Brasília (DF). Ele se entregou à PF, em Varginha (MG), nesta quarta-feira (25).

O homem que levou a réplica da Constituição Federal de 1988 do STF durante invasão em Brasília (DF) foi preso pela Polícia Federal, nesta quarta-feira (25), em Varginha (MG). O designer bolsonarista Marcelo Fernandes Lima, de 50 anos, havia entregado a réplica à PF no dia 12 deste mês, quatro dias após os ataques na Praça dos Três Poderes, na capital federal.

Ele havia sido liberado após depoimento feito durante a devolução da réplica. Conforme apurado pelo g1, após a entrega da réplica, foi instaurado um inquérito pela Polícia Federal, que resultou em um pedido de prisão. Ele estava com o mandado em aberto e se entregou na sede da PF em Varginha no início da tarde desta quarta-feira.

Ainda conforme apurou o g1, o designer será levado para um presídio do Sul de Minas.

O que disse o designer em depoimento

O designer Marcelo Fernandes Lima, de 50 anos, que é de São Lourenço (MG) e possui uma empresa com sede em Campinas (SP), é o homem que aparece em fotos com a réplica na mãos na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), no dia dos ataques de 8 de janeiro. No depoimento feito quando entregou a réplica à PF, obtido pela EPTV Sul de Minas, Afiliada Rede Globo, ele disse que pegou a Constituição “para que não fosse destruída” durante os ataques.

Segundo o depoimento dele para a PF, ele passou próximo aos prédios do Congresso e do Palácio do Planalto e não entrou no local. Mas que ao chegar ao STF, viu que várias coisas e vidros já tinham sido quebrados e viu três pessoas saindo do local com um livro grande nas mãos.

“Eles gritavam: ‘Vamos rasgar, vamos rasgar’. Que o declarante percebeu que se tratava de um exemplar da Constituição Federal e, como nunca teve qualquer intenção de depredar coisa nenhuma, achou aquilo um absurdo e tomou o livro das mãos daquelas pessoas, para que não fosse destruído”, cita o depoimento.

Réplica da Constituição de 1988 levada do STF durante ataques em Brasília é recuperada no Sul de MG — Foto: Reprodução/Twitter Flávio Dino

Réplica da Constituição de 1988 levada do STF durante ataques em Brasília é recuperada no Sul de MG — Foto: Reprodução/Twitter Flávio Dino

Marcelo, que é morador de São Lourenço (MG), também disse para a polícia que como não sabia o que fazer com o livro naquele momento de tumulto, levou o mesmo consigo, pois certamente seria destruído por radicais que ali estavam.

O designer também disse, no depoimento, que pensou em devolver o livro para algum policial no local, mas a situação estava tão caótica que não soube o que fazer no momento e decidiu levar o livro para entregar para alguma autoridade posteriormente.

O designer também disse acreditar que “as portas de trás do STF estavam abertas quando chegaram, pois entrou no prédio sem ver uma porta sequer quebrada ou arrombada”.

*Com G1

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Carlos Bolsonaro fez home office com hospedagem paga por Presidência

Carlos Bolsonaro aproveitou diárias de hotel pagas com cartão corporativo da Presidência da República para trabalhar em home office em Brasília durante a pandemia.

Foram ao todo 11 diárias em março de 2021 que custaram R$ 2.300 aos cofres públicos. Neste mesmo período, enquanto atuava de maneira remota na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o filho 02 de Jair Bolsonaro foi às redes sociais criticar o isolamento social contra o coronavírus.

Aumento de impostos, fique em casa e economia vemos depois: como governadores e prefeitos têm agido!

A falta de bom senso e razoabilidade leva o país ao caos!

https://twitter.com/CarlosBolsonaro/status/1372521369347493889?s=20&t=B9dfJ6b0DaO_W5xQzCAbng

Hospedagem com dinheiro público

Nota fiscal paga com cartão corporativo da Presidência da República mostra que Carlos se hospedou no Hotel Nobile Suítes Monumental, em Brasília, entre 12 e 22 de março de 2021.

Na nota fiscal, divulgada pela agência Fiquem Sabendo e publicada pelo jornal “O Estado de S.Paulo”, o gasto é justificado como “hospedagem de segurança de familiar do presidente”.

Carlos Bolsonaro não tinha cargo formal no governo, mas era figura frequente em reuniões e eventos do governo federal. Ele recebe atualmente salário líquido de R$ 14 mil na Câmara do Rio.

Além dos dados do cartão corporativo, Jair Bolsonaro colocou sob sigilo as visitas de Carlos ao Palácio do Planalto.

Ausência em metade das votações na Câmara

No mesmo dia em que usou as redes sociais para atacar o “fique em casa” —medida recomendada à época por autoridades em saúde pública—, o vereador participou de maneira remota de duas sessões da Câmara em 18 de março de 2021.

Na ocasião, outros colegas —sobretudo os mais jovens, como ele— participaram presencialmente dos trabalhos na Câmara, onde as sessões ocorriam de forma híbrida (presencial e remota).

Na sessão ordinária realizada naquela data, Carlos registrou presença, mas só participou de uma das duas votações realizadas. Na outra, não se manifestou.

Já em uma sessão extraordinária não houve votações nominais, de acordo com as atas divulgadas pelo Legislativo carioca.

Carlos também participou de maneira remota de outras três sessões realizadas durante seu período de hospedagem em Brasília.

Apenas em uma delas, em 16 de março, houve votações nominais e, de novo, Carlos só tomou parte de metade: votou favoravelmente a um projeto de lei, mas não tomou parte na segunda votação de matérias do dia.

Em dezembro daquele mesmo ano, Carlos registrou presença em sessão da Câmara Municipal, mas foi flagrado em Brasília acompanhando a gravação de um vídeo no gabinete de seu pai.
Câmara mudou regra para enquadrar Carlos

Ao longo do período em que as sessões ocorreram de maneira híbrida na Câmara do Rio, Carlos sempre optava por participar remotamente, com a câmera do dispositivo que utilizava fechada e sem participar dos debates.

Por pressão de vereadores do PSOL, a Mesa Diretora da Câmara publicou em 9 de março de 2022 uma resolução contra as práticas de Carlos.
Carlos Bolsonaro colocou poster na frente de câmera durante sessão da

A regra recomenda que os vereadores estejam sempre com a câmera em funcionamento e torna isso obrigatório caso façam qualquer intervenção oral nas sessões, como discursos, apartes e questões de ordem. Atualmente, as sessões extraordinárias e audiências públicas ainda têm regime híbrido.

Para ironizar a medida, Carlos participou da sessão de 23 de março com a câmera direcionada a um banner com sua foto. Assim que ele entrou na transmissão, uma pessoa, que não aparece nas imagens, pendurou o cartaz na parede.

O UOL não localizou o vereador Carlos Bolsonaro. O espaço segue aberto para eventual manifestação.

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Sem discurso, direita brasileira ataca Lula com picuinhas brejeiras e requentadas

Quando se vê o suprassumo da hiperinflação do governo Sarney, Mailson da Nóbrega, criticando o governo Lula e dando conselhos a Haddad, imagina-se, é o fim dos tempos.

O ex-ministro da Fazenda, também conhecido como senhor hiperinflação, tecnocrata fundamentalista, Mailson da Nóbrega, é figurinha carimbada na Veja e na Jovem Pan.

Isso mesmo, aquele senhor é autor do pacote econômico, conhecido como Plano Verão, que não chegou sequer ao outono, fazendo a inflação gargalhar de suas teses, com sua nova moeda, ou seja, o Cruzado Novo.

Aliás, no Brasil, as moedas e “seus valores” mudam ao sabor de decretos e fantasias.

Não é sem motivos que os governos dos ditadores militares, sobretudo Figueiredo, depois, Sarney, Collor, FHC, Temer e Bolsonaro, que se associaram ao embuste neoliberal, jogaram a economia brasileira no brejo e nossa moeda com tarja preta. Todos eles sempre tiveram um pacote polpudo que, no final das contas, os brasileiros, principalmente os mais pobres, e o próprio país, mergulhava na bancarrota.

Agora mesmo, o Guedes de Bolsonaro, que recebeu de Temer um país manco, fez de tudo e conseguiu, prejudicar enormemente o Brasil. Para onde se olha, vê-se prejuízo e ninguém vai pagar nada por eles nesse particular, até porque todos os economistas, de Mailson a Guedes, no final das contas, admitem seus objetivos não foram alcançados. Que novidade! Mais novidade era todos dizerem que deu errado porque outras medidas que deveriam ser adotadas para que o plano econômico obtivesse êxito, não foram aprovadas pelo Congresso.

As medidas são sempre as mesmas, privatiza tudo, demite todos os funcionários públicos, acaba com o Estado e entrega a alma do país nas mãos da Bolsa de Valores e está tudo resolvido.

Como a sociedade não quer ouvir falar nessa cantilena ultra neoliberal, e essa turma sabe disso, o negócio é atacar Lula de forma subjetiva, lateral, marota e, consequentemente, picuenta, como é comum na brejeirice econômica brasileira, arrotando escola de Chicago.

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Novo comandante do Exército começa a restabelecer a ordem

Por que foi tão fácil para o novo comandante do Exército resolver o problema do tenente-coronel Mauro Cid e não foi para o ex-comandante que ele sucedeu? Simples: porque o novo comandante do Exército quis resolver o problema, e o ex-comandante, não.

Ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, sob a suspeita de ter sido o Fabrício Queiroz do esquema de rachadinha no Palácio do Planalto, Mauro Cid foi nomeado para comandar o estratégico 1º Batalhão de Ações e Comandos, unidade de Operações Especiais.

Quem o nomeou? O general Júlio César Arruda, então comandante do Exército, que atendeu a pedido de Bolsonaro. Lula pediu a Arruda que desnomeasse Mauro Cid. Não confiava nele, muito menos para chefiar um batalhão com tamanho poder de fogo.

Arruda, tão bolsonarista quanto Mauro Cid, disse não a Lula. Em seguida, foi demitido. Passará à história como o comandante do Exército que ficou menos tempo no cargo desde a redemocratização do Brasil em março de 1985 – exatos 23 dias.

Seu substituto, o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, livrou-se de Mauro Cid em menos de 72 horas. Oficial legalista, Ribeiro Paiva convenceu Mauro Cid a renunciar à nomeação. A versão oficial é de que o tenente-coronel renunciou espontaneamente.

O novo comandante do Exército não ficou só nisso. O tenente-coronel Paulo Jorge da Hora vai antecipar sua saída do comando do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP), subordinado ao Comando Militar do Planalto, em Brasília. Só sairia em fevereiro.

No país da piada pronta, Hora e sua tropa chegaram atrasados ao Palácio do Planalto que havia sido invadido pelos bolsonaristas golpistas no dia 8. José Múcio Monteiro, ministro da Defesa, disse que Hora será punido caso sua leniência reste provada.

Quando a política mete o pé na porta da frente dos quartéis e entra, a hierarquia, valor tão caro às Forças Armadas, sai em disparada pela porta dos fundos. Afastado do Exército por indisciplina, Bolsonaro alimentou a indisciplina nas três Armas.

Aparentemente, a ordem começa a ser restabelecida no meio militar, embora essa seja uma tarefa que demandará tempo. Há muitos militares a serem investigados e uma enorme quantidade de militares a serem defenestrados de cargos no governo.

Múcio comemora sua segunda posse no Ministério da Defesa. Assumiu a primeira vez falando brando por orientação de Lula. Depois da fracassada tentativa de golpe, Lula o orientou a falar grosso, e é o que ele tem feito agora. A democracia agradece.

Quando a política mete o pé na porta da frente dos quartéis e entra, a hierarquia, valor tão caro às Forças Armadas, sai em disparada pela porta dos fundos. Afastado do Exército por indisciplina, Bolsonaro alimentou a indisciplina nas três Armas.

Aparentemente, a ordem começa a ser restabelecida no meio militar, embora essa seja uma tarefa que demandará tempo. Há muitos militares a serem investigados e uma enorme quantidade de militares a serem defenestrados de cargos no governo.

Múcio comemora sua segunda posse no Ministério da Defesa. Assumiu a primeira vez falando brando por orientação de Lula. Depois da fracassada tentativa de golpe, Lula o orientou a falar grosso, e é o que ele tem feito agora. A democracia agradece.

*Noblat/Metrópoles

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Bolsonaro foi alertado sobre risco de ‘dano irreparável’ ao povo yanomami

Jamil Chade – Em 17 de julho de 2020, o governo de Jair Bolsonaro receberia um alerta internacional: o povo yanomami vivia uma situação “grave e urgente” e ações teriam de ser tomadas diante do risco de “danos irreparáveis” para os indígenas.

O alerta foi lançado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que naquele dia outorgou medidas cautelares de proteção a favor dos membros dos povos indígenas yanomamis.

O documento é, segundo fontes dentro do próprio Itamaraty, mais uma evidência de que a recente crise envolvendo a desnutrição de indígenas em Roraima sempre foi de conhecimento do governo federal.

Antes mesmo de emitir as medidas cautelares, a comissão convocou o governo brasileiro para pedir explicações e para que Brasília detalhasse as ações adotadas para garantir a vida dos indígenas.

A iniciativa do órgão regional havia sido adotada depois que denúncias foram apresentadas pela Associação Hutukara Yanomami e pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos. As acusações se referiam aos membros da Terra Indígena Yanomami, composta por 321 aldeias.

Naquele momento, o risco mais grave era o da contaminação pela covid-19, considerando a particular suscetibilidade a doenças respiratórias por parte dos indígenas. Mas a constatação do órgão internacional também levava em conta:

  • as falhas no sistema de saúde para a população indígena, agudizadas pela pandemia;
  • a presença ilegal de cerca de 20 mil garimpeiros no território, fomentando o fluxo do vírus das comunidades urbanas;
  • a contaminação da população pelo mercúrio;
  • e, finalmente, os atos de violência de garimpeiros contra a população indígena, principalmente suas lideranças.

Antes de emitir as medidas cautelares, a comissão procurou o governo de Jair Bolsonaro, que explicou que estava tomando medidas para buscar a reabertura das Bases Etnoambientais de Proteção. Também foram fornecidas informações sobre o suposto apoio à alimentação e à saúde que estava sendo prestado ou programado.

A comissão, ao emitir seu parecer, levou em conta o risco diferenciado que os povos indígenas enfrentam diante da pandemia. Mas insistiu sobre o “estado crítico do sistema de saúde projetado para atender a população beneficiária”. Outra constatação foi a presença de invasores no território yanomami.

Para a CIDH, um aspecto ainda pesou:

As informações apresentadas pelo Estado eram apenas gerais e programáticas, e não permitiam ver as ações implementadas diretamente à população beneficiária.”

Diante da crise e da resposta insuficiente parte do governo, a comissão solicitou ao Brasil que adotasse as medidas necessárias para proteger os direitos à saúde, à vida e à integridade pessoal dos membros dos povos indígenas yanomamis e ye’kwanas.

O pacote ainda solicitava a implementação de medidas preventivas contra a disseminação da covid-19, além de fornecer assistência médica adequada em condições de disponibilidade, acessibilidade, aceitabilidade e qualidade.

Foi também solicitado que o Estado acorde com as pessoas beneficiárias e seus representantes as medidas a serem adotadas e que informe as ações adotadas para investigar os fatos alegados e, assim, evitar sua repetição.

Todos os pedidos foram ignorados pelo estado brasileiro.

No ultimo domingo, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que, entre 2020 e 2022, foram realizadas 20 ações de saúde em territórios indígenas.

“Os cuidados com a saúde indígena são uma das prioridades do Governo Federal. De 2019 a novembro de 2022, o Ministério da Saúde prestou mais de 53 milhões de atendimentos de Atenção Básica aos povos tradicionais, conforme dados do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena do SUS, o SasiSUS”, disse ele, em seu canal no Telegram, em resposta às criticas do presidente Lula.

*Uol

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Casa de atendimento a yanomamis vira hospital improvisado em meio a casos graves de malária

Unidade em Boa Vista tem capacidade para 200 indígenas, mas atende atualmente 700; força do SUS atua no local.

Segundo a Folha, em um primeiro dia de trabalho, profissionais da Força Nacional do SUS se depararam com casos graves de saúde de pacientes yanomamis que estão na Casai (Casa de Saúde Indígena) em Boa Vista (RR), especialmente pneumonia, diarreia e insuficiência respiratória em crianças, potencializados por desnutrição.

A Casai Yanomami, que deveria ser um espaço de acolhimento dos indígenas durante tratamentos médicos na cidade, virou um hospital improvisado e superlotado, como a Folha constatou no fim da tarde e início da noite desta terça-feira (24).

Os atendimentos médicos são feitos principalmente pelos integrantes da Força Nacional do SUS, que chegaram a Boa Vista no fim da tarde de segunda (23).

A Casai tem 700 indígenas, segundo profissionais que atuam na coordenação das ações de emergência. A capacidade básica é para 200.

A ideia inicial é fazer um diagnóstico da situação dos pacientes, de forma a assegurar o retorno deles a suas comunidades na Terra Indígena Yanomami, a maior do Brasil.

O grupo do SUS, porém, precisou dedicar quase todo o tempo ao atendimento médico dos indígenas no Casai, especialmente crianças.

Uma delas não estava na unidade por estar doente. Procurou o colo da pediatra Bruna Pereira Farias, 31, integrante da Força Nacional do SUS, quando a médica percebeu que a criança estava com febre.

A suspeita imediata foi de malária. Farias vive há anos no Acre e identifica fácil o que chama de “horário de malária”, o fim de tarde em que se manifestam os principais sintomas, como febre.

Desidratada, a criança passou a receber soro numa maca. E assim permaneceria ao longo da noite.

A integrante da Força Nacional atendeu cinco casos urgentes e duas suspeitas de malária ao longo do dia.

“O quadro de gravidade dos pacientes está atrasando o retorno deles às suas comunidades”, disse a pediatra.

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Petrobras aumenta preço da gasolina e tenta culpar novo governo, diz FUP

Aumento de 7,4% vale a partir desta quarta (25). Indicado por Lula para presidir Petrobras, que ainda não assumiu, quer mudar PPI.

A Petrobras anunciou nesta terça-feira (24) um novo aumento de 7,4% no preço da gasolina. A partir de amanhã (25), o valor do combustível nas refinarias passa dos atuais R$ 3,08 reais para R$ 3,31 reais por litro. O preço do diesel não sofre alteração. O último aumento de preço da gasolina ocorreu em dezembro, de 6,1%.

O reajuste, no entanto, não tem relação com o governo Lula. A decisão partiu da atual direção da estatal, com o aval do presidente interino, João Henrique Rittershaussen. Ele assumiu o comando da Petrobras no início do mês, após renúncia do então presidente Caio Paes de Andrade.

No inicio do ano, o novo governo indicou o senador Jean Paul Prates (PT-RN) para presidir a Petrobras. O Conselho de Administração da companhia deve se reunir na quinta-feira (26) para votar a indicação de Prates. Se aprovado, ele deve assumir nos próximos dias e nomear novos diretores. A partir daí serão esperadas mudanças na política de preços da estatal.

Nesse sentido, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), alerta que Prates “não teve qualquer participação” nesse reajuste. Em nota, os petroleiros dizem que, ao aumentar o preço da gasolina, a atual direção da Petrobras atende à pressão dos acionistas privados e tenta “colocar a culpa no novo governo”.

“O fato é que, assim como a gestão bolsonarista da empresa continua com as negociações para privatização de mais ativos da companhia, com a distribuição abusiva de mega dividendos para acionistas, também continua definindo os preços dos combustíveis no Brasil.”

PPI em xeque

Desde 2016, a Petrobras adota a política de Preço de Paridade de Importação (PPI). Desse modo, a companhia repassa as variações do petróleo no mercado internacional – com cotação em dólar – diretamente ao consumidor brasileiro. Além disso, o PPI também considera custos de logística para importação que são inexistentes.

De acordo com a Petrobras, o novo aumento da gasolina “acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio”.

Após sua indicação, Prates afirmou que não haverá intervenção nos preços dos combustíveis. E reforçou que “todo o preço estará vinculado internacionalmente de alguma forma”. No entanto, reafirmou a intenção do novo governo em acabar com o PPI. A intenção é manter os preços dos combustíveis atrelados ao mercado internacional, mas considerando os custos de produção em real.

Atualmente, além de adotar o preço do petróleo no mercado internacional como referência, a Petrobras calcula em dólar todos os custos de produção dos combustíveis. No entanto, apenas uma fração é dos combustíveis consumidos no Brasil é importada – cerca de 25% do diesel, e 20% da gasolina. Assim, além de garantir dividendos bilionários aos acionistas, o PPI também atende aos interesses das empresas importadoras de combustíveis, que passaram a atuar no país nos últimos anos.

*Com Rede Brasil Atual

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“Nova ordem mundial”, a tragédia yanomami, Bolsonaro e o crime de genocídio

Que coisa!

Há quase 32 anos, na música “Fora da Ordem”, do disco “Circuladô”, Caetano Veloso cantava:
“Meu canto esconde-se
Como um bando de yanomamis
Na floresta
Na minha testa caem
Vem colocar-se plumas
De um velho cocar”.

O disco é de 1991. A terra yanomami foi homologada pelo então presidente Fernando Collor no ano seguinte, que marca também a sua deposição com a abertura do processo de impeachment. “Fora da Ordem” não é uma música alentadora. Ao contrário. Diante de uma então celebrada “nova ordem mundial”, que seria marcada pela vitória inquestionável do capitalismo — e, de fato, ele venceu —, muitos celebravam também o que seria um estágio civilizatório último e definitivo, de que o tal “fim da história” ou divisa ou emblema.

Assim como os yanomamis, já perseguidos por garimpeiros e madeireiros ilegais e ainda sem reserva, muita coisa estava, cantava Caetano, “fora da nova ordem mundial”. Havia os deserdados daquele processo de, vá lá, modernização. Não só na floresta. Está na música:
“Vapor barato
Um mero serviçal
Do narcotráfico
Foi encontrado na ruína
De uma escola em construção
Aqui tudo parece
Que era ainda construção
E já é ruína
Tudo é menino, menina
No olho da rua
O asfalto, a ponte, o viaduto
Ganindo pra lua
Nada continua”.

Reinaldo Azevedo – Poetas são “antenas da raça”, não é?, escreveu certo poeta que entendia tudo de poesia e pouco de política. Trinta e dois anos depois, o narcotráfico disputa almas com as milícias. E as obras inacabadas continuam “ganindo pra lua” — vale dizer: para ninguém. Porque a ninguém servem. Algo estava fora da ordem. E continua.

Houve momentos em que o Brasil sonhou em ser construção. Parecia que uma espécie de ascese ainda nos colheria como país e mudaríamos, sei lá, de patamar civilizatório. Mas como um destino contínuo e fatal que se desenha nas trevas, as forças do atraso se conjuram e impõem a sua agenda de morte.

Não estou entre aqueles que acreditam em engenharia ou reengenharia social, como se pudéssemos pôr na prancheta o futuro da humanidade. É sempre difícil conciliar essas tentações de reordenar a sociedade com a democracia. Mas acredito, sim, em pactos civilizatórios e no esforço de cumpri-los, segundo as regras do jogo que estão estabelecidas na Constituição. Não é tão difícil de entender. Vivemos num regime democrático — e isso significa que nem tudo pode. O vale-tudo, costumo lembrar, é próprio das tiranias — para os tiranos e seus amigos, bem entendido.

DESASTRE PLANEJADO
Desde 1991, um marco empregado neste texto, e desde sempre, note-se, os yanomamis — e o mesmo se diga de todos os povos originários — têm aviltada a sua condição de humanos. Reconhecer seus direitos fundamentais, inclusive à preservação de sua cultura, é parte disso que chamo “pacto civilizatório”.

Não é fácil. Muitos daqueles que avançam sobre as terras indígenas também estão “fora da nova ordem mundial”. Precisam de alternativas econômicas, por exemplo. E cabe, sim, aos governos dar uma resposta que atenda à preservação dos povos originários e abra oportunidades de sobrevivência aos brasileiros que ficaram na periferia do capitalismo.

Reitero: com determinação, boa-fé e competência, a chance de os objetivos se frustrarem, ao menos em parte, já é grande. Quando se tem um governo que, de maneira deliberada, atua para facilitar a ocupação das terras indígenas por atividades ilegais, então se está no pior dos mundos. O desastre humanitário na área yanomami está sendo denunciado há tempos. Evidências da ocupação de suas terras pelo garimpo estão em todo canto. Não obstante, o que se tinha era um governo abertamente hostil à causa dos indígenas.

Em texto publicado no Globo, Álvaro Gribel informa que uma ONG evangélica Caiuá, dedicada à suposta contratação de profissionais de saúde para atender às comunidades indígenas, recebeu a fabulosa quantia de R$ 872 milhões entre 2019 e 2022. Segundo o Portal da Transparência, diga-se, o Programa de Proteção e Recuperação da Saúde Indígena consumiu R$ 5,44 bilhões, com o resultado que se vê. A reportagem informa que parte desse dinheiro foi empregada, ao menos oficialmente, no transporte aéreo de médicos e enfermeiros. E aí vem uma informação que expõe a fuça do governo Bolsonaro: algumas dessas aeronaves pertenciam a garimpeiros, que perceberam haver aí um, digamos, nicho de mercado. Em contanto com o jornalista, a ONG diz que apenas contratava os profissionais, mas não lhe cabia fiscalizar se eles efetivamente eram enviados às terras indígenas.

Há uma boa possibilidade, como se vê, de que o problema principal não tenha sido a falta de recursos, mas o mau uso do dinheiro público, com dolo ou não, o que obviamente tem de ser investigado. O que é inconteste, documentado, evidente, escancarado é a tragédia humanitária que colhe a população yanomami.

ÍNDIOS COMO ALVOS
Os índios foram um dos alvos principais da campanha de Bolsonaro à Presidência em 2018. E o depois presidente nada fez para mudar o rumo daquela prosa homicida. Ele a reiterou quando, na prática, defendeu que as reservas indígenas fossem exploradas pelo garimpo. Para o então presidente, o eventual problema estava apenas na ilegalidade, não na atividade em si.

Tudo muito coerente com a militância daquele que, em 1998, ao homenagear a Cavalaria Americana na Câmara, manifestou-se nos seguintes termos:
“Até vale uma observação neste momento: realmente, a cavalaria brasileira foi muito incompetente. Competente, sim, foi a cavalaria norte-americana, que dizimou seus índios no passado e, hoje em dia, não tem esse problema em seu país – se bem que não prego que façam a mesma coisa com o índio brasileiro; recomendo apenas o que foi idealizado há alguns anos, que seja demarcar reservas indígenas em tamanho compatível com a população”.

A declaração é o puro sumo de suas proverbiais violência e covardia. Diz o nefando, para excitar seus psicopatas e sociopatas, e depois dá uma amenizada para tentar se livrar de problemas judiciais. Se vocês notarem, a fala tem a mesma estrutura da “apologia do estupro”, pela qual é réu no STF — o processo, diga-se, deve migrar para a primeira instância: depois de tratar o violação de mulheres como matéria de merecimento, ele destaca não ser um estuprador.

“GENOCIDA”
O “Estatuto de Roma”, de que o Brasil é signatário desde 7 de fevereiro de 2000, instituiu o Tribunal Penal Internacional, que investiga e julga indivíduos — e não países — acusados de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e crime de agressão. Ao se referir a Bolsonaro na Argentina, sem citar seu nome, Lula empregou a palavra “genocida”. O vocábulo tem peso político.

Entendo que Bolsonaro tinha como saber que algumas das escolhas que fez no enfrentamento das Covid levava às pessoas à morte. O genocídio é assim definido pelo TPI no Artigo 6º:
“Para os fins do presente Estatuto, entende-se por “genocídio” qualquer um dos atos mencionados a seguir, praticados com a intenção de destruir total ou parcialmente um grupo nacional, étnico, racial ou religioso como tal:
Matar membros do grupo;
Causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo;
Submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física, total ou parcial;
Adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;
Efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo.”

Insisto: penso que Bolsonaro tinha ciência das consequências de sua escolha, mas não parece razoável, mesmo ele sendo quem é, supor que agiu para destruir “total ou parcialmente um grupo nacional”. Não nesse caso.

O “Artigo 7º” traz uma longa lista de “crimes contra a humanidade”, que tem de ser caracterizado por um “ataque generalizado ou sistemático” contra uma população civil. Entre eles, estão “homicídio e extermínio”.

Bolsonaro já foi denunciado cinco vezes ao TPI. A acusação mais importante foi feita em 2021 pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que o acusa de atuar para extinguir etnias. O desastre humanitário de agora com os yanomamis será apensado àquela denúncia.

Depois de tudo o que disse e fez Bolsonaro e dados os resultados colhidos, fica difícil acreditar que o então presidente não imaginasse qual seria o resultado de suas escolhas. Não tinha como não dar na “destruição total ou parcial” de um grupo nacional.

E o nome que isso tem no TPI é genocídio.

Não é aceitável que a morte industriada dos yanomamis integre a “ordem mundial”. Os responsáveis têm de pagar.

*Uol

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