Ano: 2023

Caixa prevê catástrofe habitacional com voto de Barroso sobre FGTS

Estudo da Caixa mostra que 48% das famílias de baixa renda não conseguirão tomar financiamento com entendimento de Barroso sobre o FGTS.

Um estudo feito pela Caixa Econômica Federal, a pedido do governo Lula, mostra que o voto do presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, sobre a correção de rendimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) provocará uma catástrofe habitacional no país, segundo Guilherme Amado, Metrópoles.

Barroso marcou o julgamento para o dia 18 deste mês. Relator do caso, o ministro votou, em abril, para a correção do FGTS ser, no mínimo, igual ao índice da poupança. André Mendonça votou conforme o entendimento de Barroso, e Nunes Marques suspendeu o julgamento, ao pedir vista.

A Advocacia-Geral da União (AGU) defende a improcedência da ação, ajuizada pelo partido Solidariedade em 2014. Subsidiado com dados da Caixa, o governo diz que a taxa média de juros do financiamento habitacional, hoje em 5,25% ao ano, saltaria para 7,60% ao ano. O aumento, ainda segundo a Caixa, impediria aproximadamente 48% das famílias de baixa renda de tomarem um financiamento.

A última projeção do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional aponta que, se o voto de Barroso prevalecer entre a maioria do STF, o governo precisará de mais R$ 20 bilhões anuais para manter a estimativa atual do Minha Casa, Minha Vida.

A Caixa afirma que, com a elevação da taxa de juros e sem novos aportes do governo, as contratações de unidades habitacionais cairão pela metade. A redução, baseada nos números deste ano, seria de 480 mil para 254 mil.

Ex-diretora do Ministério da Justiça cita “pressão” de Torres para vincular PT a facções criminosas no 2º turno em 2022

Uma anotação encontrada no celular da delegada da Polícia Federal Marília Ferreira, que trabalhou em estreita colaboração com o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) Anderson Torres, sugere que após o primeiro turno das eleições, houve uma pressão para que ela indicasse uma suposta relação entre o PT e facções criminosas, relata a Folha de S. Paulo.

O texto, redigido em primeira pessoa, detalha a mobilização do Ministério da Justiça em resposta à “preocupação” manifestada por Torres em relação ao Nordeste, em particular à Bahia, estado onde o presidente Lula (PT) obteve mais de 72% dos votos válidos, o segundo maior percentual do país.

Essa nota estava armazenada no aplicativo de bloco de notas do celular de Marília, e foi entregue pela Apple à CPMI do 8 de janeiro. Não é possível determinar a data exata em que o texto foi escrito, mas o relatório da Apple indica que as cinco notas do celular estão datadas entre 31 de dezembro de 2021 e 18 de agosto deste ano.

“Havia uma preocupação do ministro com o Nordeste e ele falava muito na Bahia, pois havia visto no mapa com o planejamento do primeiro turno que havia muito pouca distribuição de equipes no interior da Bahia. Desde antes do primeiro turno a DINT [Diretoria de Inteligência] recebia dezenas de vídeos e postagens de pessoas, a maioria delas fake news, sobre compra de votos e ligação do PT com facções criminosas. Toda notícia ou informe que chegava, tentávamos fazer a confirmação, pedindo o BO [boletim de ocorrência] ou consultando o centro de inteligência respectivo. Então, algo que estava arraigado ali na SEOPI [Secretaria de Operações Integradas do ministério] era essa relação do PT com compra de votos, e sempre comentávamos sobre isso”, diz o texto, que na sequência revela: “havia uma certa pressão para que eu fizesse um relatório que indicasse a relação do PT com facções criminosas, pois havia alguns indicativos disso, mas não fizemos porque não havia comprovação”.

Marília e Torres estão no centro das investigações que visam esclarecer se a Polícia Rodoviária Federal (PRF) organizou numerosas blitze durante o segundo turno das eleições com o intuito de prejudicar eleitores do PT e favorecer Jair Bolsonaro (PL). A Polícia Federal (PF) suspeita que a operação tenha sido concebida a partir de um levantamento realizado por Marília, identificando os locais onde Lula obteve mais de 75% dos votos no primeiro turno. Desde agosto, Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, encontra-se detido preventivamente.

Vídeo: Lula e Janja alfinetam Bolsonaro ao divulgar foto e vídeo de nova ninhada de emas no Alvorada

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva alfinetou nesta sexta-feira (6) seu antecessor, Jair Bolsonaro, ao postar nesta sexta-feira (6) a foto da nova ninhada de emas que nasceu no Palácio do Alvorada. Lula segue em repouso após cirurgias de quadril e nas pálpebras na semana passada.

Com foto do fotografo oficial do presidente, Ricardo Stuckert, Lula lembrou o episódio em que Bolsonaro ofereceu aos animais uma caixa de cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra covid-19, em meio à pandemia, em 2020.

“A sexta-feira começou com novas moradoras aqui no Alvorada! Doze filhotinhos de ema nasceram e, nos próximos dias, vão ganhar uma área especial pra crescerem bem e saudáveis. Hoje de manhã elas comeram couve e passearam pelo jardim, já estão se sentindo em casa. Sejam bem-vindas!”, escreveu Janja ao divulgar um vídeo em que aparece alimentando as aves.

Reparação histórica: Governo publica sentença que culpa Estado por torturar e assassinar o jornalista Vladimir Herzog durante ditadura

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC)publicou a íntegra da sentença condenatória de março de 2018, da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que responsabilizou o Estado brasileiro pela detenção arbitrária, a tortura e o assassinato do jornalista Vladimir Herzog, em outubro de 1975, em uma cela do Departamento de Operações de Informação — Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), subordinado ao Exército Brasileiro.

O DOI-CODI, ativo no período da ditadura militar no país (1964-1985), é considerado um dos principais centros de torturas e assassinatos de pessoas consideradas opositoras ao regime ou investigadas pelos militares.

A corte internacional condenou o Brasil a uma série de medidas. Em nota, o Ministério respondeu à reportagem da Agência Brasil que entre as medidas determinadas pela CIDH está a publicação da decisão internacional no Diário Oficial da União. A portaria foi publicada dia 29 de setembro, um mês antes de a morte do jornalista conhecido como Vlado completar 48 anos.

A nota à imprensa esclarece que o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, determinou a retomada dos casos de condenações internacionais, o que vem sendo feito desde o início do ano para cumprir as sentenças pendentes.

“O Estado brasileiro seguirá realizando esforços para avançar na implementação de cada caso e considera o cumprimento deste ponto da sentença uma manifestação importante sobre o compromisso com a democracia, o estado de direito, a proteção de jornalistas e a liberdade de expressão.”, esclarece a nota do MDHC.

Neste ano, o ministro Silvio Almeida já realizou audiência com representantes de organizações em defesa dos direitos humanos e parentes dos perseguidos políticos pelo Estado brasileiro, com o objetivo de retomar as ações de reparação da memória e justiça social às vítimas.

Condenação do Brasil
Além de reconhecer a responsabilidade do Estado brasileiro pela detenção arbitrária, tortura e assassinato de Vladimir Herzog e pela dor de seus familiares, a CIDH considerou que o país é responsável pela falta de investigação, de julgamento e de punição dos responsáveis pela tortura e pelo assassinato do jornalista, bem como pela aplicação da Lei de Anistia ( 6.683/1979) no caso. O Tribunal também responsabilizou o Brasil pela violação dos direitos a conhecer a verdade e a integridade pessoal dos familiares de Vladimir Herzog. As vítimas são a esposa, Clarice Herzog; a mãe, Zora Herzog; e os filhos Ivo Herzog e André Herzog.

Na sentença, a Corte Interamericana de Direitos Humanos também recomendou ao Estado brasileiro realizar uma investigação judicial completa e imparcial dos fatos, a fim de identificar e punir penalmente os responsáveis por essas violações, e publicar os resultados dessa investigação.

O Estado deverá considerar que os crimes de lesa-humanidade são imprescritíveis e não podem ser anistiados. E mais, a chamada Lei de Anistia e outras disposições do direito penal brasileiro não podem continuar representando um obstáculo para a ação penal contra graves violações de direitos humanos.

Ainda deve ser oferecida a reparação aos familiares de Vladimir Herzog, com os devidos tratamento físico e psicológico e a realização de atos de importância simbólica, com o objetivo de evitar a repetição de casos como o de Vlado.

O processo foi iniciado na corte internacional em julho de 2009, após o caso ser apresentado pelo Grupo Tortura Nunca Mais, de São Paulo; pelo Centro pela Justiça e o Direito Internacional (CEJIL); pela Fundação Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos (FidDH); e pelo Centro Santos Dias, da Arquidiocese de São Paulo.

Vladimir Herzog
Vlado Herzog nasceu em 1937, em Osijek, antiga Iugoslávia, atual Croácia. Ele se naturalizou brasileiro e iniciou a carreira de jornalista em 1959. Em 1975, Vladimir Herzog dirigia o jornalismo da TV Cultura, depois de ter passado pelas redações do jornal O Estado de S. Paulo, da revista Visão; e da BBC, em Londres (UK). Herzog ainda foi professor de telejornalismo na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e na Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA-USP).

De acordo com Instituto Vladimir Herzog (IVH), organização da sociedade civil criada em 2009 para celebrar o legado de Herzog, agentes do Exército convocaram Vlado, em 24 de outubro de 1975, para prestar depoimento sobre supostas ligações dele com o Partido Comunista Brasileiro (PCB).

No dia seguinte, Vlado compareceu espontaneamente ao prédio do DOI-CODI, no bairro do Paraíso, em São Paulo. No local, foi preso com mais dois jornalistas: George Duque Estrada e Rodolfo Konder.

Em depoimento, Vlado teria negado qualquer relação com o PCB. Os outros dois jornalistas, que estavam no mesmo prédio do Exército, testemunham que ao serem levados para um corredor, escutaram a ordem para que trouxessem a máquina de choques elétricos.

Vladimir Herzog nunca mais foi visto com vida. A versão oficial do Estado brasileiro à época, apresentada pelos militares, foi a de que o preso teria se enforcado com um cinto, nas grades de uma das celas do DOI-CODI.

Uma foto do jornalista morto na cela, de autoria do fotógrafo Silvaldo Leung Vieira, foi divulgada e a veracidade da imagem foi questionada pela sociedade, desde então. Em depoimento à Comissão da Verdade do Estado de São Paulo, da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, em 2013, o fotógrafo disse aos vereadores que era estudante de um curso de fotografia da Polícia Civil e não se sentiu cúmplice da mentira contada pelos militares. Ele também disse ter percebido a farsa, no cenário que teria sido montado para o registro fotográfico. A família de Herzog discordou da versão de não cumplicidade apresentada por Silvaldo.

Em 2016, na representação feita à Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), os familiares do jornalista assassinado apontaram a violação de direitos, em razão da falsa versão de suicídio e da ocultação de informação sobre este caso.

Em março de 2013, em uma audiência da Comissão Nacional da Verdade, em São Paulo, a família de Vladimir Herzog recebeu, uma segunda certidão de óbito do jornalista. No novo documento, passou a constar como causa da morte de Herzog “lesões e maus tratos”, o que substituiu, formalmente, a versão de “asfixia mecânica”, divulgada pela ditadura militar à época.

*Com informações da Agência Brasil.

 

Internações por Covid em São Paulo aumentam 35%

Doença passou a atingir mais pessoas nas últimas semanas, segundo professor.

Dados levantados pela plataforma SP Covid-19 InfoTracker —criada por pesquisadores da USP e da Unesp com apoio da Fapesp para acompanhar a evolução da pandemia— mostram um aumento de 35% no total de hospitalizados por Covid-19 no estado de São Paulo.

As informações levam em conta as enfermarias e UTIs públicas e privadas.

Em 5 de setembro, 665 pacientes estavam internados por Covid-19 no estado. Na última terça (3), o total subiu para 896.

Quanto à média móvel de internações, o número ficou estável –101 e 102 nos dias 5 e 12, respectivamente—, mas depois cresceu. No dia 19, chegou a 108. Em 26 de setembro, passou a 126 e, na última terça, chegou a 139, segundo a Folha.

A média móvel permite analisar se o número tem aumentado ou diminuído ao longo das semanas.

Na opinião do professor Wallace Casaca, coordenador da plataforma, o cenário mostra que a tendência de alta deverá permanecer ao menos nas duas próximas semanas.

“A doença passou a acometer as pessoas em ritmo mais acelerado nas duas últimas semanas de setembro, indicando uma intensificação na transmissão da Covid no país, possivelmente reflexo da circulação de novas subvariantes ômicron”, diz Casaca.

“Se houver novas subvariantes com alto potencial de transmissão, haverá novos repiques. Daí a importância da vacinação para evitar manifestações mais severas da doença”, afirma o docente. “Embora menos crítico do que em anos anteriores, o momento atual requer precauções como evitar contato por longos períodos com pessoas com sintomas gripais, vacinação e uso de máscaras em locais fechados com grande trânsito de pessoas.”

Apesar da curva ainda ascendente, os números não superaram os registrados no dia 24 de novembro de 2022, quando a média móvel de novas internações estava em 476, com 3.222 hospitalizados.

A atuação de Moro nas propostas do Senado que atingem o poder do STF

Sergio Moro será um dos senadores que apoiarão o avanço da proposta que visa estabelecer um mantato fixo para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-juiz da Lava-Jato disse à coluna que é a favor da mudança para os magistrados que ingressarem no Supremo.

— Sou a favor de mandatos para novos ministros. Não é retaliação, é uma questão que vem sendo debatida há muito tempo. As cortes constitucionais de muitos países, inclusive europeus, têm essa formatação — disse o senador.

Moro afirmou também que, quando o texto for submetido ao plenário do Senado, votará a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita decisões monocráticas e pedidos de vista em tribunais superiores.

— Não votei, pois estou em missão fora do país, mas votarei favoravelmente no plenário. (A proposta) só reforça a colegialidade, o que é defendido pelos próprios ministros do STF — disse Moro à coluna. O senador está nos Estados Unidos.

Na quarta-feira, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, em apenas 42 segundos, o texto que proíbe a decisão monocrática de ministros para conceder liminar em casos que envolvam o presidente da República e os presidentes das Casas Legislativas, diz Bela Megale, O Globo.

Como informou a coluna, lideranças do Senado, inclusive alinhadas ao governo Lula, classificam as iniciativas do Congresso para limitar os poderes do STF como um “caminho sem volta”.

Nesta quinta-feira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou ver maioria na Casa favorável à proposta de mandato fixo e à PEC sobre decisões monocráticas.

Moro e o STF

Ex-ministro da Justiça e ex-juiz da Lava-Jato, Sergio Moro é desafeto declarado entre alguns ministros do Supremo, como o decano Gilmar Mendes.

No mês passado, uma decisão do ministro Dias Toffoli também determinou a investigação de Moro e de ex-membros da força-tarefa de Curitiba por atuações na Lava-Jato. Outra ação que foca o senador no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

 

Vídeo: Moro entrega a rapadura, ‘se cometi crime, já prescreveu’

Depois de levar uma chinelada de Daniela Lima, na GloboNews, Moro facilitou o trabalho da jornalista dizendo que, se tivesse cometido aqueles crimes, que Daniela provou que ele cometeu, eles já estariam prescritos.

O cavalo de pau que Moro deu na prosa com Daniela Lima, saiu no susto, mas foi uma inequívoca confissão de que sim, estava textualmente provado e que o imprudente achou que, trazendo respostas ensaboados, como um velho malandro agulha, conseguiria inspirar respeito, seja lá de quem.

O fato é que Sergio Moro se encrenca mais a cada dia que passa quando tenta suprimir provas de seus crimes, achando que, torcer o nariz para o que está para lá de provado, resolve alguma coisa em seu benefício.

A verdade é que Daniela Lima fez picadinho de Moro e acabou forçando, ainda que de boca torta, a confessar seu crime.

“Acho que é Posto 2”. Gravação interceptada pela polícia sugere que traficante confundiu médico com miliciano e orientou assassinos

Um áudio ao qual os investigadores tiveram acesso reforça a linha de investigação divulgada em primeira mão pela Agenda do Poder: a de que um dos médicos assassinados na madrugada desta quinta-feira (5), em um quiosque na Barra da Tijuca, foi confundido com Tailon de Alcântara Pereira Barbosa, filho de Dalmir Pereira Barbosa, apontado como um dos chefes da milícia de Rio das Pedras, segundo o G1.

Na gravação telefônica, interceptada pela força-tarefa da Polícia Civil que investiga a guerra na região, um homem diz: “Acho que é Posto 2, v…”., seguido de uma resposta que não é possível compreender.

Segundo os investigadores, a voz seria do traficante Juan Breno Malta, o BMW, braço-direito de Philip Motta, o Lesk, que era miliciano da Gardênia Azul e migrou para o Comando Vermelho na tomada da região pelo tráfico. Ele teria recebido a informação de que Taillon estava no Quiosque do Naná e estava tentando indicar onde ficaria na Avenida Lúcio Costa, local do crime.

O Quiosque do Naná, na verdade, fica entre os postos 3 e 4, em frente ao Hotel Windsor, onde os médicos estavam hospedados para um congresso internacional de ortopedia.

A comunicação interceptada foi feita pouco antes do crime, o que junto com outros indícios levou a polícia a suspeitar de que o alvo era Taillon.

Julgamento de três ações contra Bolsonaro e Braga Netto está marcado para a próxima terça (10)

O julgamento de três ações de investigação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o general Braga Netto, seu candidato a vice nas últimas eleições, ocorrerá na próxima terça-feira (10). A decisão foi anunciada neste quintaa-feira (5) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A inclusão em pauta atende a um pedido do ministro Benedito Gonçalves, relator das ações que apuram possíveis irregularidades no suposto uso, pela chapa de Bolsonaro, de sedes do governo federal para atos de campanha eleitoral.

O julgamento deverá inclui a exposição de argumentos das partes, do Ministério Público Eleitoral e os votos de cada ministro. Cabe recurso dentro do próprio TSE, qualquer que seja a decisão.

As ações foram apresentadas pelo PDT e pela coligação que apoiou a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro e Braga Netto foram acusados de abuso de poder político, desvio de finalidade e conduta proibida a agentes públicos nas eleições. Este tipo de ação pode levar à inelegibilidade dos investigados.

Foram questionados as coletivas de imprensa realizadas no Palácio da Alvorada, em que governadores declararam apoio eleitoral ao então presidente da República, e as transmissões ao vivo nas redes sociais com conteúdo eleitoral nos palácios do Planalto e da Alvorada, segundo o G1.

Na última terça-feira (3), Ministério Público Eleitoral defendeu a rejeição dos pedidos.

O parecer é assinado pelo vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gustavo Gonet Branco. Para o MP Eleitoral, não há elementos que apontem que os eventos tiveram “impacto substancial” sobre a legitimidade das eleições, que é um requisito para concluir pela condenação.

A decisão sobre as três ações caberá ao plenário do TSE. O parecer do MP não vincula a decisão dos ministros, ou seja, os magistrados não são obrigados a seguir o posicionamento do MP Eleitoral.

As defesas dos políticos do PL pedem a rejeição da ação por considerar que não houve irregularidades. Os autores da ação reiteraram os pedidos de condenação.

Bolsonaro já foi condenado a oito anos de inelegibilidade por decisão do TSE de junho deste ano, em uma ação sobre irregularidades na transmissão de reunião do ex-presidente com embaixadores, na qual ele levantou suspeitas infundadas sobre o processo eleitoral.

Senadores discutem votar fim da reeleição até o fim do ano

Em reunião de líderes nesta quinta-feira, senadores entraram em um consenso para colocar em votação até o fim deste ano a proposta de emenda constitucional que estipula o fim da reeleição e o mandato de cinco anos para presidente, governadores, prefeitos. Nos próximos dias, Rodrigo Pacheco deve escolher um senador para relatar essa PEC na casa.

Na semana passada, Pacheco já havia sinalizado a intenção de discutir esse assunto durante um evento no Rio de Janeiro. Lá, ele se posicionou contrário à reeleição, defendeu o aumento do tempo de mandato e concomitância de eleições estaduais e nacionais com as municipais e afirmou que o Senado estava “muito ávido” para debater esse tema.

No Rio, na Conferência Hemisférica de Seguros da Fides (Federação Interamericana das Empresas de Seguros), Pacheco disse:

— Eu indago o instituto da reeleição no poder Executivo: fez bem ao Brasil? A minha percepção é de que não foi bom para o país. Quando se coloca no colégio de líderes, todos tendem a acreditar que o fim da reeleição seja bom para o Brasil.

Há uma preocupação em alongar os mandatos de quatro para cinco anos e em ajustar para que todas as eleições gerais ocorram de forma simultânea. Quando tratou do assunto, Pacheco avaliou que as mudanças seriam importantes para frear um “estado eleitoral permanente”. Ele afirmou:

— A conveniência da popularidade do mandatário, a instituição do voto e a instituição da eleição resultará em um estado eleitoral permanente. Aquele mandatário que tem a oportunidade de governar e, por vezes, deixa de tomar medidas por vezes antipáticas em função da reeleição, pela perspectiva de ter votos — afirma. — A reeleição acaba sendo um instituto que inibe a autonomia e o dever que tem o mandatário de tomar as decisões.

A discussão na reunião de líderes é para que essa proposta, assim como a outra que limita o mandato de ministros do Supremo, se aprovada, passe a valer somente a partir de 2030. Isso daria um longo período de transição da aprovação da matéria à efetivação da medida.