Ano: 2023

Moro colocou policial infiltrado em escritório de colaborador

Decisão ainda revela salas com “escutas de longo alcance”; presidente do TCE teria sido grampeado; Moro diz que “nunca foi solicitado gravações de autoridades com foro”.

Em decisão do dia 15 de dezembro de 2004, que sucedeu a assinatura do acordo de colaboração do ex-deputado estadual do Paraná, Tony Garcia, o ex-juiz Sergio Moro determinou que fossem instaladas escutas no escritório do empresário e que um policial federal atuasse infiltrado no local, como se fosse secretário de Tony.

Segundo o ex-deputado informou ao Supremo, essa estrutura permitiu que ele grampeasse autoridades com foro, como o então presidente do Tribunal de Contas do Estado no ano de 2005.

Em nota ao g1 e à GloboNews, Moro disse que nenhuma autoridade com foro foi investigada e que jamais solicitou tais gravações. Veja no final da reportagem.

O detalhamento do aparato fornecido a Tony, que diz ter sido usado por Moro para levantar informações sobre ministros do STJ, conselheiros do TCE e também desembargadores do TRF-4, está detalhado em decisão do ex-juiz.

Na decisão, Moro escreve que, para o andamento das investigações que começariam em 1º de fevereiro de 2005 seria necessário:

“a) instalação de equipamento de escuta ambiental, preferivelmente áudio e vídeo, com capacidade para gravação por períodos longos, em duas salas e em estabelecimentos distintos”.
“b) A provável utilização, por um período de cerca de seis meses de agente policial infiltrado como secretário de escritório de prestação de serviços”.

Moro, por fim, explica que “as medidas visam à investigação de crimes de colarinho branco provavelmente cometidos por agentes políticos e públicos”.

Nas declarações prestadas agora que trava uma batalha contra o ex-juiz no Supremo, Tony afirmou que esse aparado permitiu que ele grampeasse, por exemplo, o então presidente do Tribunal de Contas do Estado, por mais de uma hora.

Ainda segundo disse aos investigadores que atuam com o ministro Dias Toffoli, o conteúdo dos grampos era entregue “em mãos” para Moro, sem passar inclusive pelo Ministério Público antecipadamente.

Presidentes de Tribunais de Contas têm foro de prerrogativa de função no Superior Tribunal de Justiça.

Moro diz que Tony Garcia é um criminoso condenado, que mente às autoridades. “Tony Garcia é um criminoso condenado. Não existe, nem nunca existiu gravação de magistrado, nem nunca foi solicitado dele gravações de autoridades com foro”, diz o ex-juiz e hoje senador.

“As suspeitas eram principalmente de tráfico de influência, de terceiros que haviam pedido dinheiro a pretexto de entregá-los a autoridades sem que essas participassem dos ilícitos”, diz Moro. Como mostrou o g1, ele conduziu depoimentos sobre integrantes do STJ e outras cortes.

“Uma das pessoas investigadas, aliás, foi condenada exatamente por este crime. Nenhuma autoridade com foro foi investigada. É oportuno lembrar que os depoimentos foram colhidos perante a autoridade judiciária com a presença de representante do Ministério Público e de defesa.”

O ex-juiz conclui dizendo que “vale ressaltar que esses fatos ocorreram em 2004 e 2005, portanto, há mais de 17 anos”.

Veja íntegra da nota de Sérgio Moro

“Tony Garcia é um criminoso condenado. Não existe, nem nunca existiu gravação de magistrado, nem nunca foi solicitado dele gravações de autoridades com foro. As suspeitas eram principalmente de tráfico de influência, de terceiros que haviam pedido dinheiro a pretexto de entregá-los a autoridades sem que essas participassem dos ilícitos. Uma das pessoas investigadas, aliás, foi condenada exatamente por este crime. Nenhuma autoridade com foro foi investigada. É oportuno lembrar que os depoimentos foram colhidos perante a autoridade judiciária com a presença de representante do Ministério Público e de defesa. Vale ressaltar que esses fatos ocorreram em 2004 e 2005, portanto, há mais de 17 anos.”

*Reportagem de Daniela Lima/G1

Dino anuncia R$ 20 milhões para Bahia e autoriza Força Nacional no RJ

Com custo estimado em R$ 900 milhões, pacote contra crime organizado foca integração e redes de informação.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública lançou nesta segunda-feira (2) um pacote de medidas para tentar frear a ação do crime organizado no país.

Na apresentação, o ministro Flávio Dino afirmou que planejar políticas para a segurança pública “não prescinde da ação imediata”, rebatendo recentes cobranças de políticos e especialistas dirigidas à pasta comandada por ele desde janeiro, diz a Folha.

Batizada de Enfoc (Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas), a iniciativa tem como um dos objetivos promover integração institucional e de redes de informação.

A estimativa do governo é de gasto de R$ 900 milhões até 2026, e um plano de ação será apresentado nos próximos 60 dias.

Durante a cerimônia, o ministro assinou portaria para liberar R$ 20 milhões para o estado da Bahia e autorizar uso da Força Nacional no Rio de Janeiro.

Novas reuniões delatadas por Mauro Cid geram apreensão em Bolsonaro e seu entorno

Antigos membros do governo Bolsonaro e o ex-presidente já foram alertados que outros encontros para debater temas nada republicanos fazem parte do acordo do ex-ajudante de ordens. Entre os assuntos tratados nessas conversas com máximo sigilo estão acusações de fraudes nas urnas e ações para explorar o tema.

A Polícia Federal passou a fazer diligências para comprovar os relatos de Mauro Cid. Uma delas é a solicitação de todas as pessoas que entraram no Palácio do Alvorada nos últimos quatro meses do governo Bolsonaro. Em depressão e com uma ferida na perna, o ex-presidente deixou o Alvorada poucas vezes após sua derrota para Lula.

Foi nesse período que aconteceu o encontro de Bolsonaro com os comandantes das Forças Armadas para debater um golpe, conforme revelado pela coluna de Bela Megale, O Globo.

Outra frente que vem sendo usada pelos investigadores para corroborar a delação de Mauro Cid são mensagens de celulares. A PF faz um pente-fino não só no aparelho do tenente coronel, mas em telefones como o de seu pai, o general Mauro Lourena Cid, e os quatro celulares do advogado Frederick Wassef.

Se as conversas dos aparelhos irem contra os relatos de Cid, ele corre risco de perder os benefícios de seu acordo.

CGU aponta que Governo Bolsonaro pagou mais de R$ 6 milhões por sistema de monitoramento de carros-pipa que já havia sido comprado

A Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou um relatório detalhando desvios milionários em um contrato de R$ 82 milhões do Ministério do Desenvolvimento Regional durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

Segundo a coluna Radar, da revista Veja, a gestão bolsonarista adquiriu um “sistema informatizado” para monitorar a operação de carros-pipa no Nordeste, resultando em um pagamento de mais de R$ 6 milhões. “O programa, descobriu a CGU, era o mesmo que o ministério já havia comprado anos atrás por 900.000 reais. Só nessa brincadeira, os investigadores estimam prejuízos de 10 milhões de reais aos cofres públicos”, destaca a reportagem do 247.

O relatório da CGU também aponta uma série de irregularidades na licitação, além de possíveis direcionamentos para empresas específicas.

 

Anielle no alvo: a indignação dos brancos estampada nos jornais

Marina Amaral – Posts impróprios de assessora detonam bombardeio contra ministra negra na imprensa.

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Não era para tanto. Desde que a ministra Anielle Franco pegou um avião da FAB de Brasília para São Paulo no domingo passado, uma cobertura intensa – negativa – deu ares de escândalo ao que deveria ser apenas a assinatura de um protocolo de ações entre o governo federal e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pelo combate ao racismo no esporte. No Estadão, jornal mais aguerrido nas denúncias à ministra, foram mais de 20 conteúdos publicados nos quatro últimos dias.

É verdade que a ministra e, principalmente, os posts desbocados de sua jovem assessora ajudaram a atiçar a fogueira, mas Anielle foi sumariamente condenada em colunas, editoriais e reportagens com títulos duvidosos, mesmo depois de ter demitido a funcionária que se excedeu em seu perfil pessoal e pedido desculpas ao presidente do São Paulo.

O desequilíbrio fica evidente quando se compara o tratamento reservado a outros ministros.

As críticas se voltaram contra Anielle, primeiro, por ela ter utilizado um avião da FAB para ir ao evento – exatamente como fez o seu colega do Ministério do Esporte, André Fufuca, sem despertar alvoroço. Viajavam a serviço, uma das situações previstas para o uso das aeronaves da FAB por autoridades; nada que se compare a levar a família para passear, como vimos tantas vezes no governo Bolsonaro. Mas, enquanto a viagem de Fufuca passou em brancas nuvens, o lide da primeira matéria sobre o tema, publicada na manhã de segunda-feira no Estadão, cravava: “A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, viajou de Brasília a São Paulo em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e acompanhou a final da Copa do Brasil entre São Paulo e Flamengo no Morumbi neste domingo, 24. Anielle é flamenguista” (negrito meu).

Como se tivesse sido esse o motivo para Anielle comparecer ao ato com a presença de três ministros e do presidente da CBF, o que só aparece – e da seguinte maneira – no segundo parágrafo: “De acordo com a ministra, em vídeo divulgado nas redes sociais, ela foi ao estádio para assinar uma ação do governo federal que tem por objetivo combater o racismo no esporte”.

Ora, o evento – oficial e público – foi anunciado nos sites do governo e no da CBF; não faz sentido atribuir essa informação à ministra, como se fosse uma declaração, e não um fato, soando como pretexto. Ela pegou o avião da FAB para torcer pelo Flamengo foi o resumo da ópera, como captaram as redes sociais, utilizando-se também de uma brincadeira que fez a ministra, exatamente com o fato de ser torcedora do time carioca.

Quando Anielle tentou se defender, dizendo que não compreendia por que estava sendo questionada por pegar o avião da FAB a serviço, foi tachada de arrogante. Ao dizer que havia deixado as filhas para trabalhar no domingo, um problema real para todas as mães que já tiveram que fazer plantão, acirrou a fúria do “pauliste” O Estado de S. Paulo, como mostra este trecho do editorial de quarta-feira passada: “A sra. Anielle Franco ainda teve a audácia de recorrer à maternidade, um ponto sagrado para a sociedade brasileira, para justificar seu erro. ‘Precisei abrir mão de estar com a minha família e minhas duas filhas em um domingo para ir trabalhar. Quem tem filhas pequenas consegue entender o peso disso’, escreveu a ministra, como se fosse a mãe mais atarefada do País naquele domingo”.

Àquela altura, a assessora, que chamou a torcida do São Paulo de “branca, que não canta, descendente de europeu safade, tudo de pauliste” em um post, já havia sido demitida e Anielle tinha telefonado para o presidente do clube paulista para pedir desculpas pelas bobagens postadas pela funcionária. Mas nem a exoneração da assessora nem o reconhecimento do erro por ela cometido acalmaram a “sensibilidade branca”.

Na quinta-feira, uma reportagem no Estadão com título exagerado voltou a dar munição às redes vorazes por polarização. Um de seus expoentes, o deputado Kim Kataguiri, chegou a pedir a convocação da ministra à Comissão de Fiscalização do Congresso para explicar os “gastos de viagem” de sua pasta. Com o título: “Ministério da Igualdade Racial, de Anielle Franco, gastou metade da verba de 2023 com viagens”, a reportagem mostrava que a pasta empenhou R$ 6,1 milhões da verba de uso livre do ministério em viagens; que tem um total de R$ 12,5 milhões empenhado neste ano. E fazia questão de citar o nome da ministra, como recomendam as práticas de SEO, para rodar mais na internet.

Coloquei em negrito a que verba o jornal se refere porque o orçamento total do ministério para este ano é de R$ 109 milhões, informação que aparece no fim da reportagem. Quantos prestaram atenção?

Também não há na reportagem comparação com a verba gasta por outros ministérios em relação ao orçamento – segundo o repórter Renato Souza, do Correio Braziliense, o Ministério da Igualdade Racial é o que menos gastou neste e nos governos anteriores. De acordo com dados do Portal da Transparência, o Ministério da Defesa gastou, por exemplo, R$ 100 milhões e o das Comunicações, R$ 11 milhões.

Certo, o orçamento da pasta que tem a missão de combater o racismo é um dos menores da Esplanada, mas não há como saber se houve despesas proporcionalmente excessivas sem analisar caso por caso. O que sabemos é que Anielle é uma das quatro mulheres não brancas entre 37 ministros (as outras são Marina Silva, Sônia Guajajara e Margareth Menezes), é irmã de Marielle Franco, um dos símbolos do movimento negro contemporâneo, e talvez mais transparente do que seria seguro no país da hipocrisia machista e racista.

Mais do que o suficiente para que a imprensa seja mais cuidadosa com títulos e adjetivos que alimentam congressistas de extrema direita e odiosos memes e ofensas – estes sim, perigosos – contra as irmãs Franco e o movimento negro nas redes sociais. O racismo está ali, estampado, nos comentários dos posts que trazem as notícias dos jornais.

Organizador de motociatas diz que Bolsonaro ‘enganou a todos’, rompe com ex-mandatário e convida Lula e Alckmin para passeio de moto

O empresário Jackson Vilar, organizador de motociatas com Jair Bolsonaro em São Paulo, rompeu com o ex-presidente e tem se dedicado a criticar bolsonaristas em suas redes sociais. Agora ele quer organizar um passeio de moto com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Vilar é idealizador do “Acelera para Cristo”, evento que reuniu milhares de motociclistas em 2021 e 2022 em São Paulo, com presença de Bolsonaro e a cúpula do então governo e da base aliado no Congresso. O ex-presidente popularizou esse tipo de agenda durante seus anos na Presidência e foi criticado pelo gasto de dinheiro público com os eventos em tom de comício, fora da campanha eleitoral.

Ao jornal O GLOBO, Vilar afirmou que enviou um e-mail para a Presidência da República convidando Lula e Alckmin para a motociata que ele pretende organizar em 2024. O empresário diz que o evento não tem vínculo partidário e que deixou de apoiar Bolsonaro por conta das “mentiras dele”.

— A verdade está aparecendo. Bolsonaro nunca foi cristão. Enganou a todos, principalmente os evangélicos. Mas agora estão acordando — declarou.

Ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten compartilhou neste domingo um vídeo em que Vilar aparece numa foto com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, atribuindo a virada de posição a “oportunismo”. Wajngarten escreveu: “inacreditável. Bom para a gente aprender também”, referindo-se a escolher melhor de quem se aproximar. A peça traz a imagem de um capacete com a estrela do PT e o 13, número de urna da sigla.

Na última semana, Vilar debochou da declaração da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), segundo quem seu marido Aginaldo Oliveira seria um “homem negro”, publicou um vídeo elogioso a Lula e chamou o pastor Silas Malafaia de “bajulador do falso messias”, em referência a Bolsonaro, cujo nome do meio é Messias.

No auge do apoio a Bolsonaro, Vilar tinha uma conta no Instagram com 53 mil seguidores. Ele a apagou e criou outra, que tem hoje mais de 9 mil seguidores.

Por conta indicação de Dino para o STF, Bolsonaro e Valdemar batem de frente

O que corre a céu aberto, como lei, pelo dono do PL, é que Valdemar da Costa Neto está exigindo que o partido aprove a possível indicação de Flávio para o STF.

Por outro lado, sem qualquer lubrificante, Bolsonaro e seus filhos se colocaram frontalmente contra Valdemar, com Bolsonaro instruindo a tropa do PL para votar contra Dino.

O problema é que Bolsonaro não está em condições de brigar com ninguém, pois é um derrotado, o primeiro presidente da história do Brasil a não se reeleger, mesmo com a máquina nas mãos e, sobretudo, com gastos criminosos, extraído dos cofres públicos para bombar sua campanha.

Ou seja, o sujeito saiu do baixo clero, mas o baixo clero não saiu dele.

Já Valdemar, é mais que cacique, é o dono do partido do qual Bolsonaro depende.

Flávio Bolsonaro já deu declarações públicas de que não seguirá o dono do partido e votará contra Dino, como quer seu pai.

O fato é que Bolsonaro está precisando de tudo nesse momento em que vive um inferno pessoal, menos perder o único reduto político que lhe resta.

A conferir.

Urgente! Deputada estadual do Rio, Lucinha, é sequestrada em seu sítio na região de Campo Grande

A escalada da violência nos últimos dias atingiu a uma parlamentar da Assembleia Legislativa. A deputada estadual Lucinha foi vítima de assalto, seguido de sequestro, praticado por um grupo de bandidos que, na madrugada deste domingo, invadiu seu sítio, no Rio da Prata em Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Os assaltantes renderam os seguranças da deputada, que foram surpreendidos com chegada relâmpago do bando. Todos foram imediatamente desarmados e ameaçados pelo bando, diz o Agenda do Poder.

Em seguida, o grupo criminoso obrigou Lucinha a dirigir o próprio veículo, fazendo-a de refém, para que pudesse se evadir em segurança. Segundo informações do 40ª BPM (Campo Grande), a deputada foi obrigada a se deslocar até a Vila Kennedy, base operacional da facção Terceiro Comando Puro

A deputada Lucinha já foi liberada; está em sua casa, fora de qualquer perigo. A parlamentar teria se colocado à frente da equipe de segurança, oferecendo para ser levada a fim de evitar um revide após a saída dos marginais.

No grupo de deputados da Alerj, o presidente Rodrigo Bacellar informou os colegas sobre o assalto, tranquilizando-os a respeito do desfecho do caso.

“Foi um susto mas Graças a Deus resolvido rápido. Queria ressaltar a coragem dela em se colocar à frente da equipe dela para ser levada. Deus te abençoe Lucinha. Vamos combater isso”, escreveu Bacellar.

Estado do Nordeste impressiona e dispara atividade industrial em 50%

No estado do Rio Grande do Norte, a atividade industrial apresentou um aumento de 9,8% até o último dia de julho em comparação ao mesmo período do ano anterior, marcando a maior taxa de crescimento entre os estados brasileiros no acumulado de 2023. Durante o mês de julho, o estado também se destacou a nível nacional, registrando um impressionante crescimento de 50,7% em relação ao mesmo mês de 2022.

Essas conclusões provêm de uma análise conduzida pelo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), baseada em dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Banco do Nordeste (BNB) alocou um total de R$ 119,4 milhões para o setor no estado potiguar nos primeiros sete meses do ano. A instituição de desenvolvimento regional está a um passo de atingir a previsão orçamentária para o ano, estipulada em R$ 134,6 milhões.

De acordo com Jeová Lins de Sá, superintendente do BNB, a instituição está plenamente preparada para atender à demanda por crédito do setor. “Estamos em estreita colaboração com a Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern) e, diante deste crescimento, temos planos de mais do que dobrar os recursos em 2024. Na reunião setorial de programação do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) que ocorrerá na quinta-feira, dia 28, na CDL Natal, pretendemos fechar e anunciar este número”, revela.

A atividade industrial no Rio Grande do Norte vem apresentando um crescimento praticamente ininterrupto ao longo do ano, marcando alta pelo sexto mês consecutivo. Segundo análise do IBGE, esse avanço é atribuído ao desempenho positivo da atividade de derivados do petróleo, que registrou um crescimento de 20,8% no ano. A indústria de transformação no Estado, com um aumento de 18,8%, também evidenciou progresso em outras atividades, incluindo alimentos (18,3%) e confecções (5,1%).

O IBGE também ressalta uma queda significativa de -20,1% na indústria extrativa. Para uma análise detalhada, o estudo completo está disponível gratuitamente no Informe Macroeconômico número 108, acessível no espaço do Etene no portal do Banco do Nordeste.

*Do Portal NE9

A glamourização da violência começa na Globo, passa por Moro e chega a Bolsonaro

Que Bolsonaro praticou o que se chama de necropolítica, ou seja, a política da morte, em plena democracia, na cara de todos, ninguém tem dúvida.

A questão é, como ele chegou lá e passou a atacar os poderes da República, glamourizando a violência do estado contra o cidadão?

Esse tema terá que ser intensamente debatido, até porque ele revela uma fragilidade moral das próprias instituições do Estado cooptadas por aqueles que “mandam” que, além de não representar os que “não mandam”, passam a ser instrumento de opressão em benefício da oligarquia brasileira.

Ou seja, as instituições do Estado passam a ser os principais cães de guarda do poder do dinheiro.

Por isso, quando neste sábado, surgiu a notícia de mais um capítulo da operação spoofing, revelando a promiscuidade entre a Lava Jato e colunistas da grande mídia, citando o Jornal Nacional, Miriam Leitão, da Globo e Josias de Souza, do Uol, a notícia se espalhou como rastilho de pólvora nas redes sociais.

Um detalhe chama a atenção nos comentários dos internautas, ninguém demonstrou surpresa. Afinal, foi através da combinação entre a Lava Jato e a Globo que puderam operar um golpe de Estado contra Dilma, a primeira mulher presidente do Brasil. E o segundo golpe, a condenação e prisão de Lula sem que Sergio Moro apresentasse até hoje qualquer prova de que lhe desse munição para explicar o cárcere político de Lula de quase dois anos.

Pior, Moro fez tudo isso, barganhando com Bolsonaro para levá-lo ao poder e se transformar em super ministro do seu governo, que praticou, do primeiro ao último dia, a mais avassaladora necropolítica de que se tem notícia no Brasil, o que contaminou ainda mais as instituições do Estado.

Sim, o neofascismo brasileiro nasce daí. Começa com a farsa do mensalão em que Moro já entra em campo como assistente de Rosa Weber, o STF passa a ser guiado pelos holofotes da Globo e todo o processo que se desencadeou depois, deu no que deu, um resultado trágico de mais de 700 mil mortes por covid por exclusiva culpa de Boslonaro e de quem o colocou no poder, e a glamourização da violência nas redes sociais.

Essa iniquidade moral de todos esses agentes público e privados juntos, como é o caso da empresa Globo, mais concretamente com o juiz Sergio Moro e os acéfalos que comandava em Curitiba, produziu exatamente isso que todos já sabíamos.

Ontem, somente foi comprovado o que já circulava há muito tempo na corrente sanguínea da vida nacional.

Pode-se afirmar, sem medo de errar, que o neofascismo brasileiro e a glamourização da violência começam na Globo, passam por Moro e chegam a Bolsonaro.