Dia: 23 de junho de 2024

Câmara debateu liberdade de expressão só com bolsonaristas e pastores

Bolsonaristas e pastores dominaram o seminário dos desafios regulatórios do ecossistema digital que aconteceu na Câmara dos Deputados.

Deputados bolsonaristas e pastores dominaram o painel de liberdade de expressão no seminário dos desafios regulatórios do ecossistema digital, com foco na liberdade de expressão, que aconteceu na Câmara dos Deputados na última quarta-feira (19/6). Os parlamentares convidaram dois pastores para debater o tema.

O debate contou apenas com a opinião da base bolsonarista sobre a regulamentação de mídias, ou seja, avesso à regulação de redes sociais e streamings.

Os escolhidos para debaterem o tema foram os deputados Silas Câmara, do Republicanos do Amazonas, e Cezinha de Madureira, do PSD de São Paulo. Os dois levaram os bispos JB Carvalho, da igreja Comunidade das Nações, e Robson Rodovalho, da Sara Nossa Terra.

Todos os corruptos de peso da política nacional são aliados de Bolsonaro

O doce mundo do cinismo é habitado por milhões de brasileiros, sobretudo os de mais escolaridade e de classe média para riba.

Bolsonaro é um produto político que causa as mais variadas doenças de corrupção. Ou seja, o sujeito é um produto tóxico naquilo que o país pode ter de pior.

Dentro do Brasil, o bolsonarismo é uma espécie de aldeia global da corrupção, nele habitam, Valdemar da Costa Neto, Sergio Moro, Roberto Jefferson, Deltan Dallagnol, Eduardo Cunha, Aécio Neves Michel Temer, e por aí vai.

A corrupção no mundo bolsonarista é quase uma doença circulatória, uma espécie de monóxido de carbono, que atinge os pulmões e o coração da vida nacional.

Nessa mesma ceara, estão personagens históricos da mixórdia, como Fernando Collor, filhos de Januário da Lava Jato, filhos de Bolsonaro do Vivendas da Barra, a milícia representada por Adriano da Nóbrega, Fabrício Queiroz, Ronnie Lessa, sem falar daquela papa bolsonarista do Congresso, que vive falado em Deus, mas acende vela para o diabo.

Mas o fenômeno que compõe esse produto cem por cento podre, não existiria sem o auxílio luxuoso de uma mídia industrial tão corrupta quanto, patrocinada pelo que há de pior no último andar da pirâmide política e social e, por isso, esteve e continua par e passo com o bolsonarismo.

Ainda tem uma larga aura cinza de profissionais liberais, sobretudo médicos, além, lógico de muita gente embrenhada nos mais altos escalões do Estado brasileiro.

Na verdade, bolsonarismo é uma grande falange com enormes demônios e pequenos diabos. Mas o sujeito arrota moralidade, com todas as joias da Arábia tatuadas em seu corpo.

Brasil Paralelo mira Geografia e Ciências Sociais após curso que desinforma sobre História

Um dos objetivos da produtora é ocupar espaços nas escolas, universidades e na cultura com conteúdo ligado à direita conservadora

Amanda Audi, Agência Pública – Depois que reportagem da Agência Pública mostrou que o curso de história oferecido pela universidade particular Ítalo Brasileiro tem professores indicados pela Brasil Paralelo, a produtora divulgou que vai financiar cursos de História, Geografia e Ciências Sociais para estudantes de baixa renda para “formar a próxima geração de professores” do país. É a primeira vez que a produtora reconheceu que criou o conteúdo de um curso de licenciatura à distância em história.

A mensagem consta em um e-mail enviado a assinantes da produtora na manhã desta terça-feira, 18 de junho, horas depois da publicação da reportagem. A empresa pede que seus assinantes apoiem um projeto intitulado “Mecenas” para financiar a graduação de alunos de baixa renda. Segundo a produtora, 50 estudantes já tiveram a formação paga pelos apoiadores e uma nova turma deve ser aberta.

“Essa primeira turma já está perto de concluir a graduação”, diz um apresentador da produtora em vídeo. “Não queremos parar em apenas um curso, pretendemos desenvolver novas formações como Licenciatura em Geografia e Ciências Sociais”, continua a mensagem enviada a apoiadores.

O e-mail mente ao afirmar que “é proibido ser de direita nas universidades” e que o ensino das escolas brasileiras é “distorcido”. Por isso, segundo a empresa, a Brasil Paralelo decidiu fazer “algo mais efetivo do que documentários e cursos” e criou a graduação. Um vídeo mostra depoimentos emocionados de alunos que vão “ajudar o Brasil” como professores dos ensinos fundamental e médio.

Centro Universitário Católico Ítalo Brasileira, conhecida como Universidade Ítalo Brasileira

Reportagem mostrou como Brasil Paralelo é ligada a curso de História
Conforme a Pública revelou, o curso de História é oferecido pela universidade particular Ítalo Brasileiro e pode ter até mil novos alunos por ano. Os professores foram indicados pela própria produtora.

A grade curricular do curso abarca somente a visão cristã da História. Pontos importantes do passado brasileiro, como o genocídio indígena durante a colonização portuguesa ou a escravidão de povos africanos, são relativizados ou nem sequer mencionados. Um dos professores defende que historiadores “devem ter fé” e que livros religiosos são tão confiáveis quanto documentos históricos.

O curso foi aprovado pelo Ministério da Educação em 2019, primeiro ano do governo Jair Bolsonaro. O coordenador é Rafael Nogueira, que foi presidente da Biblioteca Nacional e hoje preside a Fundação Catarinense de Cultura. Ele, assim como os outros professores do curso, é monarquista e olavista.

No vestibular de 2022, a parceria entre o Ítalo e a Brasil Paralelo foi anunciada explicitamente no site do centro. No ano seguinte, porém, o site do curso não trazia nenhuma menção à produtora – ou seja, a ligação não ficava clara aos alunos que ingressaram na formação. A Brasil Paralelo também nunca havia divulgado oficialmente o curso em seus canais.

Como a Pública já mostrou, inspirada nas ideias do falecido guru bolsonarista Olavo de Carvalho, um dos objetivos da Brasil Paralelo é ocupar espaços nas escolas, universidades e na cultura com conteúdo ligado à direita conservadora. Ela reproduz um discurso sem embasamento de que esses locais foram apropriados pela esquerda.

Zambelli usa verba pública para visitas onde marido é pré-candidato

Marido de Zambelli é pré-candidato à Prefeitura de Caucaia (CE). Gabinete da deputada afirma que gastos seguem regras da Câmara.

A deputada Carla Zambelli, eleita pelo PL de São Paulo, usou a cota parlamentar para pagar passagens aéreas para o Ceará. Entre 2023 e 2024, a verba custeou 14 voos da parlamentar que pousaram no aeroporto de Fortaleza (CE). Os trajetos custaram mais de R$ 23 mil.

Vale destacar que os regulamentos da Câmara dos Deputados não preveem restrições para o uso de recursos fora do estado de origem do deputado, desde que o gasto esteja ligado à atividade parlamentar.

Levantamento do Metrópoles encontrou 14 bilhetes relacionados a voos ao aeroporto de Fortaleza entre janeiro do ano passado e abril deste ano. Os cartões de embarque foram emitidos pelo Sistema de Gestão de Passagens Aéreas (Sigepa), que permite aos deputados e assessores a realização de reservas de passagens aéreas.

Em nota, o gabinete da deputada afirmou que todos os gastos em questão foram realizados em conformidade com as regulamentações internas da Câmara. “Apesar de representante eleita pelo estado de São Paulo, é fato de amplo conhecimento público que a deputada é casada com o Coronel Aginaldo, do quadro reserva da Polícia Militar do Estado do Ceará, sendo referida unidade da federação um dos domicílios conjugais”, destacou.

“Além disso, a atuação parlamentar de Zambelli possui abrangência nacional, participando de uma série de eventos em todo o Brasil”, complementou.

Aluguel de carro
Em julho de 2023, a parlamentar alugou, por dez dias, um carro na capital cearense. A despesa, também reembolsada pela Câmara dos Deputados, custou R$ 3 mil.

Imagem colorida mostra documento de gasto com aluguel de carro - Metrópoles

Em 10 anos, mais de 48 mil mulheres foram assassinadas no Brasil; só em 2022 foram 3802 mortes

12 estados registraram aumentos alarmantes, com Roraima (52,9%), Mato Grosso (31,9%) e Paraná (20,6%) liderando o ranking..

Entre 2012 e 2022, 48.289 mulheres foram assassinadas no Brasil, de acordo com o Atlas da Violência divulgado na última terça-feira (18/6). Somente em 2022, 3.806 pessoas do sexo feminino foram mortas – número que representa uma taxa de 3,5 homicídios a cada 100 mil mulheres.

Já alarmantes, os índices ganham contornos ainda mais sombrios quando examinamos a localização dos crimes e as disparidades raciais entre as vítimas.

Local onde mulheres são assassinadas
Segundo o estudo, uma das principais características que permitem a melhor compreensão das dinâmicas que influenciam a violência letal contra mulheres é o local de ocorrência da morte.

Em geral, a maioria dos homicídios acontecem dentro das residências e são cometidos por autores conhecidos das vítimas. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública indica que cerca de 70% dos feminicídios identificados pelas polícias civis foram cometidos dentro de casa.

De acordo com os registros de óbitos, 34,5% dos homicídios de mulheres ocorreram em domicílios, totalizando 1.313 vítimas em 2022. Esse percentual é próximo à proporção de feminicídios identificados pelas polícias brasileiras em relação ao total de homicídios femininos, que em 2022 chegou a 36,6%.

A pesquisa utiliza o termo “homicídios de mulheres”, e não feminicídio. Os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) não diferenciam feminicídio de homicídio. Então, o termo “homicídios de mulheres” é uma tentativa de capturar os feminicídios, mesmo que esses casos não sejam explicitamente identificados como tal nos registros.

Taxas de mulheres assassinadas na Amazônia Legal são piores
A análise regional dos homicídios femininos revela variações significativas entre os estados brasileiros. Em 2022, 13 das 27 unidades da federação diminuíram suas taxas de homicídio feminino. As maiores reduções ocorreram no Tocantins (-24,5%), Distrito Federal (-24,1%) e Acre (-20,3%).

Em contraste, 12 estados registraram aumentos alarmantes, com Roraima (52,9%), Mato Grosso (31,9%) e Paraná (20,6%) liderando o ranking.

Roraima (10,4), Rondônia (7,2) e Mato Grosso (6,2), todos situados na Amazônia Legal, são os estados com as piores taxas de homicídios femininos em 2022, por 100 mil habitantes.

A região tem registrado índices de violência acima da média nacional, com as taxas de mortes violentas intencionais sendo 54% superiores à média nacional.

Assassinato de mulheres negras e não negras
Em 2022, as mulheres negras representaram 66,4% das vítimas de homicídios femininos registrados pelo sistema de saúde, totalizando 2.526 assassinatos. A taxa de homicídio de mulheres negras foi de 4,2 por 100 mil habitantes; para mulheres não negras, a taxa foi de 2,5.

Os dados revelam que a probabilidade de que mulheres negras sejam vítimas de homicídio é 1,7 maior em comparação a mulheres não negras.

Em alguns estados, os números são ainda mais críticos. Na Região Nordeste, por exemplo, a probabilidade de uma mulher negra ser vítima de homicídio é, pelo menos, duas vezes maior do que a de uma mulher não negra. Em Alagoas, essa possibilidade é 7,1 vezes maior.

Outros estados da região com altas chances incluem: Ceará (72,2% maior), Rio Grande do Norte (64%), Sergipe (62,9%) e Maranhão (61,5%).

Em 17 unidades federativas, as taxas de homicídio de mulheres negras superaram a média nacional em 2022. Os índices mais altos foram registrados em Rondônia (7,5 por 100 mil), Ceará (7,2) e Mato Grosso (6,9). Este último estado, especificamente, manteve sua taxa acima da média nacional nos últimos 10 anos.

Ao analisar as taxas de homicídio de mulheres por raça/cor na última década (2012-2022), há uma queda geral: para mulheres negras, a redução foi de 25%, e para mulheres não negras, 24,2%. Contudo, na variação de um ano para o outro, a taxa de homicídio de mulheres negras diminuiu 2,3%, enquanto a de mulheres não negras aumentou 4,2%.

Apesar dessa redução nas taxas de homicídio de mulheres negras, houve um aumento significativo em alguns estados: Ceará (100%), Piauí (48,4%), Roraima (31,8%), Rio Grande do Norte (16,3%), Maranhão (11,4%), Rondônia (10,3%), Mato Grosso (7,8%) e Rio Grande do Sul (2,3%).

Denúncias
Em nota enviada ao Metrópoles, o Ministério das Mulheres afirmou que, somente no ano passado, o Ligue 180, canal que recebe denúncias de violações contra as mulheres, recebeu o total de 568,6 mil chamadas, o que representa um aumento de 25,8% nos atendimentos, em comparação com o ano de 2022.

A pasta diz ainda que, em março deste ano, lançou o Plano de Ação do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios, que contém 73 ações e previsão de orçamento de R$ 2,5 bilhões. A iniciativa tem como objetivo prevenir todas as formas de discriminação, misoginia e violências contra as mulheres, por meio de políticas governamentais, somadas a ações de mobilização e engajamento da sociedade.

Canais de atendimento
A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 presta escuta qualificada às mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento.

O serviço também fornece informações sobre os direitos da mulher, como os locais de atendimento mais próximos e apropriados para cada caso: Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres, entre outros.

A ligação é gratuita, e o serviço funciona 24h, todos os dias da semana. São atendidas todas as pessoas que ligam relatando eventos de violência contra a mulher.

O Ligue 180 atende todo o território nacional e também pode ser acessado em outros países.