Ano: 2024

Capitão recomendou intervenção do Exército contra o PT em tese para escola militar

Trabalho apresentado na EsAO, em 2020, defendia usar militares para impedir o retorno ao poder do PT..

Exército, no Rio de Janeiro, recomendou uma intervenção dos militares como “poder moderador” na política brasileira para enfrentar o Partido dos Trabalhadores (PT). No texto, o partido é descrito como uma “organização criminosa” ligada ao PCC (Primeiro Comando da Capital) que “deixou o estado à beira do fracasso” para implantar uma “revolução socialista”.

Intitulado “Partidos políticos no Foro de São Paulo: uma ameaça à segurança nacional” , o estudo foi apresentado em 2020 pelo capitão Diego Pereira Salgado e resgatado na semana passada por uma postagem de Piero Leirner, professor de Antropologia da Universidade Federal de São Carlos (UFscar) e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

O capitão Salgado segue na ativa: recebe salário de R$ 16.351,65, segundo dados do Portal da Transparência do governo federal, atualizados até maio. Neste ano, o militar foi aprovado no processo seletivo da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme).

Foro de São Paulo, Farcs e ‘gayzismo’
O texto apresentado pelo capitão não está disponível no site da Biblioteca do Exército. Na página Internet Archive é possível encontrá-lo em duas contas: na Guerra_Cultural (onde o trabalho foi publicado em 2021) e na página Biblioteca do Professor Olavo (disponível desde fevereiro deste ano).

O estudo se baseia em teorias das conspiração espalhadas há anos pela extrema direita e que já foram largamente desmentidas, centradas no Foro de São Paulo, uma entidade criada em 1990 que reúne partidos e movimentos sociais de esquerda latino-americanos. O Foro é real, mas está longe de ter o poder de comandar nações imaginado por essas visões delirantes.

Além de falar sem provas de ligações do PT com o PCC, o autor menciona supostos elos entre o partido, o Foro de São Paulo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Uma ligação desmentida pelo serviço de verificação de fatos Comprova, da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), que, numa verificação de um conteúdo compartilhado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL), mostrou que integrantes das Farc foram impedidos de participar de uma reunião do Foro em 2005, na cidade de São Paulo, por determinação da secretaria do entidade, presidida na ocasião pelo PT.

Capitão: tese golpista
No texto para a EsAO, o capitão Salgado afirma que os governos petistas teriam promovido intencionalmente uma deterioração do Estado brasileiro, com suposta perda do protagonismo internacional, em obediência aos planos do Foro de São Paulo visando à criação da União das Republiquetas Socialistas da América Latina, a Ursal — um termo inventado como piada pela socióloga Maria Lucia Victor Barbosa, mas que passou a ser levado a sério em campanhas de desinformação.

A prova das intenções destrutivas do PT seria a adoção de políticas consideradas nocivas, como as cotas para negros e indígenas nas universidades públicas, o Bolsa-Família e o que o autor chama de “gayzismo”.

O autor adverte para o risco de o Bolsonaro perder as eleições em 2022 e o PT retornar ao poder, o que voltaria a colocar o Brasil em risco. Como solução, sugere um rompimento institucional comandado pelo Exército, que deveria voltar a assumir um papel de “poder moderador”, como teria praticado em vários momentos ao longo da história da República, inclusive na ditadura militar de 1964 a 1985.

“A ausência do poder moderador do Exército após o fim do regime militar é um dos motivos que permitiram a ascensão das esquerdas, culminando em mais de uma década de governos petistas com a formação do atual estado extremamente danoso à segurança nacional”, escreve o militar.

Na conclusão do estudo, o capitão Salgado afirma que, para enfrentar as “graves ameaças à segurança nacional” representadas pela existência do PT, as Forças Armadas, “em particular o Exército”, precisam “assumir a responsabilidade de exercer o poder moderador por intermédio do intervencionismo tutelado”.

O modelo não iria impor uma ditadura, na visão militar, mas um governo tutelado pelos militares. Como parte dessa estratégia, os militares deveriam usar as escolas militares para formar civis alinhados com a sua visão de mundo, destinados a ocupar quadros no governo “para implementá-la mediante o jogo político, com supervisão militar”.

Entre os autores citados, estão o jurista Ives Gandra Martins e o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que comandou o DOI-Codi (Departamento de Ordem Interna — Centro de Ordem de Defesa Interna) e se tornou o primeiro militar a ser oficialmente reconhecido pela Justiça brasileira como torturador.

O curso em questão é o mesmo feito pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 1987, quando ele ameaçou explodir bombas em quartéis e no sistema de abastecimento de água do Rio de Janeiro. Embora tenha sido inocentado, a acusação o impediu de receber o diploma da instituição à época.

TRF-1 decide que empresas de Campos Neto em paraíso fiscal podem ser investigadas

Presidente do BC tentou barrar apuração na Comissão de Ética da Presidência da República.

Por unanimidade, o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) cassou nesta quarta-feira (7) a liminar conseguida pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para impedir o andamento de processo na Comissão de Ética Pública da Presidência que apura se ele mantém offshore no exterior.

A informação de que Campos Neto tem offshore no exterior veio a público nas investigações do Pandora Papers, arquivos vazados sobre dinheiro guardado em paraísos fiscais.

A Comissão de Ética Pública da Presidência abriu apuração sobre a denúncia em 2019. Porém, somente em 2023, no governo Lula, o processo voltou a correr, com a entrada de cinco integrantes no conselho nomeados pelo atual presidente da República.

Outro pedido de apuração foi encaminhado à comissão pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). “Fiz denúncia em cima de algumas empresas de propriedade de Roberto Campos Neto. Há informações de que essas empresas têm remuneração pela taxa Selic”, Lindbergh. “É absurdo o presidente do Banco Central ter recursos escondidos em paraíso fiscal, e mais ainda se lucra com as decisões tomadas por ele e pelo próprio BC. Ele estava querendo fugir de uma investigação séria”.

Trechos da denúncia de Lindbergh Farias à Comissão de Ética da Presidência da República contra Campos Neto

Campos Neto tentou barrar apuração
Diante disso, Campos Neto buscou uma liminar para impedir que a comissão julgasse o caso. O argumento do presidente do BC era que a instauração de procedimento disciplinar contra ele por “órgão vinculado à autoridade máxima do Poder Executivo viola frontalmente a autonomia administrativa, gerencial e organizacional conferida ao BC” por lei complementar de 2021.

A AGU (Advocacia-Geral da União) entendeu diferente e entrou com pedido para sustar a liminar. A sustentação foi que a Comissão tem competência para examinar o suposto conflito de interesses e de eventual desvio ético em relação aos fatos.

O órgão defendeu que a lei complementar “não estabeleceu uma imunidade absoluta na seara ética para o presidente do BaCen, tampouco revogou, expressa ou tacitamente, as normas referentes ao Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal e de conflito de interesses.”

Esse entendimento acabou prevalecendo e levou à decisão de 3 X 0 no TRF-1 contra Campos Neto.

Na história do Brasil, ninguém fez mais mal ao esporte do que Bolsonaro

Existe desprezo maior para o esporte brasileiro do que acabar com o Ministério do Esporte?

Alguém leva a sério um sujeito desse quando o assunto é o desporto brasileiro?

Bolsonaro tratou o esporte como tratou uma simples flexão de braços, quando, ao invés de flexionar os braços, balançou o pescoço, numa das cenas mais bufônicas e caricatas da história da República.

Mesmo expulso das Forças Armadas por terrorismo, Bolsonaro se vendia como militar e ex-atleta. No entanto, praticou terrorismo institucional contra os atletas brasileiros.

Além de dizimar o Ministério do Esporte, cortou pela metade os investimentos na área, em nome do Estadinho tão sonhado pelo anarco-capitalistas da terrinha.

Mas a coisa não parou por aí nos seus quatro anos de vagabundagem na cadeira da presidência da República.

Bolsonaro simplesmente cancelou o edital do Bolsa Atleta em 2020. Decapitou 90% dos recursos para programas esportivos das Forças Armadas. Barrou, covardemente, em plena pandemia, o auxílio de R$ 600 para os atletas.

Segundo a cartilha na qual Bolsonaro rezou,  atleta tem que virar para conseguir patrocínio privado e não estatal.

Essas são apenas algumas maldades que o picareta, que se vendia como amante do esporte e das Forças Armadas, protagonizou, deixando à míngua o esporte brasileiro de uma forma como nunca se viu.

Balança comercial brasileira surpreende com um novo recorde

Julho não poderia fechar de maneira mais alvissareira para a balança comercial brasileira, com mais um recorde de exportação.

O Brasil exportou US$ 344 bilhões, mostrando uma robustez maior que a de 2023.

O saldo comercial do Brasil teve um avanço impressionante nos últimos 12 meses, chegando a US$ 96 bilhões.

Isso significa um aumento de 28% sobre o ano passado e de quase 70% sobre 2022.

Os dados são do governo federal.

A questão é mais ampla e otimista, porque, tanto com a China, quanto com os EUA, o Brasil bateu recorde de exportação, produzindo saldo magnífico. Com a China e, pela primeira vez em 17 anos, saldo positivo com os EUA.

Isso revela um caminho, não só promissor para a exportação brasileira, as também para a indústria nacional.

Açúcar, carne, ferro, soja e petróleo foram os carros chefes para as exportações, o que certamente deixará de orelha murcha a oposição ao governo Lula no quesito exportação x importação.

Leão norte-americano engole 37% da premiação de Simone Biles pela grana e medalha que recebeu; bolsonaristas se calam

Para ser mais exato, a ginasta olímpica Simone Billes, pagará o equivalente a 37%, referentes aos prêmios recebidos, segundo a CNN.

Isso não é insulto para ninguém, é praticamente regra mundial. Aqui no Brasil, Rebeca Andrade pagará o equivalente a 27,5% de suas premiações em dinheiro, ao contrário do que disseram bolsonaristas, ela não pagará por medalhas.

Ou seja, além de fake news, essa turma bolsonarenta, que tem os EUA como o suprassumo do capitalismo mais conservador, teve que enfiar a viola no saco e ficar muda, como é praxe no comportamento desses vigaristas. Assim, eles podem voltar a vegetar politicamente naquele ambiente sombrio, sem querer seguir na prosa que, para eles, transformou-se em território árido.

AGU cobra R$ 56 milhões de condenados pelos atos de 8 de janeiro

Em 1º lote, o governo pede o ressarcimento aos cofres públicos com o intuito de reparar danos morais e materiais.

A Advocacia-Geral da União (AGU) propôs à 8ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, nesta quarta-feira (7/8), ações contra cinco condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na esfera criminal pela depredação de prédios públicos na Praça dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro de 2023.

Em um primeiro lote de pedidos de indenizações, o governo pede o ressarcimento de R$ 56 milhões aos cofres públicos com o intuito de reparar danos morais e materiais, a serem pagos de forma solidária pelos executores dos atos.

O advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou que outros lotes de ações indenizatórias deverão ser propostos pela AGU como consequência dos danos causados por outras pessoas também condenadas criminalmente pelo STF.

“Seguiremos firmes em nossa missão de reparar os danos causados pelos agressores da democracia e garantir a integridade das instituições democráticas”, afirmou Messias.

Cofres públicos
A AGU também pede a conversão em renda para os cofres públicos do valor de R$ 1,240 milhão que já estava bloqueado no âmbito das ações civis públicas previamente. Requer, ainda, a transferência para a União de sete veículos, quatro motocicletas e dois imóveis pertencentes aos réus que já estavam indisponibilizados pela Justiça.

Estudo de Michigan não encontra fraude nas atas e o nome de Maduro some da mídia. Nem uma manchete mirrada

Gratuitamente a mídia nativa que fez do resultado da eleição venezuelana campo de batalha contra Maduro para acertar Lula, secou o assunto.

As manchetes sumiram das labaredas e uivos.

O novo Guaidó demitiu-se de um posto que nunca teve, deixando seus apoiadores constrangidos.

É flagrante o mal-estar que isso causou em quem queria, na marra, derrubar Maduro, como queriam os golpistas. A cavação de pênalti, ficou esvaziada e flácida depois do Estudo de Michigan.

Dos15 deputados federais mais gastadores da cota parlamentar em 2024, nenhum é de esquerda

A matéria do grande jornalista, Guilherme Amado, no Metrópoles, que desanca a hipocrisia da direita nativa, é de fato algo que merece nota.

Amado traz, com precisão, os maiores gastadores entre os deputados federais, na lista, não há um parlamentar sequer de esquerda, já os de direita , que se autointitulam conservadores, na defesa da diminuição do Estado, clamando pela redução dos gastos, a lista é cravejada de nomes, mostrando o quanto eles usam e se lambuzam de verba pública. Segue a matéria de Guilherme Amado:

Os deputados federais já gastaram R$ 123 milhões de cota parlamentar neste ano. A verba, paga integralmente com dinheiro público, custeia as despesas do mandato, como propaganda, passagem aérea e aluguel de carros. Veja abaixo os 15 deputados federais que mais gastaram a cota em 2024, de acordo com dados da Câmara.

1 – Eunício Oliveira, do MDB do Ceará: R$ 341 mil;
2 – Geraldo Resende, do PSDB de Mato Grosso do Sul: R$ 340 mil;
3 – Zé Haroldo Cathedral, do PSD de Roraima: R$ 339 mil;
4 – Vinícius Gurgel, do PL do Amapá: R$ 335 mil;
5 – Henderson Pinto, do MDB do Pará: R$ 333 mil;
6 – Domingos Neto, do PSD do Ceará: R$ 332 mil;
7 – André Ferreira, do PL de Pernambuco: R$ 332 mil;
8 – Danilo Forte, do União Brasil do Ceará: R$ 329 mil;
9 – Coronel Ulysses, do União Brasil do Acre: R$ 329 mil;
10 – João Maia, do PP do Rio Grande do Norte: R$ 327 mil;
11 – Dr. Fernando Máximo, do União Brasil de Rondônia: R$ 326 mil;
12 – Afonso Hamm, do PP do Rio Grande do Sul: R$ 325 mil;
13 – Átila Lins, do PSD do Amazonas: R$ 325 mil;
14 – Coronel Meira, do PL de Pernambuco: R$ 323 mil;
15 – Fernanda Pessoa, do União Brasil do Ceará: R$ 323 mil.

A maior parte da cota parlamentar neste ano foi gasta com “Divulgação da atividade parlamentar”, com R$ 47 milhões ou 38% do total. Entram nessa conta gastos com redes sociais, por exemplo. Em seguida, a despesa mais recorrente é “Aluguel de veículos”, com 17%, o equivalente a R$ 21 milhões de janeiro a julho de 2024. A despesa “Passagens aéreas”, com R$ 20 milhões, é a terceira da lista, com 16%.

Os deputados têm até três meses para pedir à Câmara os reembolsos, com a apresentação de recibos. É o caso de gastos com alimentação e com os Correios, por exemplo. A compra de passagens, por outro lado, é paga diretamente pela Câmara, em débito automático.

Com assassinato de líderes opositores, Israel conduz mundo para “ciclo infernal” de guerras

Há vários cenários possíveis: desde uma guerra de vários fronts, na qual os EUA poderiam intervir diretamente em apoio a Israel, até outros mais apocalípticos.

Sobre as represálias de Hezbollah e Irã, individualmente ou em conjunto, desconhecem-se seus alcances e profundidade em Israel, que podem atingir Tel-Aviv, Haifa e, de forma ameaçadora, a planta nuclear de Dimona, onde se armazenam suas mais de 300 bombas atômicas clandestinas (ex-presidente Carter dixit).

Após o apoio do chefe do Pentágono, Lloyd Austin, a Israel e contra Hezbollah – fica a dúvida se inclui o Irã – a marinha dos EUA enviou 12 navios de guerra e seu porta-aviões USS Theodore Roosevelt ao Oriente Médio com 4 mil marines a bordo.

Esse tipo de fake news é projetado para semear dúvida e discórdia, além de zombar dos serviços de segurança iranianos que já foram infiltrados e corroídos em várias ocasiões, e glorificar a supremacia cibertecnológica de Israel como arma dissuasiva.

Pós-verdade e mentiras pró-Israel
Na era da pós-verdade e Netflix, onde a tríade EUA/Grã-Bretanha/Israel tem a grande vantagem de intoxicar o mundo com as supercherias deliberadas de Hollywood, o Corpo de Guardas da Revolução Islâmica revelou que o assassinato de IH foi planejado e executado por Israel com o apoio dos EUA e realizado com um projétil de curto alcance e uma ogiva de 7kg.

Existem vários cenários de guerra que variam desde uma guerra de vários fronts, na qual os EUA poderiam intervir diretamente, até outros cenários mais apocalípticos, como os esboçados pelo coronel aposentado Douglas Macgregor – ex-assessor do Pentágono e de Trump – que sem rodeios declarou que Israel controla os EUA, não se fala do Congresso estadunidense cuja maioria de membros bipartidários são generosamente lubrificados pelo AIPAC, o maior lobby israelense nos EUA – no qual concorda John Mearsheimer, um dos maiores geopolíticos do mundo e renomado professor da Universidade de Chicago.

Justiça suspende reintegração de posse de retomada indígena em Douradina (MS), palco de ataques de fazendeiros

Para desembargadora, o caso da retomada Guaaroka não é mero esbulho possessório, mas questão de ‘conflito demarcatório’.

A desembargadora federal Audrey Gasparini, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), suspendeu a reintegração de posse de Guaaroka, uma área retomada por indígenas do povo Guarani Kaiowá em Douradina (MS). A decisão saiu na tarde desta segunda-feira (5), depois de um fim de semana com dois ataques armados de fazendeiros que deixou 11 indígenas feridos – dois deles gravemente, com tiros na cabeça e pescoço.

A liminar de despejo que foi derrubada tinha sido assinada pelo juiz federal Rubens Petrucci Junior, da 1ª Vara Federal de Dourados. Nela, o desembargador havia estabelecido esta terça-feira (6) como prazo final para a saída voluntária antes da remoção forçada.

A retomada Guaaroka é uma das sete ocupações feitas pelos Guarani Kaiowá dentro da Terra Indígena (TI) Panambi-Lagoa Rica. A área de 12,1 mil hectares já foi identificada e delimitada pela Funai em 2011, mas o processo demarcatório está estagnado desde então.

Cansados de esperar e de viver condições precárias no confinamento das reservas de Mato Grosso do Sul, os indígenas estão retomando áreas do território ancestral. Neste mês de julho, houve três ocupações, cuja reação de ruralistas – com investidas armadas, perfilamento de caminhonetes e acampamento a metros de distância dos indígenas – tem feito escalar os conflitos na região.

A TI Panambi-Lagoa Rica está sobreposta por fazendas. Entre elas o Sítio José Dias Lima, de 147,7 hectares, onde está a retomada Guaaroka. A reintegração de posse, agora suspensa, foi impetrada por Laísa e Lana Ferreira Lins Lima.

“Considerando o fato, admitido pela própria autora da ação de reintegração de posse, de que há, efetivamente, procedimento administrativo visando demarcar terras indígenas envolvendo a propriedade esbulhada”, afirma a desembargadora Gasparini em sua decisão, “tenho que o melhor posicionamento é tratar a questão como conflito demarcatório envolvendo indígenas e não mero esbulho da propriedade”.

Assim, a juíza federal determinou a suspensão do despejo, a necessidade de uma oitiva da Funai sobre o caso, a reserva de uma porção de terra para a comunidade Guarani Kaiowá até que haja nova decisão e, ainda, que a comunidade indígena libere o acesso das proprietárias para explorar a parte remanescente do imóvel.

*Brasil de Fato