Ano: 2024

Chuva forte volta a inundar ruas de Porto Alegre. Aulas são suspensas

Volume de chuva pode aumentar entre esta quinta (23/5) e sexta (24/5) em Porto Alegre. Os bueiros das ruas começaram a transbordar.

Com o retorno das chuvas, as ruas de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, registram o aumento das águas em vários bairros do município nesta quinta-feira (23/5). As esquinas das ruas João Manoel e Sete de Setembro, no centro, começaram a transbordar.

Os bairros mais afetados pela elevação da água são: Menino Deus, Praia de Belas, Cidade Baixa, Santana, além de áreas da zona norte. A limpeza do Mercado Público estava marcada para a manhã desta quinta (23/5), mas foi suspensa devido às enchentes. As informações são de O Globo.

Na zona sul de Porto Alegre, como na Cavalhada, Otto Niemeyer, foi registrado o grande volume das águas. As avenidas Cairú e Brasil, que já estavam secas pela manhã, voltaram a alagar. As vias 24 de Outubro, Farrapos, Cristovão Colombo também se encontram inundadas.

Aulas suspensas

Devido às condições meteorológicas que atingem Porto Alegre nesta quinta-feira (23/5), as aulas estão suspensas nas redes pública e privada nesta sexta-feira (24/5). A decisão é conjunta do governo do estado do RS e da Prefeitura de Porto Alegre.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as tempestades devem se intensificar e os volumes de chuva podem aumentar entre quinta (23/5) e sexta-feira (24/5). Em Porto Alegre, as mínimas podem ficar abaixo dos 10°C a partir da sexta-feira (24/5) e durante o fim de semana, com baixa sensação térmica.

Lava Jato fraudou investigação que teria evitado delação de Youssef, diz advogado do doleiro ao GGN

Exclusivo: Figueiredo Basto afirma que Lava Jato falsificou informações para arquivar inquérito do grampo e forçar acordo com Youssef.

Em entrevista exclusiva ao Jornal GGN, o advogado Antônio Figueiredo Basto, defensor de Alberto Youssef na Lava Jato, afirmou que o acordo de delação premiada com a força-tarefa de Curitiba “jamais” teria acontecido se a investigação sobre o grampo ilegal não tivesse sido arquivada precocemente, jogando para debaixo do tapete mais uma nulidade praticada pela operação em sua origem.

O arquivamento tem as digitais de agentes da Lava Jato em Curitiba e, mais grave do que isso, segundo Basto relatou ao GGN, houve também “fraude”, já que foram prestadas informações falsas à sindicância que apurava o origem e intuito do grampo ilegal.

“Nós tomamos medidas durante anos para ter acesso [à sindicância que foi arquivada e está em sigilo]. Recentemente, o juiz da 13ª Vara nos negou acesso dizendo que não havia interesse da defesa em conhecer aqueles autos. Como não temos interesse? Temos interesse, sim! Muda totalmente o acordo do Youssef”, disse Basto.

“Se tivéssemos a oportunidade de combater [a operação] com essa nulidade, certamente o acordo não teria aconteceria. Ou não aconteceria nas condições em que aconteceu. A ideia nunca foi fazer acordo. O acordo vai acontecer depois que o [ex-gerente da Petrobras] Paulo Roberto Costa ter feito, e quando já não havia mais como escapar daquele assédio e pressão [para delatar]”, revelou Basto.

Na entrevista ao jornalista Luis Nassif, transmitida ao vivo no Youtube [assista abaixo], na noite de quarta (22), Figueiredo Basto afirmou que a Lava Jato tem três “nulidades grosseiras” em sua origem:

  • a 13ª Vara Federal de Curitiba não tinha competência para julgar todos os casos;
  • Sergio Moro era suspeito em relação a Youssef, a quem já tinha julgado antes, no caso Banestado;
  • a intercepção ilegal na cela de Youssef é uma prova ilícita que gerou centenas de horas gravadas – que provavelmente foram usadas pela Lava Jato para criar estratagemas.

Com base nessas três nulidades, Basto – que levou ao Supremo Tribunal Federal sua demanda a respeito do grampo ilegal – defende que “a Lava Jato seja anulada por completo. Não pode ser anulada em frações, para um ou para outro. (…) Tem que se ter coragem de dizer: nós erramos, o Estado brasileiro errou, os tribunais erraram. E, agora, os que erram têm que ser responsabilizados.”

SERGIO MORO, DELTAN DALLAGNOL E A FALSIFICAÇÃO
Basto relatou ao GGN que após seu sócio, Luis Gustavo Flores, registrar a famosa foto onde Youssef segura o aparelho clandestina localizado em sua cela, a defesa procurou Sergio Moro oficialmente para saber se ele tinha autorizado grampo da Polícia Federal na cela do doleiro. “Ele disse que não. Nós denunciamos esse fato e, imediatamente, eles varreram tudo para debaixo do tapete”, disse Basto.

Segundo o advogado, Moro estaria implicado na história porque um ex-delegado da Polícia Federal, O Moscardi Grillo, confessou à época que “Moro exigiu que ele entregasse os relatórios [da sindicância] ao Moro antes de qualquer outra pessoa. Ou seja, havia uma interferência do juiz diretamente numa investigação da PF, o que é um abuso, um absurdo. Não estou dizendo que Moro sabia da interceptação; agora, que ele depois atuou de forma direta para que isso fosse encoberto, não há dúvida.”

Já sobre o papel dos procuradores de Curitiba no arquivamento do caso, Basto invoca as conversas reveladas na Operação Spoofing. “Na Spoofing você vê o [procurador] Orlando Martello dizendo que qualquer advogado mediano anularia a operação inteira em razão da gravidade daqueles fatos, e o Deltan Dallagnol imediatamente responde: ‘precisamos tomar providências para anular isso [a sindicância para apura ro grampo] o mais rápido possível’. Não passaram 10 dias, e isso foi arquivado a pedido do Januário Paludo – contrariando, inclusive, o relatório da Polícia Federal que insistia em continuar a investigação. Ainda assim, um juiz federal daqui de Curitiba [Nivaldo Brunoni] arquivou a investigação [em 2019, sem a PF ter tido tempo de realizar diligências básicas].”

Para Basto, “o mais grave de tudo isso é que eles falsificaram, houve a falsificação numa sindicância, que é a 04/2014, dizendo que aquele aparelho era para gravar Fernandinho Beira-Mar. Mentira, quando ele estava preso na Superintendência da Polícia Federal, esse aparelho sequer havia sido adquirido pela PF. Ele estava cadastrado para outra operação, com Alberto Youssef. E eles mentiram mais: disseram que o aparelho não estava ativo. Um laudo da própria PF desmentiu. Não só estava ativo como houve interceptação e gravaram várias e várias horas que ninguém sabe o que tem. Ou seja, é uma prova ilícita que estava no cerne da Lava Jato.”

“Entramos com medidas no Supremo Tribunal Federal para que seja apurado, porque não houve vontade de apurar. Todas as tentativas que eles fizeram [para abafar o caso] estão dentro da sindicância 05/2015, a qual elucida todas as falsidades“, pontuou Basto, frisando que só conseguiu avançar com o caso de Youssef quando o juiz federal Eduardo Appio assumiu a 13ª Vara. No entanto, Appio sofreu um revés na Justiça e foi removido para uma Vara previdenciária. “O colocaram num exílio jurídico porque ele estava tirando do armário os esqueletos mais pobres que estavam escondido.”

*GGN

A quem Sergio Moro deve o mandato depois de absolvido pela Justiça

Uma frente ampla se formou para defender o ex-herói da Lava Jato.

Às claras, foi Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, quem procurou ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre eles Alexandre de Moraes, para pedir que não fosse cassado o mandato de Sergio Moro (União-Brasil), acusado de abuso do poder político e econômico ao se eleger em 2022.

A defesa de Moro feita por Pacheco foi eminentemente política. Pacheco argumentou que as relações entre o Senado e a justiça andam muito tensas, e que seria bom para os dois lados abrandá-las. O mandato de Moraes como presidente do TSE termina em setembro, e o de Pacheco como presidente do Senado, em fevereiro.

Às escuras, muita gente intercedeu junto aos ministros em favor de Moro. Um interlocutor de Lula, por exemplo, intercedeu, embora dissesse que não falava em nome dele. Cassado, Moro tentaria pousar de mártir da direita com grandes chances de eleger seu substituto, alguém muito mais radical do que ele.

Os militares morrem de amores por Moro, que coleciona dezenas de medalhas e títulos dadas por eles. A perspectiva de ter Moro e Bolsonaro juntos contra ele quando se candidatar em 2026 à reeleição, não agradaria a Lula, o pragmático acima de tudo. Portanto, se Moro não fosse cassado, tanto melhor seria para Lula – a ver mais adiante.

Um interlocutor de Bolsonaro intercedeu por Moro junto aos ministros. Disse que o pedido de cassação do mandato dele não foi ideia de Bolsonaro, mas de Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Nesse caso, parece ser verdade. A manter-se inelegível, Bolsonaro ambiciona o apoio de Moro para derrotar Lula com outro candidato, e acha que terá.

aturalmente, não foi só por essas razões que o tribunal, por 7 votos a zero, uma goleada, inocentou Moro. Os ministros se puseram de acordo que faltavam provas sólidas e convincentes de que ele cometeu mesmo um crime. A lei a respeito não é muito clara. De resto, chegara a hora de fazer um aceno à direita.

Em um mundo cada vez mais polarizado politicamente, e onde a extrema-direita só faz crescer, a imagem da justiça anda mal em muitas partes, não só aqui, e isso é ruim. Dois ministros da Suprema Corte dos Estados Unidos, por exemplo, estão em xeque e obrigados a dar explicações rejeitadas completamente.

Um, recebeu favores milionários de donos de grandes fortunas – presentes, pagamento de viagens de férias, financiamento amigável para a compra de um iate. O outro, deixou que a mulher hasteasse à porta de sua casa uma bandeira americana de cabeça para baixo em sinal de apoio a Donald Trump.

O jornal PÚBLICO trouxe, hoje, uma pesquisa que mostra que a grande maioria dos portugueses está insatisfeita com o funcionamento da Justiça em Portugal: 72% dos inquiridos avaliam que ela está “muito mal ou “mau”, enquanto 56% classificam da mesma maneira a atuação do Ministério Público.

No início do governo do seu pai, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse em uma palestra que bastaria um cabo e um soldado para fechar o Supremo Tribunal Federal. Moraes respondeu-lhe ontem:

“Todos se recordam que bastava um cabo e um soldado para fechar o Supremo Tribunal Federal. O cabo, o soldado, o coronel, estão todos presos. E o Supremo Tribunal Federal aberto, e funcionando”.

*Blog do Noblat

Vídeo: Joice Hasselmann diz que William Waack foi convidado para ser chanceler de Bolsonaro – e aceitou

A ex-deputada relata que fez o convite e o jornalista aceitou sem pestanejar. No entanto, Bolsonaro rejeitou a ideia.

A ex-deputada federal Joice Hasselmann (Podemos-SP) relatou durante entrevista concedida ao ator Antônio Tabet, no portal UOL, que o jornalista William Waack foi convidado por ela para assumir o ministério de Relações Exteriores do governo Jair Bolsonaro (PL) e que ele prontamente aceitou a proposta para compor a gestão do extremista.

“Eu fui na casa do Bolsonaro no Rio de Janeiro, fui levar a Viviane Senna, que era a minha indicada para ser a ministra da Educação. O que eles fizeram? Atravessaram. Teve um outro caso do William Waack, convidei ele para ser o ministro das Relações Exteriores, e ele topou. Quando Waack estava já se organizando para ir a Brasília, eles atropelaram com aquele imbecil do Ernesto Araújo”, relatou a antiga aliada de Bolsonaro.

 

Haddad confronta extrema-direita na Câmara e afirma que déficit é herança de Bolsonaro

Calote dos precatórios no governo de Jair Bolsonaro pressionou as contas do atual governo.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (22) que o déficit frequentemente atribuído pela extrema-direita ao governo do presidente Lula é herança do governo de Jair Bolsonaro, que deixou, segundo o titular da pasta, mais de R$ 130 bilhões em “calote”.

Ao rebater o deputado Filipe Barros (PL-PR) durante audiência na Câmara, Haddad afirmou: “Se nós não estabelecermos a verdade, não vamos andar. É fácil, o senhor vai colocar o vídeo da sua fala nas redes sociais e vai parecer que o senhor ganhou um debate. O senhor perdeu o debate. Foi isso que aconteceu aqui”.

Ele prosseguiu, atribuindo a questão do déficit à irresponsabilidade fiscal do último governo. “Os dados que o senhor trouxe estão equivocados, nós pagamos o calote que foi dado aos governadores e aos credores do estado. Estou falando de mais de R$ 130 bilhões de calote que pagamos. O senhor vai botar na conta do presidente Lula?”, questionou.

“Esse déficit não é nosso, o filho é teu, tem que assumir. Tem paternidade. Faz um exame de DNA que você vai saber quem deu o calote”, finalizou Haddad.

Segundo dados da Secretaria do Tesouro Nacional, o governo central apurou déficit primário de R$ 1,527 bilhões em março. No acumulado do primeiro trimestre deste ano, entretanto, há superávit de R$ 19,431 bilhões.

Novos temporais devem atingir o RS com ventos de até 100 km/h

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou alerta para novas tempestades no Rio Grande do Sul entre quarta e quinta.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou um novo aviso que preocupa o Rio Grande do Sul, que já atravessa uma tragédia climática e humana desde o início do mês. Segundo o órgão, novas tempestades devem atingir o estado entre esta quarta-feira (22/5) e a manhã de quinta (23/5).

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou um novo aviso que preocupa o Rio Grande do Sul, que já atravessa uma tragédia climática e humana desde o início do mês. Segundo o órgão, novas tempestades devem atingir o estado entre esta quarta-feira (22/5) e a manhã de quinta (23/5).

Além de chuvas entre 30 e 60 mm por hora, o instituto prevê que o estado ainda pode ser atingido por ventos intensos de até 100 km/h e queda de granizo.

No alerta, o Inmet ainda avalia que os novos temporais podem provocar o corte de energia elétrica, queda de árvores e causar ainda mais inundações no estado.

As possíveis chuvas foram classificadas como perigosas, e podem afetar o sudoeste, centro, sudeste do Rio Grande do Sul, além da região metropolitana de Porto Alegre.

Tragédia
Desde o início deste mês, a maior parte do estado do Sul está sendo castigada pelas chuvas. A enchente provocou estragos e mortes em vários municípios gaúchos. Mesmo vários dias depois do início dos problemas, a água ainda não baixou completamente.

Reino Unido: primeiro-ministro dissolve Parlamento e convoca eleições

O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, confirmou a medida nesta quarta-feira (22/5). O novo pleito ocorrerá em 4 de julho.

Sunak afirmou no discurso que o Rei Charles aprovou a demanda, conforme prevê o protocolo. O premiê afirmou que as eleições ocorrerão em um “momento em que o mundo está mais perigoso do que esteve desde a Guerra Fria”, conforme noticiou o The Telegraph.

A decisão de marcar as eleições para julho pegou de surpresa lideranças políticas britânicas. O canceler tem a prerrogativa para marcar o pleito em qualquer data deste ano, mas há quase seis décadas as eleições não ocorriam em julho.

Em discurso na Downing Street, residência oficial e gabinete, o primeiro-ministro afirmou que a decisão representa o momento em que os britânico irão decidir “seu futuro”. “A questão agora é como e em quem você confia para transformar essa base em um futuro seguro para você, sua família e nosso país”, disse.

Sunak está no cargo desde outubro de 2022, quando sucedeu Liz Truss. Ela teve o governo mais curto da história do país, quando deixou a cadeira após um pacote econômico com redução de impostos que não foi bem aceito pelo mercado financeiro.

Inadimplência cai e Desenrola é prorrogado mais uma vez

Segundo dados do Ministério da Fazenda, o programa resultou na redução de 8,7% na inadimplência entre o público prioritário, em pouco mais de um ano.

O programa de renegociação de dívidas Desenrola Brasil resultou em uma redução de 8,7% na inadimplência entre o público prioritário, em pouco mais de um ano. De acordo com levantamento da Serasa, divulgado, nesta terça-feira (21) pelo Ministério da Fazenda, de maio de 2023 a março de 2024, o número de endividados que ganham até dois salários mínimos ou estão inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) diminuiu de 25,2 milhões para 23,1 milhões.

Foram beneficiadas 15,06 milhões de pessoas com a negociação de R$ 53,07 bilhões em dívidas. O volume financeiro cumpriu a meta do governo, que era de R$ 50 bilhões. O número de favorecidos, contudo, ficou aquém do potencial do programa. A previsão inicial da Fazenda era de que 32 milhões de pessoas fossem beneficiadas.

A equipe econômica considera que a iniciativa cumpriu seu objetivo, mas o Congresso Nacional optou por prorrogar por mais 60 dias a medida provisória que regulamenta o programa para quem tem dívidas de até R$ 20 mil. A decisão foi publicada ontem no Diário Oficial da União, assinada pelo presidente do Legislativo, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estendendo o prazo final para adesão, que havia se esgotado na última segunda-feira, segundo o Correio Braziliense.

“O programa foi um verdadeiro sucesso por ter diminuído o endividamento da população mais vulnerável do país e por ter reduzido o ritmo de crescimento da inadimplência como um todo”, avaliou o secretário de Reformas Econômicas da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto.

Segundo ele, o aporte do governo foi relativamente baixo, com R$ 1,7 bilhão dado como garantia caso as pessoas não paguem o refinanciamento dos débitos negociados. “Para cada R$ 1 investido no Desenrola, foram negociados R$ 25 em dívidas atrasadas, beneficiando, também, mais de 600 credores com o recebimento de valores que, em muitos casos, já davam como perdidos. Tudo isso favoreceu a economia brasileira como um todo”, apontou.

Relatório final sobre joias ilegais de Bolsonaro deve ser entregue a Moraes pela PF em junho

Após este caso, a polícia vai concluir inquérito do golpe, que tem potencial de levar o ex-presidente à prisão.

A Polícia Federal deve apresentar o relatório final da investigação sobre as joias ilegais de Jair Bolsonaro em junho, informa a colunista Bela Megale, do GLOBO. Os investigadores trabalhavam com o prazo de entregar, em maio, o documento para o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O grande número de material que ainda está em análise pela PF, porém, fez com que os investigadores mudassem a estimativa sobre a conclusão dos trabalhos.

As últimas diligências da investigação foram realizadas entre 25 de abril e 11 de maio, quanto uma equipe da PF foi aos Estados Unidos realizar entrevistas e ir às lojas onde as joias foram comercializadas ilegalmente.

Entre os avanços da investigação está o acesso a imagens inéditas e a coleta de entrevistas que confirmam detalhes sobre a venda e recompra ilegais das joias que compunham o chamado “kit ouro branco”.

O conjunto foi recebido por Bolsonaro durante uma visita oficial à Arábia Saudita como presidente, em 2019, e contém anel, caneta, abotoaduras e um rosário islâmico (“masbaha”), todas peças cravejadas de diamantes. O jogo também incluía um relógio Rolex, que foi vendido separadamente, em uma loja da Pensilvânia. No total, o conjunto foi avaliado em pelo menos R$ 500 mil. A conclusão do Tribunal de Contas da União (TCU) é que os presentes pertencem ao acervo da Presidência e não a Bolsonaro.

Após o caso das joias, a PF vai concluir o inquérito do golpe, apontado como o que tem maior potencial para prender Bolsonaro. Um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) da semana passada afirmou que a investigação sobre a tentativa de golpe para manter Bolsonaro no poder mesmo após a derrota em 2022 está “em via de conclusão”.

Com o aval de Alexandre de Moraes, TSE vota, por unanimidade, pela manutenção do mandato de senador de Sergio Moro

Ex-juiz teve sete votos favoráveis; Ele era acusado pelo PT e pelo PL de abuso de poder econômico nas eleições de 2022.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) absolveu nesta terça-feira o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) da acusação de abuso de poder econômico durante a pré-campanha nas eleições de 2022. A decisão foi unânime. Os ministros seguiram o voto favorável do relator da ação contra o ex-juiz, Floriano de Azevedo Marques, e mantiveram a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, que rejeitou a cassação do mandato do senador.

Seguiram o voto do relator, os ministros André Ramos Tavares, Cármen Lúcia, Kassio Nunes Marques, Raul Araújo, Isabel Gallotti e, por último, o ministro Alexandre de Moraes, que preside o TSE.

Para o ministro Floriano de Azevedo Marques, relator do processo, a quantia gasta por Moro durante a pré-campanha, seja em São Paulo ou no Paraná, não poderia ser caracterizada como abusiva.

— Não sendo vedados atos políticos antes da campanha, não é possível considerar todos os dispêndios como gastos eleitorais que impactem direta ou abusivamente no pleito — apontou.

Nos cálculos feitos pelo relator, Moro gastou na pré-campanha 17,47% do teto da campanha, o equivalente a R$ 777 mil.

— Não é possível dizer que um dispêndio correspondente a 17,47% do teto dos gastos de campanha seja, por si só, quantitativamente abusivo, já que nem a lei, nem a jurisprudência oferecem parâmetros objetivos — afirmou o ministro.

No processo que chegou ao TSE, Moro é acusado pelo PT e pelo PL de abuso de poder econômico nas eleições de 2022. Os partidos alegam que o senador teve vantagens sobre seus concorrentes ao se declarar como pré-candidato à Presidência meses antes da campanha oficial e ao ter gastos acima do permitido para quem disputou uma vaga ao Senado.

O político paranaense foi inocentado no mês passado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), mas os partidos recorreram ao TSE, que agora avalia o caso. Nesta terça-feira, quando o julgamento foi retomado, foi feita a leitura do parecer do Ministério Público Eleitoral e as sustentações orais da acusação e da defesa. PT e PL sustentaram que Moro teria ultrapassado o teto permitido para os gastos nas campanhas para o Senado e, assim, teria se beneficiado.

— Sergio Moro gastou como se fosse pré-candidato a presidente. Se um pré-candidato se lança como pré-candidato a presidente, ele faz campanha no Paraná, em Goiás. Outros candidatos ao Senado foram prejudicados. O que se espera de um candidato indeciso? Evidentemente, se espera modicidade com os gastos. Houve um descuido, uma irresponsabilidade. Assim, houve evidente abuso a ser combatido — defendeu o advogado Miguel Pimentel, representando o PT.

Antes do julgamento, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), procurou o ministro Alexandre de Moraes, presidente da Corte, e os demais integrantes do tribunal para defender a absolvição do ex-juiz. Nos bastidores, a maré é vista como favorável ao senador.

Moro foi apresentado pelo Podemos como pré-candidato a presidente no final de 2021, mas deixou a legenda em abril de 2022 após conflitos com a cúpula da sigla. O partido exibiu na TV inserções com o ex-juiz que agora são usadas como evidência de que a campanha para o Senado ficou desequilibrada em favor do ex-juiz da Lava-Jato.

Para os advogados do senador, contudo, o impacto eleitoral foi baixo e não representou vantagem. Esse já foi o principal ponto sustentado no julgamento no TRE, quando saiu vitorioso. A defesa ainda deve apontar para as brechas na lei envolvendo a pré-campanha, argumentando que não se pode penalizar um candidato que faz algo que não é proibido.

Nesta terça, os mesmos argumentos foram reforçados pelo advogado de Moro, Gustavo Guedes.

— Não há doutrina, nem legislação, que informe quais gastos são esses da pré-campanha. Não há base, não há parâmetro, para que seja imputada uma conduta abusiva por parte do senador — disse.

Em parecer enviado ao TSE no dia 7 de maio, o Ministério Público Eleitoral (MPE) defendeu a absolvição do senador e a preservação do seu mandato. “Não há indicativos seguros de que houve desvio ou omissão de recursos e tampouco intencional simulação de lançamento de candidatura ao cargo de Presidente com pretensão de disputa senatorial no Paraná. Também inexiste comprovação de excesso ao teto de gastos na pré-campanha (fase sequer regulamentada), inclusive se adotado o precedente de 10% do teto de campanha”, afirmou o vice-procurador-geral eleitoral Alexandre Espinosa, diz o Globo.

Nas contas do vice-procurador eleitoral, o total de gastos comprovados que beneficiaram a pré-campanha de Moro alcançou o valor de R$ 424.778,01, percentual pouco abaixo de 10% do teto de gastos para o cargo de senador no Paraná (R$ 444.720,15). A contabilidade difere da apresentada pelos partidos políticos, que somam despesas entre R$ 7,6 milhões e R$ 21,6 milhões feitas pelo então pré-candidato no período.