O silêncio da grande mídia em certos assuntos muitas vezes é mais revelador que suas manchetes em garrafais.
Trocando em miúdos, é o que sempre digo.
A mídia é mais canalha quando se omite e esconde notícias, numa autocensura estratégica, do que quando usa as garrafais para atacar quem considera adversário político como o PT.
Tarcisio é o candidato à presidência da Faria Lima e, consequentemente, da grande mídia.
Bolsonaro e Temer são as vigas centrais dessa candidatura.
Por isso, falar em INSS, mostrando que o escândalo começa com Temer e passa por Bolsonaro, é tudo o que a mídia tarcisista não quer.
O silêncio da grande mídia sobre o escândalo do INSS, quando envolve figuras como Temer e Bolsonaro, escancara uma seletividade que vai além do noticiário e toca em interesses políticos e econômicos.
A missão pode ser mais estratégica do que as manchetes escandalosas, especialmente se considerar o alinhamento de parte da imprensa com certos projetos de poder, como a possível candidatura de Tarcísio em 2026, apoiada por setores da Faria Lima.
O INSS, com sua relevância social e peso financeiro, é um tema sensível.
Se as denúncias começarem, como já acontece, a traçar uma linha que conecta Temer e Bolsonaro ao começo da corrupção no INSS, isso compromete uma narrativa de apoio a Tarcísio que depende da imagem de continuidade de certas agendas econômicas e políticas dos dois pilares centrais de sua imagem como Bolsonaro e Temer.
A mídia, nesse caso, opta por desviar o foco para proteger essa construção na cara dura.