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Política

O Congresso e o “golpe continuado”, em parceria com o crime organizado

Por Tarso Genro

Do X de Tarso Genro, ex-ministro da Educação, das Relações Institucionais e da Justiça:

O golpe em movimento, golpe em processo, golpe continuado, é uma nova forma de golpismo dirigida pelo que há de pior no fisiologismo parlamentar, conjugado com o crime organizado, dentro e fora do Estado. É o estilo da subversão direitista, que vem assediando os países um pouco mais maduros, em termos de democracia liberal, bem como alguns países mais débeis, que não conseguiram estabilizar seu Estado de Direito depois das ditaduras implantadas nos anos 70 na América Latina.

Ao contrário dos golpes militares tradicionais, que defendiam uma doutrina de nação autoritária e um alinhamento automático aos Estados Unidos, o golpe “continuado” é uma decadência do próprio sentido do golpismo. Não defendem nenhuma ideia, nenhum programa econômico – de direita ou de esquerda – nenhum sentido moral ou cívico, que possa unir seus protagonistas.

Trabalham – estes novos golpistas do golpe continuado – abrigados e infiltrados no Poder Legislativo, nos demais poderes de Estado, em organismos da sociedade civil, com três objetivos taxativamente criminosos: achacar e desmoralizar o Estado, através da apropriação orçamentária destinada a fortalecer os suas negociatas e seus negócios políticos; transformar a política numa sucessão de atos degradados de disputa violenta, para corroer e desmoralizar as instituições do Estado de Direito; proteger os milicianos e grupos criminosos, que controlam grande parte dos negócios do crime organizado, em territórios que eles – como políticos – tem seus redutos eleitorais.

As decisões aparentemente erráticas do presidente Trump podem ser “coisa de louco”, mas tem um método nesta loucura: desconstituir a multipolaridade política global para a formação de dois blocos antagônicos de reorganização do mundo “pós-guerra-fria”.

Seu ideal: formar um bloco automaticamente “favorável” à liderança americana e um “bloco” de “rebeldes” contra a liderança americana, fazendo sobrar a União Europeia, dirigida – como diz ele – por governantes “fracos e confusos.” Temos que confiar nas nossas próprias forças como grande nação democrática ascendente e buscar, sempre, corredores alternativos de relacionamento econômico, politico e cultural de mútuo interesse no mundo globalizado.

Não se formará, neste processo, um “bloco chinês”, para o bloqueio estratégico da política global trumpista, já que a China tem fortes interesses comuns e profundas relações econômicas com os Estados Unidos (e estes com a China), que amaciarão as disputas mais frontais, entre as duas grandes potências militares.

Derrotar a extrema direita e o crime organizado em nosso país é, por isso mesmo (e por tudo mais) a premissa maior para a sustentação de um projeto de nação democrática e republicana neste curtíssimo Século 21, que já se anuncia mais trágico que o “curto” Século 20.


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Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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