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Há um consenso de que o impeachment de Bolsonaro já está fungando em seu cangote

Há um entendimento generalizado de que Bolsonaro não tem a menor condição de seguir no comando do Brasil.

Desde que assumiu a presidência da República, Bolsonaro não governa, produz crises permanentes justamente pra que ninguém perceba que não tem projeto nenhum para o país, nunca teve e nunca terá.

Depois de 500 dias dizendo diuturnamente que tinha prova de que a eleição de 2018 havia sido fraudada e que, na verdade, ele teria conseguido a vitória no primeiro turno, a prova miou. Com um detalhe, a fraude, segundo ele, só beneficiou Haddad.

Mas ontem Bolsonaro armou um circo gigantesco para, enfim, provar a sua tese, como prometido, batendo recorde de público. Mas na hora H ele mascou não só não apresentou qualquer prova, como confessou que não tinha prova.

Até os partidos que o apoiam no Congresso se irritaram com ele, tal a crueza da farsa. E lembrem-se, até a semana passada o Brasil estava discutindo outra farsa de Bolsonaro, aquela em que ele montou um espetáculo para dizer que o presidente da República estava entupido de cocô e, junto, a balela da facada e, logicamente, ressuscitando Adélio e toda a xaropada costumeira que ele repete sobre a farsa montada em 2018 em Juiz de Fora.

O incrível foi Bolsonaro sair do hospital como alguém que tinha acabado de sair de uma sauna, dando entrevista em pé durante 1 hora. O moribundo da sexta-feira, era um decatleta no domingo.

Nunca mais se falou da sua saúde, do intestino obstruído e nem do Adélio. Bolsonaro, com sua língua de trapo, passou a falar do voto auditável e que as urnas foram fraudadas numa eleição em que ele foi o vencedor.

O que se vê agora é um alinhamento dos astros para dar um basta no presidente genocida que terá uma semana dura pela frente, com uma saraivada de denúncias na CPI e um STF que parece disposto a não aturar mais suas ameaças à democracia.

Com isso, o coro do seu impeachment ganhou muita força e a pressão sobre Arthur Lira ganhou pesadamente as redes sociais. Ou seja, há um conjunto de ações na sociedade que se alinham firmemente para destituir Bolsonaro pelo inúmeros crimes que cometeu e pela total falta de governabilidade em mais de dois anos e meio no poder.

Trocando em miúdos, o impeachment deixou de ser uma possibilidade remota para se transformar em algo bem mais concreto.

Alexandre de Moraes, além de mandar a Polícia Federal voltar investigar a interferência de Bolsonaro no órgão, deixou vazar que pode incluí-lo no inquérito das fake news, o que acarretaria, sem sombra de dúvida, na cassação da chapa Bolsonaro-Mourão.

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Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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