Ninguém chega de improviso a uma crise econômica profunda como a brasileira, menos ainda sai dela aos solavancos.
Desarmar uma bomba depende de um estudo para se fazer uma delicada intervenção. No caso da bomba ter explodido, no estágio em que se encontra o Brasil, aí é que não se vê qualquer horizonte no governo Bolsonaro que possa ao menos atenuar o estrago que já foi feito.
Economia, como cansa de dizer Lula, e com razão, depende de confiança, de credibilidade, coisa que nem Paulo Guedes, Roberto Campos Neto e muito menos Bolsonaro têm.
Um governo que, durante três anos, produziu uma crise permanente não tem como vender um coelho dentro de uma cartola. Todos sabem, mas principalmente o povo brasileiro, que daí nada sairá e que a tendência é piorar. Ninguém fará investimento em um país completamente desgovernado em plena tempestade.
Para qualquer lugar que se olha, imediatamente se enxerga um futuro sombrio. Não é para menos. No mesmo dia em que anunciaram que a inflação chegou com o dobro da meta, o governo, através da Petrobras, anuncia um novo e inacreditável aumento do preço dos combustíveis, reajustando a gasolina em 4,85% e o diesel 8%, o que, por motivos óbvios, significa jogar querosene na fogueira da inflação. Consequentemente, a taxa Selic será bem mais alta e, em cascata, todo um processo seguirá o resultado da lambança.
Diante desse quadro ainda mais drástico, Bolsonaro enfrentará um abandono cada vez mais denso e intenso, sendo obrigado a dispor de cada vez mais recursos para alimentar os tubarões do orçamento secreto que vão, no máximo até março, virar as costas pra ele.
Bolsonaro está descendo a pinguela na banguela e sem freios, sem qualquer plano B, sem qualquer capacidade de sair do mata-leão que se enfiou com essa política desastrosa de Paulo Guedes.
Ainda veremos gente defendendo Bolsonaro, mesmo não acreditando em uma palavra que vocalize, porque não há no dicionário da língua portuguesa algo que possa explicar essa tragédia continuada de um governo nulo, inoperante, incapaz de uma atitude própria sem ficar de joelhos para interesses externos e para a oligarquia nativa.
O povo sente isso, percebe claramente que não há chance de sobrevivência minimamente digna com Bolsonaro comandando o país.
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