Missões diplomáticas israelenses foram proibidas de lamentar morte do pontífice, segundo imprensa local.
Já se passaram três dias desde o falecimento do papa Francisco, que comoveu não apenas a população mundial, como também chefes de Estado de diversos países, tanto da ala progressista quanto da conservadora. Algumas das autoridades que confirmaram presença no velório do pontífice de 88 anos, a acontecer neste sábado (26/04), são o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o norte-americano Donald Trump, o argentino Javier Milei, entre outras. Enquanto isso, chama a atenção que, até esta quarta-feira (23/04), o governo de Israel segue em silêncio.
Na segunda-feira (21/04), o Ministério das Relações Exteriores de Israel deletou uma postagem em sua conta oficial da plataforma X que expressava pesar pela morte do papa Francisco.
“Descanse em paz, papa Francisco. Que sua memória seja uma bênção”, dizia a publicação que foi retirada horas depois, segundo o jornal The Times of Israel. Já de acordo com o site de notícias Ynet, posteriormente, as missões diplomáticas de Israel em todo o mundo foram ordenadas a excluir quaisquer postagens semelhantes, o que teria indignado os embaixadores.
“Reagimos contra as palavras do papa contra Israel em vida, não falaremos depois de sua morte”, disse um funcionário da chancelaria israelense.
Nem o primeiro-ministro do regime sionista, Benjamin Netanyahu, se pronunciou. Até o momento, a única figura política do país que lamentou a morte do líder católico foi o presidente Isaac Herzog.
“Francisco era um homem de imensa fé e grande misericórdia, que dedicou a vida ao progresso dos pobres no mundo e ao pedido de paz em uma época complexa de turbulenta”, escreveu Herzog em rede social.
As relações entre a Santa Sé e Israel se deterioraram ao longo do genocídio em Gaza, iniciado em 7 de outubro de 2023, com diversas declarações condenatórias do pontífice às operações conduzidas pelo regime sionista no território palestino.
Em seu último dia de vida, no domingo (20/04) de Páscoa, o líder católico voltou a condenar os conflitos no mundo, citando entre eles o massacre promovido por Tel Aviv em Gaza e lamentando a “dramática situação humanitária” do enclave.
*Opera Mundi