Segundo Haaretz, policiais foram até as casas de manifestantes horas depois de expirarem as penas de prisão domiciliar, obtidas após protestos antigovernamentais.
Três ativistas que se opõem ao massacre promovido pelo governo de Israel na Faixa de Gaza relataram terem sido surpreendidos por uma operação de policiais em suas respectivas residências, horas após o término de suas prisões domiciliares. Os relatos foram feitos ao jornal israelense Haaretz.
Os militantes pró-Palestina – incluindo Alon-Lee Green, líder do movimento de esquerda israelense Standing Together – foram presos dias antes durante um protesto perto da fronteira com Gaza. Apesar de os três terem sido liberados do regime de prisão domiciliar na quinta-feira (22/05) à meia-noite, os policiais compareceram em suas casas entre 3h e 3h30 da manhã de sexta-feira, questionando-os sobre participação em novos protestos.
De acordo com o veículo israelense, os ativistas foram questionados pela polícia se planejavam marcar presença em futuros protestos antiguerra. Segundo a defesa dos militantes, as visitas policiais têm como objetivo intimidar e dissuadir protestos antigovernamentais, embora a polícia negue ter interrogado os indivíduos.
Green descreveu ao Haaretz que os agentes bateram repetidamente em sua porta, exigindo identificação.
“Eu disse a eles que minha prisão domiciliar havia terminado à meia-noite e perguntei o que eles queriam. Eles disseram: ‘Somos nós que fazemos as perguntas’. Então eles perguntaram se eu estava planejando ir ao próximo protesto e o que eu já havia planejado. A coisa toda parecia agressiva e ameaçadora”, contou o ativista.
Hillel, outro manifestante, afirmou ter atendido a porta após receber uma chamada de um número bloqueado.
“Ela perguntou se eu estava em prisão domiciliar. Eu disse a ela que havia terminado há três horas. Então ela pediu minha identidade e depois foi embora”, relatou.
Prisões
Os manifestantes ouvidos pela reportagem do Haaretz fazem parte de um grupo de nove ativistas detidos na semana passada, durante uma marcha de Sderot até a fronteira com Gaza, onde tentaram bloquear uma estrada. Na ocasião, a polícia justificou as prisões por “agressão, interferência com um policial no exercício de suas funções, participação em uma reunião ilegal, conduta suscetível de perturbar a paz e bloqueio ou interferência em uma via pública”.
Seis dos manifestantes tiveram suas prisões prorrogadas até a quarta-feira (21/05), logo após um tribunal de Be’er Sheva liberá-los da prisão domiciliar.
Ao Haaretz, os advogados dos ativistas pró-Palestina, incluindo Gaby Lasky e Gonen Ben Yitzhak, acusaram a polícia de agir como “milícia privada” para suprimir dissidência.
“Qualquer maneira que eles tentem explicar isso não pode esconder o fato de que apenas uma força policial que se tornou uma milícia privada pode enviar policiais às 3 da manhã, sem motivo, para a casa de uma pessoa que se manifestou a favor de um acordo de reféns e contra a guerra. Isso é inaceitável e ilegal, constituindo uma tentativa de dissuadir e intimidar os civis de realizar seu direito de se manifestar contra o governo”, disse Lasky.
Por outro lado, a polícia classificou tais alegações como “falsas” e insistiu que “monitora o cumprimento de prisões domiciliares”.
*Opera Mundi
Siga-nos no Whatsapp: https://chat.whatsapp.com/HlpAeWDAUrD8Qq1AjWiCK5
Siga-nos no Facebook: https://www.facebook.com/profile.php?id=100070790366110
Siga-nos no X: https://x.com/Antropofagista1
Apoie o Antropofagista com qualquer valor
PIX: 45013993768
Agradecemos imensamente