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Vídeo: TV argentina tira Eduardo Bolsonaro do ar e rechaça discurso armamentista: ‘Por sorte, o Brasil tirou o pai dele do poder’

Na Argentina para acompanhar as eleições do país que acontecem neste domingo (22/10), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) concedeu uma entrevista ao vivo ao canal local C5N. No entanto, foi retirado do ar ao defender o porte de armas. O parlamentar endossa a candidatura do economista Javier Milei, da extrema-direita, para a presidência do país.

Na ocasião, Eduardo Bolsonaro defendeu uma exame prático de disparo de arma de fogo, para que os argentinos tenham condições de legítima defesa. Após a declaração, o áudio da entrevista foi retirado. Veja o vídeo:

“É necessário fazer um teste prático de tiros para então levar a diante armas de fogo para os cidadãos, dando condições para que tenham legítima defesa…”, dizia o filho “03” de Bolsonaro ao vivo no Canal 5 Notícias (C5N), a emissora a cabo de maior audiência no país vizinho, quando o âncora do telejornal simplesmente deu ordem para os editores de imagem o cortarem.

“Obrigado, Mariano (repórter)… A Argentina é generosa demais em receber esse tipo de gente… Por isso que seu pai foi tirado do poder, por lógica, pelos brasileiros”, falou irritado o apresentador, tentando dar um ar agradável ao desagradável fato de ver um estrangeiro pregando a distribuição de armas em seu país.

Os demais convidados e jornalistas que participavam da mesa ficaram simplesmente calados diante da cachoeira de bobagens dita por Eduardo Bolsonaro, que se presume ter ficado a falar sozinho sobre sua obsessão por tiros, fora do ar, já que nem notou o corte.

Confira o vídeo:

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Argentina: Massa em 1° com 36% e extremista Milei, decepcionante, com 30% em 2°

Os primeiros dados oficiais da apuração da eleição presidencial na Argentina foram divulgados há poucos minutos e confirmaram o que se projetava nas chamadas “mesas testemunhas”: Javier Milei, o radical de extrema direita do ‘La Libertad Avanza’, não está em primeiro lugar, como sugeriam as pesquisas e sondagens eleitorais, mas sim em segundo lugar, com 30,24% dos votos. Já Sergio Massa, do ‘Unión por la Patria’ e candidato do atual presidente, Alberto Fernández, assim como do kirchnerismo, de centro-esquerda, lidera com relativa folga o pleito, com 36,21%. Já foram apuradas 86,82% das urnas.

Quanto à terceira posição, não há novidades. Patricia Bullrich, da direita tradicional, da coligação ‘Juntos por el Cambio’, apoiada pelo ex-presidente Mauricio Macri, tem 23,79% dos votos, seguida por Juan Schiaretti, com 7,08%, e Myriam Bregman, com 2,66%.

O segundo turno está confirmado entre Massa e Milei, já que o postulante de esquerda não ultrapassou 40% dos votos. Os votos de Schiaretti e Bregman, que somados estão em torno de 10%, deve ir para o primeiro colocado, por questões de proximidade ideológica. A “guerra” agora está declarada e aberta pelos eleitores de Bullrich, que embora conservadora tem séria divergência com o extremista que ficou em 2° lugar.

 

 

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Gaza: 120 bebês em incubadoras estão em risco por falta de combustível

ONU alerta que esgotamento de combustível para geração de energia das incubadoras agrava situação dos bebês em hospitais da Faixa de Gaza.

As vidas de 120 bebês em incubadoras estão em perigo em função do esgotamento de combustíveis para geração de energia em hospitais na Faixa de Gaza, conforme alertou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), neste domingo (22/10), segundo o Metrópoles.

De acordo com a ONU, mais de 1,7 mil crianças morreram desde o início da guerra entre Israel e Hamas. Os hospitais em Gaza enfrentam falta grave de artigos médicos, combustível e água para os milhares de feridos no conflito e pacientes de rotina.

A eletricidade é fundamental para o tratamento de bebês prematuros nas sete unidades especializadas do enclave palestino. Os dispositivos os ajudam a respirar e fornecem apoio essencial, por exemplo, quando os órgãos dos pequenos ainda não estão desenvolvidos.

Neste domingo (22), o segundo comboio com 17 caminhões chegou a Gaza pela fronteira em Rafah, no Egito, levando uma nova remessa de mantimentos básicos. A ONU, no entanto, alerta que a quantidade de ajuda humanitária disponibilizada é insuficiente para atender a demanda da população palestina sitiada no território.

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Bombardeios interrompem entrega de ajuda humanitária na Faixa de Gaza

Explosões próximas da passagem de Rafah, fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza, interromperam a entrega de ajuda humanitária para a região. O segundo comboio, que continha 17 caminhões com suprimentos, ficou retido no lado egípcio da fronteira, diz a CNN.

Sem energia, o fornecimento de comida e água a meio milhão de pessoas será drasticamente afetado, de acordo com Juliette Touma, porta-voz da agência da ONU, em entrevista exclusiva à CNN sobre o conflito em Israel.

“O comboio que chegou com ajuda é de um número muito pequeno de caminhões, se compararmos com as reais necessidades na Faixa de Gaza. Vamos encerrar nossas operações na quarta-feira se o combustível não chegar, afetando a vida de mulheres grávidas, crianças, civis, pessoas como nós”, afirmou Juliette.

No sábado (21), os primeiros 20 caminhões cruzaram a passagem, que estava fechada desde os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro. O ponto de fronteira foi rapidamente fechado após a passagem do primeiro comboio de ajuda.

Agências das Nações Unidas (ONU) saudaram a entrada do primeiro comboio com ajuda humanitária, mas destacou que o volume “não é suficiente” para aliviar a deterioração da situação humanitária. A região recebeu insumos como água, alimentos e medicamentos, mas não combustível.

A ONU vem dizendo que é preciso de pelo menos 100 caminhões por dia para abastecer as pessoas na proximidade da passagem de Rafah.

Além disso, o comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA), Philippe Lazzarini, afirmou que abastecimento de combustível das Nações Unidas na Faixa de Gaza acabará dentro de três dias.

Israel aumentou o número de bombardeios em Gaza neste domingo. No sábado (21), as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla de inglês) afirmaram que iriam intensificar os ataques aéreos para “minimizar o risco para as nossas tropas nos próximos estágios da guerra”, sinalizando a potencial incursão terrestre.

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Vídeo: Estamos diante de um verdadeiro holocausto do povo Palestino na Faixa de Gaza, diz professor

Eu estava pensando exatamente nisso quando me deparei com a fala do professor Gustavo Sampaio do departamento de direito público da UFF, na GloboNews.

Não há guerra nenhuma, Muito menos isso se relaciona com a ofensiva do Hamas. O que existe é um comportamento padrão adotado há 75 anos pelo Estado terrorista de Israel de extermínio do povo palestino para os colonos como qualquer colonizador, roubar-lhes as terras.

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Irã alerta Israel e EUA que situação pode ficar ‘incontrolável’

O ministro iraniano das Relações Exteriores, Hosein Amir Abdolahian, advertiu neste domingo (22) os governos dos Estados Unidos e de Israel que a situação pode ficar “incontrolável” no Oriente Médio se os dois países “não acabarem imediatamente com os crimes contra a humanidade e o genocídio em Gaza”.

“Hoje a região é como um barril de pólvora (…) Gostaria de alertar os Estados Unidos e o regime fantoche israelense que se não acabarem imediatamente com os crimes contra a humanidade e o genocídio em Gaza, tudo é possível a qualquer momento e a região ficaria incontrolável”, afirmou o chanceler iraniano em uma entrevista coletiva conjunta com a homóloga sul-africana Naledi Pandor, segundo a Exame.

A comunidade internacional teme um agravamento e a propagação da guerra iniciada em 7 de outubro entre o grupo islamista palestino Hamas e Israel, com o aumento dos confrontos entre o grupo libanês Hezbollah e o Exército de Israel, na fronteira com o Líbano.

O governo dos Estados Unidos reforçou sua presença na região, com a mobilização de um segundo porta-aviões para “dissuadir ações hostis contra Israel ou qualquer esforço direcionado a ampliar a guerra após os ataques do Hamas”.

O ministro iraniano advertiu que “qualquer erro de cálculo durante o conflito, o genocídio, o massacre e a migração forçada dos habitantes de Gaza e Cisjordânia podem ter graves consequências para a região e para os interesses dos países agressores”.

Pandor fez um apelo à comunidade internacional para que “preste mais atenção” à difícil situação dos palestinos no âmbito do que chamou de “vergonhosa” ofensiva contra Gaza.

O conflito começou após uma operação sem precedentes de combatentes do Hamas que invadiram o território israelense e mataram mais de 1.400 pessoas, a maioria civis.

Os bombardeios de represália de Israel mataram mais de 4.600 pessoas, a maioria civis, segundo autoridades de Saúde do movimento islamista Hamas, que governa Gaza desde 2007.

Pouco depois do ataque, o Irã celebrou a ofensiva, mas insiste que não se envolveu na ação, na qual mais de 200 pessoas foram sequestradas.

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Israel emite novo alerta de evacuações em Gaza; mortes passam de 6 mil

Tropas de Israel pretendem intensificar bombardeios em Gaza antes de invasão por terra. Caminhões com ajuda humanitária aguardam liberação.

Cidadãos palestinos informaram ter recebido um novo alerta, na madrugada deste domingo (22/10), para se deslocarem em sentido ao Sul da Faixa de Gaza. O governo de Israel já avisou que intensificará os bombardeios na região, dentro dos preparativos para invadir o território por terra, diz o Metrópoles.

Segundo o Hamas, neste domingo, ao menos 55 pessoas morreram no território palestino durante os ataques noturnos. Com isso, o número de mortes no conflito ultrapassou a marca de 6 mil pessoas. Ao todo, 4.651 palestinos e 1.405 israelenses morreram na guerra. As informações foram divulgadas pela agência de notícias Al Jazeera.

Duas americanas, moradoras de Chicago, foram libertadas pelo grupo extremista. Judith Tai Raanan e Natalie Shoshana Raanan, mãe e filha, respectivamente, foram sequestradas pelo Hamas durante o ataque a Israel no último dia 7. Ambas estavam no país para visitas e confraternização com parentes.

De acordo com o governo israelense, o número de pessoas sequestradas pelo Hamas também subiu para 212. A quantidade de pessoas em cativeiro aumentou, apesar da liberação das primeiras reféns pelo grupo fundamentalista na sexta-feira (20/10).

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Água enviada para Gaza atende a 1% dos palestinos, e doenças se proliferam

Em novo levantamento da ONU publicado na manhã deste domingo, a entidade deixa claro que o volume de ajuda internacional autorizado a entrar em Gaza é insuficiente. Para que a crise humanitária seja atendida, os comboios precisarão ser multiplicados por cinco e realizados todos os dias.

Por enquanto, apenas 20 caminhões foram autorizados a entrar em Gaza, o que foi descrito por diplomatas como apenas uma manobra de propaganda.

Nos carregamentos realizados no sábado, a água destinada para Gaza atende a apenas 1% da população e por apenas um dia. Enquanto isso, os serviços médios revelam o surgimento e proliferação de doenças entre a população.

Os dados ainda revelam como bairros inteiros foram já destruídos e constatam que 62% das vítimas são mulheres e crianças. Superlotados, os abrigos da ONU registram caos, disputas violentas e tensão entre os palestinos.

Eis os principais dados do novo levantamento humanitário da ONU sobre Gaza:

O volume de mercadorias que entrou é equivalente a cerca de 4% da média diária de importações para Gaza antes das hostilidades. É apenas uma fração do que é necessário após dias de cerco total. A ONU alertou que é imperativo aumentar o acesso de ajuda para pelo menos 100 caminhões por dia.

Os bombardeios continuam quase inabaláveis e as hostilidades entram no décimo quinto dia em Gaza.

Mais 248 palestinos foram mortos nas últimas 24 horas. Isso eleva o número de vítimas fatais para 4.385 palestinos, sendo que 62% delas são crianças e mulheres.

98 famílias palestinas perderam dez ou mais de seus membros. 95 famílias palestinas perderam de seis a nove membros; e 357 famílias perderam de 2 a 5 de seus membros. Mais de 1.000 palestinos foram dados como desaparecidos e presume-se que estejam presos ou mortos sob os escombros

Bairros inteiros destruídos
Pelo menos 42% (164.756) de todas as unidades habitacionais da Faixa de Gaza foram destruídas ou danificadas desde o início das hostilidades. Bairros inteiros foram destruídos, especialmente em Beit Hanoun, Beit Lahia e Shuja’iyeh, a área entre Gaza e o campo de refugiados de Shati’ e Abbassan Kabeera.

A ONU estima que haja cerca de 1,4 milhão de deslocados internos em Gaza. Há relatos de famílias deslocadas que estão retornando ao norte de Gaza devido aos bombardeios contínuos e à incapacidade de atender às necessidades básicas no sul.

Água e doenças
Dois dos 20 caminhões que entraram em Gaza pela passagem de Rafah carregavam 44.000 unidades de água engarrafada fornecida pela UNICEF. Isso é suficiente para apenas 22.000 pessoas por um dia. Isso representa 1% da população palestina em Gaza.

A ONU foi forçada a racionar a água potável, fornecendo apenas um litro por pessoa por dia. O padrão internacional mínimo é de 20 litros.

Foram detectados casos de catapora, sarna e diarreia, diante das condições precárias de saneamento e ao consumo de água de fontes inseguras. Espera-se que a incidência dessas doenças aumente, a menos que as instalações de água e saneamento recebam eletricidade ou combustível para retomar as operações.

As pessoas estão consumindo água salgada com mais de 3.000 miligramas por litro de teor de sal dos poços agrícolas. Isso representa um risco imediato à saúde, aumentando os níveis de hipertensão, especialmente em bebês com menos de seis meses, mulheres grávidas e pessoas com doenças renais. O uso de água subterrânea salina também aumenta o risco de diarreia e cólera.

Os estoques atuais de alimentos em Gaza são suficientes para cerca de 13 dias, de acordo com o Programa Mundial de Alimentos (WFP). No entanto, em nível de loja, espera-se que o estoque disponível dure apenas mais quatro dias.

Ataques contra escolas e hospitais
205 instalações educacionais foram afetadas, incluindo pelo menos 29 escolas da ONU. Oito dessas escolas foram usadas como abrigos de emergência para deslocados internos, sendo que uma delas foi diretamente atingida, resultando em pelo menos oito deslocados internos mortos e outros 40 feridos.

A superlotação e a escassez de suprimentos básicos provocaram tensões entre os deslocados internos, além de relatos de violência de gênero.

Em 21 de outubro, o exército israelense emitiu ordens de evacuação para os 17 hospitais ainda em funcionamento. Eles estão na cidade de Gaza, no norte de Gaza e em um hospital em Rafah. Até o momento, esses hospitais não foram evacuados, pois isso colocaria em risco a vida de pacientes vulneráveis.

*Jamil Chade/Uol

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É difícil ser tão ruim quanto Bolsonaro, mas Milei tem tentado

Quem quiser o título deve ser comparável a catástrofes naturais e pragas bíblicas.

A Argentina vai às urnas neste domingo eleger seu novo presidente. O primeiro colocado nas pesquisas é Javier Milei, por vezes chamado de “Bolsonaro argentino”. O clã Bolsonaro, de fato, apoia Milei com entusiasmo.

É preciso tomar cuidado ao dizer que alguém é o Bolsonaro de outro país. Muito pouca coisa no mundo é tão ruim quanto Jair Bolsonaro.

Graças a Bolsonaro, durante alguns meses de 2021 o Brasil teve um terço das mortes por Covid-19 no mundo, mais de dez vezes nossa proporção da população mundial (2,8%). Segundo cálculos do epidemiologista Pedro Hallal, a recusa de ofertas de vacinas pelo governo Bolsonaro causou, só entre janeiro e junho de 2021, 95 mil mortes.

Bolsonaro também desmontou os mecanismos de combate à corrupção no Brasil e permitiu que os congressistas apresentassem emendas secretas ao Orçamento (por isso não sofreu impeachment). Realizou pelo menos duas tentativas de golpe de Estado. A primeira, em 7 de setembro de 2021, quando declarou que não obedeceria mais ao Supremo Tribunal Federal. E outra logo depois de sua derrota ano passado.

Na semana passada, uma Comissão Parlamentar de Inquérito apontou o ex-presidente como mentor intelectual da destruição da praça dos Três Poderes em 8 de janeiro, ápice de uma onda golpista que se seguiu ao resultado das eleições. Um terrorista que havia ocupado cargo no governo Bolsonaro tentou explodir o aeroporto de Brasília na véspera de Natal de 2022.

Ou seja, não basta ser conservador, populista, nem mesmo a versão radical de qualquer uma dessas coisas, para ser “o Bolsonaro” de seu país. Quem quiser o título deve ser comparável, não a outros estadistas, mas a catástrofes naturais e pragas bíblicas.

Embora já tenha mentido sobre o número de desaparecidos durante a ditadura, o currículo de Milei como fascista é bem mais modesto que o de Bolsonaro, um ex-militar que já tinha tentado explodir o próprio quartel. O déficit de fascismo de Milei é só parcialmente coberto por sua candidata a vice, Victoria Villarruel, que tem vínculos históricos com os militares presos por crimes da ditadura argentina e chegou a visitar o ex-ditador Jorge Videla.

Mas o programa econômico de Milei é consideravelmente pior do que o de Bolsonaro. Jair sempre admitiu que era completamente ignorante sobre o assunto. O candidato argentino parece estacionado naquele pico de estupidez em que o indivíduo sabe o suficiente para ter convicções fortes, mas não o suficiente para deixar de ser burro: defende extinguir o Banco Central, dolarizar a economia e eliminar órgãos públicos cujo funcionamento, obviamente, não compreende.

*Celso Rocha de Barros/Folha

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Guerra na Faixa de Gaza matou em 15 dias quase metade de jovens e crianças palestinas vítimas de conflitos desde o ano 2000

Do total de 3.265 jovens vítimas de conflitos na Faixa de Gaza desde o ano 2000, quase metade das mortes de crianças e adolescentes palestinos registradas neste aconteceu nas duas últimas semanas, durante a guerra entre Israel e o Hamas. Foram mortos ao menos 1.524 menores na região no atual confronto, ou 46,7% do total.

O número óbitos de pessoas com menos de 18 anos em 15 dias de guerra é quase três vezes o total de menores mortos no ano com mais vítimas até então. Em 2014, 548 crianças e adolescentes foram vítimas de uma ofensiva de Israel para destruir foguetes e túneis em Gaza.

A Folha de S. Paulo cruzou dados de mortes de menores de 18 anos na Faixa de Gaza, registrados pela B’Tselem, organização israelense de direitos humanos, com as informações de mortes recentes divulgadas pela Ocha, agência das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, que considera estimativas do Ministério da Saúde de Gaza e faz esse mesmo recorte etário.

As duas organizações têm bases historicamente semelhantes e contabilizam vítimas consequentes do confronto bélico na região, mortas por explosões ou armas de fogo.

O boletim da ONU que inclui informações sobre menores, de quinta-feira (19), só traz atualização sobre crianças e jovens palestinos. Das mortes em Gaza, cerca de 40% das vítimas desde o dia 7 de outubro são menores de idade.

Do lado de Israel, autoridades locais estimam que 20 dos 705 mortos que tiveram os nomes identificados sejam crianças. A maioria morreu na ofensiva do Hamas a Israel há 15 dias.

Ao todo, o confronto tirou a vida de aproximadamente 5.800 pessoas, sendo 1.400 israelenses, e 4.449 palestinos, de acordo com autoridades locais.

A proporção de mortes palestinas é historicamente maior do que a de israelenses no confronto entre as duas partes. De 2000 até o início da atual guerra, 145 crianças e adolescentes israelenses foram mortos, sendo 90 em Israel, 51 na Cisjordânia e 4 em Gaza, de acordo com a B’Tselem.

No mesmo período, são 2.290 menores palestinos mortos, sendo 1.741 em Gaza, 537 na Cisjordânia e 12 em Israel.

Dados anteriores ao atual conflito indicam que foram 765 crianças de 0 a 12 anos e 976 adolescentes de 13 a 17 anos. No geral, 415 meninas e 1.326 meninos palestinos.

A morte de crianças foi uma das preocupações expressas na resolução proposta pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU. Com 12 votos favoráveis de 15 possíveis, o texto só não passou porque recebeu veto dos Estados Unidos, que destacou o direito de Israel se defender.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a mencionar as mortes de menores na sexta, em pronunciamento por vídeo, quando também classificou o ataque do Hamas de terrorista.

“Hoje quando o programa [Bolsa Família] completa 20 anos, fico lembrando que 1.500 crianças já morreram na Faixa de Gaza. Que não pediram para o Hamas fazer ato de loucura que fez, de terrorismo, atacando Israel, mas também não pediram que Israel reagisse de forma insana e as matasse. Exatamente aqueles que não têm nada a ver com a guerra, que só querem viver, brincar, que não tiveram direito de ser crianças”, disse.

Desde o início da guerra, cerca de 1 milhão de pessoas se deslocaram em Gaza: mais de 527 mil estão nas 147 estruturas emergenciais de abrigo montadas pelas Nações Unidas, a maioria na região central ou sul de Gaza.

Com o cerco à região, a crise humanitária se acentuou diante da escassez de água, alimentos, combustíveis e medicamentos.

Vinte caminhões de ajuda internacional conseguiram autorização para entrar na Faixa de Gaza neste sábado (21) a fim de levar mantimentos aos civis. Cerca de 200 caminhões ainda aguardam o sinal verde para a passagem.

Ao menos 210 pessoas ainda seguem reféns do Hamas, incluindo israelenses e estrangeiros, de acordo com as forças do país. O grupo liberou duas reféns americanas na sexta-feira.

Com informações da Folha de S. Paulo.