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Sem controle da pandemia, Brasil vira laboratório de novas cepas do vírus

O possível surgimento de uma nova variante do coronavírus em Sorocaba, no interior paulista, nesta semana acendeu o sinal de alerta entre pesquisadores. Com o descontrole da pandemia, o Brasil está se tornando um laboratório para evoluções do vírus.

Para especialistas ouvidos pelo UOL, o surgimento de outras cepas, como a P1 (identificada em Manaus em janeiro), não só é possível mas também provável diante do agravamento da crise sanitária. E o pior: sem rastreamento, o Brasil demorará para descobri-las.

Maior a transmissão, maior o risco de variantes

Segundo os pesquisadores, a equação ser feita é simples: quanto maior a circulação do vírus, maior a chance de variantes.

“As variantes surgem principalmente pela pressão de transmissão. Ou seja, quanto mais gente transmitindo, maior a probabilidade surgir um vírus mutante. É um fator determinante para a ocorrência de modificações virais”, afirma Bernardino Albuquerque, epidemiologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Amazonas.

Neste ano, a taxa de transmissão do vírus no Brasil, que havia diminuído no final de 2020, se mantém acima de 1, de acordo com a universidade Imperial College London, do Reino Unido, o que indica descontrole da pandemia no país.

No Brasil, o vírus está cheio de possibilidades de replicação e mutação. Não é surpreendente que novas variantes surjam, é inevitável. Tampouco é surpreendente que a P1, por exemplo, evolua”

Monica de Bolle, professora da Universidade Johns Hopkins e membro do “Observatório Covid-19 BR”

Atraso no sequenciamento do vírus

Para Rafael Dhalia, pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), em Pernambuco, não só podem surgir cada vez mais variantes como é possível que elas já estejam em circulação no Brasil, mas, sem acompanhamento, não há como identificá-las.

“Essas variantes acontecem no mundo todo, são coevoluções, mas, para a gente saber, tem que sequenciar o vírus. Por aqui não temos nem ideia. Essa variante encontrada em Sorocaba já pode estar no Brasil todo e não sabemos”, afirma o membro da APC (Academia Pernambucana de Ciências).

Como na vacinação e na testagem, o país também está muito atrasado no sequenciamento do vírus. Enquanto o Reino Unido sequencia 50 pessoas a cada 1.000 casos para identificar evoluções, no Brasil o índice é 0,15 para cada 1.000 casos. Ou seja, é um sequenciado para cerca de 7.000 casos confirmados.

Sabe onde a P1, de Manaus, foi identificada? No Japão, por causa de um brasileiro que chegou febril e eles decidiram sequenciar o vírus. Logo, foi necessário uma pessoa sair do Brasil para descobrir a P1. É vergonhoso”. (Rafael Dhalia, pesquisador da Fiocruz)

No Brasil, além da P1, foi identificada uma outra variante, apelidada P2, no Rio de Janeiro. Sem incidência rastreada, ela é considerada isolada, mas, segundo Dhalia, “não há como garantir” isso.

“Além de ver a incidência, é crucial entender se esta evolução pode ser ainda mais transmissível do que a P1. É isso que causa certa preocupação, que precisamos acompanhar”, (Dimas Covas).

*Com informações do Uol

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Colapso: Pesquisa aponta risco de falta de oxigênio em 625 cidades e “kit intubação” em 1.141

Levantamento divulgado na quinta-feira (1º) analisou a situação de 2.433 municípios, o equivalente a 45,9% do total.

Ao todo, pelo menos 625 municípios do país correm risco de falta de oxigênio, enquanto em 1.141 pode acabar o chamado “kit intubação”, utilizado em pacientes que desenvolvem a versão mais grave da covid-19.

Os dados foram divulgados na última quinta-feira (1º), pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), na segunda edição de uma pesquisa que acompanha a situação das diferentes cidades brasileiras ao longo da pandemia.

:: Leia também: Alerta de falta de oxigênio em SP e no DF amplia mapa do colapso nacional ::

O estudo avaliou a situação de 2.433 municípios, o que representa 45,9% do total do país, e engloba cidades de todos os estados. Os números partem de informações colhidas junto aos prefeitos entre os dias 29 e 31 de março.

O levantamento observou ainda outros elementos do cenário da saúde pública local e identificou que 61,9% dos lugares pesquisados não adotaram lockdown esta semana.

A média móvel de mortes por covid-19 no país está atualmente em 3.117, a maior deste o início da pandemia. Na última quinta (1º), por exemplo, 3.769 óbitos foram registrados nas últimas 24 horas.

Entre as cidades pesquisadas, 37,1% estão em lockdown. O estudo considerou o conceito como fechamento total das atividades não essenciais. Já o percentual de municípios que hoje adotam a restrição na circulação de pessoas à noite chegou a 82,2%, enquanto 17,5% dos prefeitos disseram não adotar a medida hoje.

:: Leia também: Covid: três grandes cidades brasileiras com menores taxas de mortes tiveram lockdown ::

Sobre medidas de distanciamento social no final de semana, 88% têm restrições e 11,8% não têm. Já a antecipação de feriados, assim como ocorre esta semana em São Paulo (SP), por exemplo, conta com 15,3% de adesão no universo da pesquisa.

No quesito “aulas presenciais”, 89,4% dos lugares suspenderam a atividade e 9,9% mantêm as escolas abertas nesta semana.

A distribuição de vacinas também foi observada pela Confederação, segundo a qual 98% dos municípios receberam lotes de imunizantes ao longo deste período. Ao todo, 68,4% deles foram destino desse tipo de remessa por duas vezes na semana, enquanto 24,4% receberam somente uma vez.

*Com informações do Brasil de Fato

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Fiocruz: Crise sanitária do país trava voos com insumos para vacinas

A crise sanitária no país tem feito com que fabricantes internacionais de suprimentos para vacinas enfrentem dificuldades para enviar remessas de reagentes e insumos para o Brasil. O cenário se dá em meio a reduções de previsões de entregas de imunizantes em abril.

Ao UOL, Maurício Zuma, diretor da Bio-Manguinhos —unidade da Fiocruz que produz a vacina Oxford/AstraZeneca— disse que já “acendeu o alerta amarelo” para possíveis atrasos nas entregas ao PNI (Plano Nacional de Imunização) após negativas de empresas estrangeiras em realizar voos para o país.

Segundo ele, os recordes de mortes e novas cepas da doença são os motivos da resistência de companhias internacionais em enviar voos. Com isso, a produção de imunizantes da Fiocruz contra a covid-19 corre risco, já que os materiais são considerados fundamentais para a linha de produção.

Insumos descartáveis e reagentes químicos estão entre os itens de difícil compra no momento. Zuma diz que a alta demanda por esses suprimentos no mercado internacional é outro entrave enfrentado hoje para a aquisição.

Os setores comercial e de logística da Fiocruz tentam agora viabilizar voos alternativos e empresas dispostas a pousar no Brasil, segundo Zuma. O pesquisador teme contudo que novas desistências afetem a linha de produção em breve.

Questionado, o diretor da Bio-Manguinhos não soube informar quais foram as empresas que se recusaram a pousar no Brasil e os seus países de origem. O UOL encaminhou então a demanda à assessoria de imprensa da Fiocruz que, por meio de nota, admitiu dificuldades com o transporte internacional e citou outros motivos para o cancelamento de voos.

“As companhias aéreas estão com a malha reduzida e se deparando com constantes problemas com falta de tripulação. Tal cenário gera o aumento de prazos para recebimento de cargas, com atrasos e reprogramação de voos. Programações de embarque são postergadas, voos são cancelados ou passamos pela situação de falta de espaço para nossas cargas em aeronaves”, diz o comunicado.

Maurício Zuma, diretor da Bio-Manguinhos da Fiocruz “Hoje, nos esforçamos para trazer volumes maiores de cargas e evitar a escassez desses produtos. Mas, se tivermos cancelamentos desse tipo à frente, quando a produção [de vacinas] for maior, teremos problemas”, completa.

Questionado se a crise sanitária no Brasil pode afetar a vacinação, Zuma respondeu que essa “pode ser uma consequência do agravamento de toda a crise”.

A produção de vacinas da Fiocruz depende de mais de 500 itens, entre suprimentos químicos e utensílios laboratoriais —para alguns desses insumos, como frascos e embalagens, a Fundação Oswaldo Cruz tem autossuficiência. Para outros, depende da importação, pois não há produção nacional para suprir as exigências técnicas da vacina.

*Com informações do Uol

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Nicolelis: “Pessoas vão morrer nas ruas em Porto Alegre”

Em entrevista ao Tutameia [22/3], o cientista Miguel Nicolelis traçou um quadro tenebroso sobre a catástrofe em curso na capital gaúcha, Porto Alegre.

Nicolelis destacou a repercussão internacional da imagem das chaminés do crematório da cidade expelindo fumaça escura provavelmente devido à sobrecarga de queima de corpos com a consequente saturação de resíduos gerados.

Não por acaso, neste sábado [27/3] o jornal The New York Times disse que Porto Alegre é o coração de um colapso monumental do sistema de saúde.

Em menos de 5 minutos de diagnóstico, Nicolelis caracteriza com terrível dramaticidade a dimensão da tragédia. Ele começa dizendo que “Porto alegre parece um foguete decolando … a curva era inclinada e agora ela é vertical”.

“Não tem saída fora do lockdown, porque já explodimos”, afirmou Nicolelis. Em referência ao governador e também ao prefeito Sebastião Melo/MDB, ele questiona: “E o governador do RS quer abrir o comércio. Aí eu me pergunto: em que galáxia este senhor vive? Em que mundo paralelo ele vive?”

Ele faz um alerta: “as pessoas vão morrer nas ruas em Porto Alegre”, e associa a causa disso: “faz anos que o RS está nas mãos de administrações que só fizeram aumentar a miséria, moradores de rua, a falta de acesso à saúde; […] Porto Alegre está sofrendo um processo de decadência”

Nicolelis entende que a pluma de fumaça do crematório sinaliza uma realidade similar a “Los Ângeles [EUA], que o crematório teve de parar devido aos resíduos que estavam sendo espalhados pela cidade” devido ao trabalho excessivo de cremação de mortos.

Na visão dele, “está havendo colapso funerário. Começa a ter atraso nos enterros, atraso no manejo dos corpos, começa a se empilhar os corpos”.

Nicolelis também alerta que em consequência ao descontrole, “começa a ter este tipo de efeito colateral”.

“E de repente explode, e aí você corre o risco de epidemias bacterianas, tifo, contaminação do solo, do lençol freático, dos alimentos”, disse ele, arrematando: “Aí você pode esquecer, aí eu estou falando de anos, para reverter um troço desses, entendeu?”.

Não se trata de acidente, fatalidade ou de algum fenômeno inevitável, como Nicolelis mostra na entrevista [vídeo aqui]. Esta catástrofe sanitária, econômica e humanitária deriva da condução irresponsável dos governos no enfrentamento à pandemia.

Diante da previsão de que, a se manter esta condução irresponsável, pessoas poderão “morrer nas ruas em Porto Alegre”, o que faz o prefeito Sebastião Melo/MDB? Exorta as pessoas a morrerem para salvar a economia!

*Jeferson Miola/247

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Colapso: cidades debatem critérios para escolher quais pacientes de Covid terão leitos e remédios escassos

Discussão envolve decidir quem receberia tratamento convencional ou atendimento paliativo em caso de colapso hospitalar.

No pior momento da pandemia de Covid-19, o conselho de secretarias municipais de Saúde debateu na sexta (26) um modelo de triagem para definir quais pacientes terão tratamento convencional e quais receberão atendimento paliativo em casos de colapso hospitalar.

A médica Lara Kretzer afirmou na reunião que o ideal seria não precisar fazer uma escolha que, ao extremo, pode significar decidir quem vive e quem morre, mas que é obrigação ética estar preparado para isso.

“Idealmente, a gente não gostaria de usar triagem. O que a gente gostaria é que tivesse dado conta de fazer o atendimento de cada brasileiro que precisa de um serviço de saúde”, disse a médica no encontro.

Na apresentação, ela afirmou que os hospitais devem criar comissões de triagem com três profissionais experientes e, de preferência, um representante da área da bioética e da comunidade local.

O conselho de secretarias elaborou um modelo do tipo no pico da pandemia em 2020, que recebeu críticas por incluir como critério a idade do paciente. A médica explicou que esse parâmetro foi excluído. A pontuação agora se dá, entre outros fatores, pela gravidade e pela existência de doenças crônicas.

O paciente que não passa na triagem para um recurso escasso, como um leito de UTI, deve receber “o melhor cuidado disponível para alívio dos seus sintomas e, na eventualidade da morte, que ele possa receber os cuidados de final de vida e sedação paliativa”, disse Lara.

Em São Paulo, desde o início da pandemia, o Hospital Municipal do M’Boi Mirim, na zona sul da capital, segue o protocolo criado pela equipe do Hospital Albert Einstein para o contexto de escassez de recursos durante a pandemia, que estabelece uma espécie de pontuação pelas vagas de UTI.

Como mostrou a Folha, o local virou referência para casos da doença na região. A UTI saiu de 20 para 220 vagas, e um novo setor foi erguido em menos de um mês com dinheiro da iniciativa privada.

O hospital tem uma ala para pacientes com cuidados paliativos. O estabelecimento adotou práticas de visitas de despedida para ajudar o processo de luto das famílias e para tentar trazer conforto aos pacientes em seus últimos momentos de vida.

*Painel/Folha

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Tragédia: Com 3.368 novos óbitos em 24h, Brasil passa de 310 mil mortos por Covid

País volta a bater recorde de média móvel de óbitos, 2.548, e completa 66 dias com índice acima de 1.000.

Após semana de recordes trágicos, o Brasil registrou 3.368 mortes por Covid neste sábado (27), além de 81.909 novas infecções. O país chegou a 310.694 óbitos e a 12.489.232 casos da doença desde o início da pandemia.

Os dados brasileiros são os aferidos pelo consórcio de veículos de imprensa integrado por Folha, UOL, G1, O Estado de S. Paulo, Extra e O Globo e coletados até as 20h com as secretarias de saúde dos estados. ​

Nesta sexta-feira (26), o país bateu o recorde de mortes em um único dia, com 3.600 óbitos. Mas, apesar de a situação ser gravíssima, ao menos parte desse elevado número de mortes registradas se deve a um represamento de dados que ocorreu durante a semana.

O estado de São Paulo, por exemplo, registrou mais de 1.000 mortes pelo segundo dia seguido: foram 1.051 nas últimas 24h.

A média móvel de mortes no país voltou a bater recorde e chegou a 2.548 mortes por dia. Esse é um instrumento estatístico para amenizar grandes variações de dados, como as que ocorrem aos finais de semana e feriados. Ela é calculada pela soma das mortes dos últimos sete dias e divisão por sete.

A média recorde anterior era de 2.400 mortes por dia e ocorreu nesta sexta.

Até terça-feira (23), o país completava 25 dias seguidos de valores máximos da média. A sequência foi quebrada justamente no dia em que o Ministério da Saúde mudou a forma de registro das mortes, o que provocou dificuldade na documentação por alguns estados e fez o número de óbitos cair artificialmente. A medida gerou críticas, que levaram a pasta a suspender a mudança.

Ainda assim, o país completa 66 dias com média móvel de mortes acima de 1.000.

VACINA

O consórcio de imprensa também atualizou as informações repassadas sobre a vacinação contra a Covid por 22 estados.

Foram aplicadas no total 19.927.298 doses de vacina (15.248.847 da primeira dose e 4.678.451 da segunda dose), de acordo com as informações disponibilizadas pelas secretarias de Saúde.

Isso significa que somente 7,20% dos brasileiros maiores de 18 anos tomaram a primeira dose e só 2,21%, a segunda.

Nas últimas 24 horas, 365.627 pessoas tomaram a primeira dose da vacina e 41.191, a segunda.

A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorreu em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.​​​​​​​

*Com informações da Folha

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Triplica mortalidade por covid de pessoas de 18 a 45 anos nas UTIs brasileiras

Levantamento em 1.593 unidades mostra que o percentual de mortes passou de 13,1% para 38,5%.

O percentual de mortes de jovens entre 18 e 45 anos por Covid-19 nas UTIs brasileiras triplicou, segundo dados compilados de 1.593 unidades de terapia intensivas públicas e privadas do país.

O levantamento é do projeto “UTIs brasileiras”, da Amib (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) e compara um período de relativa calmaria na UTIs, entre setembro e novembro de 2020, com esse momento de colapso, entre 1º de fevereiro até sexta (26).

Os dados mostram que o percentual de jovens mortos passou de 13,1% para 38,5%, um aumento de 193%.

Se observado só o grupo de jovens sob ventilação mecânica, o aumento é de 31%: subiu de 43,2% para 56,6%. A mortalidade geral de pacientes intubados, de todas as faixas etárias, é de 53%.

Ao mesmo tempo que houve um crescimento de 11% nas internações de pacientes com menos de 45 anos nas UTIs, as de pessoas com mais de 80 anos caíram 27,6%.

No período anterior, os mais jovens representavam 18% dos admitidos; agora são 20%. Os mais velhos, eram 13% e hoje são 9,7%.

Os dados da Amib convergem para a última edição do Boletim Observatório Fiocruz Covid-19, divulgado nesta sexta (26), que mostra que a epidemia de coronavírus rejuvenesceu no Brasil.

Para o médico intensivista Ederlon Rezende, coordenador do projeto, os números derrubam de vez a suposição que se tinha no início da pandemia de que os jovens não desenvolviam a forma mais grave da Covid e não morriam em razão dela. “Agora estamos vendo o contrário”, diz ele.

E por que esses jovens estão morrendo mais? Para Rezende, eles estão chegando mais graves aos hospitais ou porque retardaram a ida ou porque tiveram problemas de acesso por falta de vagas nas UTIs.

“Esse gravidade se reflete no fato de que eles estão precisando mais ventilação mecânica, mais prona [técnica que deixa o paciente de barriga para baixo], mais diálise, mais Ecmo [equipamento que funciona como pulmão e um coração artificiais para pacientes que estão com os órgãos comprometidos]”, conta.

Outra hipótese é que a nova variante do vírus, conhecida como P1, possa estar associada às formas mais graves.

Segundo ele, é sempre bom lembrar também que muitas UTIs não estão funcionando em suas condições normais, uma vez que houve um aumento exagerado de leitos para a capacidade das equipes.

“A mortalidade está sendo maior em todas as faixas etárias. É o nosso pior momento de mortalidade dentro das UTIs”, diz ele.

O deslocamento da incidência da Covid grave para as faixas mais jovens contribui para o cenário crítico da ocupação de leitos de UTI neste momento de colapso.

Por se terem menos comorbidades, a evolução dos casos é mais lenta, e a permanência em leitos de UTI, maior.

*Com informações da Folha

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Fila, UTIs lotadas e remédios em falta: o colapso na saúde brasileira

Apesar do discurso do governo federal de que o país não passa, nem passará, por um colapso na saúde, a realidade em quase todos os estados aponta para uma situação dramática, em uma semana marcada por recorde de mortos, falta de vagas em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) e escassez de medicamentos.

Segundo levantamento feito pelo UOL com base nos registros das secretarias estaduais, há pelo menos 40 mil pessoas internadas em leitos de UTI com covid-19 nas 27 unidades da federação.

Apesar da omissão de dados de muitos locais, a fila chega a pelo menos 4.500 pessoas em 15 estados mais o Distrito Federal.

Dos pacientes internados, quase um terço —12.588— está em terapia intensiva em São Paulo. O estado do Rio não informa o total de leitos, só a ocupação, o que impede saber o número de pessoas internadas.

Por conta da falta de sedativos, pacientes intubados estão acordando no processo de ventilação mecânica, segundo profissionais da saúde.

Com as internações em alta inédita, há um iminente risco de falta de insumos. Levantamento divulgado pela CNM (Confederação Nacional dos Municípios) apontou que, das 2.600 prefeituras ouvidas entre 23 e 25 de março, 50,4% afirmaram que podem ter de suspender atendimentos por falta de medicamentos do kit intubação.

Além disso, 27% alegaram risco de falta de oxigênio em hospitais ou centros de atendimento.

O Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) fez um alerta de que podem faltar medicamentos em UTIs.

A situação também é grave em unidades privadas. O Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp) informou ontem que vai auxiliar hospitais a criar um consórcio para importar, de forma coletiva, medicamentos destinados à intubação.

A Santa Casa de São Carlos informou que, por falta de anestésicos, deixará de receber pacientes com covid-19.

São 24 estados, mais o Distrito Federal, das 27 unidades da federação, com ocupação de UTI igual ou superior a 80%, 15 deles com taxa igual ou superior a 90% de ocupação. É uma situação gravíssima. Se não é colapso, é o que então?

Fila de espera

Se a situação de quem está internado é de medo, a de quem está na fila de espera é de desespero. Na quinta-feira, segundo o Conass, eram 6.371 pessoas aguardando por uma vaga em UTI. O maior número é em São Paulo, onde esse número chega a 1.500 pacientes.

Levantamento do “Agora” mostrou que mais de cem pessoas morreram sem direito a leito. No estado, as internações estão 85% maiores que o pico de 2020.

Em Minas Gerais, esse número de pessoas em espera chega a 700 doentes. No Rio de Janeiro, ontem havia 634 pacientes esperando leitos de UTI —um recorde na pandemia.

No Ceará há mais de 400. No Distrito Federal, esse número ontem era de 353; e em Pernambuco havia 174 pacientes esperando um leito de terapia intensiva na noite desta sexta-feira.

Colapso leva a tragédias O colapso é uma realidade pelo país, e casos de mortes sem o devido atendimento se espalham pelo país.

Em Teresina, na semana passada, um caso consternou o país: um homem morreu atendido no chão em UPA (Unidade de Pronto Atendimento) que estava superlotada.

Sem vagas, muitos morrem sem atendimento adequado. No Espírito Santo, na segunda-feira, aos 34 anos, Vinicius Pin, eleito Mister Espírito Santo em 2013, morreu por complicações da covid-19 enquanto esperava por um leito de UTI em um hospital da região metropolitana de Vitória.

*Com informações do Uol

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Hospitalização de adultos jovens por Covid-19 sobe mais de 500% no Brasil, diz Fiocruz

Na faixa de 40 a 49 anos, salto entre janeiro e março foi de 626%, passando de 626 internados para 4.548.

A pandemia do novo coronavírus rejuvenesceu no Brasil, e os dados são alarmantes: enquanto o aumento geral de casos foi de 316,68% entre o começo do ano e meados de março, ele saltou mais de 500% em faixas etárias de adultos mais jovens. As mortes, em consequência, também deram um salto.

Os dados são do Boletim Observatório Fiocruz Covid-19, finalizado nesta sexta (26). Ele mostra que a concentração de casos nas idades mais avançadas tem diminuído, com um deslocamento para idades mais jovens.​

Na faixa etária dos 30 aos 39 anos, o aumento foi de 565,08% entre a primeira semana epidemiológica do ano, que vai de 3 a 9 de janeiro (440 hospitalizações) e a 10a semana epidemiológica, que vai de 7 a 13 de março (2.923 hospitalizações).

Entre os que têm de de 40 a 49 anos, o salto foi de 626%. Foram 626 pessoas internadas dessa faixa etária na primeira semana de janeiro, contra 4.548 na semana de meados de março.

Entre aqueles que têm entre 50 e 59 anos, o aumento chegou a 525,93% (saltou de 898 para 5.620 internações nas semanas estudadas).

Na faixa etária de 20 a 29 anos, o salto foi menor, mas também significativo: na primeira semana de janeiro, 302 pessoas estavam hospitalizadas, contra 1.074 na semana de março –um aumento de 255%.

Já as mortes tiveram um salto menor nas mesmas faixas etárias, ainda que ele seja expressivo: de 352,62% entre os que tem de 30 a 39 anos, 419,23% entre os que tem de 40 a 49 anos, e de 317,08% entre os que tem de 50 a 59 anos.

Os dados foram coletados no SivepGripe da Fiocruz, que registra as Síndromes Respiratórias Agudas Graves no Brasil. E foram analisados por uma equipe de nove pesquisadores coordenados por Carlos Machado, especialista em saúde pública com enfoque na área de emergências e desastres..

Eles chamam a atenção para o deslocamento da incidência para as faixas mais jovens e a manutenção da mortalidade concentrada nas faixas mais velhas. Dizem que a mudança ainda é inicial, mas contribui para o cenário crítico da ocupação de leitos hospitalares. Por se tratar de uma população com menos comorbidades, é mais lenta a evolução dos casos graves e fatais, e a permanência em leitos de UTI é maior.

Com os leitos ocupados por mais tempo, os problemas de lotação nas unidades de terapia intensiva se agravam.

No mesmo boletim, os pesquisadores apontam que o país se encontra em uma situação de colapso do sistema de saúde. E defendem a adoção do que chamam de “medidas em dois grupos conectados”.

No primeiro grupo, dizem, estão “as medidas urgentes, que envolvem a contenção das taxas de transmissão e crescimento de casos através de medidas de bloqueio ou lockdown (pé no freio), acompanhadas de respostas na ampliação da oferta de leitos com qualidade e segurança, bem como prevenção do desabastecimento de medicamentos e insumos. No segundo grupo, as medidas de mitigação, com o objetivo reduzir a velocidade da propagação (redução da velocidade”.

Eles reforça que as medidas devem ser combinadas em diferentes momentos, a depender da evolução da epidemia até que se tenha 70% da população brasileira vacinada.

A nova edição do boletim alerta ainda que “desde o início da pandemia os estudos científicos apontaram a necessidade de vacinação da maior parte da população, em combinação com a adoção de medidas não-farmacológicas prolongadas, envolvendo distanciamento físico e social, uso de máscaras e higienização das mãos, com ações intermitentes de bloqueio (lockdown) com restrição da circulação e de todos os serviços não-essenciais quando as capacidades de cuidados intensivos fossem excedidas”.

Os pesquisadores afirmam ainda que o “ritmo lento em que se encontra a vacinação contribuí para prolongar a duração da pandemia e da adoção intermitente de medidas de contenção e mitigação”.

A equipe coordenada por Carlos Machado é integrada por Christovam Barcellos, Daniel Antunes Maciel Villela, Gustavo Corrêa Matta, Lenice Costa Reis, Margareth Crisóstomo Portela, Diego Ricardo Xavier, Raphael Guimarães, Raphael de Freitas Saldanha, Isadora Vida Mefano.

*Mônica Bergamo/Folha

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Saúde

Capital da cloroquina, Vitória tem taxa de mortes 47% maior que a do país

Dentre as capitais brasileiras, Vitória (ES) foi a que recebeu a maior quantidade de cloroquina do governo federal, proporcionalmente à população. Foram 54 mil comprimidos de difosfato de cloroquina, quantidade que seria suficiente para medicar 15% dos habitantes da cidade ao menos uma vez.

O dado considera apenas as entregas feitas pelo Ministério da Saúde às capitais, sem levar em conta repasses e compras que possam ter sido feitos pelos governos estaduais e municipais. Em julho do ano passado, a prefeitura de Vitória – como tantas outras, estimuladas pelo governo federal – adotou o uso de cloroquina e ivermectina no tratamento à Covid. Os remédios não têm eficácia comprovada contra a doença.

Até o dia 18 de março, Vitória acumulava uma taxa de 200 mortes por Covid a cada 100 mil habitantes – número 47% maior que a taxa brasileira, que na mesma data havia chegado a 136 mortes por 100 mil habitantes.

Fonte: Dados abertos do governo federal; IBGE; Prefeitura de Vitória; Consórcio de veículos de imprensa.

*Luigi Mazza e Renata Buono/Piauí

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