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Saúde

Em média, covid-19 ainda mata 3 crianças a cada 4 dias no Brasil

Decreto de pandemia completa quatro anos; vacinação infantil ainda não bate metas.

Quatro anos depois do início da pandemia de Covid-19, declarada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 11 de março de 2020, ainda morrem no Brasil a cada quatro dias ao menos três crianças ou adolescentes de até 14 anos, em média, devido a complicações da doença.

Análise inédita do boletim Observa-Infância, produzido com dados do Sivep-Gripe/Fiocruz das nove primeiras semanas de cada ano, entre 2021 e 2024, mostra que as baixas taxas de cobertura vacinal estão associadas à persistência da mortalidade nessa faixa etária.

Neste ano, foram 48 mortes por Covid até o último dia 8, segundo dados preliminares do projeto. O número indica uma média de 0,71 morte ao dia ou de 2,8 mortes a cada quatro dias. Elas representam 32,4% dos falecimentos deste grupo etário por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave).

Nessa faixa etária, a cobertura vacinal está em torno de 11,4%, um pouco abaixo do percentual de adultos com as quatro doses da vacina (14,9%).

O grupo com pior cobertura são de crianças de 3 a 4 anos. Apenas um quarto (23%) tomou duas doses da vacina e apenas 7% estão com o esquema vacinal completo com três doses (até o fim de fevereiro).

Na faixa de 5 a 11 anos, a situação é um pouco melhor, com 55,9% tendo recebido duas doses e 12,8% completando o esquema com três doses.

O número de mortes deste ano é similar ao registrado nas oito primeiras semanas de 2023, um total de 50, e indica que houve uma queda significativa de mortes desde que as vacinas se tornaram disponíveis para o público infantojuvenil.

Em 2022, por exemplo, houve 326 mortes por Covid até 14 anos, representando 47% dos óbitos por SRAG no país. Em 2021, foram 118 mortes, que responderam por 38% dos óbitos pela síndrome.

Segundo Cristiano Boccolini, pesquisador da Fiocruz e coordenador do Observa Infância, a queda das mortes por Covid e da proporção em relação ao total de óbitos por SRAG indicam a eficácia da vacinação e a importância da ampliação da cobertura, diz a Folha

Para ele, apesar da relativa estabilidade dos números de óbitos em 2024, a situação é ainda muito preocupante. “Estabilização parece uma coisa boa, mas não é. Se a gente teve tempo e recurso, estar com os mesmos números de 2023 é péssimo.”

Boccolini afirma que a percepção é que, com a alta da dengue, a Covid tem saído do foco dos gestores públicos de saúde.

“A notícia agora é só dengue, dengue, dengue. Para as crianças menores de dez anos, ainda não temos vacina, e para a Covid a gente tem. As crianças estão morrendo mais de Covid do que dengue”, diz ele.

Em 2024, das 48 perdas, 26 foram de crianças abaixo de 2 anos; quatro entre 2 e 4 anos e 18 dos 5 aos 14 anos.

A vendedora Miriam Elaine Nadalon, atualmente com 33 anos, estava grávida de 32 semanas e com Covid quando a bolsa dela se rompeu, em 2021.

O bebê dela, Leandro Júnior, infectado de forma vertical, nasceu sob os cuidados da equipe dos Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCRP) e ficou dois meses e 22 dias internado, mas não resistiu à doença.

“Ele era o estado mais grave que tinha lá naquele hospital. Estava sofrendo muito e os médicos fizeram tudo que foi possível. Foi terrível. Nem pude pegar no colo. Peguei quando ele estava sem vida já”, lembra.

Nadalon estava vacinada, assim como a filha dela Ana Clara, que hoje tem 8 anos, e o restante da família, mas o pequeno não teve essa chance. “Liberaram ela para ver o irmão quatro dias antes de eles nos deixar e, até hoje, tudo ela lembra dele. Ele ia fazer 3 anos agora, no dia 31”, lamenta.

A situação de tristeza também foi vivida pela família da bebê Helena Alves, de apenas oito meses, que morreu no último dia 28 de fevereiro por causa de complicações de Covid-19 e dengue.

A mãe dela, Gabriella Alves, 32, buscou dois hospitais e uma unidade básica de saúde em Planaltina, no Distrito Federal, e foi liberada de todas.

A criança faleceu em casa, e a família voltou a um dos hospitais, onde a equipe tentou reanimar a bebê. O laudo do IML (Instituto de Médico-Legal) mostrou que, além da dengue investigada, a garota também havia sido acometida pela Covid-19.

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Mundo

Europa registra epidemia tripla de doenças respiratórias

Alemanha e Reino Unido têm alta nos casos de covid-19, VSR e gripe, e Espanha volta a obrigar uso de máscaras em hospitais; Além disso, Itália teme propagação da gripe suína.

Os países europeus — especialmente Espanha e Itália — estão registrando aumento expressivo no número de infecções por doenças respiratórias, e a imprensa local relata escassez de leitos hospitalares e superlotação em algumas instalações de saúde.

As infecções por gripe são uma das maiores preocupações sanitárias no continente neste momento. O impacto no sistema de saúde é agravado por um número crescente de casos de coronavírus e de vírus sincicial respiratório (VSR).

Potencial “tridemia” – além da gripe suína

Enquanto a Itália enfrenta uma ameaça adicional de propagação da gripe suína, a Espanha está adotando novos regulamentos sobre máscaras. Outras partes do continente, incluindo Alemanha e Reino Unido, registraram nas últimas semanas uma alta nos casos das três doenças: covid-19, VSR e gripe.

Diversos outros países da Europa também relataram um aumento de doenças respiratórias nas últimas semanas de 2023.

“Quase 10 mil mortes por covid-19 foram notificadas à Organização Mundial da Saúde (OMS) em dezembro (principalmente na Europa e nos EUA), e houve um aumento de 42% nas hospitalizações e uma alta de 62% nas admissões [em unidades de cuidados intensivos], em comparação com novembro”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) afirmou que a incidência de doenças respiratórias semelhantes à gripe continuou aumentando na maioria dos países europeus. “Após a atividade relativamente baixa de doenças respiratórias durante o período de verão, as frequências de consultas aumentaram a partir de setembro”, informou.

A incidência de casos de infecção respiratória aguda grave (Sari) vinha se situando num nível comparável ao mesmo período do ano passado, e está agora aumentando sensivelmente em alguns países.

Alta em casos de gripe no final de 2023

Entre os pacientes testados, a percentagem de pessoas com gripe aumentou de 19% em meados de dezembro para quase 25% no final do ano.

Dez países na Europa, incluindo Itália e Espanha, relataram atividade de gripe sazonal acima de 10% de taxa de testes positivos.

O ECDC ressalta que os números podem ser subestimados devido à época festiva de fim de ano, observando que menos pessoas foram testadas durante esse período.

O aumento acentuado também pode ser atribuído a grandes aglomerações durante o Natal e outros eventos festivos, comuns na Espanha. O ECDC disse que ambos os tipos de gripe A e B foram detectados.

Alerta de gripe suína na Itália

A Itália registou duas mortes relacionadas a gripe no início de janeiro na cidade de Vicenza, no nordeste do país. Os médicos suspeitaram que as mortes foram causadas por um surto de gripe suína, a gripe H1N1.

Outros três pacientes estão internados em terapia intensiva devido a complicações, como pneumonia intersticial, decorrentes da doença. As autoridades de saúde locais de Vicenza apelaram ao público para que se vacine contra a gripe suína.

A gripe suína é o acréscimo mais recente às tensões existentes no sistema de saúde pública italiano. O Instituto Nacional de Saúde italiano estimou que cerca de dois milhões de pessoas foram infectadas com covid, RSV ou influenza nas últimas duas semanas de 2023.

Em janeiro, ambulâncias foram vistas fazendo fila em frente aos hospitais de Roma. Alguns centros de saúde ficaram superlotados, com pacientes à espera de leitos em cidades como Milão e Turim.

Obrigatoriedade da máscara na Espanha

A ministra da Saúde espanhola, Mónica Garcia, tornou obrigatório o uso de máscaras nos centros de saúde do país. “Temos que proteger as pessoas mais vulneráveis”, disse Garcia aos repórteres. “É apenas bom senso.”

O governo disse que a norma pode ser revogada se as taxas de infecção caírem consistentemente durante duas semanas. Mas é importante lembrar que a Espanha foi um dos últimos países a abandonar as regulamentações sobre máscaras durante a pandemia.

Alguns hospitais na Espanha também enfrentam dificuldades para lidar com o afluxo de novos pacientes.

*Opera Mundi

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Estudo indica que Covid-19 acelera sintomas de demência, alzheimer e parkinson

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, neurologistas notaram síndromes neurológicas agudas e de longo prazo, além de sequelas neuropsiquiátricas dessa doença infecciosa, segundo o Agenda do Poder.

Pesquisadores do Bangur Institute of Neurosciences, na Índia, e do University Hospital 12 de Octubre, na Espanha, investigaram os efeitos da Covid-19 no comprometimento cognitivo em 14 pacientes com demência preexistente que apresentaram aceleração da deterioração cognitiva após Covid.

Destes, quatro tinham Alzheimer, cinco com demência vascular, três com Parkinson , e dois com a variante comportamental de demência frontotemporal.

Os resultados mostraram que todos os participantes apresentaram uma rápida progressão da doença após uma infecção pelo novo coronavírus, independentemente do tipo de demência inicial. Além disso, a linha de demarcação entre os diferentes tipos de deterioração neurológica ficou mais difícil após a Covid-19.

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Covid-19

Miguel Nicolelis: A gravíssima COVID-19 Ômicron BQ.1

Apesar do momento não ser o ideal, gostaria de alertar a todos os amigos aqui que é quase certo que estamos entrando numa nova onda da pandemia de COVID-19 que, ao contrário do que muitos acreditam, está longe de acabar.

A nova variante da Ômicron, Chamada BQ.1, que causou sérios problemas na Europa, Ásia e EUA, chegou ao Brasil e está se espalhando rapidamente.

Prova disso é que o fator de replicação já está superior a 1!

É preciso reinstituir o uso de máscaras e evitar aglomerações novamente porque, além de tudo, esta nova variante escapa muito mais da cobertura das vacinas disponíveis no Brasil.

É preciso evitar o crescimento dos casos, porque esta variante também pode levar à COVID crônica.

Se alguém ainda duvida do dano que a COVID19 crônica causa, olhem para o colapso do sistema de saúde do Reino Unido como um exemplo do que pode acontecer com o SUS em 2023.

Apesar de saber que poucas pessoas querem ouvir este alerta, estou tentando disseminá-lo o mais amplamente possível, mesmo porque é urgente que o Brasil adquira a nova geração de vacinas, que protege melhor contra a Ômicron e suas variantes.

Também é urgente vacinar as crianças brasileiras, que permanecem totalmente expostas ao coronavírus!

Se alguém puder transmitir estas mensagens a quem for responsável pelo planejamento do combate a pandemia no novo governo – se é que alguém pensou nisso – eu agradeceria profundamente, porque a situação pode se agravar rapidamente nos próximos 30-60 dias.

Infelizmente é esta a situação atual.

E a grande mídia já começou a tucanar a BQ.1, dizendo que ela causa casos leves.

Na realidade, em quem não tem proteção vacinal, ela mata igual.

Enquanto isso, o pedido feito pela Fiocruz para a compra de insumos e fabricação das vacinas de segunda geração, eficazes no combate a BQ.1, encontra-se, desde setembro, parado esperando autorização da Anvisa, que se mantém até hoje em um silêncio inexplicável.

Infelizmente esse tipo de postagem, que deveria ter milhares de compartilhamentos, curtidas e comentários, passa praticamente despercebida.

Mostrando que as omissões e negligências dos nossos governos são o reflexo também do caráter omisso e indiferente do povo.

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Após 665 mil mortes, Queiroga dirá na OMS que Brasil acertou na pandemia

Tentando ignorar o fato de que o país conta com um dos maiores números de mortes do mundo pela covid-19, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, desembarcou neste fim de semana em Genebra para levar um discurso de que o governo de Jair Bolsonaro acertou no combate à pandemia, que a vacinação atinge taxas elevadas e que valoriza os serviços universais de saúde.

Num esforço para desfazer a imagem de negacionista, Queiroga participa da Assembleia Mundial da Saúde que começa neste domingo com o objetivo de apresentar o Brasil como uma espécie de exemplo em algumas das respostas à crise. A participação ocorre no mesmo momento em que, coincidindo com o início da campanha eleitoral, o governo Bolsonaro decreta o fim da emergência sanitária, algo que a OMS contesta.

Seu discurso está programado para ocorrer na manhã de segunda-feira. Segundo membros da própria pasta de Saúde, o ministro leva consigo um discurso que, pelo menos em uma primeira versão, beirava o ufanismo ao reforçar os resultados da taxa de vacinação e outras medidas adotadas pelo país.

De acordo com fontes que tiveram acesso ao documento, uma versão preliminar ignorava a demora no início da imunização, o comportamento do presidente Jair Bolsonaro de promover aglomerações, as críticas contra as recomendações da OMS, a compra milionária de remédios que comprovadamente não funcionavam e principalmente o fato de o Brasil ter um dos maiores números de mortes pela covid-19 no mundo —só é ultrapassado pelos Estados Unidos.

A partir deste fim de semana, ministros e chefes de governo de todo o mundo voltam a se reunir pela primeira vez de forma presencial na OMS (Organização Mundial da Saúde). Um dos objetivos é o de começar a construir a nova arquitetura da diplomacia da saúde e instrumentos novos para que uma nova pandemia não pegue o mundo desprevenido.

Procurado em duas ocasiões, o Ministério da Saúde não informou qual será a agenda de Queiroga na Suíça. O Itamaraty também manteve silêncio. A coluna apurou, porém, que ele terá reuniões bilaterais com alguns países, participará de eventos no domingo e segunda-feira e, depois, continua viagem ao Fórum Econômico de Davos.

Queiroga, porém, chegará com um discurso de valorização do SUS, enquanto o governo quer aproveitar que passou a ser doador de vacinas para insistir que o Brasil é também parte da solução.

Se Queiroga espera “normalizar” a relação do Brasil com o setor de saúde global, a ordem entre governos estrangeiros é a de tratar a atual administração brasileira com uma mistura de cautela e frieza. “Estamos dialogando com o Brasil, mas já olhando para o que poderá ser o fim de um governo”, admitiu uma negociadora de um importante país europeu. Em condição de anonimato, ela reconhece que existe um “alívio” generalizado diante do risco de que Bolsonaro não ganhe um segundo mandato.

Nos corredores da OMS, ainda ecoam os comentários críticos ao governo brasileiro que, no auge da crise da pandemia, optou por ignorar as recomendações da ciência.

Na cúpula da agência, o nome do presidente brasileiro era seguido pela palavra “louco”, enquanto técnicos não entendiam como um país com experiência em questões sanitárias, especialistas de alta qualidade e uma rede sólida de atendimento sucumbiu de uma forma tão profunda ao vírus. “Onde estão vocês?”, chegou a questionar um dos principais operadores da resposta da OMS, em meio às mortes que se acumulavam.

Steve Levitsky, professor da Universidade de Harvard e autor do best-seller “Como Morrem as Democracias”, destaca que Bolsonaro optou por copiar Donald Trump até mesmo em políticas que fracassaram.
“Ainda não vencemos a pandemia”

O evento mundial começou neste domingo com um vídeo sobre a dor, sobre o fato de que os últimos dois anos “nos abriram os olhos” e que a saúde está ligada à prosperidade econômica.

Ao abrir o evento, o ministro da Saúde da Suíça, Alain Berset, deixou claro: “ainda não vencemos a pandemia”. Uhuru Kenyatta, presidente do Quênia, usou a conferência para dizer que dezenas de países pelo mundo “dependeram” das recomendações da OMS para lidar com a crise, uma postura que o governo Bolsonaro por meses se recusou a aceitar.

Ele ainda citou o secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, que qualificou a pandemia como “o maior fracasso moral de nossa geração”. Segundo ele, mais de dois anos depois do início da crise, 1,8 bilhão de pessoas ainda não receberam nenhuma dose da vacina contra a covid-19.

*Jamil Chade/Uol

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Redução no ritmo de vacinação de crianças de 5 a 11 anos é ação ‘proposital’ do governo Bolsonaro

Vacinação infantil dá sinais de estagnação no Brasil. Faltam doses, mas também há hesitação por conta das mentiras disseminadas pelo presidente e movimentos antivacina, aponta sanitarista.

Fundamental para proteger a vida das crianças e frear a disseminação do coronavírus, a vacinação infantil está estagnada no Brasil. Em nota técnica, divulgada na última quarta-feira (16), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que apenas 21% das crianças de 5 a 11 anos tomaram ao menos uma dose do imunizante contra a covid-19. Um cenário preocupante, segundo a entidade, sobretudo porque as aulas voltaram em formato majoritariamente presencial em todo o país, informa a Rede Brasil Atual.

Além disso, em janeiro, houve o maior pico de internações de crianças infectadas pelo vírus desde o início da pandemia. Um levantamento do jornal Folha de S. Paulo com base em dados do Ministério da Saúde identificou um aumento de 686%. O número de crianças menores de 12 anos hospitalizadas com complicações da covid saltou de 284, em dezembro, para 2.232 no mês passado. O que é diretamente atribuído à falta de imunização dessa população pediátrica.

Médica sanitarista, pesquisadora da Fiocruz e presidenta do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), Lucia Souto destaca que a importância da vacinação é “incontestável”. “Estamos assistindo no mundo inteiro ao impacto positivo da vacina de uma forma indiscutível para o controle da pandemia”. Em entrevista a Rodrigo Gomes, do Jornal Brasil Atual, a especialista atribuiu a lentidão a uma “ação proposital” do governo de Jair Bolsonaro que, com seu ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, vem atuando para “impor uma série de barreiras e sabotar o processo de vacinação infantil”.

Governo sabota vacinação

“O tempo inteiro o governo federal cria confusão na sociedade brasileira no sentido de impor barreiras burocráticas que não são necessárias à vacina. Ela (vacina) tem comprovada sua segurança e eficácia pelos centros de saúde do mundo inteiro e pela própria Anvisa. Então não há porquê o Ministério da Saúde ficar colocando esse tipo de dificuldade para a população brasileira. Esse é um dos componentes. Outro, associado também a essa forma de sabotar o processo de vacinação das crianças, é a restrição da distribuição das vacinas. Em vários momentos, no Rio de Janeiro, por exemplo, foi interrompido o processo por falta de doses”, critica Lucia Souto.

A imunização infantil foi retomada nesta segunda (21) no município do Rio de Janeiro pela secretaria de Saúde. A pasta disse que recebeu um novo lote de imunizantes da Pfizer, com as doses pediátricas. Até o momento, cerca de 338,3 mil crianças receberam a primeira dose. A população infantil total na cidade é estimada em 560,2 mil.

A presidenta do Cebes aposta que à medida que seja regularizada a distribuição, o processo fluirá a despeito da falta de informações do governo federal. “Porque uma coisa ficou comprovada em todo esse processo duro que estamos enfrentando para o controle da pandemia em nosso país: a sociedade brasileira aderiu massivamente ao processo de vacinação. O Brasil tem um trabalho exemplar com relação a adesão da sociedade que pouco deu ouvidos a essas argumentações antivacinas”.

Vacinas são seguras

O país já conta cerca de 1.500 mortes causadas pela covid-19 nas crianças e mais de 2.400 casos da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), um problema grave que necessita de internação e pode ser letal. O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, registrou em audiência no Senado, na semana passada, que não houve nenhum caso de morte por vacinação depois de quatro milhões de crianças vacinadas no Brasil e de 9 milhões de doses aplicadas nos Estados Unidos.

O que comprova que as crianças correm maior risco de adoecerem gravemente e morrerem contaminadas pela covid-19 do que por qualquer vacina, conclui Lucia Souto. “Os familiares têm que se sensibilizar exatamente com esse tipo de fato. Nós temos o fato de que as doses de vacina já estão sendo aplicadas a nível global e não há casos de mortes. Elas são seguras, efetivas e são uma forma das famílias protegerem a vida de seus filhos”.

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Política

Especialistas rechaçam nota negacionista do Ministério da Saúde de Bolsonaro que questiona efetividade das vacinas

O Ministério da Saúde divulgou neste sábado uma nota técnica que questionava a efetividade das vacinas contra a Covid-19 ao mesmo tempo em que atestava a eficácia do uso de hidroxicloroquina no tratamento da doença.

O documento foi usado para manter o uso do chamado ‘kit Covid’ no tratamento de pacientes que não estão internados com a doença.

A OMS não recomenda o uso desses medicamentos, enquanto diz que vacinas funcionam e seu uso na população.

Especialistas em saúde criticaram o texto e chamaram o documento de “negacionista”. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ainda não se manifestou sobre a nota.

Confundir, não esclarecer

Segundo o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto, a avaliação sobre os imunizantes é baseada em “dezoito ensaios não finalizados, dos quais, oito ainda em fase de recrutamento, nove ainda não finalizaram o seguimento e um finalizado, mas ainda em fase insuficiente para a avaliação de segurança”.

Já a posição sobre a hidroxicloroquina vem de “treze estudos controlados e randomizados com direções de efeito favoráveis à hidroxicloroquina, com efeito médio de redução de risco relativo de 26% nas hospitalizações, altamente promissor para o uso discricionário e prosseguimento dos estudos”.

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Saúde

Onda Ômicron: Quatro estados têm ocupação de leitos de UTI com 80% ou mais

CE, GO, PE e ES enfrentam maior pressão no sistema; cenário nos estados é próximo ao de julho de 2021.

A escalada de novos casos da Covid-19 neste início de ano ampliou a pressão sobre os hospitais e fez com que quatro estados atingissem o patamar de 80% ou mais na ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), informa a Folha.

O cenário é parecido ao registrado em julho de 2021, quando a segunda onda de Covid-19 começava a refluir no país.

Ceará e Goiás são os estados com maior pressão no sistema de saúde pública e registraram uma ocupação de 87% dos leitos para pacientes graves. Na sequência, aparecem Pernambuco com 86% e Espírito Santo com 80%.

Em Pernambuco, o governo tem anunciado a abertura de novos leitos para pacientes com síndrome respiratória aguda grave para atenuar o novo pico de influenza e de Covid-19. Com 952 leitos, o estado registrava uma fila de espera de sete pacientes nesta segunda (17).

A nova alta levou o governo do estado a implantar medidas restritivas para o setor de eventos, limitando a capacidade a 3.000 pessoas, e a determinar a exigência do passaporte vacinal para a entrada em bares, restaurantes, cinemas, teatros e museus, até 31 de janeiro.

A explosão de casos de Covid também se reflete na testagem. Em duas semanas, o percentual de pessoas que fizeram o teste e tiveram a doença detectada saiu de 3% para 23%.

Para o acesso a testes gratuitos no Recife, a população chega a enfrentar até quatro horas de espera em filas. Nos laboratórios privados, os principais relatos são de dificuldade de agendamento e demora para o resultado ser divulgado.

Assim como em Pernambuco, o cenário em Goiás é de alerta diante da alta proporção de internados. Na rede pública estadual, há 87% de ocupação dos leitos de UTI para Covid-19 voltados para adultos, que são 163 ao todo. Enquanto isso, 32 pessoas aguardavam um leito de UTI nesta terça (18), de acordo com o governo de Goiás.

A pressão sobre o sistema de saúde levou a administração da capital goiana a proibir festas de Carnaval. Além disso, o decreto publicado nesta terça (18) limita a 500 pessoas a ocupação em qualquer estabelecimento, afetando sobretudo grandes eventos. Uma parte dos servidores públicos da prefeitura foi autorizada a voltar ao trabalho remoto.

O Ceará, que registrava uma taxa de ocupação de 86,6% nesta segunda, também sofre com baixas entre os médicos, enfermeiros e técnicos.

O afastamento de cerca de 15% profissionais de saúde da rede pública com sintomas gripais, incluída Covid-19, desde dezembro passado, fez o governo estadual abrir seleção para mais de 150 vagas temporárias para médicos de diversas especialidades.

No Espírito Santo, o percentual de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 está em 80%. Para dimensionar a nova escalada da doença, a Prefeitura de Vitória disponibiliza a partir de desta terça (18) 470 testes rápidos de Covid-19 por dia, que podem ser agendados pela internet.

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Saúde

Cannabis pode impedir que humanos tenham covid-19, diz estudo

De acordo com pesquisadores da Universidade Estadual de Oregon, há um par de ácidos canabinóides que pode se ligar à proteína spike do SARS-CoV-2 e bloquear a entrada dele nas células, informa o Correio Braziliense.

Um estudo publicado nesta quarta-feira (12/1) no periódico científico Journal of Natural Products pode ser um grande passo na busca por um antiviral contra o novo coronavírus. É que pesquisadores da Universidade Estadual de Oregon, nos Estados Unidos, encontraram um par de ácidos canabinóides capaz de se ligar à proteína spike e impedir que o SARS-CoV-2 infecte células humanas.

Essa proteína é a principal porta de entrada do vírus nas células e, também, uma das maiores ameaças em variantes mais recentes, como a Ômicron, por exemplo. Assim, um medicamento que conseguisse se ligar a ela seria de grande ajuda para o sistema imune do hospedeiro e impedir que ele desenvolva a covid-19. Essa é uma estratégia-chave na ciência farmacêutica para combater diversos tipos de vírus. Com relação ao novo coronavírus, é a mesma abordagem das atuais vacinas e das terapias de anticorpos, ainda em desenvolvimento.

“Qualquer parte do ciclo de infecção e replicação é um alvo potencial para intervenção antiviral, e a conexão do domínio de ligação do receptor da proteína spike ao receptor ACE2 da superfície da célula humana é um passo crítico nesse ciclo”, explicou Richard van Breemen, pesquisador do Centro Global de Inovação em Cânhamo do Estado de Oregon, Faculdade de Farmácia e Instituto Linus Pauling.

A vantagem desses compostos é que eles apresentam poucos riscos e são facilmente encontrados na planta conhecida como cânhamo e em muitos de seus extratos. Compostos de cânhamo já estão presentes em produtos industriais cosméticos, loções corporais, suplementos dietéticos, além do uso na produção de ração animal e de alimentos.

“Não são substâncias controladas como o THC, o ingrediente psicoativo da maconha, e têm um bom perfil de segurança em humanos. E nossa pesquisa mostrou que os compostos de cânhamo foram igualmente eficazes contra variantes do SARS-CoV-2, incluindo a variante B.1.1.7, que foi detectada pela primeira vez no Reino Unido, e a variante B.1.351, detectada pela primeira vez na África do Sul”, explicou van Breemen em entrevista ao site especializado EurekaArlet.

Assim, a produção e administração de um possível medicamento teria poucas barreiras pela frente. “Esses compostos podem ser tomados por via oral e têm uma longa história de uso seguro em humanos”, disse van Breemen. Ele também detalhou como funciona o par de ácidos encontrado. “Eles têm o potencial de prevenir e tratar a infecção por SARS-CoV-2. CBDA e CBGA são produzidos pela planta de cânhamo como precursores de CBD e CBG, que são familiares a muitos consumidores. No entanto, eles são diferentes dos ácidos e não estão contidos nos produtos de cânhamo.”

O próximo passo da equipe é conseguir financiamento para novos estudos e desenvolvimento do medicamento.

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Política

Bolsonaro: ‘Não tá havendo morte de criança que justifique algo emergencial’

Presidente respondeu ao questionamento sobre demora na decisão de vacinar crianças contra Covid.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) repetiu seu ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e disse, na manhã desta sexta-feira (24), que “não está havendo morte de criança” para justificar decisão emergencial sobre vacina da Covid-19 para crianças.

“Não tá havendo morte de criança que justifique algo emergencial”, disse a jornalistas no Palácio da Alvorada.

“Tá morrendo criança de 5 a 11 anos que justifique algo emergencial? É pai que decide, em primeiro lugar”, afirmou.

Depois disse que não quer determinar nada para a o tema. “Se tem um problema na Saúde, vão me culpar. Quando quero dar uma opinião, estou interferindo. Situação minha é complicada.”

O presidente ainda colocou em dúvida a vacinação, mais uma vez, e se queixou de não poder mais debater o assunto: “Virou crime”.

O ministro da Saúde disse, na quinta-feira (23), que as mortes de crianças por Covid-19 estão num patamar baixo, para poder justificar a decisão da pasta em definir sobre imunização infantil apenas em 5 de janeiro.

De acordo com dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), desde o começo da pandemia até 6 de dezembro deste ano, foram registradas 301 mortes de crianças entre 5 e 11 anos por Covid-19 no país.

Em 2020, 2.978 crianças tiveram síndrome respiratória aguda grave em decorrência do coronavírus —156 delas morrem. Neste ano, foram registrados 3.185 casos nessa faixa etária, com 145 mortes.

O ministério recebeu recomendação favorável da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na semana passada para a aplicação da vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos.

Bolsonaro disse também nesta sexta-feira (24) que participou da consulta pública como “cidadão”, e defendeu a proposta de exigir prescrição médica para vacinar crianças de 5 a 11 anos.

“Eu não sou médico, mas tenho uma filha de 11 anos. Mas já tinha respondido, tenho um médico do meu lado aqui [governador de Goiás, Ronaldo Caiado]. Eu acho que qualquer procedimento tem que passar pelas mãos do médico, tá ok?”, disse o presidente.

A diretriz anunciada por Queiroga na véspera atende justamente a um pedido do presidente. No final de semana, Bolsonaro havia dito que pediu ao ministro exigência de receita médica e termo de responsabilidade dos pais para implementar a medida.

Dentre as 19 questões da consulta pública, há uma pergunta sobre escolas, que questiona a obrigatoriedade da apresentação de carteirinha de vacinação. A imunização não é obrigatória no país, mas é comum que as escolas cobrem a carteira atualizada dos alunos.

A respeito disso, Bolsonaro disse nesta sexta que “não pode governador ou prefeito matricular só vacinado”.

*Com informações do Uol

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