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Nova onda de covid na China

Natalia Pasternak – O país passou de uma diretriz de Covid zero e testagem em massa para uma abertura igualmente agressiva.

O governo da China realizou mudanças drásticas na estratégia de contenção da Covid-19, com consequências graves que podem afetar o mundo todo. O país passou de uma diretriz de Covid zero, baseada em lockdowns agressivos — e até considerados excessivos pelo resto do mundo — e testagem em massa para uma abertura igualmente agressiva, em que o cidadão é pressionado a comparecer ao trabalho mesmo se apresentar sintomas. A política de testagem maciça foi abandonada.

A população chinesa tem o hábito cultural arraigado de usar máscaras para proteger amigos, concidadãos e colegas de doenças respiratórias, mas somente essa medida não basta para conter variantes tão transmissíveis como as subvariantes da Ômicron. Estimativas sugerem um número reprodutivo — “R”, que indica em média quantas pessoas um único contaminado pode infectar — de algo entre 10 e 16 para este momento da pandemia, na China. Para se ter uma ideia, o R do sarampo, considerado um vírus altamente contagioso, é de 15. O R do Sars-Cov-2 no início de 2020 era entre 2 e 3.

Mas, e as vacinas? A maior parte da população recebeu apenas duas doses de imunizantes fabricados na China com tecnologia antiga e, que não são os mais eficazes contra Covid. Para idosos, principalmente, sabemos que são necessárias no mínimo três doses para conferir proteção contra doença grave, hospitalização e morte. O nacionalismo vacinal impõe um obstáculo para o governo chinês importar vacinas melhores, como as de mRNA. Afinal, Pequim fez propaganda para convencer os chineses de que as vacinas nacionais eram superiores.

A confluência entre vacinação ineficiente, lockdown rigoroso e uma abertura abrupta, deixou a população chinesa bastante vulnerável ao espalhamento rápido das variantes derivadas da Ômicron. Em entrevista à NPR, emissora pública de rádio dos EUA, Xi Chen, pesquisador da Universidade de Yale e especialista em saúde pública, disse que o vice-diretor do CDC China, Xiaofeng Liang, teme que 60% da população chinesa seja infectada com o coronavírus nos próximos três meses. Isto representa 10% da população mundial.

A situação, além de trágica para a própria China, traz dois potenciais problemas globais: o primeiro é o possível surgimento de uma nova variante ainda mais contagiosa.

O segundo é talvez mais preocupante: com uma parcela tão grande da população mundial doente, pode haver falta de medicamentos e insumos. Reportagem no site de notícias Deutsche Welle traz relatos de cidadãos chineses reclamando da falta e aumento de preço de medicamentos básicos como antitérmicos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) também já manifestou preocupação com a falta de transparência em Pequim, que dificulta muito monitorar e avaliar o que realmente está acontecendo por lá. Enquanto a mídia internacional traz relatos de UTIs lotadas e crematórios com filas, números oficiais reportam poucas mortes e casos graves. A China alterou sua regra para classificar mortes decorrentes de Covid-19: agora, somente óbitos por insuficiência respiratória ou pneumonia entram na conta oficial da Covid. Isso maquia os números para baixo, e vai contra a recomendação da OMS.

Provincianismo nacionalista e opacidade autoritária em questões de saúde pública são receitas para desastres, locais e globais. Nossa capacidade de aprender com as lições de quase três anos de emergência sanitária parece ser bem limitada. A China precisa investir agora em vacinar a população com doses de reforço, e com vacinas mais adequadas. E o mundo precisa aprender a investir em preparação e monitoramento de surtos e epidemias localizadas, e fortalecer os órgãos internacionais. Vírus não têm fronteiras, e estultice, pelo visto, também não.

*Com O Globo

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Covid-19

Miguel Nicolelis: A gravíssima COVID-19 Ômicron BQ.1

Apesar do momento não ser o ideal, gostaria de alertar a todos os amigos aqui que é quase certo que estamos entrando numa nova onda da pandemia de COVID-19 que, ao contrário do que muitos acreditam, está longe de acabar.

A nova variante da Ômicron, Chamada BQ.1, que causou sérios problemas na Europa, Ásia e EUA, chegou ao Brasil e está se espalhando rapidamente.

Prova disso é que o fator de replicação já está superior a 1!

É preciso reinstituir o uso de máscaras e evitar aglomerações novamente porque, além de tudo, esta nova variante escapa muito mais da cobertura das vacinas disponíveis no Brasil.

É preciso evitar o crescimento dos casos, porque esta variante também pode levar à COVID crônica.

Se alguém ainda duvida do dano que a COVID19 crônica causa, olhem para o colapso do sistema de saúde do Reino Unido como um exemplo do que pode acontecer com o SUS em 2023.

Apesar de saber que poucas pessoas querem ouvir este alerta, estou tentando disseminá-lo o mais amplamente possível, mesmo porque é urgente que o Brasil adquira a nova geração de vacinas, que protege melhor contra a Ômicron e suas variantes.

Também é urgente vacinar as crianças brasileiras, que permanecem totalmente expostas ao coronavírus!

Se alguém puder transmitir estas mensagens a quem for responsável pelo planejamento do combate a pandemia no novo governo – se é que alguém pensou nisso – eu agradeceria profundamente, porque a situação pode se agravar rapidamente nos próximos 30-60 dias.

Infelizmente é esta a situação atual.

E a grande mídia já começou a tucanar a BQ.1, dizendo que ela causa casos leves.

Na realidade, em quem não tem proteção vacinal, ela mata igual.

Enquanto isso, o pedido feito pela Fiocruz para a compra de insumos e fabricação das vacinas de segunda geração, eficazes no combate a BQ.1, encontra-se, desde setembro, parado esperando autorização da Anvisa, que se mantém até hoje em um silêncio inexplicável.

Infelizmente esse tipo de postagem, que deveria ter milhares de compartilhamentos, curtidas e comentários, passa praticamente despercebida.

Mostrando que as omissões e negligências dos nossos governos são o reflexo também do caráter omisso e indiferente do povo.

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Saúde

Nova onda: OMS registra novo recorde de infecções diárias por coronavírus em escala planetária

Só neste domingo foram 307.930 casos, o que indica uma segunda onda de contágio em escala planetária

Com 307.930 casos confirmados de COVID-19 nas últimas 24 horas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou neste domingo (13) que o recorde de infecções diárias foi quebrado.

Os países que mais registraram novos casos foram Índia (94.372), Estados Unidos (45.523) e Brasil (43.718), informa a agência de notícias Reuters.

Índia e Estados Unidos registraram mais de mil mortes nas últimas 24 horas, enquanto o Brasil teve 874 óbitos no mesmo período.

O recorde anterior havia sido em 6 de setembro, quando 306.857 novos casos foram confirmados em todo o mundo. O recorde diário de mortes é de 12.430, registrado no dia 17 de abril.

Em todo o mundo, são 28.637.952 casos de coronavírus confirmados e 917.417 óbitos causados pela enfermidade.

 

*Com informações do Sputnik

*Foto destaque: Ítalo Ricardo