O Exército usou oficiais para rever decisões de médicos militares que não prescrevessem “tratamento precoce” a suspeitos de terem Covid. A ordem foi dada pelo comando da 7ª Região a seus hospitais em Natal, João Pessoa e Recife.
Determinava que pacientes passassem por um “segundo atendimento”, com a possibilidade de “reconsideração de ato”. Esta etapa seria exercida por um Oficial de Supervisão Administrativa, alguém com patente de capitão ou superior e que, obrigatoriamente, não fosse da área de saúde.
Em denúncia feita ao MPF em Pernambuco, um dos profissionais afirmou que havia “coerção dos médicos militares pelo comando da 7ª RM para prescrição de tratamento precoce para Covid e reavaliação de atendimento para indicação forçada de medicação”.
Segundo o denunciante, os médicos seriam “praticamente obrigados a prescrever com um capitão vigiando”.
As unidades militares responderam por escrito à provocação do MPF, de forma coordenada, informando que respeitavam a autonomia médica, apesar de o documento do comando afirmar que as medidas de combate à Covid na área da 7ª RM tinham “como ponto principal o incentivo para o tratamento precoce”.
A exemplo do que ocorreu, no ano passado, com a apuração do caso Prevent Senior pelo Ministério Público de São Paulo, o MPF arquivou a denúncia.
*Lauro Jardim/O Globo
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Em média, 438 óbitos são registrados por dia. Em junho, quando chegamos a 500 mil vítimas, eram 2 mil. Especialistas atribuem cenário ao avanço da vacinação, mas alertam que o risco ainda existe: país ainda é o 3º com a maior média diária de novas mortes no mundo, atrás apenas de EUA e Rússia.
O Brasil chegou a 600.077 mortos pela Covid, divulgou o consórcio de veículos de imprensa em boletim extra na tarde desta sexta-feira (8). Em casos confirmados, são 21.893.752.
A marca foi atingida num momento em que a pandemia está em desaceleração no país. A média de mortes diárias está em 438, o menor número desde novembro do ano passado, e em queda.
Essa desaceleração se expressa também no tempo que a doença levou para tomar mais 100 mil vidas ao Brasil desde que atingimos a trágica marca de 500 mil mortes: foram 111 dias, o dobro dos 51 dias que o país levou para passar de 400 mil para 500 mil óbitos.
Naquele o momento, morriam em média 2 mil brasileiros por dia – mais de quatro vezes a média atual. Em abril deste ano, pior momento da pandemia, a média passou de 3 mil mortos por dia.
1ª morte: 12/3/2020
100 mil mortes: 8/8/2020 (149 dias depois)
200 mil mortes: 7/1/2021 (152 dias)
300 mil mortes: 24/3/2021 (76 dias)
400 mil mortes: 29/4/2021 (36 dias)
500 mil mortes: 19/6/2021 (51 dias)
600 mil mortes: 8/10/2021 (111 dias)
*Com informações do G1
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“Seria ministrado em mim uma bomba de morfina e todos os equipamentos de sobrevivência na UTI seriam desligados, inclusive se estivesse parada cardíaca tinha a recomendação de não fazer reanimação”, afirmou Tadeu Frederico Andrade, paciente da Prevent Senior. Quando fez o teste, estava com covid e pneumonia avançada. Segundo ele, a operadora lhe enviou ‘kit Covid’.
Em depoimento à CPI da Covid, nesta quinta-feira (7), Tadeu Frederico Andrade, paciente da Prevent Senior, afirmou que a operadora enviou ‘kit Covid’ a ele por motoboy, após uma teleconsulta. De acordo com o depoente, uma doutora identificada como Daniela de Aguiar alterou o prontuário dele. Ele também disse que estava com covid quando fez um teste PCR-RT e pneumonia bacteriana já avançada. PCR-RT é um exame para detectando o material genético do vírus. A operadora de saúde ocultou mortes de pacientes com a doença durante estudo para testar a eficácia da hidroxicloroquina, associada à azitromicina.
“Fui imediatamente internado e intubado. Este período durou cerca de 30 dias e uma de minhas filhas recebeu telefonema da doutora Daniela de Aguiar Moreira da Silva informando, comunicando que eu passaria a ter cuidados paliativos”, afirmou. “Seria ministrado em mim uma bomba de morfina e todos os equipamentos de sobrevivência na UTI seriam desligados, inclusive se estivesse parada cardíaca tinha a recomendação de não fazer reanimação. Felizmente minha filha não concordou”, complementou.
O depoente afirmou que, se tivesse um atendimento “pronto, imediato no primeiro dia talvez a pneumonia tivesse sido combatida mais eficientemente”.
Segundo o depoente, a doutora inseriu no prontuário dele “o início dos cuidados paliativos sem autorização da família e recomenda que não se faça mais hemodiálise, não ministrassem antibióticos e nem fossem feitas manobras de ressuscitação e que ministrasse a bomba de morfina”.
Randolfe chora
O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), chorou durante o depoimento de Tadeu, o que foi percebido pelo senador Otto Alencar (PSD-BA). “Eu vi que Vossa Excelência estava com os olhos lacrimejando de emoção. Emocionou a todos nós. Não dá para se emocionar com alguém que se recuperou do corredor da morte”.
*Com informações do 247
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Médicos do pronto-socorro do Hospital das Forças Armadas, em Brasília, contrários ao chamado ‘kit covid’ foram orientados a prescrever os medicamentos aos pacientes que queriam recebê-los usando receitas pré-assinadas e carimbadas por outros profissionais. A informação é da TV Globo.
Segundo a reportagem, receitas que indicavam o uso de hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina —medicamentos sem eficácia comprovada para o tratamento da covid-19— foram preparadas antes dos pacientes serem consultados.
De acordo com o Código de Ética Médica do CFM (Conselho Federal de Medicina), é proibido “prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame direto do paciente”, exceto em casos de emergência.
Em uma troca de mensagens obtida pela TV, o chefe do pronto-socorro, Major Milton Faria, pede aos médicos que não receitam o kit covid que procurem a sala de prescrição médica para buscar uma receita pronta, e que teriam apenas que preencher o nome e a data.
“Resolvemos deixar uma pasta com estrutura de receita já carimbada e assinada, e junto uma pasta com termo de consentimento”, diz. “Pedimos àqueles colegas que não prescrevem as referidas medicações, que caso não tenha nenhum colega no turno que também prescreva, que procure a sala de prescrição médica para entregar ao paciente, tendo somente que preencher o nome e a data”.
Segundo médicos ouvidos pela reportagem, as receitas pré-assinadas foram distribuídas até ao menos julho deste ano.
Em nota à TV, o HFA informou que “todos os médicos do hospital, sejam civis ou militares, tiveram a autonomia respeitada”. O UOL entrou em contato com a instituição, mas não obteve resposta até o momento.
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Três médicos que ajudaram na construção do dossiê entregue à CPI da Covid foram ouvidos pelo Fantástico e narraram rotina de medo, apreensão e insegurança após denúncias se tornarem públicas. Operadora diz que “investigações técnicas esclarecerão os fatos”.
Três médicos que trabalhavam na operadora de saúde Prevent Senior e ajudaram na construção do dossiê investigado pela CPI da Covid mostraram o rosto pela 1ª vez, em entrevista ao Fantástico, neste domingo (3). Eles narraram pressão da operadora de saúde para a alta precoce de pacientes, a fim de diminuir custos e liberar leitos de UTI nos hospitais da empresa.
George Joppert, Walter Correa e Andressa Joppert dizem que vivem atualmente uma rotina de medo, apreensão e insegurança, após as denúncias contra a operadora se tornarem públicas.
Na entrevista, reafirmam a pressão para prescrição de ‘kit Covid’ nos hospitais da empresa e confirmam a meta para que os médicos atendessem 60 pacientes por cada plantão de 12 horas nos hospitais.
“A intenção de denunciar também é expor a fraude. Expor a fraude do tratamento precoce, a fraude de suposto sucesso de gestão”, disse Walter Correa ao Fantástico.
“Nós estamos fazendo a coisa certa. Nós não somos criminosos. O bem social acho que tem que prevalecer acima de qualquer outra definição, ou de dinheiro ou de lucro”, afirmou George Joppert.
“São vidas que eles estão cuidando, e não estão cuidando como deveriam cuidar”, declarou Andressa Joppert. Os três fazem parte do grupo de 12 médicos que escreveram o dossiê contra a operadora e devem ser ouvidos pela CPI da Covid nos próximos dias.
‘Kit Covid’
Os três médicos contam que, no ano passado, houve muita pressão da Prevent Senior para que eles receitassem o chamado “kit Covid”, que é o pacote com os remédios ineficazes contra a Covid-19, que era distribuído para os clientes do plano de saúde no momento das consultas.
Segundo os profissionais, não havia autonomia dos médicos para decidir ou não pela prescrição desses remédios durante a pandemia.
“Eles estavam de olho em quem prescrevia ou não. Foi uma coisa que eles tinham um controle, então não havia essa autonomia”, afirmou Walter Correa.
“Entregava a receita, entregava o kit que já ficava no consultório. Era tudo controlado. Ficava um balde com um monte de saquinho com os kits, era meio constrangedor às vezes, entregava para os pacientes a receita com kit e orientava ‘olha, a gente tem que prescrever mas melhor usa só as vitaminas, não usa medicação’. E era assim que funcionava”, completou.
Andressa diz que um diretor chegou a obrigá-la a receitar hidroxicloquina a uma paciente com problemas cardíacos, sob ameaça velada de demissão.
“É uma contraindicação para o uso de hidroxicloroquina. Até no próprio protocolo da Prevent é uma contraindicação. Então, mesmo com aquela contraindicação, eu fui orientada. Teria que prescrever, mas eu não prescrevi. E fui chamada atenção”, afirmou a médica.
Questionada sobre o que poderia acontecer com o médico que não receitasse os remédios ineficazes, a médica foi taxativa: “Ele teria um castigo. Ficaria sem os plantões uma semana, duas semanas, dependendo do que ele fez. O castigo dele seria isso: não teria o dinheiro dele planejado no fim do mês”, disse Andressa.
“Não era necessário que fosse feito uma ameaça aos médicos. O ambiente hostil já fazia isso por si só. A gente já sabia que existe uma sugestão de um protocolo, se você não segui-lo, você vai sofrer sanções. O máximo que acontecia era alguém prescrever e orientar a não usar”, declarou Walter Correa, que trabalhou oito anos como plantonista do Pronto Socorro da Prevent Senior.
Ele foi demitido em fevereiro deste ano e acha que o motivo do desligamento foi justamente por ter deixado de prescrever o “kit Covid” por algum tempo.
“Apesar de ter ficado muito tempo lá, eu acho que nunca me adequei muito bem às práticas da Prevent Senior. É curioso até eu ter ficado tanto tempo, mas acho que a gota d’água foi no final, a questão de eu ter ficado sem prescrever o kit”.
*Com informações do G1
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Pasta esconde dados por ‘segurança de autoridades’; empresa que cuida do armazém é investigada pela CPI.
O Ministério da Saúde gasta cerca de R$ 70 mil por mês para armazenar medicamentos, testes e insumos do SUS vencidos. Revelado pela Folha, o estoque de produtos sem validade é avaliado em R$ 243 milhões.
O valor para manter os produtos na central de distribuição da Saúde, em Guarulhos (SP), foi confirmado por autoridades do governo federal que acompanham as discussões.
A VTCLog, investigada pela CPI da Covid no Senado, administra o armazém. Cabe à empresa informar a Saúde sobre produtos prestes a vencer, além de separar os insumos sem validade ou interditados.
Procurado, o Ministério da Saúde não quis se manifestar sobre o estoque vencido e não confirmou se o pagamento é inteiramente feito à VTCLog. A pasta colocou sob sigilo de cinco anos todas as informações sobre os produtos vencidos.
Em resposta a questionamentos apresentados via LAI (Lei de Acesso à Informação), o ministério disse que os dados podem colocar em risco a vida, segurança ou saúde da população.
A Saúde também afirmou que divulgar as informações ofereceria “elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do País”, além de risco à segurança de “instituições ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares”.
Após a revelação do estoque, o ministro Marcelo Queiroga (Saúde) reconheceu que o cemitério de insumos do SUS “é um problema”, mas negou negligência.
O ministro ainda tentou jogar sobre gestões anteriores a responsabilidade por perder os produtos.
*Com informações da Folha
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No site de reclamações de consumidores “Reclame Aqui” pacientes afirmam terem sido tratados como cobaias.
O perfil da Prevent Senior no site de reclamações de consumidores “Reclame Aqui” tem denúncias, desde 2020, de pacientes que afirmam terem sido tratadas como cobaias do plano de saúde ao procurarem tratamento para Covid-19 e receberem medicamentos comprovadamente ineficazes contra a doença. Há relatos ainda de recusa de pacientes e falso diagnóstico.
Em maio de 2020, uma paciente de 52 anos alega que, mesmo sem diagnóstico fechado para Covid-19, uma médica pediu para que ela assinasse um termo de autorização para prescrição do combo “cloroquina + azitromicina”, o mesmo usado no estudo que ocultou mortes. Ela recusou alegando que não queria ser uma “cobaia”.
“Não aceito tomar cloroquina, até porque não se tem comprovação científica de sua eficácia e eu seria mais uma cobaia”, escreveu a paciente, que após uma piora, conta que teve que retornar ao hospital da Prevent Senior e o uso dos remédios lhe foi recomendado mais uma vez.
A conduta da Prevent Senior de recomendar o “kit covid” continuou ao longo de 2020 e 2021. Em março deste ano, uma paciente afirmou que passou por uma consulta virtual com uma enfermeira que lhe receitou o “kit Covid” antes de ter um diagnóstico da doença. Ela afirma ter rejeitado os medicamentos e conta que buscou atendimento fora do plano de saúde. Após um teste, a paciente descobriu que não estava com Covid-19.
Em abril, uma cliente afirmou que médicos de um dos hospitais da Prevent Senior se recusaram, por quatro vezes, a internar seu pai, que estava com um diagnóstico positivo para Covid-19 e saturação abaixo de 90. Ela também diz na reclamação que tinha receitas prescritas pelos médicos para cloroquina e ivermectina.
Em maio, outra paciente denunciou a prática. “Dei positivo para Covid e eles [Prevent Senior] me ofereceram o kit de tratamento precoce com cloroquina, ivermectina, azitromicina, vitamina D e C, já comprovadamente ineficazes e que ainda podem acarretar danos. […] Não quero ser cobaia deles, ainda mais com tratamentos ineficazes e perigosos”, escreveu a paciente.
*Com informações do Metrópoles
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A direção da operadora de saúde Prevent Senior induziu uma competição entre médicos para impulsionar a prescrição do kit covid, segundo dossiê com supostas irregularidades praticadas pela empresa entregue à CPI da Covid. O documento foi elaborado por 12 profissionais da empresa, seis ainda na rede e seis ex-funcionários. Os fatos ocorreram durante o ano de 2020, no auge da pandemia, indicam as acusações.
O kit covid é composto por uma série de medicamentos sem eficácia comprovada no tratamento da doença, podendo até causar efeitos colaterais graves em determinadas pessoas a depender de comorbidades e do quadro de saúde em geral.
Na Prevent, o kit era prescrito a pacientes com sintomas gripais, ainda que sem diagnóstico de covid-19, segundo os médicos que elaboraram o dossiê. Os relatos indicam que a metodologia consistia em prescrever os remédios sem o consentimento dos pacientes, fato que é investigado pela CPI.
De acordo com a denúncia, os profissionais da Prevent eram “controlados por gráficos que demonstravam o desempenho, induzindo a competitividade entre os médicos, que passaram a ter ‘metas’ de prescrição de medicamentos”. Esses gráficos eram distribuídos internamente em grupos no WhatsApp por um dos diretores da Prevent, o cardiologista Rodrigo Esper, como forma de tentar engajar a equipe, aponta.
Além da política de estímulo, a direção ainda fazia cobranças aos médicos quando os resultados não estavam agradando, afirma.
Por exemplo, em mensagem de WhatsApp identificada como sendo de 10 de maio de 2020, Esper encaminha gráfico intitulado “Inclusão Protocolo: Tele x PS”. “Tele” se refere à teletriagem (atendimento virtual) enquanto PS se refere ao Pronto-Socorro do hospital Sancta Maggiore, pertencente à rede.
Em mensagem, posteriormente, escreveu: “Pessoal, não podemos perder o foco. Voltamos a ter rendimentos ruins. Não podemos perder o tônus. Ainda não atingimos o pico da epidemia e caímos o rendimento. Peço que imediatamente todos os tutores de plantão conversem com suas equipes e salientem a importância do tratamento precoce. Isso é muito importante! Obrigado.”
Em 11 de junho do ano passado, segundo o dossiê, Esper enviou outro gráfico de teor semelhante com a mensagem: “Boa tarde, estamos com tendência a (sic) queda nas prescrições. Vamos reforçar com o grupo. Obrigado”.
Nos “dias de pico”, mais de 250 kits eram entregues a pacientes, afirma o documento.
O dossiê não deixa claro para quais grupos de WhatsApp essas mensagens foram enviadas. Kit inicial teria sido ampliado depois
Inicialmente, o kit covid da Prevent era formado por 400 mg de hidroxicloroquina (indicada para algumas doenças reumatológicas e malária) em conjunto com 500 mg de azitromicina (antibiótico), afirma a denúncia.
Depois, com a suspensão de uma pesquisa promovida pela Prevent sobre a eficácia do uso de hidroxicloroquina em associação com a azitromicina, os médicos teriam passado a ser obrigados a promover o “kit Prevent”. Este teria sido uma espécie de kit covid ampliado.
De acordo com fotos dos saquinhos distribuídos a pacientes às quais a reportagem obteve acesso, um exemplar do kit ainda contava com azitromicina e hidroxicloroquina, mas também ivermectina (antiparasitário), corticoide, vitaminas e suplemento alimentar de proteína em pó.
Tentativa de convencer médicos
Os diálogos reproduzidos pelo dossiê mostram que a cúpula da Prevent Senior supostamente buscava, com uma abordagem motivacional, convencer os profissionais de saúde a prescrever os remédios do kit covid.
Ainda segundo o dossiê, na visão da operadora de saúde os médicos não poderiam “deixar escapar a oportunidade” de tratar a doença “o quanto antes”. Uma espécie de meta foi estabelecida, de acordo com mensagem enviada por um dos diretores da Prevent em 12 de abril de 2020.
“Acerte o alvo. O segundo dia de sintomas é o que queremos. E o melhor: a prescrição está na sua mão. E nós estamos com você”, diz trecho da mensagem.
O segundo dia de início dos sintomas, que seria o ideal para prescrição do kit covid de acordo com os protocolos da Prevent, ganhou até um apelido: “Golden day”. Em inglês, dia dourado. “Indique o tratamento e deixe que o resto nós nos encarregamos de fazer.”
Em seguida, o mesmo diretor fez uma observação. “Pessoal, reforcem com as equipes. Importante não perdermos a chance de tratar. E tratar precocemente. E reforcem também a importância do preenchimento da planilha de TeleAlerta.”
Retaliação
A denúncia entregue à CPI afirma que as diretrizes passadas pela direção-executiva e pela clínica médica deveriam ser interpretadas como ordens, porque, caso fossem descumpridas, a consequência era a demissão. Segundo relatos, diz o dossiê, o ambiente era de “ameaças e hostilidade”.
“Perante a política de pejotização adotada pela empresa, as diretrizes são transmitidas aos médicos pelo aplicativo WhatsApp, uma vez que essa metodologia informal, em tese, reduziria o risco de possíveis demandas judiciais”, cita.
Em depoimento à CPI da Covid na quarta (22), o diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, disse que nenhum profissional foi demitido por ter se recusado a aplicar esse “tratamento precoce”. No entanto, em outro momento, ao ser indagado sobre a mesma questão, afirmou que “médicos foram excluídos da empresa por graves falhas éticas e morais, como invasão de prontuários e tratamento inadequado de pacientes, muitos deles com queixas em compliance”.
*Com informações do Uol
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No último sábado (18), o Brasil bateu recorde de novos casos de covid-19. Dois dias depois, o país registrou números negativos de diagnósticos. Ao menos 15 estados recentemente relataram instabilidades na inserção de dados no sistema nacional. Mais de um ano após o início da pandemia, o Brasil ainda tem alta subnotificação nos números, em especial de casos leves da doença.
Segundo levantamento do UOL, Acre, Amazonas, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins notificaram problemas para lidar com a plataforma e-SUS Notifica, onde são registrados todos os diagnósticos e casos leves de covid-19.
No dia 8 de setembro, o sistema passou por uma atualização, segundo informou o Ministério da Saúde. A pasta não entrou em detalhes sobre quais foram as mudanças e citou apenas a inclusão automática dos dados de vacinação, “permitindo a análise de casos em pessoas já vacinadas”, e mais campos relacionados à testagem.
A alteração se deu na chamada API (sigla para Application Programming Interface) que é um padrão de programação que permite a comunicação entre sistemas. Por meio da API, os estados conseguem coletar os dados de casos de covid-19 inseridos pelos municípios e hospitais.
Porém, desde a mudança, as secretarias estaduais de saúde alegam instabilidade no sistema e passam dias inserindo números baixos de casos, até que ocorre uma “explosão”, devido ao represamento. Também há relatos de dados duplicados, que exigem limpeza e revisão dos números para baixo.
O exemplo mais gritante aconteceu no Rio de Janeiro no último sábado, quando “encontrou” mais de 92 mil casos não computados pelo sistema estadual. Desses, cerca de 38% ocorreram em 2020.
Segundo Domingo Alves, pesquisador do Laboratório de Inteligência em Saúde, da FMUSP-RP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto), essa bagunça nos dados atrapalha a observar o comportamento da pandemia no Brasil.
Ainda assim, já é possível ver o início do aumento dos casos, possivelmente ligado à disseminação da variante delta. “É possível notar já, mesmo com toda essa bagunça de dados, nesta segunda quinzena de setembro, um aumento significativo do número de casos”, diz.
E completa: “Essa mudança de comportamento bate com as previsões da disseminação da delta aqui no Brasil, mas ainda está bem aquém do que estava previsto para os números de infecções”.
Muito provavelmente isso já são consequências dessa bagunça de dados, que pode ter uma motivação maior aí, no sentido de tentar mostrar de que a pandemia já está sob controle. Mas só vão conseguir enrolar por um tempo limitado porque, se as nossas previsões com a delta estiverem corretas, esses números devem explodir ainda em setembro e começo de outubro.”
*Com informações do Uol
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Queiroga esteve hoje na Assembleia-Geral da ONU, mas informou que esteve de máscara durante todo o tempo.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, testou positivo para Covid-19. Ele vai ficar em quarentena por 14 dias em Nova York, em isolamento, e não volta por enquanto ao Brasil. A informação foi confirmada pela Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) na noite desta segunda.
O ministro está em Nova York, onde acompanhou a comitiva do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que participou da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas nesta terça-feira (21).
Ele informou que está bem.
Ele esteve hoje na Assembleia-Geral da ONU, mas informou que esteve de máscara durante todo o tempo. Devido ao caso de Covid-19, houve uma decisão do Itamaraty de suspender a presença de todos os diplomatas brasileiros de todas as reuniões que ocorreriam na ONU até sexta-feira.
Além de ter ido à Assembleia-Geral da ONU, Queiroga acompanhou o presidente Bolsonaro em visita ao Memorial do 11 de Setembro (veja foto) nesta terça.
Segundo a nota Secom, os demais integrantes da comitiva realizaram o exame e testaram negativo para a doença.
No sábado, conforme a CNN informou, um enviado para preparar viagem de Bolsonaro à ONU testou positivo para Covid-19. O diplomata é o que na linguagem da diplomacia chama-se “Ascav”, sigla para Alto Escalão Avançado, os funcionários que ficam responsáveis por organizar com antecedência as visitas presidenciais. Confira a íntegra da nota da Secom
A Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) informa que o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que integrava a Comitiva Presidencial à Nova Iorque (EUA), testou positivo para a COVID-19 e permanecerá nos Estados Unidos durante o período de isolamento. O ministro passa bem.
Informamos, ainda, que os demais integrantes da comitiva realizaram o exame e testaram negativo para a doença.
*Com informações da CNN
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