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Com baixa vacinação, variante delta dispara e prolifera no mundo

Dados preliminares indicam que infectados pela linhagem podem ter carga viral cerca de 1.000 vezes maior, o que facilita o contágio.

A variante delta do coronavírus Sars-CoV-2 (anteriormente chamada de B.1.617.2), identificada pela primeira vez na Índia no final de 2020, está colocando em alerta até países com a vacinação avançada contra a Covid-19, como é o caso de Estados Unidos, Reino Unido e Israel.

Nesses locais, a chegada da variante delta fez o número de novas infecções subir rapidamente entre as pessoas que não receberam nenhuma vacina. Nos Estados Unidos, mais de 80% dos novos casos da doença são causados pela variante delta.

Esse cenário pode ser o futuro no Brasil. Por aqui, sabemos que a variante delta já chegou, mas não fazemos sequenciamento genético suficiente para acompanhar com precisão o espalhamento dessa linhagem do vírus entre a população. As medidas para conter a variante são tiros no escuro, com dados incompletos.

A falta de dados, no entanto, não deveria impedir medidas mais incisivas. Sabe-se que a variante delta se espalha com muito mais facilidade aonde chega, e muito rapidamente se torna a linhagem dominante do vírus.

Cientistas da Austrália relataram à mídia local um caso alarmante. No país, o rastreamento de novos casos de Covid é levado muito a sério; é possível saber quem passou o vírus adiante e quando em algumas situações. Em um encontro rápido dentro de um shopping center uma pessoa teria infectado a outra com a variante delta do coronavírus. As duas pessoas teriam ficado próximas uma da outra por um tempo de 5 a 10 segundos apenas.

Esse tempo de exposição é muito inferior aos 15 minutos que os especialistas estimavam anteriormente (um número ainda não confirmado com precisão por estudos científicos).

Os cientistas começam a seguir as pistas que podem nos levar a um melhor conhecimento sobre os mecanismos da variante delta.

“A maior transmissibilidade da variante delta ocorre porque as mutações causaram uma maior afinidade das proteínas S, dos espinhos da superfície do vírus, com o nosso receptor. Há uma interação mais forte”, diz Viviane Alves, microbiologista e professora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB/UFMG).

“Nunca ficamos doentes inalando apenas um ou dez vírus; tem uma carga viral mínima para gerar a infecção e que varia de acordo com o vírus. No caso da variante delta, precisamos de uma menor quantidade de vírus para sermos infectados. A transmissão de pessoa para pessoa é muito mais fácil”, afirma.

Estimativas sobre o potencial de transmissão da variante delta variam muito, mas dizem que a linhagem é pelo menos 50% mais transmissível. Alguns cientistas sugerem um número acima de 200%.

Além disso, uma pessoa infectada pela variante delta tem uma carga viral que pode ser até cerca de mil vezes maior do que um paciente infectado por outra variante, segundo um estudo realizado por cientistas de instituições chinesas publicado em artigo no formato pré-print, isto é, ainda não revisado por outros cientistas.

Com uma maior carga de vírus, um infectado tende a ser mais contagioso. “Se uma pessoa infectada pelo coronavírus pode passar o vírus para outras três pessoas, com a variante delta ela pode passar para outras cinco”, exemplifica Alves.

O que mais pode ser feito para evitar que a variante se alastre? A prioridade deve ser uma distribuição mais rápida de vacinas, segundo especialistas do mundo todo. Medidas como uso de máscaras, distanciamento social, boa ventilação dos ambientes e higiene das mãos são simples e mantêm o vírus longe –com a chegada da variante delta, elas devem ser intensificadas.

“O fato de estar respirando o mesmo ar de um infectado já é suficiente para o contágio. Se houver espirros e tosses, a chance aumenta ainda mais”, diz Alves.

As vacinas disponíveis, apesar de serem a melhor arma contra a Covid-19, são menos eficazes contra a variante delta. A proteção parcial concedida por uma dose das vacinas da Pfizer/BioNTech e da AstraZeneca/Oxford deixa de existir contra a delta, e é ainda mais importante que o ciclo com duas injeções seja completo, de acordo com estudos recentes.

Um artigo publicado em pré-print na terça-feira (20) indicou que a vacina da Janssen (Johnson & Johnson), aplicada em dose única, pode não trazer proteção contra a variante delta. Mesmo anticorpos gerados após uma infecção, que podem evitar que a pessoa pegue novamente a doença, não são tão potentes contra a variante.

Assim, o número de novas infecções entre pessoas já vacinadas ou que tiveram a Covid-19 no passado pode aumentar com o avanço da variante delta.

Nos Estados Unidos, onde as máscaras não são mais obrigatórias em grande parte do país, a variante delta ameaça trazer a proteção facial novamente.

No fim de junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) sugeriu que mesmo pessoas já vacinadas deveriam continuar usando máscaras, em parte devido à circulação de novas variantes, como a delta, que ainda não têm todos os seus riscos estudados.

“As vacinas sozinhas não vão fazer parar a transmissão comunitária, e precisamos assegurar que as pessoas vão seguir as medidas de saúde pública”, disse a médica brasileira Mariângela Simão, diretora-geral assistente da Organização Mundial da Saúde (OMS), em entrevista coletiva.

“As pessoas precisam continuar a usar as máscaras consistentemente, ficar em lugares bem ventilados, fazer higiene das mãos, manter o distanciamento físico e evitar as aglomerações”, concluiu.

*Everton Lopes Batista/Folha

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Exército fez vacinação secreta de agentes da Abin sem aval do programa de imunização

Técnicos do PNI disseram ao MPF que servidores não deveriam ter sido contemplados.

Segundo reportagem de Vinicius Sassine, Folha, Exército atuou diretamente na vacinação secreta de 130 servidores da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que foram imunizados contra a Covid-19 sem o aval de técnicos do PNI (Programa Nacional de Imunizações) do Ministério da Saúde.

O MPF (Ministério Público Federal) em Brasília constatou que uma lista sigilosa com nomes foi enviada diretamente ao Exército para que os funcionários da Abin fossem vacinados com todos os militares da ativa –das três Forças Armadas– que estão sendo imunizados de forma privilegiada em Brasília.

A vacinação de fato ocorreu, conforme documentos reunidos pelo MPF em inquérito civil público instaurado em 25 de junho. O inquérito investiga o privilégio dado aos militares das Forças Armadas, a forças de segurança e aos agentes da Abin em Brasília.

Todos eles são suspeitos de furar a fila de vacinação, em razão do desrespeito a normas técnicas editadas pela equipe do PNI para organizar um fluxo de imunização de grupos prioritários, diante da falta de doses em todo o país.

No caso da Abin, a procuradora da República Ana Carolina Roman, responsável pelas investigações, consultou uma equipe de técnicos do PNI para saber se fazia algum sentido a vacinação dos servidores.

Numa reunião virtual feita com duas técnicas do PNI, Thaís Minuzzi e Caroline Gava, e com o então diretor do Departamento de Imunização do Ministério da Saúde, Laurício Monteiro Cruz, Roman buscou esclarecer o episódio da vacinação secreta dos agentes da Abin. O encontro ocorreu no dia 1º de julho.

Coube a Gava dar uma explicação, que não foi contestada pelo diretor do Departamento de Imunização. Cruz foi demitido do ministério uma semana depois, suspeito de participação em um mercado paralelo de vacinas junto à pasta, investigado pela CPI da Covid no Senado.

“Tivemos esclarecimento com o GDF [governo do Distrito Federal]. A coordenação de imunização entrou em contato conosco, perguntando sobre esses profissionais [da Abin]. No PNI, esses profissionais não estariam contemplados, por não disporem de ações diretas [relacionadas à atuação em segurança]”, afirmou a técnica do PNI em resposta a pergunta da procuradora.

“Se ocorreu a vacinação prioritária, a gente não tem como responder”, disse Gava.

Em ofício ao MPF duas semanas antes, o secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto, apontou as explicações do comitê gestor da vacinação contra a Covid-19 para a imunização de agentes da Abin.

“Por fazerem parte do grupo de funcionários da força de segurança, houve o pleito de vacinação por parte da associação dos servidores da Abin para vacinação de 130 profissionais a serem contemplados, considerando o critério de exposição de risco epidemiológico decorrente do trabalho por parte desses servidores”, cita o ofício.

O documento confirma que a vacinação ocorreu, na Praça dos Cristais em Brasília, em uma parceria entre a secretaria e o Comando Militar do Planalto, do Exército. “A listagem foi enviada diretamente para o Exército, considerando a importância da discrição quanto ao sigilo das atividades e nomes desses servidores.”

Para a procuradora Ana Roman, a vacinação dos agentes desrespeitou normas técnicas do Ministério da Saúde que estabelecem que são grupos prioritários militares das Forças Armadas e forças de segurança que estão na linha de frente do combate à pandemia.

Em uma reunião virtual feita em 29 de junho, Roman questionou a enfermeira Christiane Braga de Brito, subsecretária de Planejamento em Saúde do DF, sobre as razões para servidores da Abin serem incluídos como forças de segurança.

A subsecretária disse que a decisão havia sido corroborada pelo Ministério da Saúde, o que não foi confirmado pela equipe técnica do PNI dois dias depois.

“Foi ratificado pelo ministério que eles faziam parte desse processo de segurança pública. O efetivo são 30.927 profissionais [de segurança] do DF mais PF, PRF, Depen, Ministério da Justiça e Força Nacional. A Abin foi considerada dentro desse grupo”, afirmou Brito.

Em maio, uma reportagem do jornal O Globo mostrou que os servidores da Abin haviam furado a fila da vacinação no DF.

Movimento semelhante foi feito por Exército, Aeronáutica e Marinha. O Ministério da Defesa apresentou ao Ministério da Saúde um total de 29,6 mil homens e mulheres da ativa a serem vacinados como grupo prioritário. O total corresponde a todo o efetivo com atuação em Brasília, como descobriu o MPF.

A iniciativa do governo de Jair Bolsonaro de incluir todo o efetivo dentro de um grupo prioritário e, assim, burlar notas técnicas do Ministério da Saúde foi revelada em reportagem publicada pela Folha nesta terça (20).

Já foram convocados para imunização jovens militares de 22 anos, enquanto a campanha para os demais cidadãos está empacada na faixa dos 40 anos.

O governo do DF acaba fazendo um sorteio de vacinas, por usar um sistema de agendamento que não funciona. Moradores de Brasília estão procurando cidades pobres do entorno do DF para se vacinar.

Ao MPF, após um pedido de explicações, o diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, afirmou que a vacinação dos agentes atendeu a uma “iniciativa exclusiva” da Associação Nacional dos Oficiais de Inteligência.

“Contudo, não se pode deixar de afirmar o caráter de órgão de segurança de Estado e da sociedade da Abin, bem como a essencialidade da atividade de inteligência, que mesmo no período de vigência do decreto de calamidade pública, decorrente da pandemia, manteve parte de seu efetivo em trabalho presencial e externo, com risco epidemiológico”, disse Ramagem em ofício.

O mesmo argumento foi usado pela associação dos servidores da Abin para justificar a vacinação.

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Nicolelis: ‘Vamos passar os EUA em mortes por Covid apesar de termos população menor’

Em uma entrevista ao GLOBO em março deste ano, o médico, neurocientista e professor catedrático da Universidade Duke (EUA) Miguel Nicolelis previu que Brasil chegaria ao marco de 500 mil mortos pela Covid-19 em julho. Este número deve ser alcançado neste fim de semana, antes do previsto pelo cientista. Na avaliação de Nicolelis, o país já vive a terceira onda da pandemia do coronavírus que, por ocorrer no inverno, tem grandes chances de ser tão letal quanto a segunda.

O professor alerta ainda que o Brasil tem grandes chances de ultrapassar os EUA em mortos pela Covid-19 e acusa o governo federal de não ter se esforçado para evitar a tragédia causada pela pandemia.

Em uma entrevista ao Globo em março, o senhor fez uma previsão de que o Brasil chegaria a 500 mil mortes em julho. Devemos alcançar essa marca nos próximos dias, antes do prazo estimado pelo senhor. O que aconteceu com o país?

No dia 15 de junho do ano passado, nós tínhamos cerca de 50 mil mortos, e, nos próximos dias, vamos atingir 500 mil. Então, em 12 meses, tivemos um aumento de dez vezes nas mortes, algo explosivo. Isso basicamente mostra que o Brasil não olhou essa pandemia com a seriedade e a gravidade que ela deveria ter sido encarada. A segunda onda produziu a maior mortalidade da História do Brasil para os meses de março e abril. São os dois meses mais letais da nossa História. Tudo isso porque não fizemos o que países que entenderam um pouco melhor a dinâmica desse vírus fizeram. Quando houve uma queda de casos e óbitos nós achamos que era o fim da pandemia, que não era preciso manter tudo aquilo que tínhamos feito (as restrições iniciais).

O Brasil estava com 252 mil mortes em 22 de fevereiro deste ano. Nós dobramos em quatro meses. É algo assustador. E até agora nós não aprendemos as lições. O governo federal conseguiu não fazer nada eficientemente, não tomou as decisões corretas, não criou um comando central, uma mensagem nacional, não fez um lockdown nacional, não fez um bloqueio das estradas nem fechou o espaço aéreo e ainda não conseguiu vacinar nos níveis necessários.

Estamos em um cenário de uma pandemia novamente fora de controle, ocorrendo no meio de um colapso hospitalar que não foi corrigido, nós nunca saímos desse colapso hospitalar de março e abril, fomos empurrando com a barriga. E nós temos múltiplas variantes novas entrando no país, uma vez que nem as fronteiras nem o espaço aéreo foram controlados. E, no meio de tudo isso, o Brasil joga futebol. A Copa América já tem mais de 50 pessoas infectadas, só as diretamente envolvidas. Não temos a menor ideia de pessoas que trabalham em hotéis e outros serviços, que têm contato com essas delegações. É uma marca terrível sem uma luz no fim do túnel.

Qual o risco de enfrentarmos essa nova onda em pleno inverno?

A terceira onda já se iniciou e vai ocorrer novamente no inverno. Ela tem um potencial letal extraordinário, tanto que já voltamos à média de 2 mil mortes por dia. Já somos, de novo, o país com mais mortes por dia, com aproximadamente 25% das mortes (por Covid) do mundo. A pandemia do coronavírus expôs toda a nossa falta de preparo político para lidar com as catástrofes do século XXI, como questões ambientais e de saúde. Os interesses políticos e econômicos parecem ser superiores ao interesse na vida humana.

Vínhamos no último mês com uma queda na média móvel de mortes, ficando mais de um mês abaixo de 2 mil. Mas ontem voltamos ao patamar de 2 mil mortes diárias em média. O que pode explicar essa oscilação?

Essa pequena queda é esperada pela própria dinâmica do vírus e porque algumas pequenas medidas paliativas e o pequeno grau que foi atingido contribuíram para essa pequena queda, que foi mínima. Ficamos em um platô altíssimo. Por algumas semanas a Índia passou o Brasil — é difícil comparar, porque os dados da Índia são subnotificados. Mas em dados oficiais o Brasil reassumiu essa posição terrível de maior número de mortes. Em março chegamos a mais de 4 mil mortes. A expectativa é que, com o inverno, com o relaxamento do isolamento, o não crescimento adequado da aplicação da segunda dose da vacina, a gente possa voltar aos níveis que tivemos em março nas próximas semanas, ou então chegar bem perto disso. É como se o Brasil tivesse desistido de combater a pandemia neste momento.

Temos exemplos como o Chile — que vacinou mais de 60% de sua população — mas que achou que só a vacinação funcionaria. Então reabriram o país e depois tiveram que fechar. Um dos poucos bons exemplos da segunda onda que foi Araraquara, vai ter que fechar de novo, porque a taxa de ocupação das UTIs voltou a explodir e o número de óbitos voltou a aumentar. Chamo isso de estratégia sanfona: vocês espera cruzar de 80 a 90% de ocupação dos leitos de UTI — que não deveria ser assim, porque isso não é um critério epidemiológico — para começar a fazer medidas paliativas, fechar algumas coisas e interromper alguns fluxos. Por isso, você tem uma queda temporária, e depois de algumas semanas você experimenta outras subidas. E as taxas de ocupação nunca caem sensivelmente. Estamos com equipes de saúde totalmente esgotadas e sem insumos médicos suficientes. E essa terceira onda, se vier na magnitude da segunda, vai pegar o país numa situação muito pior, do ponto de vista hospitalar.

Por que o sistema de saúde estaria em uma situação pior?

Insumos e equipes médicas depauperadas, não temos mais como criar leitos porque já estamos no limite, e com um sistema hospitalar que colapsou, com várias capitais com ocupação de UTI acima de 90%. Só precisamos olhar o que aconteceu na Índia para ver o que podemos experimentar sem um sistema hospitalar funcionando.

O quanto essas novas variantes são preocupantes para o Brasil?

Vimos no Reino Unido que a variante indiana representa 90% dos casos lá e ela afetou crianças. Estamos vendo nos EUA, na Índia, em países do sudeste asiático e agora no Brasil o número muito maior de jovens e crianças sendo afetadas. Por exemplo, no Mato Grosso do Sul, não são só as UTIs adultas que estão cheias, as UTIs pediátricas também estão. Ainda lá em março eu vi as UTIs neonatais e as obstétricas lotadas. Isso mostra que estamos tendo um número muito grande de gestantes infectadas, o que já é recorde. A faixa etária indicada está sendo modificada e, com a variante indiana, esse risco ainda é maior.

Não era o momento da vacinação no Brasil estar surtindo mais efeito?

Olhando a curva de vacinação atual mostra que o ritmo de aplicação da primeira dose está crescendo muito mais rápido do que a curva da segunda dose, que está achatada. Ela mal cresce no dia a dia. Temos apenas 11% da população vacinada com as duas doses, e isso é muito pouco. Já vimos que a eficácia da vacina é comprovada quando a média de vacinação completa é alta, mas a nossa ainda está muito baixa. E a imunização com uma dose só também é muito baixa. Então, para garantir a eficácia real, é preciso ter as duas doses.

Esse é o momento do Brasil implementar um isolamento mais severo?

Sem dúvida. Nós nunca fizemos isso. Quando você começa a subir muito os casos e os óbitos, nos níveis que eles já estão, o mundo inteiro recomenda que o Brasil faça isso. Em janeiro eu alertei que se não fizéssemos um lockdown nacional, nós teríamos dificuldade de enterrar nossos mortos. E olha o que aconteceu, fomos de 250 mil para 500 mil em quatro meses. Essa métrica é algo que não dá para ser ignorada. E vamos passar os EUA e ser o país com o maior número de mortes por Covid no mundo, apesar de termos uma população menor. Só que lá, a campanha de vacinação em massa que está sendo feita desde janeiro deu resultado, eles já conseguiram alcançar cerca de 44% da população com as duas doses, e tiveram uma queda abrupta de 4 mil mortes por dia para 350, reduziram dez vezes, e reduziram mais de vinte vezes o número de casos por dia.

O que o Brasil precisa fazer para combatermos o coronavírus?

Aumentar a nossa vacinação, passando a vacinar de dois a três milhões de pessoas por dia, reduzir o fluxo de pessoas pelas rodovias, fechar o espaço aéreo para voos internacionais, principalmente de países onde novas variantes estão ocorrendo. E temos que achar uma solução política para remover um governo que se negou a fazer tudo o que era preciso ser feito. A sociedade brasileira está vivendo totalmente desprotegida, a “Deus dará”. Dezesseis meses de pandemia, 500 mil mortos, e ainda não temos um comando central criando diretrizes nacionais de como combater a pandemia. É inacreditável. Daqui a 50 anos, quando a pandemia for contada na História do Brasil, ninguém vai acreditar.

*Evelin Azevedo/O Globo

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Brasil: A terceira onda chegou

Brasil registra o maior número de mortes diárias por coronavírus desde o final de abril e volta a acelerar contágios.

El País – Prestes a bater meio milhão de mortos na pandemia, país registra 2.997 óbitos em 24 horas e mais de 95.000 casos. Cobertura vacinal lenta e fim precoce de restrições formam coquetel da terceira onda antecipada por especialistas.

Não há surpresas. Como antecipado por especialistas ao longo de maio, o Brasil mostra sinais mais contundentes da terceira onda da pandemia. O país registrou nesta quarta-feira mais 2.997 mortes causadas pelo coronavírus, atingindo desde o início da crise sanitária 493.693 óbitos, segundo dados do Ministério da Saúde. Desde o fim de abril não havia um número tão alto de mortos registrados em 24 horas. A alta do número de casos ―mais de 95.000 diários― também é preocupante e casa com um alerta divulgado pelo Imperial College, de Londres, que afirmou que a taxa de transmissão (RT) do coronavírus subiu esta semana e está em 1,07. Ou seja, pelos cálculos da instituição britânica, cada 100 pessoas transmitem a doença para outros 107 brasileiros.

A média móvel de óbitos nos últimos sete dias ―a soma dos dados de sete dias e a divisão do resultado por sete, para corrigir mudanças bruscas nos registros nos fins de semana― já ultrapassa 2.000 mortes novamente, após um período de queda a partir de meados de abril. Os dados são os compilados pelo Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass). “Já somos, de novo, o país que mais mata pessoas no mundo na pandemia”, diz o neurocientista Miguel Nicolelis, no novo episódio do podcast Diário do front (ouça aqui), que analisa a emergência de saúde quando o Brasil está prestes a completar meio milhão de mortos pela doença. O Brasil responde por cerca de 25% de todas as mortes diárias provocadas pelo novo vírus no mundo atualmente. “É como se Florianópolis sofresse um ataque nuclear e toda a população da cidade, por volta de 500.000 habitantes, desaparecesse num piscar de olhos”, compara Nicolelis, citando o total de vítimas da pandemia até agora.

Não há nada no panorama atual que aponte para uma melhora rápida do quadro: o Brasil tenta acelerar a vacinação, mas ainda exibe índices muito baixos de imunização completa da população. Menos de 15% dos brasileiros receberam as duas doses necessárias da vacina contra a covid-19. Por outro lado, a maior parte das regiões do país segue flexibilizando restrições de circulação, mesmo com a alta de contágios. O país ainda abriga no momento a Copa América, com a circulação de delegações estrangeiras de equipes de futebol de toda a América do Sul. Até o momento, 52 casos positivos para covid-19 foram detectados entre atletas e staff.

A situação nos Estados varia. Em São Paulo, que acumula o maior número de mortes no país, foram 22.582 novos casos do novo coronavírus registrados nesta quarta-feira, o oitavo maior número diário desde o início da pandemia. A margem de manobra segue estreita nos hospitais do Estado, o mais rico do país, que mantêm mais de 80% de ocupação para as UTIs exclusivas para covid-19. “Analisando os dados de São Paulo, vemos que a tsunami de casos está vindo do interior”, diz Nicolelis. Na capital paranaense, Curitiba, a situação segue crítica. A taxa de ocupação dos leitos de UTI SUS exclusivos para a doença está em 102%.

Governo, agora, tenta mais doses da Pfizer

Acossado pela CPI da Pandemia, o Governo Bolsonaro tenta fazer anúncios positivos sobre a vacinação, após documentos provarem que o Planalto e o Ministério da Saúde deliberadamente recusaram ofertas de fabricantes, especialmente da Pfizer, no segundo semestre de 2020. Nesta quarta, o ministro Marcelo Queiroga anunciou a antecipação da chegada de 7 milhões de doses da vacina da farmacêutica norte-americana ao Brasil em julho ―a previsão original, segundo ele, era de 8 milhões de doses da fabricante no mês que vem.

O esforço de vacinação, porém, não vai conter uma nova onda de contágios e mortes, preveem os especialistas, e citam os exemplos do Reino Unido e do Chile, onde a imunização já está bastante avançada. Nesta terça-feira, o premiê britânico Boris Johnson anunciou o adiamento de até quatro semanas no chamado Dia da Liberdade, o fim das restrições contra o coronavírus. A variante indiana (ou delta), que se espalhou pelo país a um ritmo preocupante nas últimas semanas, frustrou os planos de Johnson. Já Santiago, a capital chilena, voltou ao confinamento após a alta de internações por covi-19, especialmente de jovens ainda não vacinados.

*Flavia Marreiro/El País

*Imagem destaque: Estado de Minas

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‘No ano que vem vamos ter que vacinar todo mundo de novo’, diz diretor do Sírio-Libanês

Para Fernando Ganem, imunização contra a Covid deverá funcionar como a da gripe, que, devido às mutações do vírus, exige adaptações.

O novo diretor-geral do Hospital Sírio-Libanês (SP), o médico Fernando Ganem, 56, diz que os conhecimentos sobre a Covid-19 disponíveis até o momento indicam que será necessária uma imunização anual contra a doença.

“Ano que vem, vamos ter que começar a vacinar todo mundo de novo. Vai funcionar como funciona na gripe; mudam as variantes, tem fazer nova adaptação da vacina”, afirma.

Segundo o médico, o hospital vem registrando casos de reinfecção por Covid entre pessoas já imunizadas, mas nenhum grave ou que tenha levado o paciente à morte.

Por isso, recomenda que as pessoas continuem usando máscaras não só para se proteger contra o coronavírus, mas também contra outros vírus respiratórios que estão circulando, como o H1N1, e já provocam internações.

Cardiologista e intensivista, Ganem está no Sírio desde 1992 e ocupou vários cargos nas áreas da assistência e da gestão. Em maio, assumiu a diretoria geral, substituindo o cirurgião Paulo Chapchap, seu mentor.

Um assunto que circulou nas redes sociais recentemente foi que o Sírio estava com vários pacientes graves de Covid que já tinham sido imunizados com duas doses da vacina. O que há de real nessa história? Estamos monitorando todas as pessoas que internam, quantas já foram vacinadas. Existem pacientes internados que já tomaram a vacina? Sim. Existem pacientes que já tomaram a vacina e estão em estado crítico? Não é o que a gente está vendo.

Nós e outras instituições vamos soltar publicações sobre colaboradores vacinados, quantos tiveram [reinfecções por Covid]. Na nossa experiência, não identificamos casos graves [de reinfecção] e óbito. Temos que estratificar todos os casos por idade e complexidade.

Casos individuais, a gente tem visto por aqui. Temos um caso curioso de uma médica que tem vários fatores de risco, atende em casa, já foi vacinada, teve Covid e não internou. O desfecho primário da vacina é evitar mortalidade. Agora, ter de novo… o ideal seria que não tivesse mais.

Ano que vem vamos ter que começar vacinar todo mundo de novo. Vai funcionar como funciona na gripe; mudam as variantes, tem que fazer nova adaptação da vacina.

Todo mundo me pergunta e eu falo: sabe quando a gente vai ter todas essas respostas? Daqui a um ano, quando 100 milhões de pessoas estiverem vacinadas. O resto são inferências, e inferências são perigosas porque podem gerar informações infundadas.

Mas teremos mesmo que nos vacinar anualmente contra a Covid, assim como ocorre com a gripe? Tudo indica que sim, pelo o que a gente tem acompanhado na literatura e com os nossos colegas. Foi como aconteceu na epidemia de H1N1 [em 2009]. Nós ainda temos casos de H1N1. Tivemos um caso recente. O paciente teve Covid, foi internado, saiu, e na semana seguinte estava com H1N1.

E nesse período outros vírus respiratórios têm circulado bastante… Exatamente. A gente sabe que de maio a julho, agosto, aumentam as visitas aos prontos-socorros, as internações, a mortalidade na população idosa por pneumonia. Também por isso é que a gente deve manter o uso da máscara.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vem discursando contra o uso da máscara. É o momento de deixar lado o acessório? Vamos ter que continuar usando máscara ainda por muito tempo, independentemente de uma recomendação técnica, deve ser uma orientação comportamental. Sempre que possível, precisamos diminuir a probabilidade do contágio.

Como está hoje a ocupação de leitos do Sírio por Covid? Semana passada estivemos bem apertados, variando de 90% a 97% de ocupação. Felizmente hoje [segunda, 14] estamos com 84%, estamos conseguindo acomodar. Mas é muito dinâmico. Há dias em que existe espera [por leitos] no pronto-socorro.

Ano passado, nosso pico de internação tinha sido 260 pacientes. Neste ano, baixamos para 130 por duas, três semanas, e a gente pensou que teria um período de sossego. Nas últimas semanas, voltamos a ter 250 pacientes. Hoje [segunda] estamos com 164.

Está sendo necessário suspender cirurgias eletivas? Dessa vez, não. Suspendemos por duas semanas alguns exames como a polissonografia, em que o paciente passa a noite no hospital e no dia seguinte vai embora. Muita gente que segurou procedimentos médicos meses atrás agora está nos procurando até porque começa a ficar ansioso, não sabemos até quando vai [a pandemia].

O Sírio acaba de lançar o pronto-atendimento digital. Como vai funcionar? A experiência com pacientes com Covid possibilitou uma nova forma de atendimento para todo tipo de condição de saúde. As avaliações podem ser agendadas por meio de um número de WhatsApp. O paciente responde a uma série de perguntas para a triagem do caso e se não for considerado crítico, recebe um link para acesso a uma plataforma de telemedicina do Sírio e é atendido pelo médico de plantão. Se os sintomas forem de gravidade, é orientado a comparecer ao hospital.

Várias instituições de saúde têm estendido o atendimento médico digital para áreas como escolas e empresas. Isso veio para ficar? Sim, o hospital presta hoje um serviço de saúde populacional que abrange 180 mil colaboradores de outras empresas em que o atendimento é digital. Tanto de um médico de família ou clínico-geral com nosso médico especialista, ou diretamente com o paciente.

Isso evitou idas desnecessárias ao pronto-socorro, garantindo a segurança. Antes da Covid, em torno de 20% dos pacientes que vinham ao pronto-socorro não eram submetidos a nenhum exame nem recebiam medicação. Podemos inferir que eles precisavam de uma consulta médica.

Não tenho dúvida de que o atendimento e do monitoramento digital de pacientes, serviços de saúde mental e de reabilitação a distância terão oportunidade de crescimento no pós-pandemia.

O que não é possível ainda fazer com o atendimento digital? Não conseguimos substituir alguns tipos de assistência. Dor aguda, por exemplo, é uma coisa muito preocupante. Dor abdominal pode ser algo mais simples, como uma gastroenterite [infecção intestinal], uma diverticulite [inflamação ou infecção na parte interna no intestino]. O exame físico faz toda a diferença. Uma dor torácica, um formigamento, pode ser desde uma tensão emocional até um AVC [Acidente Vascular Cerebral]. Ter um olhar médico é fundamental.

Mas hoje, com uma boa anamnese, um check-list de perguntas, um algoritmo bem direcionado, você consegue saber quando orientar a pessoa a procurar um atendimento presencial ou se ela pode seguir no acompanhamento digital.

No âmbito do SUS, o Sírio e outros hospitais têm desenvolvido por meio do Proadi alguns projetos usando a telemedicina nas emergências e na UTI. O que já é possível mensurar de resultados? O Lean nas emergências, essa ferramenta de gestão que ajuda a diminuir o tempo de permanência do paciente no serviço de urgência, já existia antes da pandemia e, devido à repercussão e ao impacto que causou em vários hospitais públicos, foi renovado.

Em 2020, o projeto passou por 35 hospitais do SUS. Já são 102 instituições beneficiadas em 24 estados desde que teve início há pouco mais de três anos.

No ano passado, houve redução média de 38% no tempo de espera, de 50% no tempo da passagem do paciente da urgência até a internação, e uma redução média de 11% no tempo médio de permanência na internação (de 8,5 dias para 7,6 dias, em média).

*Cláudia Collucci/Folha

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Saúde

Telegramas do Itamaraty mostram que Pazuello ofereceu para a OMS ‘conhecimento’ sobre tratamento precoce

Documento em posse da CPI da Covid também mostra que o então ministro da Saúde tentou emplacar seu antecessor, Nelson Teich, como membro de uma comissão internacional.

O Globo – Documentos revelam que enquanto o Brasil discutia a adesão ao consórcio global de vacinas Covax Facility, em setembro do ano passado, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ofereceu ao diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, “o compartilhamento de protocolo desenvolvido no Brasil para tratamento precoce da doença”. Essa proposta foi registrada em um telegrama do Itamaraty enviado em caráter sigiloso à CPI da Covid e obtido pelo GLOBO.

“(Pazuello) ofereceu à OMS o compartilhamento de protocolo desenvolvido no Brasil para tratamento precoce da doença, fruto de conhecimento acumulado nas diferentes regiões do país. Ponderou que a conversação com a OMS será mais eficaz se os dois lados mantiverem perfil discreto”, diz trecho do documento do Itamaraty.

Em setembro do ano passado, diversos estudos científicos já haviam descartado o uso de cloroquina e hidroxicloroquina no combate à Covid-19. Ainda assim, o governo brasileiro insistiu nesses remédios como parte de um “kit Covid”, chamado também de “tratamento precoce”.

Em resposta, Tedros “sublinhou que o interesse da OMS seria apoiar o Brasil em salvar vidas”, agradeceu a intenção do Brasil de participar do Covax Facility e, diplomaticamente, “manifestou interesse no protocolo de tratamento mencionado por Pazuello”, segundo o telegrama. Pouco depois, em meados de outubro, a OMS reiterou, através de outro estudo, que o tratamento precoce com medicamentos como cloroquina, remdesivir e interferon não era recomendado para enfrentar a Covid.

Desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro defendeu o “tratamento precoce”, em referência a medicamentos ineficazes para Covid-19, diversas vezes. Ele também criticou a OMS reiteradamente em seus discursos, rejeitando especialmente a recomendação de isolamento social contra o novo coronavírus. Em junho do ano passado, chegou a dizer que “o que menos tem de ciência” é a OMS e que a organização “não acerta nada”.

Ao aderir à Covax Facility, o Brasil optou pela cobertura mínima, de 10% das doses, em vez dos 50% oferecidos. Se o país tivesse optado pela cota máxima, teria direito a mais 176 milhões de doses de vacinas. Em depoimento à CPI da Covid, no mês passado, o ex-chanceler Ernesto Araújo afirmou que a decisão da quantidade escolhida partiu do Ministério da Saúde.

OMS X Bolsonaro

Ainda segundo relato feito pelo Itamaraty sobre a conversa entre Pazuello e Tedros, o diretor-geral da OMS ofereceu a abertura de canal bilateral com o Brasil, “para identificar como a OMS pode ajudar”. Ele citou que Itália, Espanha e África do Sul haviam desenvolvido, com a Organização, uma “abordagem sob medida” para sair de modo mais seguro e ágil das respectivas epidemias. Ficou combinado que haveriam novas reuniões depois do encontro.

“O Ministro Pazuello observou que as medidas promovidas pelo Brasil estão alinhadas a essas recomendações, para prevenção, mudanças comportamentais e conformação de um ‘novo normal’. Acolheu positivamente a proposta do DG para a conformação de processo bilateral de reuniões técnicas, indicando o conselheiro Flavio Werneck, chefe da Assessoria Internacional do Ministério da Saúde, como seu ponto focal. Manifestou também seu interesse em novas conversas com Tedros oportunamente”, diz o documento.

Após a reunião de Tedros e Pazuello, Bolsonaro seguiu adotando a sua estratégia de atacar a OMS em público. Em outubro de 2020, após alegar falsamente que a OMS tinha voltado atrás nas recomendações sobre isolamento social, o presidente brincou que deveria substituir Tedros no cargo.

— Tá 7 a 0 para mim, não é 7 a 1, não: não perdi nenhuma ainda. Alguns acham que eu chutei, mas é muito chute para dar tudo certo. É questão de estudar, ir atrás, conversar com médicos, embaixadores — disse, em transmissão nas redes sociais.

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Saúde

Alerta! Variante indiana da Covid-19 é a mais severa, pode causar gangrena e perda auditiva

Cepa delta, que é também a mais transmissível, pode ter os efeitos mais graves para a Covid-19, alertam especialistas.

A variante do coronavírus mais infecciosa até o momento pode também ser a mais grave. Deficiência auditiva, distúrbios gástricos sérios e coágulos sanguíneos que levam à gangrena, sintomas que não eram observados normalmente em pacientes com a doença, foram associados por médicos na Índia à chamada variante delta. É ela que impulsiona a devastadora segunda onda de Covid-19 no país asiático. Na Inglaterra e na Escócia, por sua vez, as primeiras evidências sugerem que a cepa — que agora também é dominante no Reino Unido e já tem oito casos confirmados no Brasil — carrega um risco maior de hospitalização.

A variante delta, também conhecida como B.1.617.2, se espalhou em mais de 60 países nos últimos seis meses e gerou restrições de viagens mundo afora. Um aumento nas infecções, alimentado pela cepa, forçou o Reino Unido a reconsiderar os planos para reabrir o país no fim do mês, com um relatório local informando que o planos podem ser adiados em duas semanas.

Com taxas mais altas de transmissão e uma redução na eficácia das vacinas, a compreensão dos efeitos da variante indiana se tornou algo especialmente crítico.

“Precisamos de mais pesquisas científicas para analisar se essas manifestações clínicas mais recentes estão todas à B.1.617 ou não”, disse Abdul Ghafur, médico infectologista do Apollo Hospital em Chennai, a maior cidade do sul da Índia.

Ghafur conta que está vendo mais pacientes da Covid-19 com diarreia agora do que na onda inicial da pandemia na Índia. “No ano passado, achamos que tínhamos aprendido sobre nosso inimigo, mas ele mudou” completou Ghafur. “Este vírus se tornou tão, tão imprevisível”.

Dor de estômago, náuseas, vômitos, perda de apetite, perda de audição e dores nas articulações estão entre os sintomas que os pacientes de Covid-19 estão enfrentando, de acordo com seis médicos que tratam de pacientes em toda a Índia.

Nova inimiga

As variantes beta e gama, detectadas pela primeira vez na África do Sul e no Brasil, respectivamente, mostraram pouca ou nenhuma evidência de desencadear sinais clínicos incomuns, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de New South Wales, da Austrália, no mês passado.

Alguns pacientes desenvolveram microtrombos, ou pequenos coágulos sanguíneos, tão graves que levam o tecido afetado a morrer e desenvolver gangrena, informou Ganesh Manudhane, cardiologista de Mumbai. Ele tratou de oito pacientes com complicações trombóticas no Hospital Seven Hills durante os últimos dois meses. Dois casos exigiram amputações de dedos ou de um pé.

“Assisti de três a quatro casos desses durante todo o ano passado. Mas agora é um paciente por semana”, disse Manudhane.

A Índia relatou 18,6 milhões de casos de Covid até agora em 2021, em comparação com 10,3 milhões no ano passado. A variante delta foi a “causa primária” por trás da segunda onda mais mortal do país e é 50% mais contagiosa do que a cepa alfa, que foi detectada pela primeira vez no Reino Unido, de acordo com um estudo recente de um painel do governo indiano.

Mais complicações raras

O aumento de casos da cepa também pode estar causando um crescimento na frequência com que complicações raras de Covid-19 estão sendo observadas. Mesmo assim, Manudhane disse que está perplexo com os coágulos sanguíneos observados em pacientes de todas as faixas etárias sem histórico de problemas relacionados à coagulação.

“Suspeitamos que pode ser por causa da nova variante do vírus”, disse ele, que está coletando dados para estudar por que algumas pessoas desenvolvem os coágulos e outras não.

Os médicos também estão detectando casos de formação de coágulos nos vasos sanguíneos que irrigam os intestinos, causando dor de estômago.

Alguns pacientes da Covid também procuram atendimento médico para perda de audição, inchaço ao redor do pescoço e amidalite severa, disse Hetal Marfatia, uma otorrinolaringologista do King Edward Memorial Hospital, de Mumbai.

“Também aumentou a quantidade de sintomas específicos, diferentes de um paciente para outro, nesta segunda onda”, disse a médica.

O aspecto mais alarmante do surto atual na Índia, no entanto, é a rapidez com que o vírus está se espalhando, inclusive em crianças, frisa Chetan Mundada, pediatra do grupo de hospitais Yashoda em Hyderabad.
Famílias Inteiras

Ghafur, da Apollo, afirmou que também estava vendo famílias inteiras com sintomas de Covid-19, ao contrário do ano passado, refletindo um aumento na transmissão domiciliar causada pela variante delta.

Casos de mucormicose, a infecção fúngica oportunista rara conhecida como “fungo negro”, também presente no Brasil, têm aumentado na Índia. Ela já havia sido detectada em mais de 8.800 pacientes e sobreviventes da Covid-19 até 22 de maio, forçando as autoridades locais de saúde a considerá-la uma epidemia específica.

O político e cientista alemão Karl Lauterbach disse na terça-feira que a variante indiana provavelmente também se tornará mais prevalente na Alemanha nos próximos meses. “Evitar isso já parece irreal para mim”, escreveu no Twitter. “O fator decisivo (para evitar a disseminação da cepa) seria uma taxa de vacinação muito alta, que reduz a mortalidade.”

Mas evidências estão surgindo de que a variante delta pode ser capaz de escapar dos anticorpos induzidos pelas vacinas. As empresas farmacêuticas estão sob pressão para ajustar os imunizantes existentes ou desenvolver novos.

*IG

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Saúde

Estudo em Serrana (SP) indica que pandemia pode ser controlada com 75% da população vacinada

Informação foi divulgada pelo Fantástico, da TV Globo; mortes caíram 95%, mostram dados do Butantan.

Um estudo realizado em Serrana (SP) indica que a pandemia pode ser controlada com 75% da população vacinada.

A conclusão foi divulgada pelo Fantástico, da TV Globo, que trouxe dados do estudo feito pelo Instituto Butantan.

A cidade do interior paulista, na região metropolitana de Ribeirão Preto, passou por estudo sobre as consequências da vacinação em massa da população. O chamado projeto S, idealizado pelo Instituto Butantan consiste em analisar o impacto e a eficácia da vacinação na redução de casos do novo coronavírus e no controle da pandemia.

Com 45 mil habitantes, o município teve os moradores divididos em quatro grupos, nomeados pelas cores verde, amarela, cinza e azul. Os grupos foram vacinados isoladamente, com uma semana de diferença.

Segundo as informações da reportagem, o controle da pandemia se deu após três dos quatro grupos serem vacinados. A esta altura, cerca de 75% da população havia recebido as duas doses.

Houve registro de 699 casos em março, contra 251 em abril. Já as mortes passaram de 30 para seis no mesmo período.

Atualmente, quase toda a população acima de 18 anos da cidade recebeu as duas doses de Coronavac. O número de mortes caíu 95% na cidade. Os casos sintomáticos caíram 80%, enquanto as hospitalizações tiveram redução de 86%.

*Com informações da Folha

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‘temos grandes chances de chegar a 1 milhão de mortes’, diz Gonzalo Vecina

Gonzalo Vecina Neto, ex-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), participou do UOL News hoje e comentou sobre o depoimento de Dimas Covas na CPI da Covid. Ele afirmou que as declarações do diretor do Instituto Butantan mostram que o Brasil poderia ter concluído a vacinação contra covid-19 em maio. E segundo ele, pela forma como o Brasil tem agido, há um sério risco de registrarmos 1 milhão de mortes causadas pela doença até o final deste ano.

“Daqui até o fim do ano corremos o risco de duplicar o número de mortes que temos hoje, de 450 mil. Temos grandes chances de chegar a 1 milhão de mortes se não fizermos lockdown, distanciamento social, se não usarmos máscaras e se não tivermos um pouco de governo onde deveríamos ter”, analisou Vecina Neto, fundador da Anvisa.

Vecina deixou claro que a responsabilidade pela compra de vacinas é do Ministério da Saúde, que deve organizar o PNI (Programa Nacional de Imunização). Por isso ele responsabilizou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelo atraso na vacinação contra covid-19.

“O que o Dimas falou hoje já sabíamos: desde julho temos oferta de vacinas. E a responsabilidade por não termos comprado não tem outra: o presidente decidiu não comprar vacina. Estaríamos em maio, hoje, terminando de vacinar a população inteira se tivéssemos decidido comprar as vacinas”, apontou Vecina.

Segundo o ex-presidente da Anvisa, o Brasil teria condições de estar vacinando mais rapidamente do que os Estados Unidos. “Os EUA não têm o PNI. Temos condições de, em 5 meses, ter vacinado 160 milhões de brasileiros”.

Vecina também comentou sobre o próximo depoimento na CPI da Covid, que será da médica Nise Yamaguchi, defensora do uso da cloroquina – medicamento sem eficácia no combate contra a covid-19. Ele comparou a doutora com Mayra Pinheiro, Secretária do Ministério da Saúde, que prestou depoimento na CPI durante esta semana e também defendeu o uso de cloroquina.

“Mayra Pinheiro é uma pessoa do mal. Ela está mal intencionada. A doutora Nise é do bem. Só que ela está desviada. Ela está feliz da vida porque acha que está fazendo alguma coisa. Mas infelizmente é ignorância. Nise é um doce de pessoa, embora má informada”, concluiu Vecina.

*Com informações do Uol

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Saúde

Forças Armadas negaram leitos disponíveis em hospitais militares, mostram documentos da CPI da Covid

Solicitações foram feitas por Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Amazonas e pelo município de Xanxerê (SC).

Diante de pedidos de estados e municípios, as Forças Armadas negaram o compartilhamento de leitos de enfermaria e de UTI com civis, apesar de haver vagas disponíveis em hospitais militares, segundo informações de documento enviado pelo Ministério da Defesa à CPI da Covid no Senado.

O documento é assinado pelo ministro Walter Braga Netto. As solicitações foram feitas por Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Amazonas e pelo município de Xanxerê, em Santa Catarina.

A pasta não detalhou quando os governos estaduais pediram os leitos, mas as planilhas entregues à CPI mostram que, em diversos períodos de janeiro a abril deste ano, havia vagas.

Até então, uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) havia detectado pedidos por vagas em hospitais formulados pelo Governo do DF, com negativa por parte dos militares.

Filas de pessoas com suspeita de Covid, com quase 300 pacientes, chegaram a se formar à espera de vaga de UTI na rede pública em Brasília.

Segundo auditoria do TCU, os hospitais militares consomem R$ 3,45 bilhões em dinheiro público. Um relatório da área técnica recomendou que o Ministério da Saúde requisite as vagas ociosas para civis, tanto leitos de enfermaria quanto de UTI, em situações de colapso na rede pública.

No documento enviado à CPI, o Ministério da Defesa argumenta que houve a impossibilidade de atender ao fornecimento de leitos porque a demanda do sistema de saúde militar era elevada.

Segundo a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, o pedido para disponibilizar leitos de UTI e clínicos de hospitais militares localizados no estado foi feito em 5 de março deste ano ao general Valério Stumpf Trindade, do Comando Militar do Sul.

Naquele mês, por exemplo, a ocupação de leitos clínicos não passou de 65% em cinco dos seis hospitais militares do estado. Três hospitais possuem leitos de UTI, que estavam com ocupação máxima em março. O HACO (Hospital da Força Aérea Canoas), entretanto, tinha taxa de ocupação de 25% em abril.

“O pedido ocorreu em função do aumento exponencial da demanda, devido à intensa proliferação da Covid-19, com consequente exacerbação da capacidade instalada de leitos hospitalares no estado”, justificou a secretaria.

Também foi solicitado o compartilhamento dos dados referentes à taxa de ocupação atual dos leitos nos hospitais sob comando militar.

Em resposta, segundo o órgão, a Seção de Comunicação Social do Comando Militar do Sul afirmou que, em 11 de março, “iniciou o reconhecimento prévio para instalação de um módulo do hospital de campanha do Exército em Porto Alegre”.

Já a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas disse à Folha que fez o pedido de leitos clínicos e de UTI ao Exército em 30 de dezembro de 2020. Justificou que, naquela ocasião, a rede local estava com capacidade limitada devido à grande demanda observada entre o final de dezembro e as duas primeiras semanas de janeiro.

Segundo a pasta, o Comando da 12ª Região Militar respondeu, em ofício protocolado no dia 11 de janeiro, que o Hospital Militar de Manaus estava com 100% dos leitos de UTI ocupados, “tendo estudos sobre viabilidade de evacuações para a guarnição de Belém Pará, e por isso estava impossibilidade de atender o pedido da secretaria”.

O Hospital de Área de Manaus, em janeiro, estava com mais de 100% de ocupação de leitos clínicos e de UTI, mas no mês seguinte a ocupação de leitos clínicos não passava de 55%. Já os hospitais de Guarnição de Tabatinga e de São Gabriel do Cachoeiro não chegaram a ter nem 50% de ocupação dos leitos clínicos.

O HAMN (Hospital da Aeronáutica em Manaus) não completou 100% de ocupação de leitos clínicos nem em janeiro, quando houve um pico de casos em Manaus.

No documento, o Ministério da Defesa disse que, após solicitação do governo, foi instalado um Hospital de Campanha no pátio do Hospital Delphina Aziz, inaugurado em 27 de janeiro deste ano, contando com 57 leitos clínicos de enfermaria, gerenciado pela secretaria de Saúde.

Já em relação ao Rio Grande do Sul, disse que o Exército instalou um módulo de hospital de campanha na cidade, ao lado do Hospital da Restinga, gerenciado pela Secretaria de Saúde do município com 12 leitos clínicos e 8 leitos de UTI.

No Distrito Federal, o HFA (Hospital das Forças Armadas) não chegou a ter a ocupação de 100% dos leitos de UTI e clínicos em nenhum mês deste ano. Os quatro hospitais militares tiveram a taxa máxima de ocupação de 84% dos leitos clínicos de janeiro a abril.

O HFA tem 30 leitos de UTI (antes, eram 40), todos eles reservados a pacientes com Covid-19. O hospital atende, além dos militares, o presidente Jair Bolsonaro, o vice Hamilton Mourão e ministros de Estado.

O Governo do Distrito Federal não informou quando os leitos foram solicitados, mas com a situação crítica da falta, chegou a ter 415 pessoas à espera de um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Nem a judicialização resultou na garantia de vagas imediatas para a população.

A Folha teve acesso ao ofício encaminhado pela secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte pedindo que a Casa Civil articulasse com as Forças Armadas vagas em hospitais militares. O pedido foi feito em março deste ano.

No estado há o Hospital Naval de Natal e Hospital de Guarnição de Natal. No primeiro, a ocupação de clínicos atingiu no máximo a 85% naquele mês. Já no segundo houve ocupação total de leitos de UTI, mas a ocupação dos leitos clínicos era de 12%.

A Prefeitura de Xanxerê (SC) afirmou à reportagem que fez a solicitação em 25 de fevereiro ao general Sidnei Prado, comandante da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada de Florianópolis, para a instalação de um hospital de campanha com respiradores pulmonares, concessão de vagas em leitos de UTI no Hospital das Forças Armadas daquele município e envio de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem.

Também foi solicitada a cessão de um profissional militar da área da saúde com experiência em pandemias ou em zonas reais de conflito para atuar na coordenação, gestão e unificação de protocolos de saúde.

Segundo a assessoria da prefeitura, ainda foram encaminhados ofícios, em 24 de fevereiro, ao general de Exército Edson Leal Pujol, comandante do Exército, e ao tenente-coronel Rodrigo Kluge Villani, comandante do 14º Regimento de Cavalaria Mecanizada de São Miguel do Oeste.

Nos documentos, a prefeitura relatou a situação de calamidade em que o município encontrava-se e solicitou apoio do Exército com o envio de médicos para atuar no enfrentamento da pandemia.

“O município teve retorno apenas do tenente-coronel Rodrigo Kluge Villani, comandante do 14º Regimento de Cavalaria Mecanizada de São Miguel do Oeste, destacando que havia recebido orientações do escalão superior para que os pedidos de apoio ao enfrentamento da pandemia de Covid-19 deveriam ser encaminhados à Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina”, disse.

*Com informações da Folha

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