Galão de água por R$ 80: MP gaúcho autua 65 estabelecimentos por preços abusivos em meio à calamidade no RS

Ao menos duas pessoas foram presas durante as fiscalizações, que já alcançaram 315 locais na região metropolitana de Porto Alegre.

O Ministério Público do Rio Grande do Sul recebeu nas últimas duas semanas o total de 680 denúncias por conta de preços abusivos praticados por comerciantes durante o período de calamidade decorrente das chuvas que atingem o estado. Até o momento, 65 estabelecimentos foram autuados em Porto Alegre e na região metropolitana da capital gaúcha.

De acordo com a promotoria, a maioria das autuações ocorreu em mercados e postos de gasolina, além de farmácias e empresas de caminhão-pipa e revendas de gás e água. Segundo os agentes de fiscalização, houve flagras de galões de 20 litros de água vendidos a R$ 80.

Ao menos dois funcionários de um posto de gasolina foram presos. O endereço e o tipo de infração cometida ainda não foram divulgados pelo MP.

As denúncias aos agentes de fiscalização podem ser feitas a partir do e-mail [email protected]. Das 680 reclamações recebidas até o momento, o Ministério Público já conseguiu apurar 315.

Níveis dos rios voltam a subir no Rio Grande do Sul: mais de duas semanas após o começo das chuvas, estado continua a sofrer com inundações.

Os preços abusivos se somam a uma série de dificuldades enfrentadas pela população gaúcha desde o início das chuvas que causaram enchentes que afetam até este sábado 461 municípios, segundo o último boletim da Defesa Civil. São mais de 2,3 milhões de pessoas afetadas diretamente, com 77.202 desabrigados e 155 mortes confirmadas.

O nível do rio Guaíba, que atingiu nesta semana o nível recorde de 5,33 metros, atingiu no fim da manhã deste sábado 4,54 metros, segundo as medições da MetSul.

O governador do estado, Eduardo Leite (PSDB), anunciou pela manhã novas ações para prestar assistência aos animais resgatados das enchentes. De acordo com o governo, mais de 12 mil animais abandonados já foram retirados das águas ou de áreas secas que estavam ilhadas.

O Rio Grande do Sul enfrenta uma onda de frio, mais uma adversidade enfrentada pelas famílias que estão vivendo em abrigos improvisados. Segundo um levantamento feito na sexta-feira pelo Observatório do Desenvolvimento Social, cerca de 50,2% dos abrigos mapeados no estado ainda necessitam de cobertores. No total, foram contabilizados 621 centros de acolhimento que funcionam como refúgio para as 49.716 pessoas em 76 municípios atingidos pelas chuvas.

Brasil registra mais de 11 mil denúncias de violação sexual contra crianças e adolescentes em 2024

No Brasil, 320 crianças e adolescentes sofrem situações de exploração sexual a cada 24 horas.

“Os crimes sexuais contra crianças e adolescentes representam uma das mais graves violações de direitos humanos no Brasil, e lidar com essa questão envolve múltiplos desafios”, afirma a integrante do Instituto DH, Elenir Braga.

Neste sábado (18), o Brasil se mobiliza para o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Em 2024, até o momento, foram registradas 11.692 denúncias relacionadas à violência sexual desse público no Brasil. O número é do Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os dados mostram que, no Brasil, 320 crianças e adolescentes são exploradas sexualmente a cada 24 horas. O número pode ser ainda maior, já que apenas sete em cada 100 casos são denunciados. O estudo ainda esclarece que 75% das vítimas são meninas e, em sua maioria, negras.

Os desafios

Um dos grandes impasses diante das violências é a identificação e denúncia desses crimes. Segundo Elenir Braga, muitos casos permanecem ocultos devido ao medo e à manipulação por parte dos agressores, que, em sua maioria, são pessoas próximas ou de confiança das vítimas.

“Essa proximidade dificulta que as crianças e adolescentes reportem os abusos, seja por medo de represálias ou por não compreenderem completamente a natureza do abuso. Além disso, o sistema de justiça enfrenta dificuldades em responder adequadamente quando os casos são denunciados”, enfatiza Braga, que também integra a coordenação colegiada do Fórum de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes do Estado de Minas Gerais.

Para ela, a falta de preparo de profissionais para lidar com vítimas de trauma, a lentidão dos processos judiciais e a baixa taxa de condenação dos perpetradores contribuem para a perpetuação da impunidade.

O estigma e a revitimização durante o processo judicial, devido a procedimentos que não são sensíveis à condição de crianças e adolescentes, também são barreiras adicionais que desencorajam novas denúncias e a busca por justiça.

Observar é uma forma de combater a violência, segundo a integrante do Instituto DH. Fatores como mudança comportamental, alteração de humor, vergonha excessiva e relatos de medo constante são alguns indícios.

As campanhas

A professora Maria Cristina, conselheira tutelar pelo Plantão Centralizado dos Conselhos de Belo Horizonte, alerta para a necessidade de conscientização da sociedade acerca dos abusos e violências desse público vulnerável. “Ainda falta muita divulgação, esse é um dos principais desafios”, pondera.

Nesse sentido, algumas campanhas chamam a atenção, como a “Faça Bonito – Proteja nossas Crianças e Adolescentes” que já alcançou diversos municípios no país, a partir da mobilização e realização de atividades de visibilidade e prevenção acerca da temática.

O governo federal, por meio do Ministério de Direitos Humanos e Cidadania, lançou, no dia 13 de maio, a mobilização “Quebre o ciclo da violência: campanha 18M. Seja a pessoa que ouve acolhe e denuncia”.

A ideia é que quebrar o ciclo da violência significa convocar a sociedade a ouvir, ter empatia e cuidado com as crianças e adolescentes.

Denuncie

Confira formas de denunciar a violência sexual contra crianças e adolescentes:

Disque 100 – ligação gratuita
WhatsApp (61) 99611-0100 ou Telegram. O serviço também dispõe de atendimento na Língua Brasileira de Sinais (Libras)
CRAS – Centro de Referência de Assistência Social
CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social
CT – Conselhos Tutelares

*BdF

Enchente provoca mudança no mapa do Rio Grande do Sul; entenda

Imagem de satélite mostra uma ampliação da ligação das lagoas Mirim e dos Patos; segundo pesquisador, ainda é prematuro falar em alterações definitivas.

As fortes chuvas que caíram sobre o Rio Grande do Sul desde o fim de abril provocaram uma mudança no mapa da região sul do Rio Grande do Sul.

O Laboratório de Oceanografia Dinâmica e por Satélites (Lods), da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), reuniu imagens captadas pelo satélite Sentinel-3 que mostram o aumento na ligação entre a Lagoa dos Patos e a Lagoa Mirim. As imagens são dos dias 18 de abril –antes da enchente– e 15 de maio, quando a região já havia sido afetada pela inundação.

O professor Fabricio Sanguinetti, coordenador do laboratório, explica que, mesmo antes da enchente, já existia uma ligação entre as lagoas, o chamado Canal de São Gonçalo. Na primeira imagem, porém, não é possível ver esse curso d’água com clareza. Segundo Sanguinetti, isso se dá simplesmente por uma questão de resolução do equipamento.

“Uma vez que teve essa enchente, essa ultrapassagem da cota de inundação, a gente teve visualmente o alargamento das margens do canal. Ou seja, os limites naturais foram expandidos para as laterais. Mas Isso corresponde basicamente à área inundada no entorno do próprio canal do traçado natural do canal, uma ampliação de uma área inundada”, detalha. Com CNN.

Apesar de, na imagem desta semana, parecer que as lagoas dos Patos e Mirim se juntaram em um único corpo hídrico, o professor explica que, por enquanto, não é possível fazer essa afirmação.

Holandesa com depressão recebe direito de morrer após batalha de três anos

Foi o fim de uma batalha legal de três anos e meio. A jovem espera ter a companhia do namorado, de 40 anos, e dos dois gatos quando receber um sedativo, seguido por um medicamento que fará o coração parar de funcionar.

Nas fotos da capa e do perfil da rede social X, Zoraya Ter Beek transparece desânimo. Tem os olhos distantes, o semblante cansado. “Queridos seguidores, estou de volta aqui. Sem conselhos ‘médicos’ ou ‘divinos'”, escreveu a mulher de 29 anos, que mora no vilarejo de Oldenzaal, no leste da Holanda. “Estarei aqui por alguns dias”, acrescentou. Ao escrever isso, Zoraya provavelmente se referiu à própria vida. Ela acaba de receber a aprovação das autoridades do país para se submeter à eutanásia, ainda que seja fisicamente saudável.

Foi o fim de uma batalha legal de três anos e meio. A jovem espera ter a companhia do namorado, de 40 anos, e dos dois gatos quando receber um sedativo, seguido por um medicamento que fará o coração parar de funcionar. Ainda criança, foi diagnosticada com autismo, depressão crônica, ansiedade, trauma e transtorno de personalidade, diz o Correio Braziliense.

“Sinto alívio. Tem sido uma luta muito longa”, desabafou Zoraya ao site The Free Press. Ela tem os planos para os minutos seguintes de sua morte: espera ser cremada. “Não quero sobrecarregar o meu parceiro com a tarefa de manter o túmulo arrumado. Ainda não escolhermos uma urna, mas ela será a minha nova casa”, afirmou. O sonho de exercer a carreira de psiquiatra foi anulado pelas doenças, que a impediram de estudar. Foi justamente de uma psiquiatra que veio o choque de realidade. “Não há nada mais que possamos fazer por você. Você nunca vai ter nenhuma melhora”, disse-lhe a profissional.

De acordo com o The Free Press, assim que o coração de Zoraya deixar de bater, um comitê de especialistas em eutanásia constatará a morte e avaliará se a jovem recebeu os cuidados adequados. Depois, o governo da Holanda emitirá uma declaração alegando que a vida da holandesa foi encerrada legalmente, um procedimento que busca proteger de responsabilidade penal os facilitadores da morte assistida. O Correio tentou entrar em contato com Zoraya, por meio do X, mas não teve resposta, até o fechamento desta edição.

Em entrevista ao tabloide The Guardian, ela reconheceu a polêmica provocada por sua batalha para morrer. “As pessoas pensam que, por ter uma doença mental, não consigo raciocinar, o que é um insulto. Eu entendo os medos que algumas pessoas com deficiência têm sobre a morte assistida e entendo as preocupações sobre pessoas serem pressionadas a morrer. Na Holanda, temos a Lei da Eutanásia há mais de 20 anos, existem regras rigorosas”, comentou. O pedido de eutanásia foi feito em dezembro de 2020. “Tenho um pouco de medo de morrer, pois é o máximo do desconhecido”, disse ao The Free Press.

Governo federal anuncia pacote de R$ 66,5 mi para saúde do RS

Principal preocupação, segundo o Ministério da Saúde, é o aumento de doenças respiratórias. Recursos vão para hospitais e para outras ações.

O Ministério da Saúde publicou, nesta sexta-feira (17/5), uma série de portarias que destinam recursos para hospitais, vigilância sanitária, leitos emergenciais e outras ações de saúde no Rio Grande do Sul (RS). O montante chega a R$ 66,5 milhões, de acordo com o ministro extraordinário para Apoio à Reconstrução do estado, Paulo Pimenta.

Em entrevista à imprensa, o secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Adriano Massuda, explicou que cerca de R$ 30 milhões serão destinados ao custeio de serviços de média e alta complexidade, a exemplo do reforço a leitos hospitalares e emergência.

Os recursos serão voltados à capital, Porto Alegre, e a outros sete municípios do RS: Parobé, Estrela, Caxias do Sul, Rio Grande, Santana do Livramento, Igrejinha, Venâncio Aires e Torres.

“Esses serviços vão ser habilitados, e esses recursos vão ser bastante importantes para ampliar as ações de serviço de alta e média complexidade, em que estão incluídos leitos hospitalares e serviços de emergência”, afirmou Massuda.

O secretário ainda destacou que, neste momento, a maior preocupação é o aumento de doenças respiratórias na região. Por isso, a pasta recomenda o reforço na vacinação contra influenza e covid-19, além de tétano, hepatite A e raiva.

O governo também monitora casos de leptospirose e de outras doenças que podem surgir em decorrência da contaminação da água, mas diz que situações como a da dengue estão sob controle.

“Em função das enchentes, [há] um aumento de incidência de doenças gastrointestinais, afecções de pele… No monitoramento de casos de leptospirose, não há nenhum aumento extraordinário que gere uma preocupação acima da que precisa ter. Então, estamos acompanhando. Tem notificação de casos de dengue, mas de maneira controlada”, explicou o secretário do MS.

“Nosso foco, nesse momento, são as doenças respiratórias”, completa.

o que vai acontecer com os automóveis destruídos pelas chuvas no Rio Grande do Sul

Além de ruas, casas, postes e árvores destruídas, marcam a paisagem de cidades gaúchas carros desfigurados, de ponta-cabeça, em encostas, calçadas e outros lugares inusitados.

Há dias os esforços de entes públicos e privados no Rio Grande do Sul estão voltados a atender pessoas em situação de emergência e em garantir sua saúde e seu bem-estar. Não há previsão de quando as águas vão abaixar e o cenário humanitário estará estabilizado, mas sabe-se que neste momento se iniciará uma etapa de atenção às cidades.

Voluntários que circulam pela região norte de Porto Alegre relataram à CNN que na região ainda existe muita água e que, na percepção dessas pessoas, há “pelo menos 100 veículos” submersos no local. O acesso a essa região ainda é difícil por conta da água, que ainda não baixou.

A Localiza disse estar concentrada em garantir a segurança dos colaboradores e clientes e que os efeitos das enchentes em sua operação ainda estão sendo avaliados, mas não detalhou seus trâmites. A Movida não respondeu até o momento.

Sobre o processo de remoção de veículos por parte de seguradoras, Ricardo Pansera, vice-presidente para a região Sul da Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros (Fenacor), afirmas que é necessário que as águas das inundações baixem para que se iniciem as operações.

É necessário utilizar maquinário pesado e guinchos para a remoção das toneladas de metal, o que não é possível fazer em meio às cheias.

Os veículos automotores serão, então, levados para centros mecânicos e elétricos, onde seus dispositivos são avaliados e inspecionados. A partir desta etapa, será possível identificar se o veículo pode ser recuperado. A avaliação de Pansera é de que a maior parte dos veículos do estado, visto a proporção da tragédia, terá perda total decretada.

Uma em cada 3 cidades brasileiras está suscetível a inundações, enchentes e deslizamentos de terra

Levantamento do governo federal estima que 1.942 municípios – onde vivem 73% da população brasileira – estão em risco de eventos como o que assola o Rio Grande do Sul e já provocou estragos em Petrópolis (RJ) e São Sebastião (SP). O dado, contudo, pode ser ainda maior.

Desastres climáticos como o que assola o Rio Grande do Sul e já provocou destruição e mortes em São Sebastião (SP) e em Petrópolis (RJ) podem se repetir em pelo menos outros 1.942 municípios brasileiros. É o que estima a Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento, órgão vinculado à Casa Civil, em nota técnica divulgada nesta sexta-feira (17). Uma em cada três cidades está localizada em área de risco recorrente para desastre climático, como inundações, enchentes e deslizamentos de terra.

Apesar de já relevante, esse número de cidades em risco pode ser ainda maior. O documento é baseado no Atlas de Desastre e Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, que compila eventos do tipo entre 1991 e 2022. Por conta disso, as informações listadas não consideram os eventos mais recentes provocados pelas mudanças climáticas principalmente no sul do país. Apenas 142 municípios gaúchos, por exemplo, constam na nota técnica. Bem abaixo do total de 450 cidades que foram afetadas pelas fortes chuvas, segundo dados da Defesa Civil do RS.

Mas, mesmo com o número subestimado, o número de pessoas que vivem nesses municípios com algum grau de risco é equivalente a 73% da população brasileira. Nas 1.942 cidades vivem 148,8 milhões de pessoas.

Mudanças climáticas acendem alerta para futuro próximo no Brasil Cidades com risco de desastre
Para chegar à projeção, o governo federal levou em conta localidades com óbitos devido a desastres ligados ao clima entre 1991 e 2022. Assim como a ocorrência de 10 registros ou mais de desastres no período. A metodologia também abarcou a apresentação de mais de 900 pessoas desalojadas/desabrigadas; 500 pessoas ou mais em áreas mapeadas com risco geo-hidrológico; localidades com alta vulnerabilidade a inundações e a ocorrência de 400 dias de chuvas, ou mais, acima de 50 milímetros entre 1981 a 2022, diz a RBA.

Entre 1991 a 2022, essas cidades com risco de desastre registraram 3.890 mortes em 16.241 desastres. O que deixou 7,9 milhões de desabrigados/desalojados. A quantidade de pessoas em área de risco geo-hidrológico totaliza 8,9 milhões, de acordo com a nota técnica. Já os municípios suscetíveis a movimentos de massa, os chamados deslizamentos, somam 1.023. Enquanto os que podem ter alagamentos e enxurradas são 1.766 e 1.811 estão suscetíveis a inundações. Um mesmo município pode ter ainda mais de um tipo diferente de risco identificado.

Populações nos municípios em risco
O levantamento destaca que o Sudeste brasileiro concentra a maior população exposta aos riscos. Minas Gerais é o estado com maior quantitativo de cidades com risco de desastres naturais, com 283. Na sequência vem São Paulo (172), Rio de Janeiro (75) e Espírito Santo (71). No Sul, Santa Catarina desponta com o maior número de municípios (207) e pessoas expostas aos riscos, seguido do Rio Grande do Sul (142) e Paraná (80).

Já na região Nordeste, destacam-se a Bahia (137), Maranhão (110), Pernambuco (106) e Ceará (74). A Bahia também tem a maior proporção do Brasil de população de seus municípios suscetíveis em áreas mapeadas aos riscos (17,3%). O Norte, caracterizado por inundações graduais, tem no Pará (82) e do Amazonas (59) os maiores números de municípios com risco.

No Centro-Oeste o percentagem de registro de eventos e de pessoas expostas aos riscos é o menor. Com 40 cidades, Mato Grosso apresenta o maior número de municípios mais suscetíveis na região. Mas o Mato Grosso do Sul tem a maior quantidade de pessoas mapeadas em áreas de riscos (25.092).

Desastre na cidade de Teresópolis
O mapeamento de cidades sob risco começou a ser feito no início de 2011, após as fortes chuvas que atingiram a cidade de Teresópolis, na região serrana do Rio. Essa é considerada a maior catástrofe de origem geohidrológica do país. Mais de 900 pessoas morreram após dois dias de chuva que provocou deslizamento de terra e deixou ao menos 350 pessoas desaparecidas, além de milhares de desabrigados.

A tragédia levou à criação do Plano Nacional de Gestão de Crises e Respostas a Desastres Naturais, sob a coordenação da Casa Civil no governo da presidenta Dilma Rousseff (PT). No entanto, a falta de efetivação do plano e de políticas para o enfrentamento das mudanças climáticas tem levado a novos desastres. Como em 2022, em Petrópolis, também na região serrana fluminense. Deslizamentos deixaram 235 mortos e hoje há ainda 70 mil pessoas vivendo em áreas de risco na região.

Agora no Rio Grande do Sul
No início do ano passado, outras 64 pessoas morreram com deslizamento de encostas em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. Agora no Rio Grande do Sul, 154 óbitos já foram confirmados em balanço da Defesa Civil desta sexta. Ao menos 98 pessoas seguem desaparecidas e quase 620 mil pessoas estão fora de suas casas.

Atualmente, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) conta com equipamentos de monitoramento de chuvas em 1.133 municípios brasileiros. A previsão é de que eles sejam instalados nas 1.942 cidades listadas até o fim de 2027.

Brasil é escolhido para receber a Copa do Mundo Feminina de Futebol de 2027

Candidatura brasileira derrotou a europeia formada por Alemanha, Bélgica e Holanda.

O Brasil ganhou, na madrugada desta sexta-feira (17), o direito de ser sede da Copa do Mundo Feminina de Futebol em 2027. Em eleição durante o Congresso da Fifa, na Tailândia, a candidatura brasileira derrotou a europeia formada por Alemanha, Bélgica e Holanda. Será a primeira vez da competição na América do Sul.

Depois de receber as Copas do Mundo Masculinas de 1950 e 2014, o país será agora sede da 10ª edição do torneio feminino, organizado desde 1991, quando a China foi a anfitriã.

Será a chance de a Seleção Brasileira conquistar o primeiro título mundial, justamente em casa, após o vice-campeonato, em 2007, em solo chinês. A Alemanha venceu o Brasil por 2 a 0 naquela final.

Foi a primeira vez que um Congresso da Fifa decidiu, por meio de eleição com os mais de 200 filiados, a sede de uma Copa Feminina. As anteriores eram definidas em reuniões do Conselho, antigo Comitê Executivo, que tem pouco mais de 30 membros.

O Brasil havia recebido uma nota geral superior ao projeto europeu, em relatório elaborado por profissionais da Fifa que visitaram as sedes: 4 contra 3,7, de um total de 5.

Como deve ser a Copa no Brasil
No projeto enviado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) à Fifa, foram propostos dez estádios para a competição:

  • Mineirão (Belo Horizonte)
  • Beira-Rio (Porto Alegre)
  • Mané Garrincha (Brasília)
  • Arena Pantanal (Cuiabá)
  • Arena da Amazônia (Manaus)
  • Arena Fonte Nova (Salvador)
  • Arena de Pernambuco (Recife)
  • Arena Castelão (Fortaleza)
  • Maracanã (Rio)
  • Neo Química Arena (São Paulo)

Todos foram usados na Copa do Mundo de 2014 — o fato de não precisar gastar dinheiro na construção de novos equipamentos foi fator determinante. Mas a vitória não significa que tais estádios serão de fato aquelas usados.

Pode haver mudança nos próximos meses, a depender de novas vistorias da Fifa. A Arena Pantanal, em Cuiabá, por exemplo, recebeu nota baixa dos avaliadores. A capital de Mato Grosso também foi mal avaliada em quesitos como local para Fan Fest e acomodações para delegações e torcedores.

Luzes que se apagaram em Porto Alegre (por Carlos Atílio Todeschini)

Porto Alegre passou, de cidade exemplo em drenagem, para cidade vítima de catástrofe causada por enchente.

Carlos Atílio Todeschini (*)

No segundo governo da Administração Popular de Porto Alegre (1992-1996), o Prefeito Tarso Genro desafiou a Diretora do DEP à época, a Arquiteta Lenora Ulrich, a fazer a imprensa ter um olhar diferente sobre a questão dos alagamentos e da drenagem urbana. Ao invés de a gestão ser pautada pela imprensa, a determinação era inverter a lógica e fazer com que a iniciativa de discussão sobre o tema fosse uma atribuição do DEP.

Foi por isso que o DEP, com a parceria do IPH/UFRGS, organizou um seminário internacional de drenagem urbana em Porto Alegre. Nesse evento, estiveram presentes algumas das maiores autoridades técnicas do mundo no tema, representantes dos EUA, da EUROPA e da AMÉRICA LATINA – tais como, dentre outras, o professor Carlos Tucci do IPH/UFRGS, e o professor Ben Ien, um sino-americano especialista em cheias do Rio Mississipi.

O seminário foi um sucesso. Serviu muito para troca de experiências e também lançou, à época, luzes sobre caminhos para o futuro. O DEP de Porto Alegre, à época, foi reconhecido como rico laboratório em termos de experiências em cuidados e manutenção de sistema de drenagem.

É de se questionar, assim, o seguinte: porque promoveu-se o sucateamento dessa estrutura da administração municipal?

Porto Alegre passou, de cidade exemplo em drenagem, para cidade vítima de catástrofe causada por enchente, caminho esse trilhado por gestões que trataram o tema com desleixo, desmonte e negacionismo.

(*) Carlos Atílio Todeschini é engenheiro agrônomo, foi Chefe de Gabinete e Assessor Especialista do DEP, de 93 à 96, Assessor Engenheiro do prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, em 96, Diretor de Conservação e Diretor do DEP em 97, e Diretor-Geral do DMAE de 2001 a 2004

*ICL

Espanha nega porto a navio que transportava toneladas de armas para Israel

Governo espanhol diz que decisão condiz com política do país tomada desde 7 de outubro de proibir exportações de material bélico a israelenses.

A Espanha recusou nesta quinta-feira (16/05) a permissão para que um navio com destino a Israel, que transportava uma carga de armas, fizesse escala no porto de Cartagena, no sudeste do país. A informação foi anunciada pelo Ministério das Relações Exteriores espanhol.

O navio Marianne Danica teria solicitado autorização para escalar em 21 de maio. Segundo o jornal espanhol El País, a estrutura de bandeira dinamarquesa carregaria quase 26,8 toneladas de material explosivo de Madras, na Índia, para o porto de Haifa, em Israel.

O veículo também detalhou que o remetente da mercadoria é a empresa indiana Siddhartha Logistics, e o destinatário é a empresa Israel Cargo Logistics.

O ministro José Manuel Albares declarou que a decisão tomada por sua pasta é consistente com a política da Espanha de proibir as exportações de todas as armas para Israel desde a intensificação das operações israelenses, em 7 de outubro.

“Detectamos o navio e recusamos a permitir que atraque. Esta será uma política consistente com qualquer navio que transporte armas e carga de armas israelenses e que queira atracar nos portos espanhóis”, acrescentou.

Entre os países europeus, a Espanha tem se destacado por sua postura crítica com relação aos ataques de Israel na Faixa de Gaza e atualmente trabalha na reunião de outras nações do continente na tentativa de estabelecer o reconhecimento do Estado palestino.

De acordo com o Ministério da Saúde palestino, nesta quinta-feira, as operações israelenses já deixam mais de 35.272 mortos no enclave, enquanto quase 80 mil estão feridos.