Primeira mulher a assumir a prefeitura de São Paulo, deputada seguirá em Brasília na próxima legislatura.
“Uma mulher que não foge à luta”. Com essa frase estampada em parte do material de campanha, Luiza Erundina (PSOL) foi às ruas aos 87 anos para buscar o sétimo mandato como deputada federal. E conseguiu. Eleita com 113,9 mil votos, vai seguir como representante dos paulistas na Câmara. Quando assumir o novo mandato, já terá completado os 88 anos. E segue firme.
“Eu fiz uma opção de vida pela política, me dedico a ela, me dediquei a ela minha vida toda e nesse momento eu ainda tenho condições de saúde, de motivação, de vontade de permanecer na luta, e eu acho que no momento o país demanda isso”, disse, em entrevista recente à revista Veja.
Trajetória
Erundina se orgulha de dizer que tem uma vida inteira dedicada à política. Nascida em Uiraúna (PB), exerceu seu primeiro cargo público quando foi secretária de Educação de Campina Grande, no mesmo estado. Perseguida pela ditadura, foi para São Paulo em 1971. Foi uma das fundadoras do PT, em 1980.
Pelo partido que ajudou a fundar, se elegeu vereadora da capital paulista em 1982. Quatro anos mais tarde, foi eleita deputada estadual. E, em 1988, entrou para a história ao se tornar a primeira mulher a assumir a prefeitura da maior cidade do país. Ficou no cargo entre 1989 e 1992.
Convidada por Itamar Franco, que tentava montar um governo de coalizão, assumiu o ministério da Secretaria da Administração Federal (que existiu até 1995). Ficou no cargo por cerca de quatro meses. Voltou a Brasília em 1999, após ser eleita para o primeiro mandato de deputada federal. Na ocasião, estava no PSB.
Desde então, venceu todas as eleições, e agora vai iniciar o sétimo mandato como deputada. Permaneceu no PSB até 2016, e saiu depois que o partido anunciou apoio ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT). Se junto ao PSOL, partido pelo qual foi eleita em 2018 e agora em 2022. Concorreu, ainda, como vice na chapa de Guilherme Boulos à prefeitura da capital paulista em 2020.
No Congresso, compôs a Bancada Feminina e coordenou a Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e Direito à Comunicação (Frentecom). participou de diferentes comissões, como as de Ciência e Tecnologia e Direitos Humanos e Minorias. Apresentou dezenas de projetos em defesa dos direitos das mulheres, das gestantes, de crianças e adolescentes, cultura e direitos humanos.
“No meu caso é tentar contribuir com a experiência que eu tive a oportunidade de viver, de acumular”, disse, destacando o caráter popular de seu mandato: “[o mandato tem] uma relação permanente e direta com movimentos sociais, movimentos populares, e isso dá uma densidade ao mandato, e o torna com um grau de legitimidade, mesmo um partido com uma representação pequena, como é o PSOL”, concluiu.
*Com Brasil de Fato
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