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A nota da CONIB chamando Lula de ‘antissemita, é absurda

Quando Lula acusou judeus de matar crianças, como afirma de maneira absurda a CONIB?

Uma nota da Confederação Israelita do Brasil (CONIB), que acusa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de antissemitismo, refere-se a declarações feitas por ele em 10 de maio de 2025, durante uma coletiva de imprensa em Moscou.

O presidente brasileiro apenas repetiu o que disseram, o Papa Francisco, a ONU, a Anistia Internacional, a Corte Internacional de Justiça, a Liga Árabe, a União Africana, os BRICS, incontáveis líderes mundiais.

Lula afirmou de forma direta e límpida: “Na Faixa de Gaza é um genocídio de um exército muito bem preparado contra mulheres e crianças, com um pretexto de matar terroristas. Já houve caso de destruir um hospital e não ter um terrorista, só mulher e criança”.

A CONIB, maldosamen,te, essas palavras como uma acusação de que “judeus” matam crianças, classificando-a como uma forma antiga e deplorável de antissemitismo.

No entanto, Lula não acusou explicitamente “judeus” de matar crianças, mas sim, criticou as ações do exército de Israel na Faixa de Gaza, descrevendo-as como um genocídio contra civis, incluindo mulheres e crianças, sob o pretexto de combater o Hamas.

O Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos da UFRJ rebateu a CONIB, afirmando que a entidade distorceu a fala de Lula, que se refere ao Estado de Israel e seu exército, não à comunidade judaica como um todo. Eles classificaram a nota da CONIB como uma tentativa de “sequestrar o tema do antissemitismo” e de polarizar a comunidade judaica, utilizando uma definição ultrapassada de antissemitismo.

Além disso, Lula reforçou em outra ocasião que falava do “exército de Israel contra o povo palestino”, e não de “judeus e palestinos”.

A acusação da CONIB de que Lula promove o antissemitismo baseia-se, portanto, em uma interpretação que equipara críticas às ações militares de Israel a ataques contra judeus em geral, o que é contestado por outras vozes, incluindo o Núcleo da UFRJ e setores que defendem que tais críticas visam o governo israelense e suas políticas, não a identidade judaica.

Chamar a nota da CONIB de absurda reflete a visão de alguns, como expresso no Diário Causa Operária, que a acusa de encobrir o que se revela um genocídio em Gaza e de usar o rótulo de antissemitismo para silenciar críticas ao Estado de Israel.

No entanto, não há provas de que Lula tenha acusado diretamente “judeus” de matar crianças, como sugere a CONIB, mas sim de que ele criticou as operações militares israelenses.

Detalhe: Ações de Israel em Gaza ‘apontam’ para ‘genocídio’, alerta Conselho da Europa.

Os atos cometidos na Faixa de Gaza “apontam na direção da limpeza étnica e do genocídio”, denunciou nesta sexta-feira (23) uma relatora da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE).

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Mauro Vieira: caracterizar ação da África do Sul contra Israel como antissemitismo é ‘mudar o assunto’

Ministro das Relações Exteriores do Brasil saiu em defesa do posicionamento do governo Lula sobre ação que acusa Israel por genocídio em Gaza.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, defendeu a posição do Brasil em apoiar a ação movida pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça perante o genocídio em Gaza e afirmou, diante das críticas e ataques o governo brasileiro tem sido alvo, que “tentar caracterizar o processo como manifestação de antissemitismo é uma forma desafortunada de tentar mudar de assunto”.

Além disso, classificou tais tentativas como “uma forma desafortunada de questionar a legitimidade da democracia multirracial do Sul Global”. As afirmações foram feitas em um artigo de opinião do chanceler veiculado no jornal Folha de S. Paulo, publicado neste sábado (20/01).

Vieira escreveu sobre seu “acompanhamento com vivo interesse” sobre esse debate, lembrando que como o Brasil, 65 países se manifestaram a favor da ação sul-africana em proteção da população palestina. Ainda ressaltou que o simples “apoio político não prejudica” as decisões da Corte sobre o futuro do processo contra o governo israelense.

Assim, lembrou que o Brasil apoia o processo diante do direito internacional em Gaza e um “número alarmante de vítimas civis”, que já chegaram a 25 mil, sendo 70% mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde palestino.

“Diante da grave situação no terreno, que inclui cifras alarmantes de 142 funcionários de agência humanitária das Nações Unidas e cerca de 100 jornalistas entre os mortos, parece-nos fundamental que o principal órgão judiciário da ONU se manifeste”, instou.

O ministro do presidente Lula ainda lembrou que “evitar o risco do genocídio ao pedir a suspensão imediata das operações militares dentro e contra Gaza” podem trazer alívio humanitário em meio ao conflito.

Rebatendo argumentos de que a posição do governo brasileiro poderia comprometer sua posição como suposto mediador do conflito, o chanceler afirma que essas afirmações “partem da suposição equivocada de que o Brasil é candidato a ser uma espécie de mediador universal. Essa pretensão não existe e não é realista”, declara.

Vieira ainda escreve sobre o posicionamento ser “coerente e consistente na política externa brasileira”, reconhecendo “coragem e altivez” do governo em se posicionar a favor “dos direitos fundamentais” do povo palestino.

Vieira ainda adiciona que o apoio do Brasil à ação sul-africana não exclui o entendimento de que “Israel tem o direito de defender e proteger seus de cidadãos”, mais uma vez condenando “os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro”.

*Opera Mundi