Carlos Bolsonaro está na mira do Ministério Público, mas também de toda a mídia nacional. Isso seria inevitável. O que não falta hoje na grande mídia e na mídia alternativa são assuntos relacionados ao esquema de corrupção montado do clã, numa verdadeira legião de laranjas e fantasmas, mostrando que Carluxo já era saliente no esquema, sobressaindo-se diante dos irmãos porque, já em 2000, com apenas 17 anos, como vereador, ele levantou uma grana que possibilitou em 2003, a compra de um apartamento com dinheiro vivo num valor incompatível com seu salário.
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Imóvel, arrematado em leilão por R$ 2,1 milhões, pertencia a político condenado por corrupção e assassinado; Moro foi estagiário de advogado acusado no mesmo processo, relata Joaquim de Carvalho.
Joaquim de Carvalho – A esposa de Deltan Dallagnol, Fernanda, arrematou no dia 12 de julho o segundo apartamento da família no condomínio Playmouth Hill’s, um dos mais luxuosos de Curitiba.
Usando o pseudônimo Sofimora, ela pagou cerca de R$ 2,1 milhões pelo imóvel. Com isso, a família passa a ter duas unidades no condomínio.
Em 2018, Deltan Dallagnol comprou a primeira unidade da família no condomínio. Segundo escritura, ele pagou cerca de R$ 1,8 milhão.
O negócio foi revelado com exclusividade no documentário Walter Delgatti, o Hacher que Mudou a História do Brasil.
O imóvel arrematado por Fernanda Dallagnol ocupa todo o um andar do Playmourth Hill’s. O que Dallagnol comprou ocupa todo o segundo andar do mesmo edifício.
Incluindo as áreas comuns, o casal tem agora 1.100 metros quadrados do condomínio. As área privativas somam quase 800 metros quadrados.
Em 2016, utilizando um power point, Deltan Dallagnol atribuiu a Lula um triplex em um condomínio relativamente modesto do Guarujá.
O imóvel, que nunca foi de Lula e tinha sido dado em garantia pela OAS à Caixa Econômica Federal, foi usado como prova num processo que custou ao ex-presidente da República 580 dias de liberdade e a candidatura em 2018, no pleito em que Bolsonaro se elegeu.
O processo em que Lula foi condenado foi anulado pelo Supremo Tribunal Federal neste ano, em razão da parcialidade de Moro e também da incompetência da Justiça Federal em Curitiba para julgar o caso.
A ação foi central na Lava Jato, operação responsável direta pela destruição de 4,4 milhões de empregos e a perda de mais de R$ 170 bilhões em investimentos no país, segundo apurou o Dieese, o departamento intersindical de estudos socioeconômicos.
O país empobreceu, mas como revela mais esta transação imobiliária, a família de Deltan Dallagnol enriqueceu.
Sergio Moro também ficou rico, mudou-se para um condomínio fechado em Curitiba e hoje também tem residência Georgetown, o bairro mais caro de Washington, onde ele trabalha para a Alvarez & Marsal, uma das maiores bancas de advocacia do mundo.
Sua remuneração seria equivalente a R$ 1,7 milhão por ano.
O imóvel arrematado pela esposa de Deltan Dallagnol também remete a Sergio Moro.
É que o apartamento de um andar inteiro pertencia ao ex-secretário da Fazenda de Maringá Luís Antônio Paolicchi, que trabalhou em quatro administrações, inclusive a do líder de Jair Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros.
Paolicchi foi assassinado em 2011, Seu corpo foi encontrado amarrado dentro do porta-malas de um carro com dois tiros, em uma estrada rural da cidade.
Em 2000, Paolicchi tinha sido condenado à prisão sob acusação de chefiar uma quadrilha que desviou R$ 100 milhões, em valores da época, dos cofres públicos.
Ele ficou preso até 2005. Mais tarde, foi condenado a restituir R$ 500 milhões à prefeitura e também por sonegação de impostos.
Um dos acusados de integrar a quadrilha Paolicchi foi o advogado tributarista Irivaldo Joaquim de Souza, de quem Moro foi estagiário em Maringá e para quem deu testemunho favorável na ação em que Paolicchi foi condenado.
O ex-chefe de Moro Irivaldo Joaquim de Souza obteve habeas corpus depois do depoimento de Sergio Moro.
Um jornal do Paraná noticiou que parte do dinheiro desviado da prefeitura de Maringá foi usado nas campanhas de Jaime Lerner e também de Álvaro Dias, em operações intermediadas pelo doleiro Alberto Youssef, réu-colaborador de Moro em dois casos, o do Banestado e o da Lava Jato.
Uma parte do espólio de Policchi agora engorda o patrimônio do ex-coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, que aparece nas mensagens acessadas por Walter Delgatti como cúmplice de Moro em ações de investigação combinadas.
A Lava Jato foi péssima para o Brasil, mas gerou oportunidades excelentes para seus protagonistas.
Abaixo, o documento que oficializa o arremate do apartamento pela esposa de Deltan Dallagnol: