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Óleo no litoral do nordeste: Governo impõe censura a pesquisadores, “se alguém abrir a boca é exonerado”

Pesquisadores envolvidos no tema teriam sido instruídos a não comentarem a catástrofe porque o governo não pode posar de malvado na história, segundo fonte ouvida pela Fórum. Entre os principais órgãos censurados estão o INPE e a Fundação Joaquim Nabuco.

Nos corredores das fundações federais de pesquisa o silêncio impera quando o assunto é o óleo que há quase dois meses polui o litoral nordestino, especialmente a faixa litorânea que vai do sul da Bahia ao Rio Grande do Norte. A Fórum ouviu pesquisadores e pessoas que mantém relação dentro de órgãos federais que admitem que as informações e o debate sobre o tema sofrem censura por parte do governo Jair Bolsonaro.

“Se alguém abrir a boca é exonerado, pois não se pode contestar o governo”, disse uma pesquisadora, que preferiu não se identificar. Entre os principais órgãos censurados estão o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que tem dificultado o acesso às imagens de satélite para detecção da origem do óleo, e a Fundação Joaquim Nabuco, que desenvolve um trabalho de pesquisa junto às comunidades afetadas pelo petróleo que chega às praias.

Pesquisadores envolvidos no tema teriam sido instruídos a não comentarem a catástrofe porque o governo não pode posar de malvado na história, segundo uma das fontes.

Mesmo nas universidades federais, onde há certa autonomia, o clima de caça às bruxas tem feito com que muitos professores e pesquisadores se neguem a dar entrevistas ou falar publicamente sobre o assunto. Quando isso acontece, medem as palavras para não sofrer represálias.

Censura
As informações das fontes corroboram a tese lançada pela diretora do Sindicatos dos Petroleiros do Norte Fluminense, Rosangela Buzanelli Torres – Engenheira Geóloga, Geofísica e mestre em Sensoriamento Remoto pelo INPE –, que em artigo na Fórum disse que só censura explica Petrobras não ter identificado origem do óleo nas praias do Nordeste.

Pesquisadores dizem que não há ainda um consenso sobre a tragédia que atinge a região, mas que além de afetar a vida de milhares de comunidades de pescadores e pessoas que vivem do mar e do mangue – somente em Várzea do Una, um pequeno povoado de Pernambuco, a estimativa é que 2.500 famílias passam por dificuldades – o petróleo causou um dano ainda maior no fundo do oceano, com a morte de corais e um colapso ambiental na vida marinha que deve causar consequências pelos próximos 20 anos, caso o volume de óleo não seja maior.

Algumas das fontes ouvidas pela Fórum atribuem a inação do governo Bolsonaro em relação às manchas de óleo como uma resposta à derrota eleitoral sofrida na região. “É muito estranho que isso aconteça em um momento em que o Nordeste se levanta contra esse homem. É uma resposta do tipo: se lasquem, já que não votaram em mim”.

 

 

*Com informações da Forum

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A farsa do governo sobre as manchas do óleo no Nordeste, aponta o GGN

As notícias, em contrapartida, continuam sugerindo a farsa da ocorrência de vazamento em navio, quando a catástrofe equivale ao derramamento total do conteúdo de milhares de navios.

Manchas de óleo: o que está sendo ocultado?

Desde o final de agosto, quando manchas de óleo surgiram em Maraú, no sul da Bahia, e em diversos estados do nordeste, acabando por se alastrar por todos eles, uma farsa absurda vem encobrindo um acidente monstro, um crime ambiental sem precedentes no país.

Como podemos afirmar, fora de dúvidas, tratar-se de um acidente monstro?

O primeiro fato a sugerir essa conclusão foi a constatação de que a poluição se alastrava por uma extensão gigantesca, que superava a marca de 2 mil quilômetros – agora 2.300. A vastidão da tragédia ambiental impediu que o fato pudesse ser ocultado da população.

Evidência ainda mais estarrecedora do desastre monstro foi notificada no dia 11, quando a análise de imagens de satélite revelou a existência de duas manchas descomunais, verdadeiras ilhas de petróleo que, juntas, cobriam extensão de 25 quilômetros quadrados, aglutinando quantidade de petróleo equivalente à carga total de um petroleiro. Embora por si impressionante, quantidades análogas de petróleo já vazaram em outras ocasiões em várias partes do mundo e até no Brasil, constituindo grandes acidentes. O fato verdadeiramente aterrorizante, no entanto, não foi propriamente a extensão gigantesca da evidência, mas o longo período através do qual a mancha perdurou. O decaimento das manchas de óleo no oceano é muito rápido, chegando a reduzi-las a um décimo do tamanho original em uma semana. Cálculos baseados em tal constatação revelam estimativas tão sinistras que impronunciáveis para a quantidade de petróleo originada no derramamento. A evidência sugere um derrame de óleo sem precedentes capaz de fazer o da Deepwater Horizon – considerado o maior de todos os tempos –, parecer bolinho.

Tanto a mancha revelada pelo radar do satélite, quanto as estimativas do tamanho monstruoso do desastre vêm sendo ocultadas da população. As notícias, em contrapartida, continuam sugerindo a farsa da ocorrência de vazamento em navio, quando a catástrofe equivale ao derramamento total do conteúdo de milhares de navios.

A mancha em questão foi descoberta através da implementação de procedimento padrão decretado para casos análogos, embora realizado com atraso de quase um mês e meio, e por atitude individual, tendo os órgãos governamentais se desobrigado da tarefa atribuída a eles por norma.

Ao invalidar a hipótese de vazamento de navio, dada a quantidade desmesurada de óleo evidenciada pela mancha, demole-se também a parte mais sórdida da farsa: a imputação do crime à Venezuela.

Essa farsa já havia sido completamente desmascarada quando apresentada no Fantástico com o objetivo de “provar”, de maneira fraudulenta, a mentira. Ao constatar que a análise química do petróleo da mancha tinha origem brasileira, e não venezuelana, os farsantes editaram a reportagem “incriminatória” sem apresentar qualquer dado sobre o petróleo venezuelano, comparando a análise da mancha com amostra uma brasileira e outra oriunda do Oriente médio “provando” desse modo sua origem venezuelana. Tóin.

O boato que atribui origem venezuelana ao petróleo que está poluindo a costa do nordeste foi plantado com o intuito de ocultar a catástrofe, farsa endossada e fortalecida pelo presidente da república que além de insinuá-la decretou sigilo sobre o relatório da Petrobrás que esclarece o assunto.

Como desvendar completamente a farsa?

Existe uma maneira muito simples de desvendar toda a farsa, basta retroceder as imagens da mancha obtidas por satélites ao longo do tempo, localizando desse modo sua origem. A tarefa exige o conhecimento de sensoreamento remoto e pode ser feita recuperando-se imagens dos satélites europeus Sentinel 1 e 2, não há mistério nisso.

Adendo: Na segunda-feira pela manhã, enquanto eu denunciava a farsa apresentada na véspera, no Fantástico, a reportagem apresentada no site G1 foi editada tendo sido retirada a parte que comprovava a fraude, como denunciei em texto anterior. Agora, o vídeo no G1 retornou ao formato original, eis o trecho anteriormente retirado, que deveria comprovar a identidade venezuelana da amostra, mas trata apenas de petróleo brasileiro e do Oriente Médio.

 

 

*Gustavo Gollo/GGN

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Parte do legado de Lula, Segunda maior universidade da Bahia, UFRB forma primeira turma de medicina majoritariamente negra

Criada há 12 anos, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia está formando a sua primeira turma de medicina. Considerada a segunda maior universidade da Bahia e a mais negra no Brasil, a turma conta com 80% dos formandos autodeclarados negros.

“A UFRB é parte do legado do governo Lula. É o que quem está no poder agora quer destruir. Porque um jovem negro se formando em medicina é um ato de resistência. Parabéns pela vitória!”, diz a mensagem publicada na página do ex-presidente Lula no Twitter. A universidade foi implantada durante o processo de interiorização do ensino superior iniciado no governo do ex-presidente Lula.

A publicação faz referência aos cortes da educação realizados durante o governo Bolsonaro e que ameaçam o funcionamento da instituição.

Após a eleição de Lula, foram criadas mais cinco – Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Universidade Federal do Oeste da Bahia, Universidade Federal do Sul da Bahia, Universidade Federal do Vale do São Francisco, sendo criados 18 campi universitários interiorizados em toda a Bahia.

 

 

*Com informações do Blog do Valente