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Estrangeiros retiram US$ 5,7 bilhões em ações do Brasil em 2019

Os investidores estrangeiros retiraram US$ 5,666 bilhões de aplicações em ações do Brasil, mostraram dados do Banco Central divulgados nesta segunda-feira, no pior desempenho registrado para a negociação direta de papéis em bolsa no mercado doméstico desde 2008, quando a saída foi de US$ 10,850 bilhões.

Em 2018, o dado havia ficado negativo em US$ 4,265 bilhões.

Já por meio de fundos de investimento, houve entrada de US$ 2,053 bilhões em 2019, ante retirada de US$ 850 milhões no ano anterior. O dado foi revisado pelo BC, após divulgar que a saída em 2018 havia sido de US$ 3,417 bilhões —segundo a autarquia, a revisão refletiu uma atualização rotineira dos dados reportados ao BC.

O chefe do departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, afirmou que, pela ótica do BC, faz sentido analisar esse movimento somando as duas linhas, já que ambas envolvem a compra de ações, embora por vias diferentes.

Quando adotado esse parâmetro, o dado em 2019 ainda ficou no vermelho, a US$ 3,613 bilhões, mas inferior à saída de US$ 5,114 bilhões de 2018.

Questionado se uma nova performance negativa indicava a resistência dos investidores estrangeiros em entrar na bolsa a despeito das reformas econômicas já realizadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, Rocha ponderou que existe volatilidade nesse movimento.

“Se você olhar o ano de 2019 como um todo, especificamente para o comportamento de ações e fundos de investimento no mercado doméstico, você vai ver que o valor para o ano foi negativo, mas com várias alternâncias de resultados positivos e negativos ao longo do ano”, disse, acrescentando que esse comportamento com foco no curto prazo é característico do investimento em ações.

“Em relação à Bovespa como um todo, às ações, o que nós vimos ao longo de 2019 foi um crescimento do seu índice, com esse índice batendo recorde. Supõe-se que uma continuidade desse processo possa atrair os investidores estrangeiros novamente”, completou.

Na parcial de janeiro até o dia 23, o BC contabilizou saída líquida de investimentos estrangeiros de US$ 1,7 bilhão em ações e fundos de investimento juntos.

 

 

*Marcela Ayres/Uol

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Brasil tem déficit externo de US$ 7,874 bi, pior resultado em cinco anos

O déficit nas transações correntes chegou a US$ 7,874 bilhões em outubro, informou nesta segunda-feira, 25, o Banco Central. A instituição projetava para o mês passado déficit de US$ 5,8 bilhões na conta corrente.
 
Esse foi o segundo pior resultado para outubro desde o início da série histórica, em 1995, ficando melhor apenas que o dado de 2014 (-US$ 9,305 bilhões).
 
O número do mês passado ficou fora do estimado no levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que tinha intervalo de déficit de US$ 6,10 bilhões a déficit de US$ 3,60 bilhões (mediana negativa de US$ 5,45 bilhões).
 
A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 490 milhões em outubro, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 3,581 bilhões.
 
A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 4,856 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 7,911 bilhões
 
No acumulado do ano até outubro, o rombo nas contas externas soma US$ 45,657 bilhões.
 
A estimativa do BC, do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de outubro, é de déficit em conta corrente de US$ 36,3 bilhões em 2019. Já nos 12 meses até outubro deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 58,825 bilhões, o que representa 3,00% do Produto Interno Bruto (PIB).
 
Lucros e dividendos
 
A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 2,645 bilhões em outubro, informou o Banco Central.
 
A saída líquida representa um volume superior aos US$ 2,583 bilhões que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.
 
No acumulado do ano até outubro, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 25,803 bilhões.
 
A expectativa do BC é de que a remessa de lucros e dividendos de 2019 some US$ 26,5 bilhões.
 
O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 2,219 bilhões em outubro, ante US$ 1,574 bilhão em igual mês do ano passado.
 
No acumulado do ano até outubro, essas despesas alcançaram US$ 20,809 bilhões.
 
Para este ano, o BC projeta pagamento de juros no valor de US$ 20,5 bilhões.
 
Viagens internacionais
 
A conta de viagens internacionais voltou a registrar déficit em outubro, informou o Banco Central.
 
No mês passado, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil foi de um saldo negativo de US$ 1,063 bilhão.
 
Em igual mês de 2018, o déficit nessa conta foi de US$ 1,148 bilhão.
 
No ano até outubro, o saldo líquido da conta de viagens ficou negativo em US$ 9,878 bilhões.
 
Para 2019, o BC estima um déficit de US$ 12,0 bilhões. Dívida externa A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em outubro é de US$ 326,842 bilhões.
 
Segundo a instituição, o ano de 2018 terminou com uma dívida de US$ 320,612 bilhões.
 
A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 253,456 bilhões em outubro, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 73,386 bilhões no fim do mês passado.
*Com informações do Uol