Eis que, no meio da noite grande, surge do sobrenatural a divindade convocada das trevas para a capa do Globo.
Sim, Carlos Fernando dos Santos Lima (Boquinha), está de volta.
Aquele fantasma que se diluiu e evaporou nas névoas depois do serviço sujo que operou na Lava Jato contra Lula, reapareceu fulgurante e apoteótico no meio da crise gerada pela saída de Moro do governo Bolsonaro direto para as manchetes da grande mídia.
Dono do mantra mais cretino na caça a Lula na Lava Jato (não investigamos pessoas e sim os fatos. Os fatos que é nos levam às pessoas) Boquinha é a própria alma gêmea de Moro desde o assombroso esquema de Moro no Banestado.
Boquinha estava sumido, trancou-se na tumba aonde não penetra luz logo após a condenação de Lula.
Mas por que esse filho das sombras abandonou o antro aonde moram corujas e morcegos para encabeçar a campanha de Moro para a presidência da República?
Sim, Boquinha, no Globo deste domingo, chegou como um lobisomem de natureza dupla agindo como tal, pedindo a cabeça de Bolsonaro e, de prima, lançando Moro à cadeira presidencial, e ainda explicou: “Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade, não tenho dúvida. O fato de querer tomar conhecimento, de forma irregular, de informações sigilosas de inquéritos que tramitam em outro poder, para tomar atitudes em relação a beneficiar seus filhos, me parece um crime de responsabilidade claro”
Em seguida, o patife velhaco laçou o apelo pró-Moro para assumir seu posto no vácuo de poder: “Moro nunca quis ir para a política. Mas está sendo empurrado, porque o que pode ser hoje? Político. Pode ser advogado, mas é pouco provável. Seria uma alternativa complementar, mas o que resta para uma pessoa com a projeção pública de Moro?”
O pelego nem disfarça, derruba o chapéu de Bolsonaro e o coloca na mesma hora na cabeça de Moro.
Isso seria fatal.
O sujeito não sairia da toca do tatu para ficar de ora veja.
Ele, de forma misteriosa, chegou e fincou os dentes numa veia do pescoço de Bolsonaro, quem ele diz que votou, e meteu logo um rosário de capim na cabeça do novo rei do gado para agradar o pasto e toda a legião de diabos antipetistas.
Ou seja, quem tem fome de poder, tem pressa.
*Carlos Henrique Machado Freitas