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Bolsonaro caminha a passos rápidos para a inelegibilidade

Investigado em quatro inquéritos no STF, Jair Bolsonaro corre o risco de ser preso. Mas é possível que antes de ser preso se torne inelegível.

Segundo Thaís Oyama, Uol, ontem, o corregedor-geral Eleitoral do TSE, ministro Benedito Gonçalves, deu prazo de três dias para que o ex-presidente se manifeste sobre o documento apreendido na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres que ficou conhecido como a “minuta do golpe”.

O ministro decidiu juntar o documento à ação que investiga a reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada ocorrida no dia 18 de julho, em que o ex-presidente atacou as urnas eletrônicas e criticou ministros do STF.

Com a iniciativa, Benedito Gonçalves avança uma casa numa das mais graves ações a que Bolsonaro responde no TSE. Há ainda 15 outras na fila, ajuizadas por partidos como o PT e ex- candidatos à presidência, como a senadora Soraya Tronicke.

Para azar de Bolsonaro, as Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJEs) costumam andar muito rapidamente.

O rito é simples: seu autor — que, no caso da ação da reunião com os embaixadores, é o PDT— expõe os fatos, relaciona provas e indica testemunhas. Em seguida, o ministro-relator dá cinco dias para que o acusado ou acusados (o ex-vice presidente Braga Netto faz companhia a Bolsonaro nessa AIJE) se manifestem, façam sua defesa e indiquem testemunhas.

Depois disso, o ministro ouve as testemunhas, recebe o parecer do Ministério Público, as alegações finais do acusado e prepara seu voto para ser submetido ao plenário.

Dos sete ministros do tribunal sai então o acórdão que pode decidir pela improcedência da ação ou pela inelegibilidade do acusado, sempre pelo período de 8 anos (que equivale ao mandato eletivo mais longo, o de senador).

“Todo esse processo pode levar não mais que um mês”, afirma o advogado eleitoral Hélio Silveira. Ele explica que, embora haja ações que chegam a demorar dois anos para ser concluídas, a Justiça Eleitoral se caracteriza pela celeridade. “É um princípio basilar que visa a garantir a estabilidade democrática”.

No caso da AIJE da reunião com os embaixadores, Bolsonaro já apresentou sua defesa e algumas testemunhas já foram intimadas e ouvidas. O novo prazo dado ao ex-presidente pelo ministro Benedito Gonçalves serve para que Bolsonaro se manifeste apenas sobre a minuta do golpe.

A decisão do ministro de requisitar o documento atendeu a um pedido do PDT. O partido argumentou que a minuta encontrada na casa de Torres, aliado do ex-presidente, representa um “embrião gestado com pretensão a golpe de Estado”.

Bolsonaro foi para a Flórida por temer ser preso. Mas os movimentos do TSE indicam que esse pode não ser o único nem seu primeiro infortúnio no futuro próximo.

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Política

Na CPI, coronel Blanco comprova que o esgoto, se comparado ao governo Bolsonaro, é pinho sol

Que tal um servidor do ministério da Saúde sair do governo em janeiro e, em fevereiro, negociar vacinas em nome do mesmo ministério? O nome disso é tráfico de influência, ou melhor, relação privilegiada em que o mercado avança sobre o poder público utilizando figuras como o coronel Marcelo Blanco.

Isso, praticamente, é uma confissão de culpa do coronel na CPI.

Na verdade, ele e o revendo Amilton Gomes, que ontem protagonizou aquele depoimento inclassificável, têm o mesmo nível ético e intelectual.

Mas quando se pensa que isso basta em termos de escancarar a corrupção no ministério da Saúde, Guilherme Amado, do Metrópoles, faz uma matéria mostrando que militares que foram do Planalto de Bolsonaro, representam empresa alvo da CPI.

General Severo Ramos e coronel Caminha ocuparam altos cargos na Presidência.

O desconforto das Forças Armadas com militares no alvo da CPI da Covid tem ingredientes para continuar. Dois militares da reserva que passaram por altos cargos no Planalto de Jair Bolsonaro têm representado a VTCLog, empresa na mira dos senadores.

No mês passado, o vice-presidente Hamilton Mourão recebeu quatro representantes da firma em uma reunião, segundo a agenda oficial: a CEO Andreia Lima, convocada pela CPI; o proprietário Raimundo Nonato; o general Roberto Severo Ramos, como consultor; e o coronel Luiz Henrique Frazão Caminha, sem função informada.

Severo Ramos e Caminha são militares da reserva. O primeiro despachou no Planalto até junho de 2019, nos governos Temer e Bolsonaro, onde chegou a ser o número dois da Secretaria-Geral da Presidência. O coronel Caminha, por sua vez, trabalhou na Presidência em 2019 e foi diretor de Integração Produtiva e Desenvolvimento Econômico, também da Secretaria-Geral.

No último dia 7, após a prisão de Roberto Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde por mentir à CPI, disse o presidente da comissão, Omar Aziz: “Os bons das Forças Armadas devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia”. Em resposta, uma nota do Ministério da Defesa e os comandantes das Forças Armadas afirmava que não aceitariam “ataque leviano”.

(Atualização às 21h25 de 17 de julho de 2021: Em nota, a VTCLog afirmou que “atua com governança corporativa e plena legalidade em suas relações privadas e governamentais”. Os profissionais da empresa são de referência nacional, seguiu o comunicado, e a VTCLog “está e sempre esteve à disposição de prestar todos os esclarecimentos” às autoridades.)

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