Categorias
Mundo

José Genoino: “é fundamental que a esquerda abrace a causa da Palestina”

Em uma entrevista recente para ao 247, José Genoino, ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), enfatizou a necessidade de a esquerda abraçar a causa palestina, destacando a importância do direito à autodeterminação do povo palestino e condenando as ações de Israel.

O ex-presidente do PT afirmou que a questão palestina se resume ao direito fundamental do povo palestino de ter um Estado autônomo, independente e livre. Desde 1947, quando foi criado o Estado de Israel, o povo palestino tem enfrentado inúmeras dificuldades e desafios, resistindo heroicamente a décadas de conflitos e violência. Genoino argumentou que Israel nunca cumpriu as resoluções da ONU nesse contexto, alegando que o país pratica genocídio, promove um sistema de apartheid e se tornou um braço assassino do imperialismo americano.

Nesse contexto, Genoino ressaltou que a esquerda não pode se manter tímida ou na defensiva quando se trata da questão palestina. Ele enfatizou a necessidade de a esquerda assumir uma postura mais firme e proativa em defesa dos direitos do povo palestino, bem como condenar as ações de Israel que, segundo ele, têm provocado um sofrimento significativo na região.

Um ponto central destacado por Genoino foi a desproporcionalidade da violência perpetrada por Israel contra a Faixa de Gaza. Esses conflitos, marcados por bombardeios intensos e perdas humanas significativas, têm gerado uma crescente indignação global. O ex-presidente do PT alertou que a persistência dessa desproporcionalidade na violência poderia levar a um isolamento internacional de Israel, à medida que a comunidade global exige um fim à escalada de hostilidades.

Genoino também enfatizou que o cenário atual, marcado por crises globais, exige uma abordagem mais ampla. Ele argumentou que essa nova realidade deve ser enfrentada não apenas por meio de organizações como a ONU ou a diplomacia, mas também nas ruas, por meio de mobilizações e conscientização pública. O ex-presidente do PT defendeu a importância das manifestações populares e da solidariedade internacional como ferramentas para pressionar por mudanças na região

Categorias
Mundo

Movimento global de apoio à causa Palestina pede que Lula revogue acordos com Israel assinados por Bolsonaro

O movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), que reúne centenas de organizações do mundo todo favoráveis à causa palestina e contrárias à ofensiva de Israel, afirma que está “profundamente chocado” com a aprovação na Câmara dos Deputados de acordos de cooperação do Brasil com o Estado judeu assinados durante o mandato de Jair Bolsonaro (PL), ocorrida na quarta-feira (18).

O BDS pede que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revogue os acordos. Em nota enviada ao Painel, o movimento diz ser “particularmente vergonhoso” o fato de que um dos acordos aprovados seja na área de segurança pública, segundo a Folha.

O movimento também critica acordo assinado em 2019 por Bolsonaro e aprovado em 2021 pelo Senado de cooperação na área de Defesa.

“Muitas pessoas no Brasil, especialmente a comunidade negra, sabem que estes acordos militares, de cooperação para tecnologia, armamentos e treinamento não irão apenas exacerbar a matança na Palestina, mas também no Brasil”, diz o texto do BDS, segundo a Folha.

O movimento descreve a aprovação dos acordos no Congresso como “demonstração de cumplicidade flagrante por parte das instituições estatais do Brasil naquilo que especialistas em direito internacional descrevem como um genocídio israelense em curso contra o povo palestino.”

O acordo na área de segurança pública, assinado por Bolsonaro em uma mesma viagem a Jerusalém em 2019, prevê interação entre as agências de segurança e inteligência dos dois países em investigações, uso da tecnologia da informação, troca de experiências em situações de crise, além de ações de inteligência.

A cooperação na área de Defesa prevê intercâmbio de tecnologias, treinamento e educação em questões militares.

Os outros dois acordos aprovados na quarta (18) estabelecem regras comuns para a aviação civil entre os dois países e que brasileiros e israelenses poderão ter direitos previdenciários, como aposentadoria, se trabalharem em qualquer um dos países.

O acordo sobre segurança gerou divergência na base. A bancada petista votou favoravelmente, enquanto PCdoB e PSOL se posicionaram contrariamente.

Os três que ainda não passaram pelo Senado ainda aguardam essa segunda aprovação.

O BDS pede, na nota, que o governo brasileiro desfaça os acordos, solicite um cessar-fogo imediato na guerra e articule o acesso imediato de ajuda humanitária a Gaza.

O BDS é apoiado por personalidades como o músico inglês Roger Waters, ex-integrante da banda Pink Floyd, e a escritora irlandesa Sally Rooney, que chegou a ter obras retiradas de livrarias israelenses após se recusar a traduzir um de seus títulos para o hebraico.