Relatório do Center for Economic and Policy Research, com sede em Washington, também sustenta que Estados Unidos e OEA são responsáveis por golpe na Bolívia por tentativa de boicotar vitória de Morales nas eleições.
Uma pesquisa do Center for Economic and Policy Research (CEPR), com sede em Washington, apurou o processo eleitoral da Bolívia do mês passado e não constatou fraudes na contagem das urnas ou na divulgação dos resultados, diferente do que foi alarmado pela OEA na época. O relatório foi divulgado nesta segunda-feira (11) e também atribui aos Estados Unidos e OEA a responsabilidade pelo golpe militar que forçou o presidente Evo Morales a renunciar no último domingo (10).
Um dos ocorridos no dia das eleições bolivianas e que foi contestado pela OEA foi a demora na apuração dos votos de algumas zonas eleitorais do país. De acordo com a pesquisa, tal demora é vista em diversos países do mundo e se explica pelas limitações logísticas e tecnológicas de determinadas áreas. Regiões periféricas e rurais da Bolívia foram as mais afetadas pela lentidão na contagem dos votos e, coincidentemente, majoritariamente apoiam Evo Morales e seu partido, o MAS.
“Os lugares rurais e mais pobres, que tendem a favorecer Morales fortemente, são os mais lentos em transmitir os dados ou enviar as cédulas de voto os tribunais eleitorais”, afirma o documento.
O CEPR também sustenta que, no momento em que a contagem foi interrompia, marcando 83,85% das urnas apuradas, Morales já possuía grande vantagem com relação a seu opositor, Carlos Mesa. A pesquisa ainda realizou uma projeção com os votos que ainda precisavam ser apurados, e constatou que o resultado era idêntico à porcentagem que o presidente eleito conquistou quando as urnas retornaram a contagem.
“As conclusões desta projeção estatística são consistentes com os resultados oficiais da contagem eleitoral na Bolívia (que mostra a vitória de Morales com uma margem de 10,5 pontos percentuais)”, relata a pesquisa, que também conclui que os resultados da contagem oficial seguiram uma tendência similar aos da contagem rápida.
O texto finaliza atribuindo ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assim como a própria OEA – que possui 60% de seu orçamento financiado pelos EUA – “forte influência” na agenda política da América Latina ao tentar fraudar as eleições na Bolívia.
“Trata-se de uma grave violação da confiança do público, e ainda mais perigosa no contexto da forte polarização política e da violência política pós-eleitoral que ocorreu na Bolívia. Essas acusações infundadas devem ser retiradas e medidas devem ser tomadas para garantir a neutralidade da observação eleitoral da OEA no futuro”, conclui.
*Com informações da Forum