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Política

Justiça determina penhora contra Eduardo Bolsonaro em caso de jornalista da Folha

Medida tem caráter provisório, pois ainda há recurso pendente no STF; deputado questiona valor e condenação.

A Justiça determinou a penhora de R$ 88,9 mil de contas do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em ação de indenização por danos morais movida pela repórter Patrícia Campos Mello, da Folha. Tal determinação, proferida pelo juiz Luiz Gustavo Esteves, da 11ª Vara Cível de São Paulo, aconteceu após o deputado não ter pago o valor no prazo determinado.

Estão inclusos no cálculo R$ 35 mil da indenização, além de custas processuais, honorários advocatícios e penalidades relativas à falta de pagamento.

O montante foi bloqueado em caráter provisório, isso porque ainda há recurso pendente do STF (Supremo Tribunal Federal), em que o parlamentar questiona a condenação. Em agosto, após pedido da repórter, a primeira instância determinou que houvesse o pagamento do montante devido. O deputado apresentou uma contestação, alegando haver excesso no valor.

“Determino a penhora de dinheiro em depósito ou aplicação financeira do(s) executado(s), existentes nas instituições vinculadas ao Banco Central do Brasil, mediante bloqueio de valores até o limite da dívida executada”, diz a decisão que ordenou o bloqueio.

O deputado ainda tem prazo para questionar a penhora. Sua defesa foi procurada pela reportagem, mas preferiu não se manifestar,

Em 2021, Eduardo foi condenado pela primeira instância a indenizar a jornalista em R$ 30 mil, além de pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, em decisão da 11ª Vara Cível de São Paulo.

No mesmo ano, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) negou recurso dele, manteve a decisão de primeira instância e elevou o valor da indenização para R$ 35 mil. A decisão foi tomada de forma unânime pelos desembargadores da 8ª Câmara de Direito Privado.

O parlamentar recorreu ainda ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), que rejeitou o recurso por unanimidade em maio deste ano. Ele sustentou inicialmente que o valor da indenização era exorbitante. A Quarta Turma da corte, no entanto, entendeu que a quantia não era desproporcional e que não cabia revisão por parte do STJ. Há ainda um recurso apresentado ao STF pendente.

Eduardo Bolsonaro atacou jornalista
A repórter acionou a Justiça após ataque, com ofensa de cunho sexual, feito numa live e em publicação em rede social. Em transmissão ao vivo, Eduardo disse, entre outras coisas, que a jornalista “tentava seduzir” para obter informações que fossem prejudiciais ao seu pai, então presidente Jair Bolsonaro.

Em suas afirmações à época, o deputado fez referência a Hans River do Rio Nascimento, ex-funcionário de uma agência de disparos de mensagens em massa, que mentiu e insultou Patrícia em uma sessão da CPI das Fake News, no Congresso —ele também foi condenado em processo de danos morais.

Hans trabalhou para a Yacows, empresa de marketing digital, na campanha eleitoral de 2018. Em dezembro daquele ano, reportagem da Folha mostrou que uma rede de empresas, entre elas a Yacows, recorreu ao uso fraudulento de nomes e CPFs de idosos para registrar chips de celular e, assim, conseguir o disparo de SAINlotes de mensagens em benefício de políticos.

A apuração jornalística foi baseada em documentos da Justiça e em relatos de Hans. Ele, porém, deu declarações inverídicas e insultou a jornalista na CPMI, ao insinuar que ela buscava informações “a troco de sexo”.

Na sentença de primeira instância, o juiz afirmou que Eduardo Bolsonaro, “ocupando cargo tal importante no cenário nacional –sendo o deputado mais votado na história do país, conforme declarado na contestação– e sendo filho do atual presidente da República, por óbvio, deve ter maior cautela nas suas manifestações, o que se espera de todos aqueles com algum senso de responsabilidade para com a nação”.

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Mundo

Putin promete apoiar a Coreia do Norte contra os Estados Unidos

Presidente russo vai se reunir com o líder norte-coreano, Kim Jong-un

O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu nesta terça-feira (18) aprofundar os laços comerciais e de segurança com a Coreia do Norte e apoiá-la contra os Estados Unidos, enquanto se dirigia ao recluso país com armas nucleares pela primeira vez em 24 anos.

Os EUA e os seus aliados asiáticos estão tentando perceber até onde irá a Rússia em apoio ao líder norte-coreano Kim Jong-un, cujo país é o único que realizou testes de armas nucleares no século 21.

Num sinal de que a Rússia, um membro com poder de veto do Conselho de Segurança das Nações Unidas, está reavaliando toda a sua abordagem à Coreia do Norte, Putin elogiou Pyongyang por resistir ao que ele disse ser pressão econômica, chantagem e ameaças dos EUA.

Num artigo publicado pela mídia estatal norte-coreana, Putin elogiou o “camarada” Kim e prometeu “resistir em conjunto às restrições unilaterais ilegítimas”, para desenvolver o comércio e fortalecer a segurança em toda a Eurásia.

“Washington, recusando-se a implementar acordos previamente alcançados, apresenta continuamente exigências novas, cada vez mais rigorosas e obviamente inaceitáveis”, disse Putin no artigo, impresso na primeira página do Rodong Sinmun da Coreia do Norte, o porta-voz do Partido dos Trabalhadores no poder.

“A Rússia sempre apoiou e continuará a apoiar a RPDC e o heroico povo coreano na sua oposição ao inimigo insidioso, perigoso e agressivo.”

Putin observou que a União Soviética foi a primeira a reconhecer a República Popular Democrática da Coreia (RPDC), fundada pelo avô de Kim, Kim Il Sung, menos de dois anos antes da Guerra da Coreia de 1950.

A mídia estatal norte-coreana também publicou artigos elogiando a Rússia e apoiando suas operações militares na Ucrânia, chamando-as de “guerra sagrada de todos os cidadãos russos”, diz a CNN.

A visita de Estado de Putin ocorre em meio a acusações dos EUA de que a Coreia do Norte forneceu “dezenas de mísseis balísticos e mais de 11 mil contêineres de munições à Rússia” para uso na Ucrânia. A Coreia do Sul, um forte aliado dos EUA, levantou preocupações semelhantes.

A Casa Branca disse na segunda-feira (18) que estava preocupada com o aprofundamento do relacionamento entre a Rússia e a Coreia do Norte. O Departamento de Estado dos EUA disse estar “bastante certo” que Putin procurará armas para apoiar a sua guerra na Ucrânia.

Moscou e Pyongyang negaram transferências de armas, mas prometeram reforçar os laços militares, possivelmente incluindo exercícios conjuntos.

A Rússia deverá superar toda a aliança militar da Otan na produção de munições este ano, então a viagem de Putin provavelmente visa sublinhar a Washington o quão perturbadora Moscou pode ser numa série de crises globais.

A Rússia vetou em março a renovação anual de um painel de peritos que monitora a aplicação das sanções de longa data das Nações Unidas contra a Coreia do Norte devido aos seus programas de armas nucleares e mísseis balísticos.

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Saúde

Homem é o primeiro vacinado do mundo contra o câncer de intestino

O professor Elliot Phebve, de 55 anos, recebeu um imunizante personalizado para evitar a recidiva do câncer de intestino.

O professor universitário inglês Elliot Phebve, de 55 anos, foi o primeiro homem a tomar uma vacina contra o câncer de intestino. A aplicação ocorreu na sexta-feira (31/5) como parte de um ensaio médico que vai testar a eficácia deste tratamento para evitar o retorno dos tumores (recidiva) em pacientes que tiveram de lidar com quadros graves da doença.

Elliot foi diagnosticado em 2023 com um tumor de cólon extremamente agressivo. Embora não tenha tido sintomas do câncer de intestino, o quadro foi identificado em um exame de rotina e levou à necessidade de retirar 30 centímetros do intestino grosso dele em uma cirurgia de emergência. O professor fez quimioterapia até desaparecerem os sinais da doença e, em seguida, se voluntariou para participar do ensaio clínico da eficácia do imunizante.

“Ser a primeira pessoa do mundo a ter a graça de receber este imunizante foi um divisor de águas na minha vida”, disse ele. “Dediquei minha vida a ajudar as pessoas e a ciência e espero que este trabalho ajude a pessoas a não terem que viver o que eu vivi”, afirmou ele.

A expectativa no NHS, sistema de saúde pública inglês, é que mais de mil pessoas sejam encaminhadas por seus médicos para participar dos testes da vacina. Assim como na vacina recentemente testada contra o câncer de pele, o imunizante contra tumores no intestino usa uma tecnologia de mRNA, como as vacinas da Pfizer contra a Covid.

Como funciona a vacina contra o câncer de intestino?
Cada uma das doses é personalizada: o imunizante é feito com as mesmas informações genéticas do tumor da pessoa que foi retirado em uma biópsia. Por isso, ela só pode ser usada em pessoas que já tiveram a doença para evitar a recidiva.

As cópias das células que compõem o imunizante não são células de câncer, mas se parecem com elas em seu formato a ponto de permitir ao corpo estudar melhor o inimigo para não deixar ele passar despercebido caso reapareça.

As vacinas experimentais contra o câncer foram desenvolvidas em conjunto pelas biofarmacêuticas BioNTech (criador da tecnologia junto com a Pfizer) e Genentech, membro do Grupo Roche. Elas ainda estão em testes e devem ser testadas em 10 mil pacientes até 2030.

“Ainda é muito cedo para dizer se estas vacinas terão sucesso, mas estamos extremamente esperançosos. Os dados que temos até agora mostraram um aumento alto da capacidade de defesa do organismo”, afirmou a oncologista Victoria Kunene, investigadora principal do estudo.

As vacinas testadas visam ajudar pacientes com diferentes tipos de tumores e, se forem desenvolvidas e aprovadas com sucesso, poderão se tornar parte dos cuidados padrão contra o câncer.

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Congresso

Deputados bolsonaristas votam contra a urgência da votação da lei que torna pedofilia crime hediondo

Em que contexto está inserida a votação dos bolsonaristas no Congresso contra a urgência da votação da lei que torna a pedofilia crime hediondo? A quem interessa isso além dos pedófilos?

São esses deputados, aliados de Bolsonaro, o mesmo que diz defender a infância, mas chama crianças de prostitutas e ainda diz que “pintou um clima” entre ele e crianças de 14 e 15 anos.

O que está acontecendo com esse país comandado pelo Palácio do Planalto em que deputados, que fazem parte da base aliada do governo Bolsonaro, votam contra a urgência da votação de uma lei que torna a punição mais pesada aos pedófilos? Isso acontece cinco dias após Bolsonaro proferir uma frase de cunho pedófilo.

Bolsonaro ainda classificou suas vítimas de “prostitutas”, o que é comum nesse tipo de algoz.

Seria interessante ver os apoiadores de Bolsonaro explicando essa aberração ou confissão de que Bolsonaro é quem mais teme enfrentar um tribunal, principalmente em caso de derrota na eleição.

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